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Outubro 2019
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O Brasil está passando por um processo de envelhecimento e, entre os beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares, essa mudança demográfica é ainda mais intensa. Apenas nos 12 meses encerrados em julho de 2019, 141,6 mil beneficiários passaram a ter 80 anos ou mais, conforme mostra a análise especial da NAB

Além disso, agrupando os beneficiários por faixas etárias, o total de vínculos com pessoas de 60 anos ou mais é o único que cresceu no País ao longo desse período. Há 148,5 mil beneficiários nessa faixa etária a mais do que havia em julho de 2018. Por outro lado, o total de vínculos com pessoas de 19 anos ou menos encolheu 71,3 mil e o total de beneficiários com idades entre 20 anos e 59 anos apresentou retração de 210,5 mil vínculos. Confira: 

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Olhando as faixas etárias de cinco em cinco anos, o total de vínculos com pessoas de 40 anos a 44 anos também apresentou um resultado positivo bastante interessante, com acréscimo de 136,8 mil vínculos nos 12 meses encerrados em julho de 2019. Alta de 3,6%. Proporcionalmente, o resultado só não é mais expressivo que o de beneficiários com mais de 80 anos, que avançou 3,8% no período. Em números absolutos, contudo, o resultado é mais modesto. Foram 42,9 mil novos vínculos no total. 

Quer saber mais sobre como o envelhecimento da população brasileira está influenciando o setor de saúde suplementar? Os números detalhados estão disponíveis no IESSdata e, além disso, todos os nossos 111 blogs, 18 estudos e 25 vídeos, entre outros materiais sobre o assunto podem ser acessados facilmente por meio da Área Temática

Agosto 2019
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Com o avanço da medicina ao longo das últimas décadas, houve um ganho expressivo em expectativa de vida e, mais importante, expectativa de vida com qualidade. Ao mesmo tempo, logicamente, aumentaram as ocorrências de doenças crônicas e multimorbidade, já que, com a idade, tendem a aumentar os problemas de locomoção e cognição, bem como a necessidade de hospitalização por longos períodos. Especialmente nos chamados idosos longevos, aqueles com mais de 80 anos. 

Com essa mudança de cenário, passaram a ganhar espaço algumas questões éticas como “quando é melhor tratar o paciente com cuidados paliativos?” ou, ainda, “quando um paciente deveria permanecer internado em domicílio ou em hospital?”. Questões que, em última análise, estão intimamente ligadas à dignidade humana e a capacidade de aproveitar a vida com qualidade junto aos parentes e amigos. 

Já tratamos, aqui no blog, da questão dos cuidados paliativos: o Dr. Daniel Neves Forte, presidente da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, deu uma aula sobre o tema no seminário “Decisões na Saúde - Cuidados Paliativos e Nat-Jus: Iniciativas da Medicina e do Direito que geram segurança ao paciente e sustentabilidade ao sistema”. Vale rever. 

Assim como já abordamos a questão da desospitalização e suas vantagens quando bem executada durante nosso seminário no Healthcare Innovation Show (HIS) 2017, também já comentado aqui

Agora, contudo, o estudo “Condições de saúde e necessidades de cuidado de idosos assistidos no domicílio em programa do sistema de saúde suplementar”, publicado na última edição do Boletim Científico, demonstra que para ser efetivo, o modelo de internação domiciliar, em que o paciente é tratado no próprio lar e acompanhado de profissionais de saúde, precisa ser muito bem estruturado para ser eficaz. 

O estudo analisou 92 pacientes internados no próprio domicílio em Florianópolis, Santa Catarina, sendo 67,5% deles idosos longevos, e detectou que metade da amostra encontrava-se acamada, dependendo do auxílio de outras pessoas para realizar atividades básicas a sua sobrevivência. Além disso, 32% dos idosos tinham dependência total para essas atividades e 54% apresentavam perda de cognição severa. 

Resultados que indicam que a rede de suporte e apoio a esta prática precisa ser fortalecida para que esse método de desospitalização possa cumprir seu propósito de entregar dignidade para esses pacientes.  

Você também tem uma pesquisa acadêmica? Não deixe de inscrever seu trabalho de pós-graduação no IX Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar. Caso seu trabalho não seja de pós, você pode inscrevê-lo no espaço para pôsteres. Veja o regulamento e inscreva-se gratuitamente. 

Dezembro 2018
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Como temos apontado, o Brasil está envelhecendo e esta mudança demográfica deve gerar uma série de alterações na sociedade e no setor de saúde. Para ajudar os gestores do setor a se preparar para essa nova realidade, atualizamos anualmente a “Projeção das despesas assistenciais da saúde suplementar”, já analisada aqui no Blog.

Além disso, sempre buscamos referências internacionais nas quais embasar nossas pesquisas e dar subsídios para que o setor projete cenários mais realistas. O que, acreditamos, ajuda fomentar conhecimento em prol da sustentabilidade da saúde suplementar.

Neste sentido, um estudo que pode dar pistas valiosas sobre o comportamento dos gastos com saúde frente ao envelhecimento da população é “Estimating the future health and aged care expenditure in Australia with changes in morbidity, apresentado na última edição do Boletim Científico com o título “Estimando o gasto futuro com saúde e cuidados com idosos na Austrália com mudanças na morbidade”.

De acordo com o estudo, a percepção de que o envelhecimento da população aumentará o custo dos serviços de saúde desafiando sua sustentabilidade, especialmente frente às mudanças nos padrões de morbidade, é justificável. Para chegar a essa conclusão, o trabalho estimou o efeito do envelhecimento na saúde total (público e privado) e no gasto com cuidados aos idosos na Austrália entre 2015 e 2035, utilizando um modelo de projeção demográfica simples para o número de pessoas em grupos etários mais velhos, juntamente com uma estimativa baseada nas necessidades de mudanças no custo público e privado do cuidado por pessoa em cada grupo ajustado para mudanças esperadas na morbidade.

O resultado foi um crescimento esperado de 3,33% ao ano nas despesas com saúde, que devem saltar de US$ 166 bilhões para US$ 320 bilhões. Um aumento de quase 100% no período. Ainda de acordo com o estudo, o gasto com saúde por pessoa idosa deve avançar de US$ 7,4 mil, em 2015, para US$ 9,6 mil em 2035.

Apesar do resultado, os autores do trabalho apontam que o envelhecimento terá um efeito menor do que outros fatores, como o equilíbrio – ou a falta dele – na relação entre oferta e demanda dos serviços de saúde.

Novembro 2018
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Há pouco menos de um ano, em 20 de dezembro de 2017, inauguramos nossa Área Temática. Uma ação com o objetivo de facilitar, ainda mais, a navegação por nosso site e tornar sua experiência mais agradável e produtiva. Afinal, são quase 1.400 publicações em nosso acervo, abrangendo praticamente todas as questões relacionadas ao setor de saúde suplementar.

Apenas nos últimos 11 meses, foram pouco mais de 300 novos estudos, vídeos, artigos, press releases, análises etc. Além da preocupação com a produção desse material, temos um cuidado constante em garantir que nosso site permaneça intuitivo, possibilitando uma navegação ágil com fácil acesso aos conteúdos desejados.

Foi com esse “espírito” que lançamos a Área Temática e que agora julgamos necessário revisá-la e ampliá-la. Os 10 temas originais foram revisitados. Alguns permaneceram, outros mudaram de nome e alguns ainda foram divididos em mais de uma categoria. Além disso, incluímos outros assuntos. No geral, a lista cresceu e passou a contar com 17 entradas, mas transitar entre os assuntos desejados ficou ainda mais fácil. 

Conheça nossa nova lista de temas:

 

Aspectos jurídicos de planos de saúde

O acesso à Justiça é um dos pilares da sociedade e, portanto, judicialização é necessária sempre que o direito de alguém é violado. Contudo, no setor de saúde há excesso de intervenções, muitas vezes com falhas técnicas, por desconhecimento dos juízes da regulação (de fato complexa) do setor, que tem recursos escassos. Exatamente por isso, é necessário entender que é impossível dar tudo o tempo todo para todo mundo. Escolhas precisam ser feitas. Inclusive para garantir a sustentabilidade do setor e priorizar a qualidade assistencial.

 

Aspectos tributários de planos de saúde

Uma das maiores falácias a respeito da saúde suplementar é aquela que prega que os planos de saúde contam com renúncia fiscal para sua existência. O Código Tributário Brasileiro define que o Imposto de Renda incide sobre os acréscimos patrimoniais dos contribuintes, pessoas físicas e jurídicas. Já que a saúde é, pela Constituição, um direito do cidadão e um dever do Estado, toda vez que o contribuinte paga por um serviço de saúde privado, visando suprir suas necessidades básicas de existência, sofre, na prática, um decréscimo patrimonial. Seja via contratação direta, seja via plano de saúde. Logo, a dedução é um direito do cidadão e não uma renúncia do Estado.

 

Avaliação de tecnologias em saúde

A incorporação de novas tecnologias é um dos temas mais sensíveis para a saúde, sendo um dos principais impulsionadores dos custos do setor no mundo. Por isso, é um dos assuntos que mais buscamos analisar aqui no Portal do IESS. 

 

Beneficiários de planos médico-hospitalares

Nos últimos anos, o total de beneficiários de planos médico-hospitalares recuou mais de 3 milhões. Apesar de os últimos meses terem apontado uma redução do ritmo de rompimento de vínculos com esses planos, ainda é cedo para falar em recuperação do mercado, especialmente por que não há sinais econômicos que indiquem uma mudança de rumo em curto prazo, como uma expressiva retomada da criação de empregos.

 

Cirurgia bariátrica e Obesidade

A obesidade é considerada uma epidemia pela OMS. No Brasil, dados do último Vigitel apontam que a prevalência da obesidade saltou de 11,8%, em 2006, para 18,9% em 2016. O que significa que uma a cada cinco pessoas no país está obesa.

 

Envelhecimento

Desde 2012, temos estudado quais serão os impactos do envelhecimento da população no Brasil no sistema de saúde e, de uma forma mais particular, na saúde suplementar. Fica cada vez mais claro que, se houver planejamento e adoção de medidas corretas, o ciclo de mudança demográfica do Brasil vai representar uma imensa oportunidade para a saúde suplementar evoluir. Dito de outra forma, não encarar essa transformação com as devidas reformas estruturais, novas práticas de gestão e um novo jeito de enxergar a assistência à saúde pode, na prática, representar um risco imenso para o futuro desse setor.

 

Falhas de mercado na cadeia produtiva da saúde suplementar

A cada hora, 6 brasileiros morrem por erros e falhas nos hospitais. Contudo, erros de dosagem de medicamento, desatenção durante procedimentos médicos e outros eventos adversos impactaram uma quantidade muito maior de brasileiros. Já que além dos óbitos também podem gerar sequelas, comprometendo o exercício das atividades da vida do paciente e causando sofrimento psíquico.

 

Fraude, abuso e desperdício

Cerca de R$28 bilhões dos gastos das operadoras médico-hospitalares do País com contas hospitalares e exames foram consumidos indevidamente por fraudes e desperdícios com procedimentos desnecessários.

 

Modelos de remuneração de prestadores

Por diversas vezes falamos da necessidade de mudar o modelo de pagamento do fee-for-service (FFS), que privilegia a quantidade de atendimentos, para outro que considere questões como qualidade, eficiência e o melhor desfecho clínico. Nesse processo, o DRG aparece como uma das alternativas mais interessantes, mas não é a única.

 

Novos produtos e soluções para a saúde suplementar

Os planos de saúde com franquia anual (HDHP, da sigla em inglês para high-deductible health plan) são um modelo aplicado com sucesso em outros países desde a década de 1990. Trata-se de um produto com mensalidade (ou prêmio) bem menor em relação aos planos tradicionais, oferecidos hoje no Brasil, mas que, por outro lado, contam com uma franquia. Ou seja, combinada à mensalidade, os beneficiários desse tipo de plano pagam valores por consultas, exames, terapias e internações até um limite pré-estabelecido. A partir desse limite, os gastos passam a ser cobertos pela operadora, integralmente ou em regime de coparticipação (quando o beneficiário paga uma parcela dos gastos). Os custos de consultas, exames e tratamentos preventivos e de promoção da saúde, em geral, são arcados exclusivamente pela operadora, mesmo antes de se atingir o valor da franquia anual, como uma forma de estimular os beneficiários a cuidarem da própria saúde. Casos de doenças crônicas costumam ter um tratamento diferenciado, uma vez que, em virtude da assiduidade da assistência, acaba consumindo mais rapidamente o montante da franquia.

 

OPMEs

Os elevados custos de OPMEs são uma questão que esbarra em problemas sérios do setor de saúde, como assimetria de informação e até mesmo fraudes, atuando como um dos motores da VCMH.

 

Perfil de uso dos serviços de saúde

Ao longo de 2016, o total de beneficiários de planos médico-hospitalares recuou 3,1%. Foram 1,5 milhão de vínculos rompidos. Seria de se esperar, então, que os gastos assistenciais das operadoras também recuassem, diante de uma base menor de beneficiários. Mas não é o que a realidade mostra. No último ano, os gastos assistenciais subiram 12,6%, chegando a R$ 131,9 bilhões, motivados, entre outros fatores, pelo aumento do total de procedimentos médicos.

 

Planos odontológicos

Os planos exclusivamente odontológicos atraem cada vez mais beneficiários, crescendo mesmo quando os planos médico-hospitalares apresentam seguidas quedas. Mas isso não significa que o segmento não tenha desafios pela frente.

 

Promoção à saúde

Não há uma pessoa que nunca tenha ouvido a expressão “é melhor prevenir do que remediar”. Não poderia haver verdade mais inconteste no setor de saúde. Por isso se torna cada vez mais importante empresas, OPS e os próprios pacientes focarem em ações de promoção à saúde.

 

Qualidade assistencial e segurança do paciente

Somados, os hospitais públicos e privados do Brasil registraram, em 2017, seis mortes, a cada hora, decorrentes dos chamados “eventos adversos graves”, ocasionados por erros, falhas assistenciais ou processuais ou infecções, entre outros fatores. Desses, mais de quatro óbitos seriam evitáveis.

 

Regulação em saúde

Em nosso trabalho de buscar caminhos para o aprimoramento da gestão de saúde suplementar é comum buscarmos e apresentarmos as experiências internacionais. Contudo, como costumamos lembrar, nem todas essas experiências poderiam “simplesmente” ser implementadas por aqui. Além de diferenças socioculturais, perfil da população e perfil epidemiológico, entre outros pontos, quase sempre há questões de regulação que precisam ser levadas em conta. 

 

Variação do Custo Médico-Hospitalar (VCMH)

O índice de Variação do Custo Médico-Hospitalar do IESS (VCMH/IESS) expressa a variação do custo das operadoras de planos de saúde com internações, consultas, terapias e exames entre dois períodos consecutivos de 12 meses. Contudo, diferentemente do IPCA e do IPCA Saúde, o VCMH não é calculado apenas com base na variação de preços, mas considera, também, a frequência com que um serviço é utilizado. 

Novembro 2018
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O envelhecimento populacional é uma das questões de maior impacto para o setor de saúde. O total de beneficiários de planos médico-hospitalares com 59 anos ou mais cresceu 2,5% entre setembro de 2018 e o mesmo mês do ano anterior, o que equivale a 166,7 mil novos vínculos segundo a última edição da NAB, já abordada aqui no Blog

Até 2030, considerando uma taxa de cobertura constante, o efeito do crescimento populacional e a mudança na composição etária da sociedade brasileira, o setor de saúde suplementar deve firmar mais 4,3 milhões de vínculos até 2030. O que elevaria o total de beneficiários para 51,6 milhões. Com esse aumento e o avanço do porcentual dos beneficiários com 59 anos ou mais, as despesas assistenciais devem subir para R$ 190,7 bilhões. Um aumento de 27,9%. Como mostra nossa “Projeção das despesas assistenciais da saúde suplementar”, também já analisada aqui

Claro que a longevidade humana é uma das maiores conquistas da ciência. Com o surgimento constante de novas tecnologias, é possível aumentar a expectativa de vida. Mas tal possibilidade gera sérios questionamentos éticos. Para lidar com essa questão de forma mais humanizada, as pesquisas e a aplicação de cuidados paliativos têm avançado de forma significativa. 

Em uma entrevista, esta semana, ao Portal Hospitais  Brasil,  o coordenador de cuidados paliativos do hospital Sírio-Libanês e presidente da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, Dr. Daniel Neves Forte, afirmou que a “implementação adequada do serviço diminui as despesas das unidades hospitalares entre 30% e 50%, evitando hospitalizações e intervenções desnecessárias”.

Para debater a questão, o Dr. Forte irá ministrar a palestra “Cuidados paliativos e dignidade humana na era da máxima tecnologia na saúde” durante o seminário “Decisões na Saúde - Cuidados Paliativos e Nat-Jus: Iniciativas da Medicina e do Direito que geram segurança ao paciente e sustentabilidade ao sistema”, realizado pelo IESS no dia 12 de dezembro, a partir das 9h, no hotel Tivoli Mofarrej (Alameda Santos, 1.437 – Cerqueira César), em São Paulo.

Não perca essa oportunidade e inscreva-se agora.

Setembro 2018
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Acabamos de divulgar nosso estudo especial “Análise da utilização e dos gastos com serviços de assistência à saúde segundo o perfil do usuário – Um estudo de caso”, desenvolvido com base nos dados de uma operadora de autogestão entre os anos de 2008 e 2015. O trabalho traz diferentes dados, como de internações, consultas, exames ambulatoriais e outros procedimentos assistenciais ao longo do período.

O estudo mostra um importante alerta dos setores de saúde em âmbito global. No caso brasileiro, mesmo com a queda do total de beneficiários nos últimos anos, as despesas com a assistência não param de subir. Esse crescimento foi puxado principalmente pelo envelhecimento dos beneficiários, o que tem se refletido em especial nos gastos com internação. Para se ter ideia, o valor médio de uma internação dessa autogestão aumentou quase três vezes em oito anos, de R$ 8,0 mil em 2008 para R$ 23,9 mil em 2015.

A pesquisa mostra que, em valores reais, as despesas assistenciais médico-hospitalares dessa operadora aumentaram 52,7% no período analisado, de R$ 475,3 milhões em 2008 para R$ 725,6 milhões em 2015. Apenas os gastos com internação cresceram 76,9% no período e chegaram a representar 53,0% do total de gastos assistenciais em 2015. Vale lembrar que estudo recente do IESS mostrou que as operadoras de planos de saúde devem gastar R$ 383,5 bilhões com assistência à saúde de seus beneficiários em 2030. O montante representa um avanço de 157,3% em relação ao registrado em 2017.

Na análise, notou-se que a única faixa etária que apresentou crescimento foi a de idosos (60 anos ou mais), que passou de 26 mil em 2008 para 33 mil em 2015, ou seja, aumento de 27,1%. As demais faixas etárias, de até 18 anos e de 19 anos a 59 anos, apresentaram queda de 52,5% e de 41,3%, respectivamente. Proporcionalmente, os idosos representavam 26% do total de beneficiários em 2008. Número que saltou para 44% em 2015.

Importante reforçar que o estudo de caso utilizou dados de uma operadora de plano de saúde da modalidade de autogestão. O universo estudado não representa a totalidade do mercado de saúde suplementar no País, mas é um esforço para se pensar as especificidades das populações, suas características epidemiológicas e necessidades. 

Continuaremos apresentando dados do estudo especial “Análise da utilização e dos gastos com serviços de assistência à saúde segundo o perfil do usuário – Um estudo de caso” nos próximos dias. Não perca!

Setembro 2018
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Tema latente hoje em dia, o envelhecimento populacional é, sem dúvida, um grande avanço das novas gerações e enorme mérito da medicina. O fato é que o Brasil e o mundo têm passado por uma mudança demográfica, conhecido os impactos dessa questão nos diferentes setores e ampliado a discussão sobre suas repercussões nos sistemas de saúde

Para se ter uma ideia, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimam que, em 2030, o Brasil contará com mais de 223 milhões de brasileiros, sendo 18,62% com 60 anos ou mais. No mesmo ano, as operadoras de planos de saúde devem gastar R$ 383,5 bilhões com assistência de seus beneficiários. O montante representa um avanço de 157,3% em relação ao registrado em 2017 e acende uma luz de alerta para o setor, segundo a “Projeção das despesas assistenciais da saúde suplementar”, que divulgamos recentemente. 

Devido à importância do tema e a necessidade de criar e debater ferramentas para o setor, o trabalho “Envelhecimento populacional e gastos com saúde: uma análise das transferências intergeracionais e intrageracionais na saúde suplementar brasileira” foi o 2º colocado no VII Prêmio IESS na categoria Economia. 

Resultado da pesquisa de Mestrado de Samara Lauar Santos na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o trabalho analisou as transferências intergeracionais (entre indivíduos de diferentes grupos de idade) e intrageracionais (entre indivíduos de um mesmo grupo de idade) na saúde suplementar brasileira. A análise compreendeu uma amostra de 11 operadoras de planos de saúde com aproximadamente 780 mil beneficiários no ano de 2015.

Confira, a seguir, nossa conversa com Samara Lauar sobre o trabalho e a importância da premiação. Não deixe de se inscrever gratuitamente, até 15 de outubro.

A premiação é voltada para trabalhos de conclusão de curso de pós-graduação (especialização, MBA, mestrado ou doutorado) com foco em saúde suplementar nas áreas de Economia, Direito e Promoção de Saúde, Qualidade de Vida e Gestão em Saúde. Veja o regulamento completo. Os dois melhores de cada categoria receberão prêmios de R$ 10 mil e R$ 5 mil, respectivamente, além de certificados, que serão entregues em cerimônia de premiação em dezembro deste ano. 

A edição desse ano conta com uma novidade. A cerimônia de entrega também terá espaço para exibição de pôsteres de trabalhos a nível de graduação e pós-graduação. Se o estudo – não necessariamente acadêmico – gerou um artigo, ele pode ser inscrito nessa categoria. No entanto, os pôsteres não concorrem aos prêmios.

 

Blog do IESS - Como surgiu o interesse pela premiação? 

Samara Lauar - Atuo no mercado de saúde suplementar já há alguns anos, e considerando a relevância do prêmio no setor, surgiu o interesse em participar. Vejo que o prêmio é de suma importância para o mercado, primeiro porque a saúde suplementar carece de pesquisas acadêmicas, e também por se tratar de um "link" entre mercado e academia.

A recepção foi muito produtiva e recebida de uma boa forma pelos "players" de mercado. Vários colegas da área se interessaram pelo meu trabalho, buscaram conversar sobre o tema e sugerir ideias para continuação da pesquisa.

 

Blog - Quais suas motivações para pesquisar o tema do envelhecimento populacional e dos gastos com saúde?

Samara - Como atuária, tive oportunidade de prestar serviço para várias operadoras, especialmente em relação aos processos de subscrição (cálculos de precificações, reajustes, dentre outros), e por diversas vezes perguntei-me como, de fato, ocorrem os processos de transferências intergeracionais, e como o envelhecimento populacional (aumento da proporção de idosos) poderia impactar na sustentabilidade das operadoras. Neste contexto, optei por aprofundar ainda mais minhas pesquisas em prol de algumas respostas que, no meu ponto de vista, embora simples, poderiam contribuir para o nosso mercado ainda tão carente de produções científicas.

 

Blog - E quais os resultados da pesquisa ao analisar as transferências intergeracionais e intrageracionais?

Samara - Em suma, a pesquisa demonstra que o saldo das transferências de recursos ainda é positivo, ou seja, na amostra analisada ainda há um equilíbrio entre as receitas e as despesas. Destaca-se que, no entanto, ao analisar a evolução da sinistralidade (relação entre as despesas assistenciais e mensalidades), considerando apenas o efeito das transformações etárias, há um constante aumento, sobretudo nos planos individuais, que possuem uma massa mais envelhecida e regulamentações mais restritivas no que tange às políticas de cancelamento e reajuste. 

 

Blog - Em sua opinião, quais os fatores que mais impactam no aumento das despesas? Por quê?

Samara - Há diversos fatores que impactam no aumento das despesas assistenciais, entretanto penso que há dois muito relevantes e que devem ser estudados e acompanhados pelo setor: os avanços tecnológicos e o envelhecimento populacional. 

Os avanços tecnológicos tendem a substituir técnicas mais baratas por procedimentos de maior custo, bem como trazem soluções para situações nas quais ainda não haviam procedimentos especializados. Embora também haja possibilidade de redução de custos em alguns casos 

Em relação ao envelhecimento populacional penso que, em função do modelo de financiamento atual do mercado de saúde suplementar (repartição simples), poderá haver impactos relevantes ao longo do tempo. Isso porque a maior proporção de idosos tende a gerar cada vez mais seleção adversa, aumentando cada vez mais a probabilidade de insolvência da operação de planos

 

Blog - Com uma baixa margem de diferença entre as despesas e as receitas, acredita que o setor está ameaçado no médio prazo? Por quê? Como o segmento pode mudar para equilibrar estas contas?

Samara - Penso que não é apenas o envelhecimento populacional o fator agravante deste contexto, sendo este apenas um dos elementos que merecem atenção dos “players” do mercado. Acredito que as ações iniciais devem ser focadas no aprimoramento da gestão das despesas (redução dos desperdícios e risco moral), além de repensar o modelo de remuneração entre operadoras e prestadores (aplicação de modelos baseados em qualidade, ao invés de fee-for-service).

 

Blog - Como a regulação do setor pode aperfeiçoar para garantir a sustentabilidade nos próximos anos?

Samara - Hoje, a regulamentação imposta aos planos de saúde pode fazer com que os beneficiários com menor risco (mais jovens) arquem com as despesas excedentes das pessoas em idades mais avançadas, pagando valores superiores à sua utilização esperada.

Esse tipo de arranjo pode tornar o plano de saúde uma opção desinteressante financeiramente, caso reduza o incentivo à entrada de pessoas jovens aos planos, ocasionando seleção adversa

É importante salientar, que antes de pensarmos em alterações regulamentares, é de extrema importância a atenção do mercado em relação à “gestão das despesas assistenciais”. Acredito que grande parte da insolvência observada hoje poderia ser contida por melhorias neste aspecto.

Ainda permanecendo um contexto de insolvência, penso que alguns aspectos poderiam ser repensados, tais como o modelo de financiamento atual dos planos de saúde, e os limites de variação por faixa etária. Hoje o sistema é financiado por um modelo de repartição simples (pay as you go), no qual não há constituição de reservas individuais. 

Por fim, saliento que o processo de transição demográfica, e o consequente envelhecimento da população, é um fato consumado, uma verdade vivenciada em todo mundo. No Brasil, bem como em demais países da América Latina, este processo tem ocorrido de forma mais rápida do que o observado na Europa. Neste contexto, independente das ações que serão tomadas, é importante agirmos rápido, e nos adaptar da melhor forma para o contexto que está por vir.

Julho 2018
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Já se sabe que a população brasileira está em trajetória de envelhecimento. Até 2060, o percentual de pessoas acima de 65 anos passará dos atuais 9,2% para 25,5%. Essa projeção divulgada esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que 1 a cada 4 brasileiros será idoso em 2060. 

Ainda segundo a pesquisa, a parcela de pessoas com mais de 65 anos alcançará 15% da população já em 2034, ultrapassando a barreira de 20% em 2046. O Instituto mostra que a trajetória de envelhecimento da população deve se acentuar nas próximas décadas, já que em 2039 o número de idosos com mais de 65 anos será maior que o de crianças de até 14 anos. Se hoje essa população mais jovem representa 21,3% dos brasileiros, em 2060 ela deve cair para 14,7%. Já a faixa entre 15 e 64 anos, que hoje responde por 69,4% da população, cairá para 59,8% em 2060.

O envelhecimento populacional é, sem dúvida, um grande avanço das novas gerações e enorme mérito da medicina moderna. O fator tem gerado uma mudança demográfica em diferentes países e o Brasil tem conhecido os impactos dessa mudança, representando maior prevalência de doenças crônicas (como diabetes e hipertensão arterial) e de comorbidades (existência de duas ou mais doenças em simultâneo na mesma pessoa) que demandam mais atenção.

A pesquisa do IBGE reforça o alerta vermelho que acendemos com a divulgação da “Projeção das despesas assistenciais da saúde suplementar” no início do mês. Segundo o trabalho, as operadoras de planos de saúde devem gastar R$ 383,5 bilhões com assistência de seus beneficiários em 2030. O montante representa um avanço de 157,3% em relação ao registrado em 2017.

Ainda segundo nossa projeção, a frequência de internações é a que mais deve crescer. Em 2017, foram feitas 8,6 milhões de internações. Já em 2030, devem ser realizadas 10,4 milhões de internações. Avanço de 20,9%.

Importante que esse alerta apresentado nas duas projeções sirva de subsídios para uma reflexão não só do setor de saúde, mas os diversos segmentos impactados com o avanço da população idosa. 

Focar em promoção da saúde é uma mudança necessária para possibilitar que esses indivíduos tenham mais qualidade de vida para aproveitar o incremento na longevidade, com idosos saudáveis e ativos.

Julho 2018
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As operadoras de planos de saúde devem gastar R$ 383,5 bilhões com assistência de seus beneficiários em 2030. O montante representa um avanço de 157,3% em relação ao registrado em 2017 e acende uma luz de alerta para o setor, segundo a “Projeção das despesas assistenciais da saúde suplementar”, que estamos divulgando hoje.

Para manter a sustentabilidade econômico-financeira do setor, acreditamos que todos os envolvidos nessa cadeia precisam repensar questões como o modelo de remuneração de prestadores de serviço, a falta de transparência e o desperdício gerado por erros, fraudes e eventos adversos, além da inclusão de novos produtos na saúde suplementar. Especialmente porque a projeção de aumento de despesas assistenciais que realizamos é bastante conservadora, sem levar em conta questões como o avanço tecnológico ou pioras na situação de saúde da população, o que tende a acontecer com o envelhecimento.

De acordo com o levantamento, considerando uma taxa de cobertura constante, o efeito do crescimento populacional e a mudança na composição etária da sociedade brasileira, o setor de saúde suplementar deve firmar mais 4,3 milhões de vínculos até 2030. O que elevaria o total de beneficiários para 51,6 milhões. Considerando apenas o aumento do total de vínculos com planos de saúde médico-hospitalares e o avanço do porcentual dos beneficiários com 59 anos ou mais, as despesas assistenciais de 2030 já subiriam para R$ 190,7 bilhões. Um aumento de 27,9%. 

Contudo, o principal determinante para essa conta é a variação dos custos médico-hospitalares (VCMH), que tem crescido sistematicamente acima da inflação geral. Em 2016, por exemplo, a inflação medida pelo IPCA foi de 6,3%, enquanto a variação dos custos médico-hospitalares avançou 20,4%, de acordo com o VCMH/IESS.

Nos próximos dias iremos analisar, aqui no Blog, a composição das despesas por faixa etária e os números de utilização de procedimentos indicados em nossa projeção. Não perca!

Março 2018
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O envelhecimento populacional é, sem dúvida, um grande avanço das novas gerações e enorme mérito da medicina moderna. Esse fator tem gerado uma mudança demográfica em diferentes países e o Brasil tem conhecido os impactos dessa mudança e ampliado o debate sobre suas repercussões nos sistemas de saúde. Como mostramos aqui recentemente, é importante que esse assunto seja debatido pelos diferentes tomadores de decisão em saúde, com o objetivo de oferecer a melhor assistência para esta população ao mesmo tempo em que se busca o equilíbrio financeiro do setor.

Para se ter uma ideia, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimam que, em 2030, o Brasil contará com mais de 223 milhões de brasileiros, sendo 18,62% com 60 anos ou mais. O TD 57 – “Atualização das projeções para a saúde suplementar de gastos com saúde: envelhecimento populacional e os desafios para o sistema de saúde brasileiro”, publicado em 2016, já apontava para esta preocupação. O estudo estima que os gastos assistenciais podem chegar a R$ 396,4 bilhões ao ano até 2030, o que representa um avanço 268,4% em comparação a 2014. 

Devido à importância do tema e a necessidade de criar e debater ferramentas para o setor, o trabalho “Envelhecimento populacional e gastos com saúde: uma análise das transferências intergeracionais e intrageracionais na saúde suplementar brasileira” foi o 2º colocado no VII Prêmio IESS na categoria Economia. 

Fruto da pesquisa de Mestrado de Samara Lauar Santos na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o trabalho analisou as transferências intergeracionais (entre indivíduos de diferentes grupos de idade) e intrageracionais (entre indivíduos de um mesmo grupo de idade) na saúde suplementar brasileira. A análise compreendeu uma amostra de 11 operadoras de planos de saúde com aproximadamente 780 mil beneficiários no ano de 2015.

Com importante avanço no debate sobre o tema, a pesquisa traz diferentes apontamentos, como, por exemplo, que os limites impostos de variação dos preços dos planos não estão adequados às mudanças no padrão da população com o maior envelhecimento. Nesse sentido, a regulação do setor deve ser revista e atualizada para a novo perfil demográfico do país. 

Outras questões apontadas na pesquisa tratam da necessidade de melhor gestão das despesas assistenciais, mudanças no modelo de pagamento – que gera desperdícios e excesso de procedimentos -, além da melhor avaliação de custo-efetividade na incorporação de novas tecnologias.

O trabalho vencedor está disponível na íntegra aqui. Confira.