Sorry, you need to enable JavaScript to visit this website.

Janeiro 2017
Salvar aos favoritos Compartilhar

A incidência mundial de parto prematuro, uma das principais causas de morbidade e mortalidade infantil, é de 9,6%. Além dos resultados adversos para a saúde do bebe e da mãe por até três anos após o nascimento, esse tipo de parto também implica em um aumento dos gastos em saúde. O estudo “Cost effects of preterm birth: a comparison of health care costs associated with early preterm, late preterm, and full-term birth in the first 3 years after birth”, publicado na última edição do Boletim Científico com o título “Gastos em saúde referentes ao parto prematuro: uma análise dos gastos em saúde entre os períodos gestacionais durante os três primeiros anos do bebê”, avalia os custos associados ao parto prematuro em diferentes segmentos, como gastos médios em medicação, tratamento hospitalar, e o tratamento ambulatorial durante os primeiros três anos após o nascimento. 

O estudo mostra que os gastos em saúde para nascimentos prematuros abaixo de 34 semanas foram em grande parte oriundos de tratamentos hospitalares, contabilizando uma média de gastos nove vezes superior ao de bebês prematuros entre 34 a 36 semanas, e oitenta vezes superior ao dos nascidos após 37 semanas. A gestação normalmente leva de 37 a 41 semanas, sendo que há estudos (com o relatado por Matt Austin, pesquisador e professor da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins e supervisor científico de Pesquisa Hospitalar do The Leapfrog Group (EUA), durante sua apresentação no seminário internacional "Indicadores de qualidade e segurança do paciente na prestação de serviços na saúde" e publicado aqui no Blog) que apontam vantagens para o nascimento após a 38° semana.

Janeiro 2017
Salvar aos favoritos Compartilhar

Quanto custa? A pergunta tão frequente de muitos momentos da nossa vida é uma raridade para os beneficiários de planos de saúde, exceto na hora de contratar o plano. Muitas pessoas vem o plano como um cheque em branco para gastar com consultas e tratamentos, o que acaba aumentando os custos de planos de saúde para todos.

O estudo “How Much Will I Get Charged for This?” Patient Charges for Top Ten Diagnoses in the Emergency Department", publicado na 15º edição do Boletim Científico com o título “Quanto será cobrado por isso? Taxas cobradas de pacientes para os dez primeiros diagnósticos no departamento de emergência”, retrata exatamente essa realidade e aponta que cuidados médicos agudos estão se tornando um problema financeiro que pode comprometer a sustentabilidade do setor de suplementar. 

O artigo pesquisou a variação de preços dos 10 problemas mais comumente tratados em emergências nos Estados Unidos e apontou tratamentos caros com uma ampla variedade de preços. Segundo os pesquisadores, uma das medidas mais eficientes para evitar a escalda de preços seria a publicação desses custos, o que daria aos pacientes mais condições para tomarem decisões quanto onde querem ser tratados e também estimularia a concorrência no mercado.

Como já temos falado, a adoção de indicadores de qualidade e a transparência com os custos de tratamentos é fundamental para que os pacientes se tornem mais participativos e passem a colaborar para saúde financeira de seus planos de saúde.

Dezembro 2016
Salvar aos favoritos Compartilhar

Uma revisão dos registros clínicos no Canadá e nos EUA descobriu que parte das visitas a um serviço de emergência para tosse/resfriados foram causadas por erros de medicação. Esses são os tipos de eventos adversos mais comuns da assistência médica domiciliar. 

O estudo “Carers’ Medication Administration Errors in the Domiciliary Setting: A Systematic Review” publicado na última edição do Boletim Científico, com título “Erros de administração de medicamentos dos cuidadores no cenário domiciliar: uma revisão sistemática”, faz uma revisão da literatura e identificar os tipos e as causas desses eventos adversos.

De acordo com o estudo, erros de dosagem, de administração omitida e de medicação errada são os mais comuns. Outros fatores que figuram com frequência na lista de eventos adversos são os tempos errados de administração, a combinação inadequada com outras drogas, validade vencida, medicação com idade do paciente incompatível e não completar ao tratamento, entre outras. 

Sem dúvida, o cuidado domiciliar pode ser benéfico para pacientes, especialmente de doenças crônicas controladas, como Diabetes, mas é preciso ficar atento a esses eventos adversos e criar mecanismos para evitá-los.  Tanto lá, quanto aqui. 

Dezembro 2016
Salvar aos favoritos Compartilhar

O DRG, um dos assuntos mais comentados aqui no Blog, é um modelo de remuneração que já é aplicado com sucesso há décadas em países como Estados Unidos e Alemanha.  Mas não apenas lá. Já contamos aqui a experiência com a implantação do DRG na África do Sul e também o case Dinamarquês, que acrescentou melhorias ao modelo.

Agora, o artigo “The DRG-Based Hospital Prospective Payment System in Greece: An Assessment of the Reimbursement Rates Using Clinical Severity Classification”, publicado na última edição do Boletim Científico com o título “O sistema de pagamento prospectivo DRG de hospital na Grécia: uma avaliação das taxas de pagamento usando a classificação clínica por severidade”, apresenta a experiência grega com DRG.

De acordo com o estudo, o estabelecimento de um programa de gerenciamento de documentação clínica em colaboração com a equipe médica dos hospitais é fundamental para garantir a documentação mais precisa e completa de cada diagnóstico e para o melhorar o atendimento a cada paciente. 

Pelos números apresentados, foi possível observar que um sistema de pagamento por DRG ajustado pela severidade da doença parece ser muito mais equitativo do que um sistema de pagamento prospectivo sem esse detalhamento. Certamente, mais uma questão para ser considerada no debate nacional.

Dezembro 2016
Salvar aos favoritos Compartilhar

O envelhecimento populacional, já tratado aqui no Blog inúmeras vezes, vem causando mudanças no sistema de saúde de todo o mundo, não apenas no Brasil. Nos países nórdicos, por exemplo, a demanda por cuidados de saúde aumentou mais do que os recursos disponíveis para o setor de saúde. Lá, uma das medidas adotadas para lidar com a capacidade limitada da saúde pública foi estimular o crescimento dos seguros de saúde privados voluntários (VPHI), através da introdução de incentivos fiscais para trabalhadores e empregadores. 

O estudo “The development of voluntary private health insurance in the Nordic countries”, publicado na 15º edição do Boletim Científico com o título “Desenvolvimento de seguro de saúde privado e voluntário nos países nórdicos”, descreve como se deu o desenvolvimento dos VPHI nos países da Dinamarca, Finlândia, Noruega, Suécia. 

O rápido crescimento da procura e adoção do serviço é prova que o modelo funciona. Hoje, cerca de 51% da população da Dinamarca é coberta por um plano desse tipo. Na Finlândia (20%), Noruega (9%) e Suécia (7%) os porcentuais são menores, mas também têm apresentado crescimento.  Os autores do artigo apontam, ainda, que a política de incentivo aos VPHI também está impulsionando a competitividade do mercado de saúde, tornando-o mais dinâmico, inovador, eficiente e sustentável. 

Sem dúvida, é uma ideia que poderia ser debatida aqui no Brasil, já que hoje, como já falamos em outras oportunidades aqui no Blog, a renúncia fiscal em favor da saúde suplementar é um mito.

Dezembro 2016
Salvar aos favoritos Compartilhar

Com o objetivo de dar maior agilidade no atendimento e melhorar a eficiência na gestão dos gastos, seja no setor público ou privado, o Brasil está passando por um momento de transição para um novo sistema de registro de prontuário eletrônico, mas essa mudança vem ocorrendo de forma lenta, como já apontamos aqui blog com o TD “Prontuário Eletrônico do Paciente e os benefícios para o avanço da saúde”. O ritmo dessa mudança por aqui, contudo, não é diferente do que ocorreu nos EUA.

Mas quais são os primeiros sinais de melhora ou impactos negativos que podemos esperar ver nesse período de transição para os registros eletrônicos? O estudo “Adverse inpatient outcomes du-ring the transition to a new electronic health re-cord system: observational study”, publicado na 15º edição do Boletim Científico com o título “Resultados adversos em pacientes internados durante a transição para um novo sistema de registro eletrônico de saúde: estudo observacional”, traz algumas respostas a esse questionamento.

No artigo, é possível observar que, apesar das preocupações de que a implementação desse novo sistema poderia afetar negativamente o atendimento ao paciente durante o período de transição, não foram encontrados eventos adversos, readmissões ou qualquer associação negativa dessa implementação a curto prazo. Ao contrário, há uma melhora na qualidade do atendimento e na segurança do paciente com a implantação dos registros eletrônicos, evitando, por exemplo, pedidos de exames repetidos por médicos diferentes e a interação de medicamentos que não deveria ocorrer, mas que, infelizmente, pode acontecer quando os médicos de um mesmo paciente não conversam.

Assim, há motivos de sobra para apoiarmos essa transição.

COMPARTILHE:

Dezembro 2016
Salvar aos favoritos Compartilhar

O aumento dos gastos em saúde é um problema global que atinge diversos países ao redor do globo, não somente o Brasil. Na China, para controlar o crescimento excessivo das despesas e reduzir os gastos, foi feito uma mudança no modelo de pagamento no sistema de saúde, migrando do modelo de pagamento fee-for-service (FFS), que é atualmente utilizado no Brasil, para o sistema de pagamento de orçamento global (GBPS).

O estudo “Global budget payment system helps to reduce outpatient medical expenditure of hypertension in China”, publicado na última edição do Boletim Científico com o título “Modelo de pagamento de orçamento global ajuda a redução de despesas ambulatoriais em saúde para pacientes hipertensos na China”, avaliou qual o efeito do novo modelo de pagamento de orçamento global nas despesas em saúde da cidade de Tianjin, na China.

O principal destaque observado no estudo foi a redução de 16,9%, com base nas despesas em saúde per capita, que o sistema de pagamento de orçamento global apresentou em comparação ao fee-for-service, reduzindo significativamente a despesa em saúde total.  

Dezembro 2016
Salvar aos favoritos Compartilhar

Nós sempre divulgamos, aqui no blog, textos alertando para os perigos relacionados à cirurgia bariátrica, como “Quais os riscos de fazer uma cirurgia bariátrica?” ou o TD 59 “Impactos da cirurgia bariátrica”. A última edição Boletim Científico aponta outra complicação relacionada a cirurgia que é pouco conhecida, mas que também deve ser levada em conta no momento de decidir ou não pelo procedimento: o risco de fratura após a cirurgia. 

O estudo “Change in fracture risk and fracture pattern after bariatric surgery: nested case-control study” (apresentado no Boletim Científico com o título “Mudança no risco de fratura e fratura padrão após cirurgia bariátrica: estudo de caso-controle”) analisou pacientes submetidos ao procedimento e comparou com um grupo composto por obesos e não obesos na província de Quebec (Canadá). Os resultados apontam que pacientes severamente obesos submetidos a cirurgia bariátrica são mais suscetíveis a fraturas em comparação com os outros grupos. Além disso, o risco de fratura muda de um padrão associado à obesidade para um padrão típico da osteoporose após a cirurgia. 

É fato, como já afirmamos, que a cirurgia bariátrica é um importante e efetivo mecanismo para tratar a obesidade, mas que deve ser utilizado apenas quando todos os critérios são cumpridos. Não como uma primeira alternativa ou procedimento emergencial. 

Dezembro 2016
Salvar aos favoritos Compartilhar

Acabamos de produzir a nova edição do “Boletim Científico IESS”. Voltado para pesquisadores acadêmicos e gestores da área de saúde, a publicação indica os principais estudos científicos, nacionais e internacionais, publicados no quinto bimestre de 2016 sobre saúde, tecnologia, economia e gestão no setor de saúde suplementar. O objetivo é auxiliar pesquisadores e gestores da saúde suplementar a se manterem atualizados sobre os principais estudos publicados no bimestre. 

Os destaques dessa edição são os estudos “Cobertura de seguro saúde e o desempenho das empresas: evidências usando dados de empresas do Vietnã”, na seção de Economia&Gestão, que detectou que empresas que oferecem planos de saúde a seus funcionários são mais produtivas e aferem lucros mais expressivos; e, em Saúde&Tecnologia, “Mudança no risco de fratura e fratura padrão após cirurgia bariátrica: estudo de caso-controle”, que apontou que pacientes submetidos a cirurgia bariátrica são mais suscetíveis a fraturas que obesos e não obesos.

Novembro 2016
Salvar aos favoritos Compartilhar

A capacidade de um indivíduo de obter, processar e compreender informações básicas de saúde é chamada literacia em saúde. O termo, bastante técnico, é importante porque acaba sendo essa literacia que limita a compreensão dos problemas de saúde e as interações dos pacientes com o sistema de saúde. Ou seja, quanto menor a literacia em saúde de uma população, maior a tendência de encontrarmos problemas e enfermidades que de outro modo poderiam ser combatidos mais facilmente.

É justamente isso que o estudo “Maternal Health Literacy Is Associated with Early Childhood Nutritional Status in India” (apresentado na última edição do Boletim Científico com o título “Literacia em saúde materna é associada com estado nutricional na primeira infância na Índia”), procura mostrar ao associar a desnutrição infantil na Índia à literacia em saúde materna. 

De acordo com o estudo, comparadas às mães com baixo nível de literacia, as mães que possuem a capacidade de compreender informações básicas de saúde têm metade da probabilidade de terem filhos com nanismo grave ou severamente abaixo do peso. 

Contudo, o trabalho também apontou que apesar da literacia em saúde estar associada ao nível de estudo, este não é o maior determinante. Sendo que, ao contrário da educação formal, a literacia em saúde pode ser modificada em pouco tempo. Por exemplo, por meio de campanhas de conscientização como as que já tivemos aqui no Brasil sobre aleitamento materno. Assim, focar em programas de promoção da saúde que expliquem conceitos básicos de higiene e cuidados com saúde ou mesmo outras questões mais complexas, pode ter mais efeito do que campanhas que simplesmente compelem a mudanças de hábitos. 

Segundo a lógica, e trazendo o resultado do estudo para o cenário brasileiro, é mais eficaz criar campanhas para explicar o que são chikungunya e zyka vírus, e como eles afetam a vida das pessoas, do que campanhas para que as pessoas não deixem água parada porque isso facilita a reprodução do mosquito que transmite essas doenças.