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Março 2020
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No dia 20 do mês passado, comentamos o uso crescente de novas tecnologias, especialmente das relacionas à telessaúde, em função da disseminação do Coronavírus ao redor do mundo – relembre.

A tendência é algo, a nosso ver, inevitável e que tende a se intensificar. Até mesmo no Brasil, onde a questão e o uso do recurso não estão totalmente pacificados – como também já comentamos –, começam a surgir iniciativas neste sentido.

A seguradora SulAmérica, por exemplo, anunciou que seus segurados passam a contar com consultas por vídeo e por ligações telefônicas de forma irrestrita durante este período de disseminação da doença, como mostra a coluna Painel S/A , do jornal Folha de S.Paulo.

Claro, a própria estrutura tecnológica ainda é um desafio para um País de dimensões continentais como o Brasil. Mas estamos caminhando neste sentido, com novos dispositivos sendo lançados e outros ganhando atualizações. O professor Chao Lung Wen, da Universidade de São Paulo (USP), deu uma aula sobre a questão durante o seminário “Transformação Digital na Saúde”  – assista.

Além disso, a prática e o ensino da medicina também podem ser empecilhos para a celeridade desta transformação, com profissionais de gerações anteriores tendo outros hábitos e técnicas. Neste sentido, a atuação de entidades de classe e outros órgãos é fundamental. Para se ter ideia, o Código de Ética Médica passou a fazer referência à “Telemedicina” apenas em 2019. O que revela que ainda temos muito a avançar.

O importante é ter em mente que a telessaúde não desumaniza a prática médica, assim como o atendimento presencial não significa humanização. Estas questões estão diretamente relacionadas à postura do profissional e sua formação.

 

Fevereiro 2020
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Desde dezembro de 2019, o surto de Coronavírus iniciado na província de Wuhan, na China, tem ganhado os noticiários e preocupado milhares (se não milhões) de pessoas no mundo todo. De acordo com o último boletim da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado em 18 de fevereiro, 73,3 mil pessoas foram infectas, sendo 72,5 mil delas na China. Até o momento, não há casos confirmados no Brasil.

Ao mesmo tempo em que a doença se espalha na China, a Telessaúde e outras novas tecnologias estão demonstrando sua importância. Especialmente por permitir o diagnóstico e tratamento de pacientes reduzindo o nível de exposição de profissionais de saúde ao mesmo tempo em que possibilita o acesso à cuidados assistenciais para pessoas em áreas isoladas.

O exemplo mais marcante é o da clínica Ping An Good Doctor – já apresentada aqui, que desde dezembro passado realizou 1,1 bilhão de atendimentos remotos. A empresa, que trabalha com inteligência artificial para diagnosticar seus pacientes, já conta com uma base consolidada de 315 milhões de usuários e a tendência é de crescimento agora que o número de pessoas atendidas foi impulsionado pelo Coronavírus.

Já a Alibaba (que por aqui é conhecida quase exclusivamente pelo portal de e-commerce, mas que também conta com uma divisão de saúde bem desenvolvida) disponibilizou serviços de telessaúde de forma gratuita para os residentes da região de Hubei (onde fica a Wuhan). Até o momento, mais de 400 mil pessoas já foram atendidas pela plataforma.

As experiências destacam a capacidade que as novas tecnologias têm para apoiar pacientes e levar atendimento assistencial de qualidade às mais diversas regiões ao redor do mundo. Um potencial cada vez mais explorado em diversos países.

Nos Estados Unidos, empresas de Telessaúde já comprovaram sua eficácia em iniciativas junto ao governo e estão cada vez mais valorizadas. A Teladoc Health, apenas para dar um exemplo, teve receita de US$ 417,9 milhões em 2018 (o balanço de 2019 ainda não foi publicado) e atingiu o valor de US$ 8,5 bilhões na bolsa este ano. Relembre as experiências apresentadas no TD 74 “A Telemedicina traz benefícios ao sistema de saúde? Evidências internacionais das experiências e impactos”.

O cenário nacional ainda é tímido frente as experiencias internacionais, mas há amplo espaço para avançar, como comentou o Dr. Chao Lung Wen, professor da USP, durante o Seminário Transformação Digital na Saúde – reveja a palestra.

Sobre o Coronavírus

A OMS explica que Coronavírus é uma “família” de vírus conhecida desde os anos 1960 e que causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais, normalmente com sintomas de leves a moderados, como os de um resfriado comum. Algumas vezes, contudo, mutações podem resultar em vírus mais perigosos. É o caso, por exemplo, do SARS (Severe Acute Respiratory Syndrome), de 2003, e do MERS (Middle East Respiratory Syndrome) em 2012.

O vídeo abaixo, disponível apenas em inglês, conta o histórico da doença e indica como preveni-la.