Não é novidade falar de como as tecnologias facilitam a rotina nas diferentes áreas e ampliam a eficiência dos serviços para os mais variados setores. Mais do que tendência, a utilização da Tecnologia da Informação (TI) é realidade em nosso dia a dia. Contudo, mesmo em um mundo cada vez mais digital, o setor de saúde (tanto pública quanto privada) ainda segue analógico.
Claro que as discussões que envolvem eHealth e Internet das Coisas têm apresentado avanços nos últimos tempos, mas sua aplicação ainda engatinha nos diferentes setores de saúde no país. Nós já apontamos diferentes iniciativas que buscam ampliar o uso de tecnologias no setor, como do relatório “Building the Hospital of 2030”, pesquisa que mostra diferentes tendências de saúde em todo o mundo; o PEP por meio do TD “Prontuário Eletrônico do Paciente e os benefícios para o avanço da saúde” e seu uso nos EUA ou ainda sobre resultados eletrônicos de exames, por meio do Boletim Científico.
Nesse mesmo anseio, o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (“MCTIC”) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (“BNDES”) firmaram um Acordo de Cooperação em dezembro de 2016 para a coordenação do estudo “Internet das Coisas: um plano de ação para o Brasil”. A pesquisa priorizou a análise de setores estratégicos para o desenvolvimento da Internet das Coisas no país, como o de saúde.
Como já é sabido, sua aplicação no segmento traz impacto direto para a melhoria da qualidade de vida da população, além de ganho de eficiência para os diferentes agentes, seja na saúde pública ou privada. O conceito deve, inclusive, ser de grande importância no auxílio aos desafios atuais do setor, em especial a tendência de escalada dos custos, envelhecimento populacional, entre outras.
Para tanto, o estudo definiu uma série de objetivos fundamentais para o desenvolvimento da IoT no país, como: (i) ampliação do acesso à saúde de qualidade no Brasil por meio da criação de uma visão integrada dos pacientes, (ii) descentralização da atenção à saúde, e (iii) melhoria de eficiência das unidades de saúde.
Claro que, na mesma medida, há uma série de mudanças necessárias e entraves para a melhor disseminação e adesão aos recursos almejados, em especial no que se trata de questões se privacidade e segurança de dados, regulatórias, estruturais (como a baixa conectividade de áreas periféricas do país) ou ainda no que diz respeito aos recursos investidos para a aplicação das tecnologias.
Conheça melhor o projeto no site do BNDES.
Traremos mais informações sobre a aplicação e as contribuições da Internet das Coisas para a saúde do país em breve. Continue acompanhando.
Acabamos de disponibilizar a 22º edição do “Boletim Científico IESS” que resume publicações científicas de interesse para a saúde suplementar lançadas no 1º quadrimestre de 2018. Voltado para pesquisadores acadêmicos e gestores da área de saúde, a publicação apresenta trabalhos lançados nas principais revistas científicas do Brasil e do mundo nas áreas de saúde, tecnologia, economia e gestão.
O objetivo é apresentar atualizações, casos, informações e orientações que forneçam subsídios para pesquisadores e gestores da saúde suplementar na melhor tomada de decisão. A edição mais recente apresenta pesquisas que abordam modelos de pagamento, dados de utilização, atenção primária, obesidade, câncer, prontuário eletrônico e outros temas.
Entre eles, os destaques são “Pagamento baseado em resultados aos prestadores de seguro-saúde: o caso de contratação hospitalar para intervenções cardíacas na Holanda”, que aborda o modelo de assistência que se concentra não só em custos, mas nos resultados aos pacientes, na seção de Economia&Gestão; e, em Saúde&Tecnologia, o estudo “Obesidade e atendimento de emergência numa coorte populacional epidemiológica francesa” avalia e compara a taxa de visitas de emergência da população obesa em relação aos participantes com peso normal.
Continue acompanhando a nossas publicações aqui no blog. Nos próximos dias, vamos publicar posts analisando esses e outros destaques dessa edição.
Importante elo do setor de saúde suplementar, a medicina diagnóstica tem ganhado cada vez mais destaque na mídia pelas diferentes inovações na área que podem resultar em melhoria da assistência e de eficiência para o setor.
Esforço e necessidade dos diferentes agentes de toda a cadeia, a promoção da saúde e a prevenção de doenças é ordem do dia para garantir não só o bem-estar da população – que está cada vez mais envelhecida graças ao mérito dos avanços da medicina –, mas também da sustentabilidade do setor, que enfrenta alta crescente nos custos com a assistência. Nesse caso, o clichê faz total sentido: prevenir é muito melhor que remediar.
É exatamente nessa questão que os avanços da medicina diagnóstica são fundamentais. Como mostrou o DCI nesta quinta-feira, esse cenário de mudança demográfica deve exigir maior investimento em ferramentas de diagnóstico precoce. O uso da tecnologia amplia a eficiência operacional e a aplicação da inteligência artificial está diretamente relacionada com a melhoria dos resultados laboratoriais e de imagem.
Esse uso da inteligência artificial vai ao encontro de projeto colocado em prática pelo Hospital Sírio-Libanês para mapear risco de câncer de pulmão por meio de varredura em laudos de tomografias de tórax, noticiado pelo jornal O Estado de S. Paulo na última semana.
Pela primeira vez no Brasil, a iniciativa poderá revelar aos médicos quais pacientes têm maior risco de desenvolvimento desse tipo de câncer, um dos mais letais em todo o mundo exatamente por ser assintomático, detectado geralmente em estágios avançados. O diagnóstico precoce deve salvar vidas e ainda economizar em tratamentos.
Conforme mostra a apresentação que pode ser acessada aqui, o setor de diagnósticos tem crescido a passos largos no país. Em oito anos, o estoque de emprego no segmento cresceu 46,7% (aumento de 62 mil pessoas). Sua importância, contudo, vai além dos exames para detecção de diferentes problemas. Conforme mostra o TD 62 – “Evidências de práticas fraudulentas em sistemas de saúde internacionais e no Brasil”, entre 25% e 40% dos exames laboratoriais não são necessários, o que acarreta em desperdícios para toda a cadeia e até riscos ao paciente.
Isso passa, portanto, pela melhor informação e conscientização dos diferentes envolvidos no setor, como profissionais de saúde e paciente. Diante desse cenário, é importante encarar a aplicação dos diferentes recursos e tecnologias em saúde como modo de garantir a ampliação da qualidade assistencial e, ao mesmo tempo, a eficiência e sustentabilidade da saúde suplementar no país.
Não é de hoje que falamos sobre a necessidade de uma migração cada vez maior do setor de saúde para a era digital. Mesmo com ambientes, procedimentos e relações cada vez mais tecnológicas, o setor de saúde (tanto pública quanto privada) continua analógico. Por mais que a tendência de utilização dos recursos de Tecnologia da Informação (TI) nos diferentes segmentos seja realidade, a eHealth, Internet das Coisas e outras modalidades ainda engatinham no segmento.
Já reforçamos acerca dessa necessidade lá em 2016 com o TD “Prontuário Eletrônico do Paciente e os benefícios para o avanço da saúde”. Por mais que haja uma série de iniciativas, o uso do prontuário eletrônico ainda é acanhado no país e os dados são pouco compartilhados entre médicos, instituições de saúde (como clínicas e hospitais), pacientes e outros envolvidos na cadeia. A ampliação dessa prática representaria ganho de eficiência na gestão, menos desperdícios e maior qualidade na assistência.
Claro que a adoção dos diferentes processos passa por uma série de fatores e preocupações. A principal diz respeito à segurança das informações do paciente e instituições. Como apontou o relatório “Building the Hospital of 2030”, 89% das organizações de saúde que adotaram estratégias da Internet das Coisas sofreram algum tipo de violação das informações.
Exatamente nesse sentido é que se faz necessário o investimento em Certificação Digital na área da saúde, conforme artigo divulgado por Julio Cosentino, presidente da Associação Nacional de Certificação Digital (ANCD). Segundo o texto, o Prontuário Eletrônico do Paciente amplia o caráter de sustentabilidade, já que elimina o uso de papel. “Todas as assinaturas são possíveis em meio eletrônico, assim como anotações e apontamentos, com todo o valor jurídico e segurança”, diz o especialista.
Segundo determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa lançada em 2016, laboratórios de análises clínicas devem utilizar o Certificado Digital para a assinatura de laudos emitidos pela internet. A norma busca garantir a integridade e autenticidade do documento. Em um cenário em que a segurança dos dados de pacientes e instituições é fundamental para a maior disseminação do uso do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), o uso da certificação pode ser um passo primordial para seu uso em larga escala e a consequente melhoria da eficiência operacional.
O autor defende que, em um cenário de envelhecimento da população e no natural crescimento demográfico, é necessário garantir mais celeridade nas diferentes formas de assistência ao paciente, otimizando o tempo dos profissionais e os espaços físicos disponíveis. “Pode-se controlar estoques de medicamentos, disponibilidade de vagas, agendamentos de consultas, escalas médicas, carga horária dos profissionais
Como parte da missão de promover a sustentabilidade da saúde suplementar com a produção de conhecimento e informações que auxiliem na tomada de decisão, participamos periodicamente de eventos que a facilitem e ampliem o debate e a construção de novas ferramentas para o setor.
Com esse objetivo, Luiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do IESS, participou no último mês do I Encontro Brasileiro de Gestão da Sinistralidade em Saúde Suplementar, realizado em Curitiba, no Paraná.
Como resposta aos grandes desafios enfrentados pelo setor, como a alta crescente dos custos, a Associação Paranaense de Medicina do Trabalho (APAMT), promoveu o evento pioneiro no tema com a participação de profissionais de referência no país para ampliar a construção de conhecimento com foco na promoção à saúde, prevenção de doenças e novas terapias, sem deixar de lado a gestão financeira sustentável por parte dos diferentes agentes envolvidos.
Luiz Augusto Carneiro apresentou dados sobre diferentes tecnologias que impactaram diretamente na saúde da população e sua respectiva importância nos gastos com saúde no Brasil e no mundo. Um dos exemplos citados pelo executivo diz respeito ao uso de tecnologias cujos benefícios são pequenos, baseados em pouca evidência científica e ainda são responsáveis pela maior parte dos custos da saúde, como o caso da introdução da angioplastia nos Estados Unidos. Importante lembrar como as tecnologias são aditivas, e não substitutivas. Mesmo com a introdução da angioplastia, outros recursos continuaram sendo utilizados, como a cirurgia de revascularização.
Estudo apontou que entre 1986 e 1990, a angioplastia mais do que dobrou naquele país, partindo de um total de 133 mil para 284 mil no período analisado. Contraditoriamente, o número de cirurgia de revascularização, em vez de cair, aumentou substancialmente. A publicação alerta que muitos pacientes receberam ambos os procedimentos.
No caso nacional, esse assunto é especialmente grave. Mesmo que haja debates sobre os estudos de custo e efetividade da adoção de diferentes tecnologias, a utilização da Avaliação das Tecnologias em Saúde (ATS) ainda caminha a passos lentos e depende do que está sendo feito no setor público. Devido ao alto impacto da questão em todo o sistema, o debate sobre o assunto deve fazer cada vez mais parte da agenda de discussões do setor, gerando conhecimento e ferramentas para a tomada de decisão e formulação de políticas.
Confira a apresentação na íntegra aqui.
Não há como negar a facilidade e comodidade que os avanços tecnológicos trazem em nossa rotina. Como reforçamos em diferentes situações, a correta utilização da tecnologia pode auxiliar nos serviços de saúde para diferentes necessidades, seja facilitando o acesso do paciente, melhorando a comunicação entre todos os elos da cadeia e outras aplicações. No entanto, a saúde no Brasil ainda continua sendo analógica, mesmo em um mundo cada vez mais digital.
Uma nova pesquisa mostra que, em 10 anos, as interações médicas serão cada vez mais com o uso de câmeras, sensores e dispositivos robóticos, já que as organizações de saúde em todo o mundo estão modernizando os diferentes serviços para a chamada “Internet das Coisas” (IoT).
O relatório “Building the Hospital of 2030” foi produzido pela Aruba, empresa especializada em soluções digitais, e é resultado de uma série de entrevistas realizadas com especialistas e líderes do setor. Para eles, é importante que se crie ambientes de saúde mais inteligentes, com incorporação de tecnologias móveis e de nuvem, melhorando o atendimento e transformando a experiência do paciente.
Uma das previsões do estudo é exatamente sobre a integração dos dados, como já mostramos aqui. Com maior quantidade de informações e condições do tratamento, os profissionais conseguem ter avaliações mais precisas da saúde do paciente em tempo real para auxiliar na tomada de decisão.
No entanto, a segurança das informações do paciente e instituições ainda é uma preocupação. O relatório mostra que 89% das organizações de saúde que adotaram estratégias da Internet das Coisas sofreram algum tipo de violação das informações. Neste sentido, fica o alerta e a lição de casa: com o aumento dos dispositivos tecnológicos nos próximos anos, um dos principais desafios é a visibilidade e confidencialidade da segurança desses dados. Sendo assim, é fundamental a implementação de ferramentas para proteger a privacidade do paciente.
Você deve ter visto que falamos sobre o novo estudo que projeta alta dos custos com saúde em todo o mundo para os próximos anos. O trabalho “2018 Global Health Care Outlook: The evolution of smart health care” buscou traçar um panorama do atual cenário, levantar tendências e direções para que prestadores, planos de saúde, governos e outros agentes possam proporcionar saúde de qualidade, centrada no paciente e com o auxílio da tecnologia.
Sobre o momento atual do setor de saúde em todo o mundo, o estudo mostra que é provável que os fornecedores de cuidados com a saúde continuem convivendo com margens de lucro reduzidas e aumento dos custos. A projeção é que, até 2020, as despesas com cuidados de saúde nas principais regiões do mundo irão chegar a US$ 8,7 trilhões, cerca de 25% acima dos US$ 7 trilhões registrados em 2015.
A resposta à esta preocupação não é novidade para quem nos acompanha e faz parte dos pontos centrais do relatório, como a busca de evidências que auxiliem a tomada de decisão em um momento de mudança e incerteza; substituição da visão estratégica do setor, mais baseada no volume do que no benefício ao paciente; investimento em tecnologias que podem acarretar em economia; envolver cada vez mais o consumidor, entre outros pontos de destaque.
Uma importante preocupação é levantada pelo estudo. Como sabemos, parte dos cuidados em saúde não sofrem alteração com a criação de novas tecnologias, no entanto, a formação da força de trabalho merece, sim, atualização constante com as mudanças cada vez mais rápidas. A chamada “quarta revolução industrial” com o uso mais constante de ferramentas digitais, robótica, entre outras, terá papel fundamental na resolução de problemas de saúde atuais e do futuro.
Cabe, portanto, às instituições e organizações do setor em âmbito global a responsabilidade de estimular e propiciar subsídios para a união dos recursos humanos e tecnológicos que irá, certamente, representar avanço na assistência, redução de erros, fraudes e desperdícios em toda a cadeia.
Você deve ter acompanhado aqui em nosso blog uma série de publicações com base no Vigitel Brasil Saúde Suplementar 2016. Exatamente pela abrangência da pesquisa no território nacional e importância dos temas tratados, a necessidade de sua divulgação é essencial para o conhecimento da saúde do brasileiro.
Como sinal de atualização também de sua metodologia com relação ao comportamento da sociedade atual, a pesquisa incluiu, pela primeira vez, dados a respeito do hábito de utilizar computador, tablet ou celular no tempo livre.
A frequência com que adultos empregam três horas ou mais por dia do seu tempo livre para a utilização desses dispositivos variou entre 15,5% em Goiânia e 23,8% em Manaus. No conjunto das 27 cidades participantes da pesquisa – todas as capitais dos 26 Estados brasileiros e o Distrito Federal – a frequência foi maior entre os homens de Boa Vista, com 25,6%. Nessa mesma análise por gênero, a cidade é sucedida por Macapá, chegando aos 25% e Rio de Janeiro, com 23,7%. Ainda entre os homens, as menores frequências de uso desses equipamentos foram encontradas em Goiânia, com 12,5%, Campo Grande, apresentando 13%, e Belo Horizonte, 16,1%.
Já entre as mulheres, os menores índices foram registrados em Rio Branco, com 15,2%, Vitória, 15,3%, e Belo Horizonte, com 15,8%. As maiores frequências ficaram para Manaus, com 25,2%, Teresina, que chegou aos 24,8%, e Aracaju, 23,0%.
Considerando o conjunto da população adulta estudada, a média da utilização foi de 19,5% sem diferenciação de gêneros. Já separando por idades, o dado é alarmante: mais da metade dos jovens utiliza os dispositivos por três ou mais horas diárias: a frequência foi de 54,9% entre os jovens de 18 a 24 anos e decresceu com o passar da idade, chegando a 4,1% entre aqueles de 65 anos ou mais. O percentual foi bem menor entre os adultos de menor escolaridade (até oito anos de estudo), apresentando 5,7%.
Vale lembrar que, segundo pesquisa Google Consumer Barometer, encomendada pelo Google, o número de pessoas que usam smartphone no Brasil subiu 3,5 vezes, de 14% da população, em 2012, para 62% em 2016. No mundo, o uso foi de 33,3% em 2012 para 70% em 2016.
Claro que três horas ou mais por dia para uso de equipamentos eletrônicos é um número representativo, inclusive como fator prejudicial à saúde e à qualidade de vida, pois representa uma tendência de aumento da ociosidade e, consequentemente, aumenta o risco de obesidade e outras doenças crônicas.
No entanto, deve-se ter em mente que este é o primeiro ano da inclusão do indicador e ele deve ser monitorado e analisado nas próximas edições. Até porque, como mostramos aqui com os dados do próprio Vigitel Brasil 2016, caiu o número de pessoas inativas no país e esta é uma notícia a ser comemorada para a promoção da saúde no país. Além disso, como também já mostramos aqui no Blog, o uso dessas tecnologias também tem potencial para a promoção da saúde.
O Vigitel da Saúde Suplementar 2016 foi elaborado com dados de 53.210 entrevistas por telefone, sendo 20.258 homens e 32.952 mulheres, em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal.
A importância do modelo de pagamento hospitalar é um assunto recorrente internacionalmente devido a sua importância na sustentabilidade na saúde suplementar. O assunto já foi tema em nossos trabalhos, como o TD 64, que mostra benefícios de modelos de pagamento prospectivos, baseados na qualidade dos serviços, desfecho para o paciente e outras características.
Os diferentes modelos de remuneração também foram pauta de nossas publicações aqui no blog: DRG, Bundled Payment, Pay for Performance (P4P), Global budget e o Captation. O objetivo foi mostrar as características de cada um desses modelos e sua aplicabilidade para diferentes realidades.
O trabalho “Exploring Attributes of High-Value Primary Care” (Analisando os atributos a assistência médica de alto valor para o paciente) tem a intenção de apontar evidências de como os procedimentos de alto valor para o desfecho clínico do paciente garantem a eficiência do sistema. O estudo foi publicado na 21º edição do Boletim Científico.
Os pesquisadores analisaram dados de seguros de saúde nos EUA de 2009 a 2011, buscando identificar os atributos da assistência primária à saúde que são associados ao alto valor para o paciente. Foram identificados 13 atributos em comum nas clínicas classificadas como geradoras de alto valor. Alguns dos principais foram atendimento 24h e acesso ao prontuário eletrônico pelo paciente, decisão médica baseada em evidência, estratificação dos pacientes por nível de risco, entre outros.
O conhecimento desses atributos é de fundamental importância para ajudar médicos, fontes pagadoras, tomadores de decisões e outros agentes do setor para avaliar estratégias que gerem alto valor para o paciente e auxilie na redução dos gastos com cuidados de saúde.
Não é de hoje que falamos que a questão da adoção de novas tecnologias em saúde é um dos temais mais latentes do setor, já que é um dos principais fatores que impulsionam os custos de saúde em todo o mundo. Exatamente por isso, o assunto já foi tema do Seminário IESS e diferentes publicações aqui no blog.
Na saúde suplementar brasileira, esse assunto é especialmente grave. Mesmo que haja discussões sobre os estudos de custo e efetividade da adoção de diferentes tecnologias, a utilização da Avaliação das Tecnologias em Saúde (ATS) ainda é embrionária e depende do que está sendo feito no setor público.
Devido à grande importância, esse tema também foi destaque entre os vencedores do VII Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar. O trabalho “Aplicação de Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) na tomada de decisão em hospitais” foi ganhador do 2ª lugar na categoria “Promoção da Saúde” e buscou analisar os métodos de ATS na tomada de decisão em hospitais vinculados à REBRATS (Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde). A pesquisa foi desenvolvida por Fernando de Rezende Francisco para obtenção do mestrado na Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas.
Por meio de entrevistas com gestores de onze núcleos de ATS (NATS) estruturadas com base nos princípios de boas práticas de ATS em hospitais, a pesquisa apontou que a avaliação ainda é aplicada de maneira incipiente na tomada de decisão. Segundo o trabalho, ainda não há clareza sobre como a produção e difusão dos estudos de ATS têm realmente influenciado a tomada de decisão por parte dos hospitais. Sendo assim, uma série de ações estratégicas são fundamentais para o bom desempenho dos núcleos na incorporação e desincorporação de tecnologias em saúde.
Segundo o autor, o Brasil já possui estrutura para o trabalho dos Núcleos de Avaliação de Tecnologias em Saúde. No entanto, ainda há espaço para seu fortalecimento com uma maior clareza na definição da necessidade de cada um desses núcleos, como por exemplo, considerar as especificidades locais das diferentes regiões do país.