É inegável a facilidade e comodidade que os avanços na tecnologia trazem nos diferentes aspectos e usos na rotina para diversas áreas. Já falamos em várias oportunidades aqui no blog que a saúde ainda continua sendo analógica, mesmo com as mudanças nas tecnologias e o mundo cada vez mais digital.
A Tecnologia da Informação (TI) para os serviços de saúde nos mais diversos segmentos não é tendência, mas realidade. No entanto, seu emprego ainda está engatinhando e a chamada eHealth é apenas especulação sobre o futuro. Já falamos, por exemplo, da frequência, eficiência e economia no uso do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) nos Estados Unidos aqui.
Nesse mesmo tema do uso da tecnologia, o artigo “Patients’ Preferences for Receiving Laboratory Test Results” (Preferências dos pacientes para receber os resultados do teste laboratorial), publicado na 19º edição do Boletim Científico, identifica as preferências dos pacientes em relação ao recebimento eletrônico de seus resultados de testes laboratoriais e os motivos dessa escolha.
O trabalho faz um estudo descritivo-analítico em 2015 com 200 pacientes que tiveram acesso à internet e foram encaminhados pelo menos uma vez ao laboratório hospitalar para receber os resultados dos exames. A conclusão é até mesmo surpreendente: quase a totalidade (98%) dos participantes preferiram ser notificados por serviços de mensagem pelo celular (SMS) quando os resultados dos testes estavam prontos. Além disso, todos os participantes preferiram receber seus resultados de teste on-line.
Os motivos são facilmente identificáveis: 77% dos participantes apontaram economia de tempo para a escolha desse modo, seguida pela redução da chance de perder os resultados, 31% dos pacientes. A segurança também foi apontada como um dos motivos por 40% dos participantes.
Os pacientes envolvidos na pesquisa também mostraram a preocupação com a confidencialidade e a segurança das informações. Neste sentido, fica o alerta e lição de casa: antes de usar tecnologias on-line, recomenda-se implementar medidas de segurança necessárias para proteger a privacidade do paciente.
Se você não pode acompanhar o Seminário "Incorporação de Tecnologias na Saúde Suplementar", que realizamos no dia 31 de maio, no Rio de Janeiro, mas gostaria de ver as palestras do evento, essa é sua chance. Se você esteve no seminário, agora pode rever as apresentações.
Além de fotos e das palestras, agora acrescentamos os vídeos com as apresentações dos palestrantes e o debate à página do evento. Se preferir, você também pode acessar diretamente pela lista abaixo:
Abertura: Luiz Augusto Carneiro, Superintendente executivo do IESS
Debate: Incorporação de tecnologias em saúde com sustentabilidade
Estudos internacionais estimam que, desde a década de 1960, a adoção de novas tecnologias representa até 48% do crescimento de custos na saúde dos Estados Unidos. No Brasil, essa situação pode ser mais grave, provocada, entre outros fatores, pela ausência de critérios técnicos que considerem os impactos econômicos na incorporação de novas tecnologias.
Nesse contexto, o uso de instrumentos de Avaliação de Tecnologia em Saúde (ATS) se torna um fator essencial na saúde brasileira.
É para analisar as consequências provocadas pela ausência de ATS no Brasil, entender como esse instrumento pode ser adotado e conhecer os benefícios obtidos internacionalmente que o IESS realiza um evento inédito com alguns dos mais importantes especialistas nesse tema. Um debate fundamental para garantir a sustentabilidade do setor.
Confira a programação completa e inscreva-se gratuitamente, mas atenção, as vagas estão acabando!
A Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) é, como já mostramos aqui no Blog, fundamental para o processo de incorporação de novas tecnologias na saúde.
O estudo “Hospital-based health technology assessment (HTA) in Finland: a case study on collaboration between hospitals and the national HTA unit”, publicado na 12ª edição do Boletim Científico com o título “Avaliação de tecnologias em saúde (ATS) em hospitais da Finlândia: um estudo de caso sobre a colaboração entre hospitais e a unidade nacional de ATS”, analisou os resultados de um programa de colaboração entre hospitais finlandeses e a agência de ATS da Finlândia.
O estudo acompanhou os frutos da parceria por sete anos e detectou que apesar de terem sido gerados relatórios com qualidade técnica para auxiliar os processos de incorporação de novas tecnologias naqueles hospitais, não houve aumento da transparência no processo decisório ou emprego das informações disponíveis.
Os autores especulam que isso acontece porque não há uma regulamentação exigindo o uso de ATS, o que permite que os hospitais e outros prestadores de serviço de saúde possam adotar novas tecnologias de acordo com seus próprios critérios, o que nem sempre significa privilegiar o melhor desfecho clínico ou respeitar critérios de custo-efetividade.
Se você se interessa por esse assunto, não deixe de participar do “Seminário Incorporação de Tecnologias na Saúde Suplementar”, que iremos realizar no dia 31 de maio, a partir das 8h, no Hotel Hilton Rio de Janeiro (Av. Atlântica, 1020). Confira a programação completa e inscreva-se gratuitamente, mas atenção, as vagas estão acabando.
Um dos assuntos que mais discutimos são as maneiras de diminuir os custos do sistema de saúde sem diminuir a qualidade. Nesse sentido, o estudo “Quality and Safety in Health Care, Part VII - Lower Costs and Higher Quality”, publicado na 11º edição do Boletim Científico com o título "Qualidade e Segurança em saúde - Custos mais baixos e maior qualidade", elenca uma lista de medidas que podem gerar bons resultados.
Dentre elas, as principais são:
1.Ter melhores diretrizes clínicas – as decisões tomadas pelos médicos devem ser feitas de acordo com as melhores evidências científicas conhecidas;
2.Ter mais pesquisa de comparação de efetividade entre tecnologias (ATS);
3.Desenvolver um “sistema de aprendizagem em saúde” – uma nova informação em saúde deve ser rapidamente aprendida por pacientes e médicos e todos devem ter acesso a ela; e,
4.Reduzir erros e fraudes.
Se você se interessa por esse tema, não pode perder o “Seminário Incorporação de Tecnologias na Saúde Suplementar”, que iremos realizar no dia 31 de maio, a partir das 8h, no Hotel Hilton Rio de Janeiro (Av. Atlântica, 1020), para debater critérios de custo-efetividade na adoção de novas tecnologias. Confira a programação completa e inscreva-se gratuitamente, mas atenção, as vagas são limitadas!
Ontem, aqui no blog, falamos sobre a importância da adoção de novas tecnologias como um dos principais fatores de expansão de custos do setor. Especialmente porque faltam critérios de custo-efetividade para sua adoção e estudos de ATS. Hoje, contudo, temos um exemplo prático de como essas novas tecnologias podem ser benéficas para a saúde suplementar: os aplicativos de dispositivos móveis voltados à saúde.
O uso da tecnologia e o número de usuários que utilizam de dispositivos móveis para agendamento de consultas e exames médicos online, via aplicativos, só cresce no Brasil e no mundo. Mas como isso é importante para a saúde suplementar? Um dos benefícios é oferecer mais a agilidade aos usuários de planos de saúde, facilitando a relação dos beneficiários com a operadora. Há também aplicativos que podem ser empregadas para a auxiliar o paciente a ter mais cuidado com a própria saúde. Assunto que também já abordamos por aqui.
Todas essas possibilidades e funções acabam favorecendo não só o beneficiário de planos, mas sim toda a cadeia de saúde. As novas tecnologias oferecem inúmeras oportunidades para aprimorar os processos de atenção à saúde e, inclusive, garantir mais qualidade de vida às pessoas. Só precisamos aprender a separar aquelas que realmente são custo-efetivas das demais.
Ontem,aqui no Blog, falamos sobre a falta de critérios claros de avaliação de custo efetividade para incorporar novas tecnologias na saúde suplementar. O que termina por encarecer e até mesmo comprometer a sustentabilidade do setor. Porém, obviamente, há tecnologias que podem ser empregadas para a facilitar a relação dos beneficiários com a operadora e mesmo auxiliar o paciente a ter mais cuidado com a própria saúde. É o caso, por exemplo, de aplicativos em dispositivos móveis, cada vez mais presentes no nosso dia a dia.
A lista de possibilidades é extensa. Há aplicativos para ajudar a controlar o peso, para se alimentar melhor, para lembrar de tomar remédios nas doses e horários corretos e até para engajar e integrar paciente, médico, indústria, operadoras de saúde, farmácias.
A própria ANS possui um aplicativo que disponibiliza informações como: dados das operadoras; reajuste de planos individuais e familiares; e, consulta sobre a cobertura obrigatória de acordo com o plano de saúde contratado.
Muitas operadoras de planos de saúde também possuem aplicativos para facilitar o contato com seus beneficiários, tirar dúvidas, encontrar médicos, hospitais, laboratórios e outros serviços credenciados cobertos pelo plano. Contudo, comparando o total de downloads desses aplicativos e o número de vínculos, não é difícil perceber que ainda é muito baixa a parcela de beneficiários que conhece ou utiliza esses recursos.
Todas essas funções trazem benefícios não só para o paciente, mas sim para toda a cadeia do setor de saúde suplementar, prova disso é o estudo “Mobile Health Apps to Facilitate Self-Care: A Qualitative Study of User Experiences”, publicado no 13º Boletim Científico com o título "Aplicativos móveis de saúde para facilitar o autocuidado: um estudo qualitativo das experiências dos usuários", que acompanhou usuários para saber até que ponto esses aplicativos são realmente eficazes em promover uma mudança comportamental e, efetivamente, auxiliar as pessoas a cuidarem melhor da própria saúde. Os resultados são positivos, como já apontamos aqui.
Só falta os beneficiários descobrirem que podem contar com eles.
No Brasil, com temos apontado inúmeras vezes aqui no Blog, ainda estamos engatinhando quando o assunto é adoção de critérios de custo-efetividade para a incorporação de novas tecnologias na saúde suplementar.
Por outro lado, há países que não só adotam a Avaliação de Tecnologia da Saúde (ATS) como um procedimento básico há anos, mas que debatem quais devem ser os parâmetros para aperfeiçoar essa avaliação.
Como a adoção de ATS para a saúde suplementar, por aqui, ainda não foi adotada, podemos nos valer da experiência internacional para estruturar o melhor modelo de avaliação possível. Com isso em mente, recomendamos a leitura do artigo “Changing Health Technology Assessment Paradigms?”, publicado na última edição do Boletim Científico com o título “Mudando os paradigmas da avaliação de tecnologia da saúde?”, que resume os debates do Fórum de Avaliação de Tecnologia da Saúde (ATS) 2016, nos Estados Unidos.
A utilização de aplicativos de dispositivos móveis, como celulares, para cuidar da saúde é uma realidade cada vez mais presente no nosso dia a dia. Mas até que ponto esses aplicativos são realmente eficazes em promover uma mudança comportamental e, efetivamente, auxiliar as pessoas a cuidarem melhor da própria saúde?
No último Boletim Científico apresentamos o estudo “Mobile Health Apps to Facilitate Self-Care: A Qualitative Study of User Experiences” (Aplicativos móveis de saúde para facilitar o autocuidado: um estudo qualitativo das experiências dos usuários, em tradução livre), que busca responder exatamente essa pergunta. E os resultados são positivos.
O estudo acompanhou a utilização de aplicativos para o controle de doenças crônicas, como diabetes, asma, doença celíaca, pressão arterial e enxaqueca crônica, mas também para gestão da dor, depressão, irregularidade do ciclo menstrual e exercícios físicos. De acordo com os pesquisadores, foram detectados benefícios como maior autoconsciência e autogestão da doença e capacidade de enviar dados para profissionais de saúde sem necessitar de visitas repetidas, entre outros.
Contudo, a pesquisa apontou, também, que a taxa de utilização dos aplicativos tende a cair após as primeiras semanas de uso, quando os objetivos iniciais são alcançados. O que constitui um desafio de adaptação para manter os pacientes engajados e mais ativos em relação a própria saúde.