A experiência do Hospital Mãe de Deus na Adoção de Indicadores de Qualidade
A visão da ANS e objetivos para adoção de indicadores de qualidade na saúde suplementar
Como o The Leapfrog Group atua e transforma os hospitais norte-americanos
Como o Ministério da Saúde pretende atuar para a adoção e transparência de indicadores de qualidade
Propostas de ações e meios para se implementar indicadores de qualidade na saúde no Brasil
A repercussão dos indicadores de qualidade na saúde para o desempenho de OPS
Nos últimos dias, temos falado dos impactos causados por eventos adversos em hospitais, seja no número de vidas perdidas ou no total de recursos financeiros desperdiçados, e da importância de se dar transparência aos eventos adversos para que possamos enfrentá-los.
Hoje, apresentamos dois exemplos práticos de como a adoção de indicadores de qualidade e a transparência deles podem ajudar nesse processo. Os dois casos foram relatados por Matt Austin, pesquisador e professor da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins e supervisor científico de Pesquisa Hospitalar do The Leapfrog Group (EUA) durante sua apresentação no seminário internacional "Indicadores de qualidade e segurança do paciente na prestação de serviços na saúde", que realizamos no dia 26 de outubro no Hotel Renaissance, em São Paulo.
No primeiro caso, o acompanhamento de partos eletivos entre a 37° e a 39° semanas de gravidez para mulheres que nunca tiveram filhos e carregam apenas uma criança na posição cefálica (com a cabeça para baixo) – ou seja, partos de baixo risco – indicou que apesar de a indicação nacional ser para que esses partos (cesarianos ou induzidos) aconteçam no máximo em 23,9% dos casos, 60% dos hospitais-maternidade nos Estados Unidos estavam realizando-os com mais frequência do que o indicado.
Além disso, apesar de a gestação ser considerada completa a partir da 37° semana, de acordo com o padrão daquele país, os bebês nascidos de partos induzidos ou cesarianas nesse período apresentaram maior incidência de problemas respiratórios e problemas de desenvolvimento cerebral. O que indica que as duas últimas semanas são muito importantes em termos de desenvolvimento dos sistemas respiratório e nervoso.
No começo da pesquisa, cerca de 17% dos bebês nos Estados Unidos nasciam nessas condições. Frente aos resultados, foi feita uma mobilização nacional para reduzir esse número para 5% dos recém-nascidos. O programa foi um sucesso e, de acordo com os dados do The Leapfrog Group, apenas 2,8% dos bebês, hoje, nascem de partos eletivos antes da 39° semana.
O segundo caso, também emblemático, aconteceu no estado americano do Maine, e mostra a força que os pacientes têm para exigir que indicadores de qualidades sejam adotados pelos hospitais e seus resultados sejam publicados de maneira transparente.
No Maine, a maior parte dos planos de saúde é contratada pelo estado para os seus servidores. Para estimular os servidores estaduais a buscar prestadores de serviços que apresentavam alto desempenho de acordo com a Pesquisa Leapfrog de Qualidade, os servidores não teriam que pagar a franquia quando fossem nesses hospitais. Por outro lado, ao se consultar em um hospital que não foi bem avaliado, os servidores teriam que pagar a franquia de US$ 250.
Muitos dos servidores ficaram chateados, de acordo com o relato de Austin, e começaram a cobrar os hospitais a adoção de indicadores e a participação na pesquisa. Hoje, 100% dos hospitais daquele estado participam da pesquisa, com a apresentação de melhoras expressivas de qualidade e seis deles figuram entre os melhores dos Estados Unidos.
O uso dos produtos com contas de poupança de saúde e franquias anuais
A incorporação de novas tecnologias em saúde é um dos assuntos que mais abordamos aqui no Blog, seja pela necessidade de critérios de custo-efetividade para sua adoção ou pelo potencial intrínseco de auxiliar o setor a obter ganhos de efetividade com melhores práticas de gestão. Essa questão é o foco da palestra “O uso de novas tecnologias para tornar a gestão da saúde mais eficiente”, realizada pelo diretor executivo da Accenture, André Martins, no seminário do IESS “Tecnologia na Saúde Suplementar”
Segundo Martins, o setor de saúde precisa passar por uma etapa que outras indústrias já passaram e convergir a tecnologia da informação em prol da gestão do setor e da entrega de mais qualidade de vida para os pacientes. “Temos visto oportunidades de uso da tecnologia para geração de valor e otimização, como a visão integrada do paciente, a computação cognitiva, a gestão de saúde populacional e uma das áreas que deve ter maior avanço é a de big data”, exemplifica.
Se você se interesa pelo tema, sugerimos que assista a palestra na íntegra.