Ontem, apresentamos o seminário "Incorporação de Tecnologias na Saúde Suplementar” no Rio de Janeiro. O evento contou com grandes palestrantes que analisaram o uso de ferramentas de Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS), analisaram a situação do mercado brasileiro e apresentaram algumas práticas internacionais que podem proporcionar ganhos de eficiência ao setor.
Se você não pôde participar, mas se interessa pelo assunto, não deixe de ver as apresentações dos palestrantes no evento:
Apresentação - Luiz Augusto Carneiro, Superintendente executivo do IESS
Apresentação - João Paulo dos Reis Neto, diretor presidente da CAPESESP
Apresentação - Luciano Paladini, médico analista da Evidências
Apresentação - Sam Rossolimos, diretor da Accenture África do Sul
Apresentação - Rynaldo Rocha, coordenador de Gestão e Projetos em Saúde do Planserv
Em breve, disponibilizaremos também os vídeos com as apresentações do evento.
A adoção de novas tecnologias é um dos principais fatores que impulsionam os custos de saúde no mundo. Na saúde suplementar brasileira, esse cenário é especialmente grave, uma vez que apesar de haver algumas discussões envolvendo estudos de efetividade e econômicos, a utilização da Avaliação das Tecnologias em Saúde (ATS) ainda é incipiente quando comparada ao setor público e não há qualquer sinal da ANS de que esses estudos devam se tornar obrigatórios no setor privado. “Hoje, infelizmente, no Cosaúde (da ANS), olhamos muito pouco para isso. Fazemos mais a análise de impacto orçamentário, o que não é suficiente", admitiu João Paulo dos Reis Neto, diretor presidente da CAPESESP, durante o seminário “Incorporação de Tecnologias na Saúde Suplementar”, realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), na manhã de hoje (31/5), no Rio de Janeiro.
"Não dá para incorporar um novo medicamento, uma nova tecnologia, sem uma análise técnica que considere a complexidade dessa adoção, contemplando seus custos e benefícios”, afirmou Reis. A posição é corroborada pelo superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, que destaca que a adoção de novas tecnologias ao rol da ANS sem uma avaliação criteriosa, claramente, é um fator de expansão dos custos sem, necessariamente, vir acompanhada de ganhos de eficiência ou qualidade assistencial. “Não se trata de rejeitar o avanço tecnológico, mas assegurar que efetivamente ele represente ganhos de eficiência ao sistema e, na prática, nem sempre isso tem se comprovado”, pontuou.
Os especialistas presentes no seminário do IESS concordaram que, sem uma ação do órgão regulador, um dos caminhos para mudar essa situação é informando melhor os pacientes. “O paciente tem sido um pouco alheio a todo o processo de adoção de novas tecnologias na saúde. Hoje, ele é muito mal informado e não sabe qual será o benefício de uma tecnologia em relação à outra. Isso gera uma pressão de custos, que também se transforma em pressão sobre os pagadores (operadoras)”, analisou Luciano Paladini, médico analista da Evidências.
A experiência internacional também fornece bons exemplos para o aperfeiçoamento do mercado local. “Na África do Sul, criamos comitês para aprovação das tecnologias, mecanismos de transparência de preços e seguimos políticas clínicas críveis, transparentes e coerentes, com base na medicina baseada em evidências, bem como a relação custo-benefício e acessibilidade econômica", explicou Sam Rossolimos, diretor da Accenture África do Sul.
As novas tecnologias oferecem inúmeras oportunidades, também para a saúde. Só é preciso garantir que seu custo não comprometa a sustentabilidade do setor.
O seminário Incorporação de Tecnologias na Saúde Suplementar vai contar com um conjunto de especialistas renomados para analisar esse tema tão sensível para a sustentabilidade da saúde suplementar do Brasil. São profissionais com grande conhecimento e experiência, que podem apontar soluções para esse fator de grande impacto nos custos e na eficiência da saúde. Traremos também uma visão internacional, para que possamos aprender com as experiências externas. Participe desse importante encontro que envolve a saúde suplementar do Brasil.
Palestrantes
Otávio Clark, CEO e Chefe de Equipe da Evidências
Nome reconhecido no Brasil em assuntos relacionados a medicina baseada em evidências, farmacoeconomia, avaliação tecnológica de saúde e acesso ao mercado. Com cerca de 20 anos de experiência na área, publicou vários trabalhos em revistas médicas.
Luciano Paladini, Médico Analista da Evidências
Médico, desenvolve Avaliações de Tecnologias em Saúde (ATS), também fornecendo dados epidemiológicos para a alimentação de modelos de patient forecast. É coautor de vários artigos publicados em revistas médicas indexadas, nacionais e internacionais.
Reynaldo Rocha do Nascimento Júnior, Coordenador de Gestão e Projetos em Saúde do Planserv
Cirurgião geral e mastologista e diretor da DUOMED (Auditoria e Consultoria em Saúde), coordenador de Gestão e Projetos em Saúde do Planserv – BA e gerente-médico-executivo do Hospital Santa Isabel (Santa Casa de Misericórdia da Bahia).
Sam Rossolimos, Diretor da Accenture na África do Sul
Médico, pertence ao American College of Healthcare Executives, foi executivo e membro de conselhos de administração de diversas organizações de saúde na África do Sul.
Debatedoras
Karla Coelho, Diretora de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS
Solange Beatriz Mendes, Presidente da Fenasaúde
Confira a programação completa e inscreva-se agora!
O IESS realiza, no próximo dia 31, um debate fundamental para analisar os impactos positivos e negativos das novas tecnologias sobre a saúde suplementar. Será uma grande jornada para analisar o uso de ferramentas de Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS), avaliar a situação do mercado brasileiro e conhecer algumas práticas internacionais que geraram ganhos e eficiência ao setor. Buscaremos respostas para os enormes desafios de sustentabilidade da saúde suplementar do Brasil e você é parte fundamental desse debate.
Serão debatidos assuntos como:
- Rol de cobertura da ANS e suas limitações;
- Processos de incorporação e desincorporação no Brasil e em outros países;
- Inflação médica;
-A sustentabilidade do Sistema de Saúde e o papel da tecnologia neste contexto;
- Passos para um processo de Incorporação de tecnologia inteligente;
- Modelo de decisão em Ambiente Multicritério;
- Como é o processo de ATS;
- Principais desenhos de estudo usados em ATS;
- Como um processo formal de ATS pode ajudar o mercado privado brasileiro
Confira a programação completa do “Seminário Incorporação de Tecnologias na Saúde Suplementar”, que iremos realizar no dia 31 de maio, a partir das 8h, no Hotel Hilton Rio de Janeiro (Av. Atlântica, 1020). Inscreva-se gratuitamente, mas atenção, as vagas estão acabando!
A Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) é, como já mostramos aqui no Blog, fundamental para o processo de incorporação de novas tecnologias na saúde.
O estudo “Hospital-based health technology assessment (HTA) in Finland: a case study on collaboration between hospitals and the national HTA unit”, publicado na 12ª edição do Boletim Científico com o título “Avaliação de tecnologias em saúde (ATS) em hospitais da Finlândia: um estudo de caso sobre a colaboração entre hospitais e a unidade nacional de ATS”, analisou os resultados de um programa de colaboração entre hospitais finlandeses e a agência de ATS da Finlândia.
O estudo acompanhou os frutos da parceria por sete anos e detectou que apesar de terem sido gerados relatórios com qualidade técnica para auxiliar os processos de incorporação de novas tecnologias naqueles hospitais, não houve aumento da transparência no processo decisório ou emprego das informações disponíveis.
Os autores especulam que isso acontece porque não há uma regulamentação exigindo o uso de ATS, o que permite que os hospitais e outros prestadores de serviço de saúde possam adotar novas tecnologias de acordo com seus próprios critérios, o que nem sempre significa privilegiar o melhor desfecho clínico ou respeitar critérios de custo-efetividade.
Se você se interessa por esse assunto, não deixe de participar do “Seminário Incorporação de Tecnologias na Saúde Suplementar”, que iremos realizar no dia 31 de maio, a partir das 8h, no Hotel Hilton Rio de Janeiro (Av. Atlântica, 1020). Confira a programação completa e inscreva-se gratuitamente, mas atenção, as vagas estão acabando.
A adoção de novas tecnologias é um dos principais fatores de expansão de custos da saúde, em todo o mundo, em patamares amplamente superiores aos índices médios de inflação dos países. Claro, as inovações tecnológicas representam, em boa parte das ocasiões, avanços importantes para aplicações em diagnósticos e tratamentos. Da mesma forma, podem significar também ganhos de qualidade assistencial e de vida para os pacientes. Entretanto, nem toda nova tecnologia representa ganhos de eficiência nas internações, exames e terapias dos pacientes, especialmente para o desfecho clínico.
Além disso, é preciso considerar, também, critérios de custo-efetividade para analisar a viabilidade de incorporação de novas tecnologias nos sistemas de saúde (tanto público quanto privado). Afinal, como já temos apontado, os recursos são limitados e não é possível oferecer tudo, o tempo todo para todo mundo.
São justamente essas questões que queremos debater com você no “Seminário Incorporação de Tecnologias na Saúde Suplementar”, que iremos realizar no dia 31 de maio, a partir das 8h, no Hotel Hilton Rio de Janeiro (Av. Atlântica, 1020). Confira a programação completa e inscreva-se gratuitamente, mas atenção, as vagas são limitadas!
A adoção de novas tecnologias em conjunto com o processo de envelhecimento populacional são os principais fatores de expansão de custos da saúde, em todo o mundo, em patamares amplamente superiores aos índices médios de inflação dos países (os links levam a outros posts aqui do Blog sobre cada um desses assuntos).
É claro que as inovações tecnológicas representam, em boa parte das ocasiões, avanços importantes para aplicações em diagnósticos e tratamentos. Da mesma forma, podem significar também ganhos de qualidade assistencial e de vida para os pacientes. Entretanto, nem toda nova tecnologia representa, em termos práticos, melhoria de eficiência nas internações, exames e terapias dos pacientes, especialmente para o desfecho clínico. Além disso, é preciso considerar também ter critérios de custo-efetividade para analisar a viabilidade de incorporação de novas tecnologias nos sistemas de saúde (tanto público quanto privado). Afinal, como já temos apontado, os recursos são limitados e não é possível oferecer tudo, o tempo todo para todo mundo.
Convém enfatizar que muitas das novas tecnologias representam economia e racionalidade financeira aos sistemas de saúde. Existem inúmeros e importantíssimos casos que revelam que, boas tecnologias, especialmente aquelas voltadas para a eficiência administrativa, de melhoria de processos, maior transparência e agilidade, mitigam riscos, aperfeiçoam os sistemas de gestão e geram resultados financeiros.
É para analisar os diferentes ângulos da incorporação de novas tecnologias da saúde, prestigiar as tecnologias que auxiliam o desenvolvimento do setor da saúde que vamos realizar, em parceria com a Live Healthcare Media, o seminário "Tecnologia na saúde Suplementar" durante o Hospital Innovation Show (HIS), no SP Expo, dia 28 de setembro. Não perca essa chance de debater conosco o uso estratégico da tecnologia a partir do contexto global de evolução de custos na saúde, a análise de boas práticas internacionais e recomendações para o mercado brasileiro.
Cada nova tecnologia em saúde, caso de medicamentos, exames, equipamentos e materiais que são adicionados ao sistema, tem sido a principal causa de aumento de custos do setor internacionalmente. Isso, junto com o processo de envelhecimento populacional. No caso do Brasil, esse processo não é diferente, mas pode ser atenuado se passarmos a Avaliação das Tecnologias em Saúde (ATS) na saúde suplementar.
Toda nova tecnologia deveria ser adotada e coberta pela saúde suplementar? Até onde os planos de saúde – e, naturalmente, os beneficiários que pagam a conta – podem suportar a adoção dessas novas tecnologias? Qual critério científico pode ser adotado para essa tomada de decisão? Esse é o papel da ATS e o Brasil pode avançar muito nessa agenda.
Produzimos um estudo que analisa esse tema a fundo. Não se trata, nem de longe, de posicionar-se contra a adoção da tecnologia. Mas avaliar sua viabilidade, quanto de fato ela agrega na melhoria de diagnósticos e terapias, e se o sistema consegue suportar cada nova adoção. No sistema público, vale lembrar, cabe à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) fazer esse filtro. A saúde suplementar pode aprender com essa experiência.
No vídeo a seguir, o superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, fala sobre a importância desse tema.