Como falamos frequentemente, todo o setor de saúde teve que se adaptar e reinventar em função das demandas específicas da pandemia do novo Coronavírus. Não só no Brasil. Ao mesmo tempo em que se lida com as demandas dos pacientes infectados, é necessário manter a assistência aos doentes crônicos e agudos, incluindo aqueles em isolamento social.
E esse processo todo também serviu de catalisador de uma série de práticas, como do avanço da Telessaúde e outros aspectos. Diante deste cenário, faz-se necessária uma reflexão sobre quais lições podem ser extraídas para o setor de saúde no Brasil e no mundo.
Para responder à Covid-19, instituições ao longo de toda a cadeia de valor de saúde foram forçadas a experimentar e colaborar entre os elos para trazer respostas rápidas no enfrentamento da crise. Portanto, o futuro do setor de saúde irá demandar profissionais altamente especializados e ao mesmo tempo muito flexíveis, capazes de lidar com as ambiguidades de um sistema de saúde cada vez mais complexo, integrado e tecnológico.
É com isso em mente que a Iniciativa FIS (Fórum Inovação Saúde) irá debater o “Impacto da Globalização no Futuro da Saúde Mundial”. O encontro promete abordar os efeitos ocasionados por esse processo em todo o mundo, o que esperar das transformações geradas pela pandemia nas cadeias de pesquisa, tecnologia e integração. Ou ainda se existirá, no futuro, a transnacionalização de doenças transmissíveis, como a Covid-19.
Para isso, estão confirmados os seguintes debatedores: Embaixador Eduardo Prisco, Chefe do Escritório de Representação do Itamaraty no Rio de Janeiro; Denise Garrett, Vice-Presidente do Sabin Vaccine Institute; Mansueto Almeida, Economista-chefe do BTG Pactual; e Jarbas Barbosa, Vice-diretor-geral da Organização Pan-Americana da Saúde – OPAS. A moderação é de Josier Vilar, Presidente da Iniciativa FIS.
O debate gratuito acontece nesta sexta-feira, 18 de junho, a partir das 15h. Acesse agora e veja como participar.
Como reforçamos em alguns momentos, a pandemia do novo coronavírus levou mais brasileiros a buscarem uma cobertura privada de saúde. Apesar do crescimento do número de beneficiários de planos — 47,9 milhões em março deste ano, o maior volume desde dezembro de 2016, a pandemia teve um impacto financeiro no ramo. Você pode conferir outros dados na recente edição da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB).
Diante disso, o Fórum de Saúde Brasil “O impacto do coronavírus nos planos de saúde e no serviço dos segurados”, realização dos jornais O GLOBO, Valor Econômico e revista Época, debateu esse importante tema para o presente e futuro do setor com participação de José Cechin, superintendente executivo do IESS; do diretor-presidente substituto e diretor de Normas e Habilitação dos Produtos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Rogério Scarabel Barbosa; e da diretora executiva da FenaSaúde, Vera Valente.
“A crise que passamos é de saúde. A econômica é apenas consequência. Para resolver a questão econômica precisamos antes resolver a questão sanitária com vacinação, distanciamento físico, higiene regular das mãos, tudo conforme recomendado por cientistas”, reforçou Cechin na abertura do debate. “Sistemas de saúde público e privado tiveram que enfrentar múltiplos desafios: científico, aprendendo a lida com um novo vírus; infraestrutura, com falta de leitos, materiais e outros; e os preços, importante efeito desta pandemia”, apontou.
Para eles, a questão dos gastos diante da Covid-19 e da retomada dos demais atendimentos é hoje um dos desafios do setor. “O primeiro trimestre de 2021 deve ter o maior gasto com atendimento de beneficiários da história do sistema. Essa pressão decorre de dois fatores: o socorro aos pacientes com Covid e a retomada dos chamados procedimentos eletivos, como cirurgias de varizes, bariátricas ou de amígdalas”, lembrou Vera Valente.
Para Cechin, é preciso considerar os reajustes de remédios, materiais e equipamentos usados no atendimento aos pacientes de Covid. “A demanda e a oferta estão seguindo o ritmo dos picos da doença, e imagino que, nos últimos meses, os preços tenham voltado a subir. Mas, mesmo quando a situação se normalizar, eles não vão voltar aos valores praticados antes de março de 2020”, refletiu.
Para Rogério Scarabel, há uma série de medidas importantes para garantir a sustentabilidade do setor. “Fizemos uma série de ações para tentar minimizar os impactos no setor com o objetivo de continuar garantindo acesso, assegurar a entrega de serviços ao beneficiário e desafogar o sistema público”, lembrou o diretor-presidente substituto da ANS.
Os encontros do Fórum de Saúde Brasil tiveram início na última segunda-feira, com debates sobre a gestão de hospitais e a pesquisa clínica no contexto da pandemia. Você pode assistir a essa edição por meio do vídeo abaixo. Seguiremos apresentando outros importantes pontos debatidos. Continue acompanhando.
Conforme já abordamos aqui, o Summit Saúde 2020, realizado pelo Estadão, reuniu importantes especialistas no setor para abordar temas essenciais para esse momento de pandemia e depois dele. Participando do painel “Lições da pandemia – Desafios da saúde suplementar”, José Cechin, nosso superintendente executivo, abordou aspectos como a sustentabilidade financeira das operadoras, utilização da telemedicina e a importância da eficiência no setor.
Em meio a restrições orçamentárias cada vez mais severas, esse período de pandemia reforça a necessidade de mudanças no sistema assistencial que permitam ampliar acesso e da atuação conjunta de todos os agentes da cadeia de prestação de serviços em saúde para conter custos crescentes.
O momento é de tentar enxergar possibilidades de uma importante transição nos modelos de assistência à saúde, tanto no Brasil como em todo o mundo. Com mais ênfase em prevenção e atenção primária, menos hospitalização, novos modelos de remuneração dos prestadores e uso adequado, regulado e disseminado da Telessaúde.
“É nítido o anseio da população por ter acesso à saúde privada. Com o cenário atual, torna-se ainda mais necessário termos outras formas de entrada no sistema suplementar, que deem às pessoas mais possibilidades de escolha. Ninguém está falando em tirar opções, mas sim em ampliá-las. E em qualquer setor econômico mais competição sempre beneficia o consumidor final, com preços mais baixos”, disse Vera Valente, diretora executiva da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar). Para ela, a crise econômica, alta do desemprego e aumento da informalidade também afetam a forma como planos e seguros de saúde são oferecidos, exigindo opções mais flexíveis e mais aderentes às condições de empresas e famílias.
Para Tatiana Aranovich, assessora da diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras da Agência Nacional de Saúde (ANS), entre agosto e setembro houve mudança no perfil do plano procurado pelos contratantes, com redução de planos empresariais e pequeno aumento do plano individual e grande aumento dos planos coletivos por adesão. “Temos de buscar um modelo sustentável, e não o aumento de custos ano a ano. Nesse cenário, o reajuste não se torna mais prioritário”, apontou.
“As empresas fizeram um esforço muito grande para não demitir nem fazer downgrade no plano de saúde. Poucas tentaram negociar alguma coisa”, afirma Georgia Antony, especialista em desenvolvimento industrial do SESI Nacional, lembrando que no caso dos planos de saúde coletivos, a negociação para o reajuste de valores é feita diretamente entre as empresas e as operadoras.
O Summit Saúde Brasil 2020 pode ser visto abaixo ou diretamente no canal do Estadão. Seguiremos trazendo outros destaques nos próximos dias. Não perca!
No início da pandemia do novo Coronavírus no Brasil, o cenário era de grande incerteza não só para a saúde suplementar. As operadoras estavam preocupadas com um possível aumento de procedimentos e os custos de operação gerados por esse cenário, o que poderia causar um enorme aumento de custos ao sistema como um todo.
Por um lado, o que se viu foi uma diminuição do número de procedimentos por um certo período – aqueles eletivos, que não são considerados de urgência e emergência – por decisão dos indivíduos, temerosos quanto à sua segurança durante a pandemia. De outro, o setor foi profundamente afetado pela crise sanitária em diferentes aspectos, como da estrutura e adaptação de rede, processos e protocolos, ou ainda com a falta de insumos e de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e com queda do número de beneficiários – que você pode acessar aqui.
Para tratar dos impactos da pandemia no setor, o Summit Saúde 2020, realizado pelo Estadão, reuniu José Cechin, superintendente executivo do IESS; Vera Valente, diretora executiva da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde); Alessandro Acayaba, presidente da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (Anab); Tatiana Aranovich, assessora da diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras da Agência Nacional de Saúde (ANS); e Georgia Antony, especialista em desenvolvimento industrial do SESI Nacional. A mediação foi de Fabiana Cambricoli, jornalista do Estadão.
O encontro abordou os desafios da saúde suplementar, como a sustentabilidade financeira das operadoras, a suspensão e os possíveis reajustes, bem como a utilização da telemedicina e a importância da eficiência no setor.
Segundo José Cechin, parece fora de propósito falar de incentivo ao crescimento dos planos de saúde neste momento de grande dificuldade fiscal do setor público. No entanto, há um incentivo, que não tem custo financeiro ou fiscal, que é a promoção de hábitos saudáveis, com impactos positivos na saúde de cada pessoa, e com potencial de conter a escalada das despesas. Como medidas desse tipo afetam toda a sociedade, cabe ao governo a liderança desse processo, mas também exige o envolvimento decidido das empresas contratantes de planos. “É importante também que as empresas, em conjunto com as operadoras de planos de saúde, estejam atentas para a criação de hábitos adequados de seus colaboradores e beneficiários”, aponta.
Cechin ainda lembrou o desafio de manter o setor justo, sustentável e acessível para todos, com ajustes na regulação, como no caso dos planos individuais, por exemplo. Além disso, reforçou a importância de o consumidor poder contar com novos produtos na hora de escolher seus planos. “Não podemos diminuir as possibilidades de escolha das empresas e das pessoas contratantes, mas capacitá-los, colocar informações à disposição para que façam a escolha mais correta de acordo com o seu perfil de uso”, pontua o especialista. Reforçou ainda a necessidade de aumentar a eficiência e a produtividade no setor de saúde, que são notoriamente baixas.
Os participantes do painel concordam que o setor deve buscar uma maior eficiência para alcançar a sustentabilidade. O objetivo pode ser alcançar com outros modelos de negócio utilização de novas tecnologias, como a telemedicina, que facilita o acesso aos serviços de saúde.
Se você não pôde acompanhar o Estadão Summit Saúde Brasil 2020, assista a íntegra abaixo. Seguiremos trazendo outros destaques nos próximos dias. Não perca!
Hoje, 19 de maio é celebrado o Dia dos Acadêmicos de Direito, setor que busca a aplicação das normas vigentes para organizar as relações jurídicas entre grupos ou indivíduos na sociedade. No âmbito da saúde, seja ela pública ou privada, a função tem grande importância de garantir a eficácia e manutenção dos contratos entre os diferentes envolvidos no setor.
E é exatamente por isso que essa é uma de nossas categorias no Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar. Quem acompanha informações sobre o setor de saúde sabe que a Judicialização é um tema cada vez mais recorrente por diferentes razões e necessidades.
Assunto essencial aos segmentos de saúde do País, também é um dos mais abordados aqui no Blog, pela imprensa e nos demais debates. O crescente aumento das ações judiciais tanto no sistema público quanto privado faz com que, de tempos em tempos, sejamos impactados com notícias e informações sobre a questão.
Olhando, por exemplo, o histórico de trabalhos vencedores do Prêmio IESS conseguimos acompanhar a evolução e aprofundamento do debate acerca do tema nos últimos anos, quais os pontos historicamente mais sensíveis nessa relação e ainda constatar que os trabalhos inscritos e laureados pela premiação têm contribuído para o aperfeiçoamento do setor.
Quer saber um pouco mais sobre a categoria? Confira entrevista e artigo do avaliador dos trabalhos, Luiz Felipe Conde.
Em tempo: o dia 19 de maio foi escolhido para celebrar os acadêmicos de direito porque é o dia de Santo Ivo, padroeiro dos advogados. O Frade Franciscano estudou filosofia, teologia e Direito em Paris, e ficou conhecido como advogado dos mais necessitados.
Confira o regulamento e inscreva-se gratuitamente no Prêmio IESS.
Quer conhecer mais detalhes sobre o 10º Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar? Faremos um webinar exclusivo nesta quinta-feira, dia 21, a partir das 16h. Garanta já sua vaga e faça sua inscrição aqui.
Você também pode mandar suas dúvidas em nosso whatsapp que incluiremos no debate: (11) 93352-3355.
O que você deve saber antes de inscrever seu trabalho no 10º Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar? Responderemos essas e outras dúvidas em nosso webinar exclusivo nesta quinta-feira, dia 21, a partir das 16h.
Na ocasião, iremos discutir as novidades da maior premiação de trabalhos acadêmicos no setor de saúde suplementar nacional, como as mudanças nos valores premiados, possibilidade de inscrição de artigos científicos e muitas outras.
E não para por aí, você também irá conhecer as principais dicas dos avaliadores para inscrever um trabalho vencedor, os cuidados a serem tomados para garantir sua participação, os erros e acertos das pesquisas inscritas ao longo das nove edições anteriores, entre outros temas.
Para isso, reunimos um time altamente capacitado. Nosso superintendente executivo, José Cechin, irá apresentar e mediar o debate com os avaliadores dos trabalhos: Alberto Ogata, diretor da ABQV e avaliador da categoria Promoção da Saúde, Qualidade de Vida e Gestão em Saúde; Antonio Campino, economista professor da USP e avaliador da categoria Economia; e Luiz Felipe Conde, advogado sócio do escritório Conde & Advogados e avaliador da categoria Direito.
Garanta já sua vaga e faça sua inscrição aqui.
Já se inscreveu? Então mande suas dúvidas em nosso whatsapp que incluiremos no debate: (11) 93352-3355.
Nos vemos nesta quinta-feira, 21 de maio, a partir das 16h. Até lá!
No fim de janeiro, publicamos a análise especial “Reflexões sobre a política de Ressarcimento ao SUS”, que aponta a necessidade de aprimoramento nos mecanismos de ressarcimento ao SUS em função dos atendimentos a beneficiários de planos médico-hospitalares – reveja.
Na última semana, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou nota sobre o estudo, comentando-o. No espírito de fomentar este necessário debate para o setor e por acreditarmos que o diálogo franco, sempre amparado em sólida pesquisa científica é necessário para o aprimoramento do setor, decidimos publicar a nota do órgão regulador na íntegra. Confira:
Nota da ANS sobre Ressarcimento ao SUS
Por ocasião da publicação de material divulgado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) presta os seguintes esclarecimentos:
1. O processo de ressarcimento ao SUS dos procedimentos realizados por beneficiários de planos de saúde em unidades do Sistema Único de Saúde vem sendo aprimorado de forma permanente pela ANS, tornando-se mais ágil na identificação dos valores devidos pelas operadoras de planos de saúde e no repasse de recursos ao Fundo Nacional de Saúde, conforme pode ser verificado no Boletim Informativo relativo a junho/2019 disponível no site da ANS;
2. A identificação dos beneficiários de planos de saúde atendidos na rede pública ou privada conveniada ao SUS é realizada de acordo com os dados do DATASUS e das informações repassadas pelas operadoras à ANS;
3. Antes de serem encaminhadas as notificações, denominadas de Avisos de Beneficiários Identificados (ABIs), a ANS aplica sobre a base de dados existente determinados “filtros”, a fim de excluir, de imediato, as hipóteses que não encontram amparo legal. Nesse sentido, cumpre destacar que já foram criados diversos “filtros”, como, por exemplo: i) de procedimentos fora do rol de cobertura obrigatória; ii) de atendimento fora da área de abrangência; iii) de atendimento fora das hipóteses de carência previstas na Lei 9.656/98;
4. Ressalta-se, portanto, que a qualidade das informações encaminhadas pelas operadoras de planos de saúde à reguladora tem relação direta com o resultado de cada processo. A realidade que se observa, porém, é que há casos de cadastros de beneficiários e de planos sem o preenchimento adequado ou com dados desatualizados. Esses fatores impedem a correta identificação e ocasionam falhas no processo de notificação;
5. Ainda com o aprimoramento permanente no registro e nos “filtros” para a correta identificação de casos em que o ressarcimento ao SUS é devido, é preciso considerar que particularidades contratuais podem interferir no resultado do processo, não sendo possível, portanto, eliminar por completo a notificação de operadoras de planos de saúde que eventualmente não devam o ressarcimento;
A título de exemplo, pode-se mencionar a situação em que um beneficiário realizou no SUS um procedimento de cobertura obrigatória pelo rol da ANS, foi atendido dentro da sua área de abrangência e já havia cumprido todos os prazos legais de carência. A princípio, a obrigação de ressarcir ao SUS estaria plenamente configurada. Entretanto, a operadora de plano de saúde pode, por meio do processo administrativo, alegar que o consumidor possuía uma determinada doença ou lesão preexistente que levaria à exclusão da cobertura para aquele procedimento e, consequentemente, comprovar que não deve o ressarcimento ao SUS.
6. Dessa forma, o estabelecimento de mecanismos que garantam às operadoras o exercício do direito à ampla defesa e ao contraditório não poderia ser suprimido pela ANS nem mesmo entendido como gasto desnecessário, tendo em vista que, dentro de um ambiente democrático de direito, deve ser oportunizada à parte a apresentação de argumentos e de provas que a desobrigue de arcar com um responsabilidade não condizente;
7. Com relação ao exame de impugnações e de recursos protocolados pelas operadoras, destaca-se que a principal causa de “deferimento” decorre do reconhecimento de existência de fator moderador no contrato. Nessa situação, ainda que a operadora deva o ressarcimento ao SUS, como é feito um abatimento no valor final relativo à coparticipação/franquia, o “status” do atendimento passa a ser o de “deferido”;
8. Em relação à celeridade implementada pela ANS na notificação das operadoras, cumpre salientar que se trata de uma demanda do próprio mercado de saúde suplementar. Isso se deve à conclusão de que, quanto menor for o tempo entre a data de atendimento e a data em que a operadora tiver ciência do ocorrido, maior a probabilidade de obter os documentos comprobatórios para embasar a defesa administrativa e, consequentemente, de ter êxito nas suas alegações;
Por fim, convém apontar que, embora o Sistema Único de Saúde seja guiado pelo princípio da universalidade, não se pode permitir o uso da malha pública de saúde como complemento da rede assistencial das próprias operadoras. Portanto, cabe às operadoras de planos de saúde efetuar o ressarcimento aos cofres públicos da mesma maneira que realizariam o pagamento do atendimento caso ele fosse realizado em sua própria rede.
Um dos nossos pilares fundamentais é exatamente ampliar o debate e promover o diálogo sobre questões fundamentais para o desenvolvimento do setor de saúde suplementar brasileiro. O nosso foco é incentivar a implementação de uma agenda nacional de avanço na prestação de serviços de saúde no Brasil, bem como estimular a troca de conhecimento e a aplicação de ações em diversas frentes. Quem esteve presente em nosso seminário “Transformação Digital na Saúde”, realizado em São Paulo, conseguiu ver isso de perto.
Para os presentes na conversa, o setor tem caminhado em diferentes áreas, mas ainda são necessários avanços que acompanhem o novo momento da saúde mundial, tanto nas práticas profissionais quanto na regulação e nas relações entre os diferentes agentes. “Em 2019, entrou em vigor um novo Código de Ética Médica que, pela primeira vez, trouxe a citação à Telemedicina”, apontou Dr. Chao Lung Wen, professor líder do grupo de pesquisa de telemedicina da Universidade de São Paulo (USP). Para ele, a Telessaúde, como qualquer serviço do setor, deve ser testada em segurança, qualidade, efetividade e custo eficiência para possibilitar cuidados integrados, humanizados, melhorar o acesso e promover a saúde.
A opinião foi corroborada por Leandro Fonseca, ex-diretor presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que apontou que momentos como o atual, de intensa transformação, trazem grandes desafios também para os órgãos reguladores. Segundo ele, a ANS vem solicitando uma atuação mais ativa das empresas contratantes de planos de saúde, que representam aproximadamente dois terços dos contratos. “É preciso ação em conjunto delas com as operadoras, colocando o paciente no centro dos programas de prevenção de doenças e promoção da saúde”, apontou.
Para Luiz Alberto Ortiz, CIO da Orizon, a articulação dos diferentes segmentos é crucial para o futuro da saúde nacional. “Passamos grande parte da vida no ambiente de trabalho. É fundamental que o empregador entre na cadeia de cuidados que envolvem o paciente. Daí a importância de eventos como esse para se pensar soluções comuns”, arrematou.
Ao longo do ano, seguiremos trabalhando para trazer novas discussões que contribuam para a quebra de paradigmas e a evolução do setor de saúde suplementar. Afinal, como bem lembrou Fonseca no debate, o novo sempre vem. “Na história da evolução, sobrevivem aqueles que melhor se adaptam. E com a tecnologia, as relações, práticas e o futuro do setor é a mesma coisa”, arrematou.
Veja mais:
Além do debate – veja o vídeo – , o evento trouxe palestra exclusiva do Dr. Wen sobre “Telessaúde telemedicina: desafios para uma nova era de cuidados” – reveja.
A criação, em 2018, de um espaço para exibição de pôsteres de trabalhos (acadêmicos ou não) relacionados à saúde suplementar durante a cerimônia de entrega do Prêmio IESS é algo que muito nos orgulha.
A iniciativa cumpre a importante função de incentivar a criação de estudos e o interesse de pesquisadores pelo setor de saúde suplementar desde o começo da vida acadêmica, além de ser um espaço para empresas e outras instituições apresentarem o que têm desenvolvido nessa área. Claro, o grande diferencial deste projeto é possibilitar um canal de contato e troca de experiências entre estes públicos de interesses tão semelhantes, mas experiências tão distintas. O que só tende a enriquecer o diálogo.
Também por acreditar na importância dessas interações e da troca de conhecimentos que criamos uma página especifica para “hospedar” os Anais do Prêmio IESS. A partir de hoje, você pode consultar de forma ainda mais prática e rápida os pôsteres exibidos a cada ano.
Os pôsteres da edição 2018, que você já conhece, estão lá. E, agora, os de 2019 também. São 15 novos trabalhos para você conferir.
Tá esperando o quê? Leia já.
O relatório “Building the Hospital of 2030” apontou que 89% das organizações de saúde que adotaram estratégias da Internet das Coisas sofreram algum tipo de violação das informações. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entra em vigor em 16 de agosto de 2020, promete tornar o controle de acesso às informações mais rígido. Contudo, a nova regulação ainda está cercada de incertezas. Mesmo na Europa, que já conta com legislação em exercício, conflitos continuam sendo reportados. Este ano, uma multa de € 400 mil foi aplicada a um hospital português porque médicos estavam tendo acessos a todos os dados do paciente e não apenas aos que seriam necessários para o diagnóstico.
Até questões relativamente simples, como a guarda de dados, são pontos a que as empresas precisarão se atentar. Apesar de a pessoa física ter direito a saber que informações sobre ela a empresa possui e a solicitar que os dados sejam apagados, a legislação que obriga a guarda de informações (o Conselho Federal de Medicina prevê que os documentos do prontuário médico do paciente precisam ser mantidos na instituição por no mínimo 20 anos) e o fato de empresas poderem preservar conteúdo para se proteger em eventuais processos conflitam com essa determinação, criando insegurança jurídica. O consentimento para uso de informações e a “anonimização” dos dados são outros pontos que demandam atenção especial de empresas e mesmo de instituições de pesquisa.
Concomitantemente, o avanço tecnológico está possibilitando a ampliação de modelos de atendimento como a telemedicina, ainda que questões como o teleatendimento ainda necessitem de regulação para se tornarem efetivamente presentes no dia a dia das pessoas. Uma possibilidade que promete estender o atendimento assistencial para zonas mais afastadas dos grandes centros urbanos e tem, efetivamente, o potencial para transformar as relações de pacientes com os serviços de saúde. Trazendo uma nova onda de racionalidade para o setor. O TD 74 – “A Telemedicina traz benefícios ao sistema de saúde? Evidências internacionais das experiências e impactos” –, que publicamos em junho, traz importantes evidências da capacidade de mudança inerente à esta tecnologia.
Tão vasto quanto as possibilidades que se desenham são os desafios apresentados para que o setor se adapte às novas regras e tire o melhor proveito possível das mudanças por vir.
O seminário IESS “Transformação Digital na Saúde” quer jogar luz sobre essas questões e ajudar pesquisadores e gestores da saúde a identificar os caminhos para o futuro. Venha participar desse debate conosco, dia 11 de dezembro, no hotel Tivoli Mofarrej (Al. Santos, 1.437), em São Paulo.