Faltam apenas 5 dias para o encerramento das inscrições para o IX Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar. O que significa que, até 15 de outubro, você ainda pode inscrever seu estudo e ajudar a criar as bases para o aprimoramento do setor.
Tá esperando o quê? Se você tem um trabalho de conclusão de curso de pós-graduação (especialização, MBA, mestrado ou doutorado) com foco em saúde suplementar nas áreas de Economia, Direito e Ptromoção de Saúde e Qualidade de Vida e Gestão em Saúde, consulte o regulamento e faça sua inscrição gratuitamente agora mesmo.
Ah, o prazo limite para inscrição de pôsteres também é dia 15 de outubro. Vale lembrar, para inscrever um pôster você não precisa estar ligado a um curso de pós-graduação, nem mesmo a uma universidade. Também são aceitos trabalhos desenvolvidos em empresas, instituições de classe, graduação ou outra entidade. E não há limite de pôster por autor.
Ainda tentando decidir se você deve inscrever seu trabalho? Confira a opinião dos avaliadores Alberto Ogata e Luiz Felipe Conde.
Atenção, não haverá prorrogação!
Boa sorte!
O mercado de planos exclusivamente odontológicos segue como destaque positivo na saúde suplementar brasileira. A nova edição da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), aponta que, entre agosto deste ano e o mesmo mês do ano passado, houve crescimento de 5,7% no total de beneficiários exclusivamente odontológicos, correspondendo a 1,3 milhão de novos contratos.
Com isso, o segmento ultrapassou a marca de 25 milhões de vínculos, o maior número já registrado, o que representa 12% da população nacional. O total de vidas nessa modalidade tem crescido de forma contínua desde o momento que passaram a ser mensurados.
Considerando toda a série histórica, que se inicia em 2000, foram adicionados 22,5 milhões de vínculos neste período, equivalente à população do Estado de Minas Gerais, por exemplo.
Conforme já mostramos na pesquisa IESS/Ibope, o crescimento do setor está sendo impulsionado pela satisfação dos beneficiários e pela propaganda boca a boca, já que 91% dos entrevistados têm intenção de continuar com o plano que possuem e 93% o recomendariam para amigos e parentes.
Vale lembrar que o segmento tem se beneficiado de custos mais acessíveis em relação aos planos médico-hospitalares. Claro que a marca de mais de 25 milhões de vidas representa um avanço, mas o mercado ainda está longe de alcançar seu potencial. Isso porque a taxa de cobertura dessa modalidade de planos de saúde está em 11,9%.
O bom desempenho no período é justificado pelo aumento no número de beneficiários em todas as regiões do País. Se em porcentual a região Norte impressiona, com variação de 12,8%, com mais de 131 mil novos vínculos, em números absolutos o destaque fica para a região Sudeste. O expressivo resultado de mais de 838 mil novos beneficiários na região foi puxado pelo bom desempenho do Estado de São Paulo, com cerca de 550 mil novas vidas.
A análise completa será apresentada na 39º edição da NAB. Continue acompanhando aqui nos próximos dias.
De acordo com a pesquisa IESS/Ibope, pouco mais de um quarto (26%) dos brasileiros sem planos de saúde faz uso de serviços médicos por acompanhamento, rotina ou prevenção. Além disso, quase metade (49%) só procuram ajuda médica quando é necessário ou extremamente necessário.
Por outro lado, entre os beneficiários de planos, a situação é inversa. Sendo que o principal motivo para usar os serviços de saúde, apontado por 43% dos entrevistados, é por rotina e prevenção. A nosso ver, a diferença de comportamento acaba por influenciar diretamente a qualidade de vida da população, como pode ser percebido nos números detectados pelo levantamento.
A proporção de beneficiários e não beneficiários que procuram atendimento médico em caso de necessidade é praticamente a mesma. Entre os que possuem plano de saúde, 24% apontam esse uso na pesquisa e, entre a população geral, 25%. Entretanto, quando olhamos para o uso de serviços médicos por conta de extrema necessidade ou emergência, a diferença é nítida. Enquanto 24% dos não beneficiários procuram assistência médica por esse motivo, apenas 14% daqueles que têm planos médico-hospitalares fazem o mesmo. Ou seja, com o aumento do cuidado preventivo, temos uma redução dos casos de emergência.
O que é positivo para o beneficiário, que está ganhando em qualidade de vida, mas também para o sistema como um todo, que pode aplicar seus recursos de forma mais efetiva em promoção de saúde ao invés de ter que focar no tratamento de condições mais severas.
Outra diferença detectada na pesquisa é a utilização de serviços médicos por necessidade de cuidados constantes, como no tratamento de doenças crônicas. Enquanto 13% da população geral afirma precisar desse tipo de cuidado, entre os beneficiários o número sobe para 18%.
Acreditamos que há dois importantes aspectos que precisam ser considerados neste cenário. Primeiro, que a idade média daqueles que têm vínculo com plano de saúde tende a ser ligeiramente superior à dos não beneficiários, inclusive por conta dos cuidados preventivos tomados ao longo da vida. Como é esperado que doenças crônicas e outras patologias que demandam atenção continuada se manifestem com mais frequência em idades avançadas, esse pode ser considerado um resultado natural. O outro aspecto é que muitos brasileiros passam a contar com um plano de saúde justamente por se sentirem mais seguros para receber esse tipo de tratamento contínuo.
A pesquisa do Ibope indica que 48% dos beneficiários afirmam que a principal razão para ter o plano é a segurança e o respaldo com relação à própria saúde e que 14% dos não beneficiários desejam ter o plano justamente por necessitarem de acompanhamento médico constante.
Quer saber mais sobre o uso de serviços de saúde no Brasil? Continue acompanhando nosso Blog.
Em agosto deste ano, o mercado de planos de saúde médico-hospitalares registrou o melhor saldo mensal desde outubro de 2017. Os dados estão na Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB) que acabamos de divulgar. Com avanço de 0,4%, o saldo para o mês ficou em mais de 190 mil novos vínculos.
O resultado está relacionado com o desempenho do mercado de trabalho nacional. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram que, em agosto, a produção da indústria brasileira encerrou três meses de perdas e registrou o melhor resultado em cinco anos com alta de 0,8% em relação a julho. Apesar de ser apenas um primeiro sinal, esta ligeira alta pode representar o início de uma retomada efetiva da produção industrial e da criação de novas vagas de emprego e mais beneficiários de planos médico-hospitalares.
O executivo ainda lembra que publicação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou que o Índice de Medo do Desemprego caiu 1,1 ponto em setembro desse ano. A pesquisa é trimestral, então a base de comparação é junho desse ano. A queda indica que as famílias também estão mais confiantes para adquirir novos produtos e serviços, inclusive de assistência privada à saúde. Vale lembrar que o plano de saúde é o terceiro maior item de desejo do brasileiro, atrás apenas de educação e casa própria segundo a pesquisa IESS/Ibope.
O boletim voltou a registrar ligeira variação positiva de 0,1% entre agosto deste ano e o mesmo mês de 2018, o que representa cerca de 49 mil novos vínculos firmados nesse período. Em números absolutos, Minas Gerais registrou aumento de 51 mil novos vínculos, ou 1,0%. No entanto, o Rio Grande do Sul registrou perda de 44.871 beneficiários no período de 12 meses.
A análise completa será apresentada na 39º edição da NAB.
O prazo para inscrições na mais importante premiação de trabalhos acadêmicos com foco em saúde suplementar, o Prêmio IESS, está acabando e não teremos novas prorrogações. Até 15 de outubro, contudo, há tempo de inscrever seu trabalho e ajudar a criar novas bases para o desenvolvimento do setor.
Está com dúvidas? Não sabe direito qual a relevância do Prêmio IESS? Então confira a opinião do presidente da Comissão de Saúde Suplementar da seccional Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) e avaliador da categoria Direito do Prêmio IESS, Luiz Felipe Conde.
Blog do IESS – Qual a importância do Prêmio IESS para o mercado?
Luiz Felipe Conde – Estamos na 9° edição do Prêmio e ele tem, cada vez mais, revelado talentos e produções que engrandecem a academia de saúde suplementar. Estamos formando uma literatura de saúde suplementar, quer seja no campo jurídico, econômico ou no de atenção e gestão.
É preciso notar que o País ainda conta com poucos centros acadêmicos focados nestes temas. O que acaba fazendo com que a produção acadêmica com foco em saúde suplementar também não tenha um volume tão grande quanto julgamos adequado. O Prêmio IESS tem estimulado a produção de conteúdo nessas áreas e acredito que é isso que torna essa iniciativa tão importante.
O Prêmio IESS está levando a pesquisa acadêmica com foco em saúde suplementar à idade da razão.
Blog – E para os pesquisadores, qual a importância desta iniciativa?
Conde – O Prêmio dá uma grande visibilidade aos vencedores, seja aos 1° colocados, 2° ou àqueles que recebem uma menção honrosa. Quem alcança uma dessas láureas é erigido a um patamar diferenciado. O mercado e a academia já reconhecem isso.
Então, o laureado recebe uma publicidade e uma mídia espontânea ao vencer o Prêmio que é muito importante para sua carreira, seja para continuar na academia ou para avançar com outros projetos.
Se você fizer uma retrospectiva, todos os vencedores do Prêmio se destacaram em suas áreas nos anos seguintes à premiação.
Blog – Um diferencial dos trabalhos vencedores é analisar questões muito importantes para o futuro do mercado, sugerindo opções para lidar com problemas atuais. Nesse sentido, que temas você espera ver nas próximas edições do Prêmio IESS?
Conde – A Lei da Liberdade Econômica, recém aprovada, introduz uma série de mudanças no mercado nacional e precisamos entender quais as relações que a nova legislação irá modificar no arcabouço regulatório do setor de saúde. Quais serão os efeitos da nova lei?
Especialmente, como se converge a questão da liberdade econômica com uma regulação excessiva como a que existe na saúde suplementar?
Claro que ninguém terá tempo de avaliar essa questão para o Prêmio deste ano, mas para o próximo, certamente é um assunto que espero ver bastante explorado. Outro tema importantíssimo é a nova Lei Geral de Proteção de Dados, que entra em vigor em agosto de 2020.
Eu acredito que muitas das respostas que o mercado está ansioso por obter com relação a estes assuntos virão de trabalhos vencedores no Prêmio IESS.
E então, se resolveu? Não perca mais tempo. Consulte o regulamento e inscreva-se agora!
A incorporação de novas tecnologias é um dos temas mais sensíveis para a saúde, sendo um dos principais impulsionadores dos custos do setor no mundo. Por isso, é um dos assuntos que mais buscamos analisar aqui no Blog e no portal IESS como um todo. O tema já foi abordado 158 posts do blog (159, contando com este), 29 vídeos, 25 estudos, e 21 apresentações em eventos. Todo esse material pode ser acessado facilmente em nossa Área Temática.
Claro, como já falamos aqui, a inovação tecnológica é boa e desejada, mas precisamos ponderar bem em que casos ela deve ser empregada e, principalmente, que não há como prover tudo o tempo todo para todos. Para garantir equilíbrio, a Avaliação de Tecnologia em Saúde (ATS), em moldes semelhantes ao que o Conitec faz para o Sistema Único de Saúde (SUS), é fundamental.
Ou seja, acreditamos que antes de uma nova tecnologia ser incorporada na saúde suplementar é necessário um extenso processo avaliatório com critérios bem claros para indicar em que casos a nova tecnologia é ou não eficiente, bem como sua relevância frente ao uso de outros dispositivos.
Apenas para ter um exemplo prático e claro: a tomografia computadorizada é um exame reconhecidamente efetivo para diversos casos, especialmente para a detecção de câncer, mas há outros que um simples raio x pode resolver. Quando uma criança bate a cabeça e é levada ao hospital, por exemplo, é mais prático e seguro para a própria criança tirar uma radiografia e colocá-la em observação do que tentar manter a criança imóvel para passar por um tomógrafo que emite uma quantidade maior de radiação. Realizar os dois exames, então, nos parece completamente descabido.
Claro que há outras questões que podem contribuir para o uso mais eficiente dos recursos de saúde e para que a incorporação de novas tecnologias não tenha um impacto tão elevado nos custos do setor, como a mudança do modelo de remuneração dos prestadores de serviços de saúde, comentada aqui, o emprego de recursos como franquia e coparticipação para trazer o beneficiário mais para perto do processo decisório, como analisamos aqui, e mesmo uma mudança de consciência dos próprios beneficiários, como destacamos recentemente.
Entendemos, contudo, que nada disso deve ser empecilho para o setor procurar adotar ações mais claras e avançar na Avaliação de Tecnologias em Saúde.
Você tem um trabalho sobre esse assunto? Que tal exibir sua ideia para pesquisadores e gestores do setor durante a cerimônia de entrega do IX Prêmio IESS? Confira o regulamento e inscreva seu pôster. Você tem até 15 de outubro!
O Brasil está passando por um processo de envelhecimento e, entre os beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares, essa mudança demográfica é ainda mais intensa. Apenas nos 12 meses encerrados em julho de 2019, 141,6 mil beneficiários passaram a ter 80 anos ou mais, conforme mostra a análise especial da NAB.
Além disso, agrupando os beneficiários por faixas etárias, o total de vínculos com pessoas de 60 anos ou mais é o único que cresceu no País ao longo desse período. Há 148,5 mil beneficiários nessa faixa etária a mais do que havia em julho de 2018. Por outro lado, o total de vínculos com pessoas de 19 anos ou menos encolheu 71,3 mil e o total de beneficiários com idades entre 20 anos e 59 anos apresentou retração de 210,5 mil vínculos. Confira:
Olhando as faixas etárias de cinco em cinco anos, o total de vínculos com pessoas de 40 anos a 44 anos também apresentou um resultado positivo bastante interessante, com acréscimo de 136,8 mil vínculos nos 12 meses encerrados em julho de 2019. Alta de 3,6%. Proporcionalmente, o resultado só não é mais expressivo que o de beneficiários com mais de 80 anos, que avançou 3,8% no período. Em números absolutos, contudo, o resultado é mais modesto. Foram 42,9 mil novos vínculos no total.
Quer saber mais sobre como o envelhecimento da população brasileira está influenciando o setor de saúde suplementar? Os números detalhados estão disponíveis no IESSdata e, além disso, todos os nossos 111 blogs, 18 estudos e 25 vídeos, entre outros materiais sobre o assunto podem ser acessados facilmente por meio da Área Temática.
Hoje, o Outubro Rosa é uma campanha mundialmente conhecida por sua importância na detecção precoce do câncer de mama, mas nem sempre foi assim. A iniciativa começou a ganhar força com organização da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York (EUA), em 1990, pela Fundação Susan G. Komen, mas demorou para se espalhar pelo mundo. No Brasil, começou a ter relevância a partir de 2008, quando entidades como a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), o Instituto Oncoguia – ONG líder da Iniciativa Global Komen no Brasil – e o Instituto Nacional de Câncer (INCA) se uniram para iluminar importantes marcos como o Cristo Redentor e “jogar luz” sobre a questão.
No mundo todo, o câncer de mama é o segundo tipo da doença mais frequente entre as mulheres, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. A cada ano, são registrados cerca de 2,1 milhões de novos casos da doença ao redor do globo, sendo que quase 60 mil se concentram no Brasil de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Apenas em 2018, ainda segundo a OMS, cerca de 627 mil mulheres faleceram em decorrência da doença. O que torna vital campanhas de promoção de saúde como o Outubro Rosa, já que diagnosticar o câncer precocemente aumenta significantemente as chances de cura. O Instituto Oncoguia aponta que 95% dos casos identificados em estágio inicial têm boas possibilidades de cura.
Para que isso ocorra, o INCA reforça que é necessário atenção aos seguintes sinais:
• Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher
• Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja
• Alterações no bico do peito (mamilo)
• Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço
• Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos
Caso qualquer um desses sintomas seja percebido, o ideal é procurar um médico para uma avaliação completa. Nesses casos, pode se mostrar necessário uma mamografia, mas atenção: o exame não é suficiente para determinar a existência de câncer. É fundamental a confirmação diagnóstica por meio da biópsia de uma parte do nódulo ou da lesão detectado.
Além disso, vale destacar que o melhor método para a detecção desses sintomas é o autoexame, sendo que a mamografia é recomendada apenas para confirmar uma alteração após um exame médico ou em pessoas com histórico familiar da doença.
Para quem não se encontra em uma dessas situações, o Ministério da Saúde recomenda que a mamografia de rastreamento (exame realizado quando não há sinais nem sintomas suspeitos) seja feita uma vez a cada dois anos apenas por mulheres entre 50 anos e 69 anos.
Na última semana, aqui no Blog, comentamos o TD 75 – Mecanismos Financeiros de Regulação: conceitos e impactos no sistema de saúde suplementar – e a necessidade de desmistificarmos ferramentas como a franquia para possibilitar que mais brasileiros realizem o sonho de ter um de plano médico-hospitalar. O 3° maior desejo da população segundo pesquisa IESS/Ibope, já apresentada aqui.
Hoje, vamos apresentar exemplos de como o recurso é empregado com sucesso em outros países.
Estados Unidos
Nesse País, fatores moderadores são regulados pelo governo desde a década de 1970 com o intuito de garantir a sustentabilidade do sistema. As coparticipações para consultas médicas podem variar de US$ 10 a US$ 20 para contratos coletivos empresariais e, para os contratos individuais, a taxa varia de 20% a 40% do valor da consulta.
Entre as diversas alternativas disponíveis no mercado norte-americano, se destacam os planos com poupança e franquia anual conhecidos como Health Saving Accounts (HSA). Trata-se, na verdade, de um plano com franquia associado a uma aplicação em poupança com regime de tributação especial em que os montantes aplicados devem ser utilizados para pagar os custos out-of-pocket até que o valor da franquia seja alcançado. A modalidade já foi explicada detalhadamente aqui no blog.
França
O sistema de saúde público francês oferece uma ampla cobertura de serviços médico-hospitalares para a população, mas todos com taxa de coparticipação. Os valores variam de acordo com o serviço:
•30% para atendimento ambulatorial (clínico-geral e especialistas)
•20% para pronto-socorro com medicamentos
•€ 8,7 por dia de internação e uma cobrança máxima de 14 dias por ano
Um estudo francês acompanhou o uso dos serviços de saúde de 1990 a 2000 e verificou que o sistema levou as pessoas com menos recursos a diminuir a frequência de utilização nos serviços ambulatoriais e aumentar as taxas de internações. Já a população com mais condições financeiras passou a utilizar mais os serviços ambulatoriais e tiveram queda na taxa de internações. Indicando que o recurso exige mecanismos para possibilitar o uso de exames e consultas com finalidade preventiva sem a cobrança de coparticipação.
Portugal
Desde a década de 1990, a coparticipação é utilizada como fator moderador no Sistema Nacional de Saúde (SNS, o SUS português). Nesse País, alguns serviços, especialmente os programas e medidas de prevenção e promoção de cuidados de saúde, não apresentam taxas moderadoras para evitar que parte da população tenha um estímulo negativo, como aconteceu na França.
Ao Invés de trabalhar com porcentuais dos valores pagos por serviços de saúde, Portugal adota uma tabela com valor fixo baixo para consultas e atendimentos de emergência que variam de € 2,50 a € 18. O que reforça o caráter educativo do sistema.
Além disso, há uma lista de pessoas que não precisam arcar com essas taxas, como grávidas, crianças com até 12 anos, pessoas com insuficiência econômica e doadores de sangue, entre outros.
Suíça
O governo local determina o valor mínimo para franquia de planos de saúde em Fr$ 300 e o máximo em Fr$ 2.500, sendo que menores de 18 anos estão isentos dessa cobrança. Após atingir a franquia do plano, os beneficiários têm uma taxa de coparticipação igual a 10% do serviço utilizado até chegar ao total de Fr$ 700 para adultos e Fr$ 350 para crianças.
Nas últimas semanas, como forma tanto de reconhecimento quanto de incentivo à produção acadêmica em saúde suplementar, temos divulgado entrevistas com os vencedores da edição 2018 do Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar: Marília Raulino, José Maria dos Santos Jr. e Lucas Clemente.
Outras ainda estão por vir, mas hoje queríamos apresentar o depoimento de um vencedor de uma edição um pouco mais antiga. Samir José Caetano Martins, foi o vencedor da categoria Direito do V Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar (edição de 2015), com o trabalho “Unimilitância médica: A posição do Superior Tribunal de Justiça à luz da regulação da concorrência” – já analisado aqui.
Mas Samir também conquistou uma segunda vitória, foi o primeiro vencedor do Prêmio IESS a se tornar orientador de um trabalho vencedor. No caso em questão, “A saúde suplementar e a cobertura de medicamentos sem registro na Anvisa”, de Antonio José Accetta Vianna, vencedor da categoria Direito no VIII Prêmio IESS (edição 2018).
Confira o que Samir tem a dizer sobre o Prêmio IESS e o fato histórico.
Blog do IESS – Você já conhece e acompanha o IESS faz algum tempo, como avalia Instituto?
Samir José Caetano Martins – O IESS é fundamental para estimular a produção acadêmica na área de saúde suplementar. O que, por sua vez, estimulando bastante a reflexão sobre tema contribui para o desenvolvimento do setor no País.
Blog – Qual a importância do Prêmio IESS nesse cenário?
Samir – O Prêmio IESS é um incentivo importante para a divulgação de reflexões teóricas sobre o setor de saúde suplementar, contribuindo para a construção de uma ponte entre a academia e o mercado, que é muito necessária. Fora isso, é uma importante iniciativa para estimular a produção científica e a qualificação dos profissionais do setor.
Blog – Você foi a primeira pessoa a vencer uma edição do Prêmio IESS e orientar um trabalho vencedor de outra. Como se sente com isso?
Samir – É incrível. Eu tive a oportunidade de conhecer e me tornar amigo do Antonio (José Accetta Vianna), então também há esse lado que me deixa muito feliz por ele.
Mas como orientador, isso me enche de orgulho. É o sonho de qualquer professor ver seus alunos prosperando e sendo bem-sucedidos. É uma realização.
Blog – E como pesquisador, você está desenvolvendo algum trabalho?
Samir – No momento, não. Meu foco principal tem sido orientar meus alunos e acredito que ainda vou continuar assim por algum tempo.
Blog – Mas se fosse produzir uma pesquisa, voltaria a se inscrever no Prêmio IESS?
Samir – Com certeza. O Prêmio foi muito importante para mim e sempre o recomendo a todos meus alunos. O IESS é uma instituição muito credenciada, com qualidade. Seja nas pesquisas, eventos ou em iniciativas como Prêmio. Acho, inclusive, que a entidade poderia aproveitar essa expertise para realizar mais seminários, workshops e elaborar e ministrar cursos de pós-graduação. Seria um ganho para o setor.
Faltam apenas duas semanas para acabar o prazo de inscrição no IX Prêmio IESS, mas ainda dá tempo de ler o regulamento e inscrever seu trabalho de pós-graduação ou pôster. Tá esperando o quê?