A cerimônia de entrega da mais importante premiação de trabalhos acadêmicos com foco em saúde suplementar já tem data marcada. No dia 7 de dezembro iremos conhecer os vencedores do VII Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar.
Se você ainda não inscreveu seu trabalho de conclusão de curso de pós-graduação (especialização, MBA, mestrado ou doutorado), com foco em saúde suplementar no Brasil, nas áreas de Economia, Direito e Promoção de Saúde, Qualidade de Vida e Gestão em Saúde, não perca tempo. As inscrições são gratuitas e vão até o dia 15 de setembro. Conheça o regulamento e inscreva-se agora.
O primeiro e o segundo lugar de cada categoria receberão prêmios de R$ 10 mil e R$ 5 mil, respectivamente.
Hoje, no último dia de nosso especial sobre modelos de pagamento, iremos apresentar o Captation, um sistema similar ao de orçamentos globais, apresentado ontem aqui no Blog. Ao menos no fato de que este modelo também trabalha com um orçamento previamente definido.
Enquanto o Global Budget determina um valor anual fechado para o hospital trabalhar, o Captation determina um valor por paciente de um determinado grupo e numa determinada área de abrangência. Desta forma, o modelo também oferece uma boa previsibilidade de gastos para as fontes pagadoras. Além disso, como as receitas dos prestadores de serviço de saúde são independentes da quantidade e dos tipos de tratamentos realizados, espera-se que o modelo incentive os prestadores a buscarem procedimentos com uma melhor relação entre custo e efetividade, o que pode ajudar a manter os custos mais baixos.
Uma dificuldade para a implementação desse modelo é a definição do valor per capita, devido à falta de base de dados estatísticos. Além disso, uma receita fixa por paciente pode incentivar os prestadores a realizarem a seleção de risco ou a racionar ou negar acesso a procedimentos e serviços mais caros.
Ao longo da semana vimos diversos modelos de pagamentos, todos eles com qualidades e defeitos. Claramente, não há um modelo ideal. Mas como já afirmamos, eles podem ser combinados ou modificados de acordo com as necessidades locais. O que não podemos fazer é continuar com o modelo de conta aberta atual, que incentiva o desperdício, principalmente sabendo que alternativas para substituí-lo não faltam.
Ontem, aqui no Blog, apresentamos um modelo de pagamento baseado no desempenho, em que os prestadores de serviços de saúde são remunerados melhor ao atingirem certas metas de qualidade de atendimento e penalizados por resultados negativos. Hoje, até para ilustrar a variedade de modelos existentes, vamos apresentar um sistema bastante diferente: o Global budget, ou orçamentos globais.
Nesse modelo de pagamento, predominante em países que possuem sistema de saúde público, a fonte pagadora aloca um orçamento anual fixo para cada organização de assistência à saúde, normalmente baseado no volume e na variedade serviços e na quantidade de pacientes atendidos no período anterior. Logo, o modelo não conta com estímulos financeiros que estimulem ganhos de eficiência, como o “Pay for Performance”.
As grandes vantagens deste modelo, ao menos pela ótica de quem paga a conta, são o elevado grau de previsibilidade orçamentaria e a facilidade de se manter um controle rígido sobe o crescimento das despesas.
Já para quem recebe e administra os recursos, o grande atrativo é que excedentes orçamentários não precisam ser restituídos, podendo ser empregados de diversas formas. Um hospital, por exemplo, pode investir qualquer excedente para modernizar suas instalações, para bonificar o conselho de administração pelos bons resultados ou aplicar o resultado para suprir eventuais necessidades, entre diversas outras possibilidades.
Por outro lado, se os gastos forem mais elevados que o orçamento, a diferença deve ser paga por outras fontes do hospital. O lado negativo é que orçamentos muito apertados podem representar um estimulo para redução da qualidade do atendimento ou da quantidade de serviços prestados.
Claro, isso pode ser amenizado com a adoção de bonificações por qualidade no desfecho clínico. Afinal, os modelos não precisam ser engessados e podem se complementar para responder as características de cada local.
Amanhã, no último dia de nosso especial sobre modelos de pagamento, iremos apresentar o Captation. Não perca.
Desde junho de 2014, quando estreamos este portal, continuamente buscamos melhorar e expandir nossos canais de comunicação, ampliando nosso contato com as pessoas e instituições que se interessam pela saúde suplementar. Afinal, todo nosso trabalho tem o objetivo de produzir e disseminar referências técnicas sobre a saúde suplementar brasileira e aumentar a compreensão sobre o setor.
Para alcançar esse objetivo, além da modernização de nosso portal, da criação do IESSdata e deste Blog (já em seu 252° post), também “mergulhamos” nas redes sociais. Hoje, alcançamos a marca de 30 mil curtidas no Facebook e não poderíamos estar mais felizes. Faz, até agora, pouco mais de 1 ano que estamos presentes nessa rede: foram 867 posts e 74,8 mil interações (curtidas, comentários e compartilhamentos). Muito obrigado!
Esperamos continuar contando com sua participação para estimular mais debates em prol do aperfeiçoamento da saúde suplementar no País, seja no Facebook ou em nas outras redes sociais em que estamos: LinkedIn e Twitter.
Um dos assuntos que mais discutimos são as maneiras de diminuir os custos do sistema de saúde sem diminuir a qualidade. Nesse sentido, o estudo “Quality and Safety in Health Care, Part VII - Lower Costs and Higher Quality”, publicado na 11º edição do Boletim Científico com o título "Qualidade e Segurança em saúde - Custos mais baixos e maior qualidade", elenca uma lista de medidas que podem gerar bons resultados.
Dentre elas, as principais são:
1.Ter melhores diretrizes clínicas – as decisões tomadas pelos médicos devem ser feitas de acordo com as melhores evidências científicas conhecidas;
2.Ter mais pesquisa de comparação de efetividade entre tecnologias (ATS);
3.Desenvolver um “sistema de aprendizagem em saúde” – uma nova informação em saúde deve ser rapidamente aprendida por pacientes e médicos e todos devem ter acesso a ela; e,
4.Reduzir erros e fraudes.
Se você se interessa por esse tema, não pode perder o “Seminário Incorporação de Tecnologias na Saúde Suplementar”, que iremos realizar no dia 31 de maio, a partir das 8h, no Hotel Hilton Rio de Janeiro (Av. Atlântica, 1020), para debater critérios de custo-efetividade na adoção de novas tecnologias. Confira a programação completa e inscreva-se gratuitamente, mas atenção, as vagas são limitadas!
O Grupo de Economia da Infraestrutura & Soluções Ambientais, da FGV, irá promover, nesta quinta-feira (20/4), das 11h às 12h30, o debate "Planos de saúde: desafios para uma boa regulação". O encontro visa debater como o setor da saúde suplementar pode adotar melhores práticas visando o aperfeiçoamento dos serviços, um debate que consideramos fundamental para o aperfeiçoamento do setor.
O evento acontece na Sala FGV Nove de Julho da Fundação Getúlio Vargas, localizada na Av. Nove de Julho, 2029, Bela Vista, em São Paulo.
Se você também se interessa por este assunto, aproveite e inscreva-se agora para participar do debate.
O evento será transmitido online no YouTube.
Há um ano, publicamos o primeiro post deste blog. Parte de um trabalho para ampliar nossos canais de contato com você, que se interessa pela saúde suplementar, e buscando uma nova abordagem para uma melhor compreensão desse setor.
Criamos uma nova forma de análise sobre a saúde suplementar brasileira. Nesse período, em 231 posts, compartilhamos nossas opiniões e apresentamos nossos conteúdos de forma dinâmica para quase 40 mil usuários únicos. São 40 mil pessoas com quem pudemos dialogar, com total liberdade, e mostrar nossa visão sobre temas como ressarcimento ao SUS e outros problemas estruturais do setor. Um público que desejamos continuar debatendo alternativas para a sustentabilidade econômica, financeira e assistencial do setor, com agendas como a adoção do DRG, tema do nosso próximo especial, e a criação de planos com conta poupança e franquia anual, entre outros produtos para a saúde suplementar.
Conectados às mídias sociais, o blog viabiliza interações e debates qualificados e, por vezes, acalorados, sempre com respeito e foco na análise técnica. Pudemos, por exemplo, captar os anseios de nossos leitores, por meio de enquetes e produzir conteúdo focado nos assuntos que nos foram solicitados. Uma experiência que, sem dúvidas, está nos ajudando a melhorar o trabalho que desenvolvemos.
Por isso, a todos os que nos acompanham, muito obrigado!
Temos novos desafios, cada vez maiores, e mais responsabilidade na condução desse canal de informação e de articulação do pensamento e do debate sobre a saúde suplementar.
Nós, do IESS, esperamos que, com sua participação, este espaço continue a estimular debates em prol do aperfeiçoamento da saúde suplementar e a divulgação de conhecimentos do setor.
Talvez você já tenha reparado no nosso logo, mas estamos, em 2016, comemorando 10 anos de existência (e muito trabalho). Para celebrar, estamos produzindo uma série de vídeos e outros materiais especiais. Se você não quiser perder nada, continue acompanhando nossas postagens aqui no Blog e as rede sociais (Facebook, Linkedin e Twitter).
Os primeiros materiais especiais já começam a aparecer na próxima semana!
O Ministério da Saúde tem aberto um amplo debate nacional a respeito da criação de novas modalidades de planos de saúde. A grande repercussão é justificável, pois, vale lembrar, pesquisa realizada pelo Ibope a nosso pedido constatou, no ano passado, que ter um plano é o terceiro maior desejo do brasileiro, atrás apenas de educação e da casa própria. Veja aqui a pesquisa.
De acordo com o levantamento, realizado em oito capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Manaus, Recife, Salvador e Brasília), 74% dos entrevistados que não têm um plano de saúde gostariam de possuir o benefício. Além disso, 86% dentre os não beneficiários consideram o plano “importante ou muito importante”.
A principal justificativa para o desejo de contar com o plano, apontada por 84% dos entrevistados que não possuem o plano, é a qualidade do atendimento, avaliado como rápido e com ótimo atendimento tanto dos médicos quanto dos hospitais. Além disso, 30% de quem não conta com o benefício consideram a saúde pública precária e não gostariam de ter de depender do SUS. No total, 95% dos brasileiros (beneficiários e não beneficiários) consideram a posse de plano de saúde “essencial”.
O levantamento do Ibope/IESS ainda indica quais os principais motivos para brasileiros não contarem com o benefício: a falta de condições financeiras, 74% dos entrevistados; outros 13% afirmam não ter plano de saúde porque perderam o benefício ao serem desligados das empresas onde trabalhavam ou porque a empresa atual não o oferece.
Sem entrar no mérito da proposta do Ministério da Saúde, não resta dúvida de que o plano de saúde está no centro da atenção dos brasileiros e, portanto, é natural o amplo debate em torno do tema.
Esta terça-feira (13/7), aqui no Blog, postamos uma entrevista com o avaliador da categoria Qualidade de Vida e Promoção da Saúde do VI Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar, Dr. Alberto Ogata. Hoje, trazemos a entrevista do avaliador da categoria Direito: Luiz Felipe Conde.
Advogado e administrador de empresas, pós-graduado em Saúde Suplementar pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Mestre em Saúde Suplementar pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Conde foi procurador-geral da ANS e da Fazenda, tendo acompanhado a tramitação do Projeto de Lei do Senado nº 93, de 1993, que resultou na atual Lei dos Planos de Saúde.
Animado com o que espera encontrar nos trabalhos inscritos para a sexta edição do Prêmio IESS, Conde revelou alguns fatores que leva em consideração na avaliação dos trabalhos, explicou o que torna a premiação tão importante, para ele e para o setor, e analisou a nova política de planos populares proposta pelo ministro da Saúde, Ricardo Barro, comparando-a ao setor automotivo.
Leia a entrevista abaixo e, se se julgar apto, não deixe de inscrever, gratuitamente, até 15 de setembro, seu trabalho de conclusão de curso de pós-graduação (especialização, MBA, mestrado ou doutorado) com foco em saúde suplementar nas áreas de Economia, Direito e Promoção de Saúde e Qualidade de Vida. Veja o regulamento completo.
Os dois melhores de cada categoria receberão prêmios de R$ 10 mil e R$ 5 mil, respectivamente, além de certificados, que serão entregues em cerimônia de premiação em dezembro.
Blog do IESS – O que torna o Prêmio IESS tão importante?
Luiz Felipe Conde – O Prêmio IESS tem uma capacidade ímpar de instigar pesquisadores a analisar questões áridas, como o fornecimento e a comercialização de produtos de saúde, com suas complexas questões regulatórias e legais. Pontos fundamentais para a o aprimoramento da gestão e sustentabilidade da saúde suplementar no Brasil. Acredito que a capacidade de apresentar trabalhos maduros e inovadores em um ambiente em que eles serão bem acolhidos e poderão fomentar um debate capaz de, efetivamente, transformar a gestão do setor é o que torna o prêmio tão respeitado. Sem dúvidas é a mais importante premiação do setor atualmente.
Blog – Neste cenário, o que o senhor espera dos trabalhos deste ano?
Conde – Vamos animar os candidatos?
Blog – Ou deixá-los preocupados com o nível de exigência...
Conde – Nós recebemos centenas de trabalhos e é claro que alguns deixam a desejar. Contudo, os que são efetivamente candidatos ao Prêmio são todos de excelente nível técnico. A proficiência técnica e o respeito as normas são indispensáveis, mas um ponto a se destacar é o fator do ineditismo. Enquanto muitos trabalhos revisitam assuntos já consolidados, os melhores estudos das últimas edições abordaram questões novas, se posicionando na vanguarda da produção acadêmica e ajudando a estabelecer padrões de atuação para o setor.
Blog – Pensando por esse ângulo, quais assuntos podemos esperar ver nos trabalhos deste e de próximos anos?
Conde – Há vários. Mas acredito que a subsegmentação de planos de saúde é um dos principais pontos que o setor precisa debater sob a ótica especifica do Direito. Ainda não vi trabalhos que analisem cenários como o da proposta feita pelo ministro (da Saúde) Ricardo Barros, de criar planos populares, mais flexíveis.
Blog – Aproveitando o ensejo, qual sua opinião sobre a proposta do ministro?
Conde – A proposta é boa e retoma um modelo que não deveria ter sido instinto. Vou fazer uma comparação com carros para deixar o assunto bem claro. Antes, tínhamos o “plano Gol”, “plano Fiat”, “plano Corolla” e muitos outros até o “plano Ferrari”. Então foi estabelecido, pela Lei dos Planos, que todas as operadoras ofertassem a mesma cobertura mínima, o denominado "plano de referência". Só que o plano estipulado como de referência foi o “plano Ferrari”. E nem todo mundo pode ter uma Ferrari. Na prática, o que o ministro está propondo é devolver ao mercado a possibilidade de vender Gol, Fiat etc. É uma iniciativa boa e sensata. Se aprovada poderá beneficiar tanto ao SUS quanto a saúde suplementar.
Blog – Voltando ao Prêmio IESS, é esse o tipo de mudança que os trabalhos são capazes de proporcionar ao setor?
Conde – Exatamente. Os trabalhos apresentados no Prêmio IESS têm a capacidade de incentivar melhorias no setor e despertar, na ANS e nas operadoras, mudanças que melhorem tanto o mercado de saúde quanto a prestação dos serviços de saúde.