O tabagismo é considerado uma doença crônica, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Mais: é a principal causa de morte evitável no mundo e os números que envolvem o hábito continuam alarmantes no Brasil e fora dele. Dados do Inca mostram que, somente no Brasil, é responsável pela morte de 428 pessoas por dia, cerca de 12,6% de todos os óbitos anuais.
No mundo, 7 milhões de pessoas morrem a cada ano em decorrência do uso de tabaco, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Destes, pouco mais de 6 milhões são fumantes ativos e 900 mil, passivos (afetados indiretamente por estar no mesmo ambiente que fumantes). Segundo a entidade, o consumo da substância é uma das piores epidemias já enfrentadas pela humanidade.
Para promover um alerta sobre os malefícios do fumo e dos efeitos do tabagismo passivo, o 31 de maio foi escolhido como o Dia Mundial Sem Tabaco. A data foi instituída em 1987 pela OMS e continua sendo um importante momento para refletir sobre esse hábito.
Trazendo para o momento atual, além de ser um fator de risco para diversos tipos de câncer, doenças cardiovasculares, respiratórias e outras enfermidades, o tabagismo ainda tem sido uma preocupação neste cenário de pandemia. A Covid-19, doença causada pelo novo Coronavírus, ataca o sistema respiratório e os profissionais da saúde têm demonstrado preocupação, já que estudos sugerem aumento dos riscos para pacientes fumantes em função do comprometimento da capacidade pulmonar e do funcionamento dos pulmões.
Além disso, a quarentena imposta para diminuir a curva de contágio pelo vírus tem feito com que muitas pessoas repensem alguns hábitos e o modo como cuidam de sua saúde. Além dos fatores psicológicos – tão falado no momento de pandemia – há outros que influenciam a saúde, como a dependência do cigarro.
Vale lembrar que não há um nível seguro de exposição ao tabaco. A única forma eficaz de diminuir seus riscos é abandonar completamento o hábito. E este pode ser um importante momento para dar esse passo. O isolamento social gerado pela pandemia e a necessidade de pensar e agir de forma a proteger a própria saúde e daqueles com que se convive pode ser um estímulo.
Quer mais? O estudo “Promoção da Saúde nas Empresas”, produzido para nós pelos especialistas Alberto Ogata e Michael P. O’Donell, indica uma ferramenta para mensurar os riscos de hábitos que prejudicam a saúde (incluindo o tabagismo).
Outro ponto importante que tratamos aqui diz respeito aos gastos em saúde. Segundo o levantamento da Fiocruz, o tratamento de cada paciente com câncer de pulmão custa, em média, R$400 mil. Já a OMS aponta que, em todo o mundo, o tabagismo gera US$ 1 trilhão a cada ano em função da diminuição da produtividade, adoecimento e mortes prematuras. Também falamos mais sobre os hábitos de consumo de tabaco no Brasil no TD 73 - Análise da Pesquisa Nacional de Saúde.
Repense seus hábitos. Proteja sua saúde.
Conforme divulgamos em nossos canais e homenageamos esses profissionais, no último 12 de maio foi celebrado o Dia Internacional da Enfermagem. E, por aqui, não poderíamos encerrar esta semana sem reforçar nosso respeito e admiração por esses profissionais.
A atuação é crucial no esforço global de atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODMs), lista de 17 objetivos e 169 metas elaboradas pela Organização das Nações Unidas (ONU) envolvendo temáticas diversificadas para ações mais sustentáveis no mundo todo. Na área de saúde, aponta para a preocupação acerca da saúde mental e doenças crônicas, resposta a emergências, segurança do paciente, cuidado integral e humanizado. Fortemente em linha com o momento que estamos passando de pandemia pelo novo Coronavírus.
Nesta semana, portanto, vale a pena reiterar a pesquisa recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) “State of the world’s nursing” (Estado da enfermagem mundial, em tradução livre). A publicação destaca a importância da atuação desses profissionais em todo o mundo e aponta que enfermeiros, técnicos e auxiliares tem um conjunto de atribuições e responsabilidades mais amplo do que a maior parte dos pacientes costuma perceber.
O documento que traz informações de 191 países ressalta a necessidade de políticas que possibilitem maior impacto e efetividade, otimizando a atuação de liderança desses profissionais e o aumento de investimentos em treinamento e educação. Os dados ainda mostram que a enfermagem tem expandindo seu alcance e formação, mas ainda com avanços desiguais, sobretudo nos países do continente africano, onde o déficit desses profissionais é maior.
Por aqui, com mais de 550 mil enfermeiros, 1,3 milhão de técnicos e aproximadamente 420 mil auxiliares, o País apresenta uma alta densidade de profissionais por habitantes. No entanto, ainda carece de melhor distribuição em todo o País. Os dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontam que mais da metade dos enfermeiros (53,9%), técnicos e auxiliares de enfermagem (56,1%) está na Região Sudeste. Proporcionalmente à população, que representa 28,4% dos brasileiros segundo o IBGE, a Região Nordeste apresenta a menor concentração de profissionais, com 17,2% das equipes de enfermagem.
Portanto, fica novamente o nosso agradecimento a essa categoria e o reforço da necessidade de assegurar boas práticas para o setor, baseado em evidências e rigor técnico, garantindo melhor desempenho desses profissionais e, consequentemente, na assistência prestada aos pacientes.
Parabéns a todos e todas.
Para comemorar o Dia Mundial da Saúde 2020, como comentamos em nosso canal no LinkedIn, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou, na semana passada (07/04), a primeira edição da pesquisa “State of the world’s nursing” (Estado da enfermagem mundial, em tradução livre).
O documento destaca a importância desta categoria que responde, segundo dados da própria OMS, pela maior parte dos profissionais de saúde no mundo, além de constituir a base para o relacionamento interpessoal entre diferentes especialistas em uma equipe. O estudo destaca que enfermeiros, técnicos e auxiliares tem um rol de responsabilidades mais amplo do que a maior parte dos pacientes costuma perceber, exercendo papéis importantes como professores, pesquisadores, educadores e também no desenvolvimento de protocolos de atendimento e outras políticas essenciais tanto para os centros de atenção em saúde quanto para o setor como um todo.
No momento atual, é necessário salientar que estes profissionais constituem a linha de frente no combate à pandemia do Coronavírus, estando em contato direto e frequente com pacientes e seus familiares.
Além de analisar a relevância e o campo de atuação da enfermagem como um todo, o estudo é importante por explorar os grandes desafios que precisam ser enfrentados globalmente bem como propor ações para mudar este cenário.
Entre as melhorias que precisam ser alcançadas, o trabalho destaca:
- Ampliar a base de dados para análise, monitoramento e tomada de decisões;
- Distribuição geográfica dos melhores profissionais fora dos mercados em que foram treinados;
- Desenvolvimento de programas de educação continuada;
- Direitos de gênero; e,
- Regulação como um todo.
No momento, o conteúdo está disponível apenas em inglês. Mas deve ser disponibilizado em outros idiomas a partir de maio. Vale a leitura.
A procura por mamografia teve um aumento relevante entre as beneficiárias de planos de saúde médico-hospitalares de 2013 a 2018. De acordo com a Análise Da Assistência à Saúde da Mulher na Saúde Suplementar Brasileira entre 2013 e 2018, que acabamos de publicar, o total de exames desse tipo avançou de 4,8 milhões para 5,0 milhões no período analisado. Alta de 5,1%.
Mais importante, o levantamento mostra que a procura por mamografia cresceu mais justamente pelo grupo definido como prioritário pelo Ministério da Saúde, as mulheres com idade entre 50 anos e 69 anos. Para elas, o total de mamografias subiu de 2,1 milhões, em 2013, para 2,3 milhões em 2018. Incremento de 7,3%. Apesar do resultado, essa faixa etária ainda responde por menos de metade dos exames desse tipo no País. O que reforça, em nossa opinião, a necessidade de conscientização sobre o câncer de mama e a importância de campanhas como o Outubro Rosa – como já comentamos.
O assunto ganha ainda mais destaque porque parte da sociedade está interessada em rediscutir a idade inicial recomendada para a realização do exame, como aponta reportagem publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo.
O principal motivador do debate é o estudo “Advanced Stage at Diagnosis and Worse Clinicopathologic Features in Young Women with Breast Cancer in Brazil: A Subanalysis of the AMAZONA III Study”, realizado pelo Grupo Latino-Americano de Oncologia Cooperativa (Lacog) e publicada no Journal of Global Oncology, que aponta que 43% das entrevistadas (2.950 mulheres com câncer em 9 estados brasileiros) tinham menos de 50 anos no momento do diagnóstico, feito entre janeiro de 2016 e março de 2018.
Não obstante, cabe ressaltar, como também fez reportagem, que a amostra total utilizada no levantamento equivale a menos de 2% dos casos de câncer de mama no País no período analisado. Além disso, não há indicação de quantas dessas mulheres teriam algum histórico familiar da doença (quando há histórico, a idade recomendada para a realização do exame passa de 50 anos para 25 anos).
Embora a antecipação do exame possa representar um risco para as mulheres ao expô-las a radiação (ainda que baixo) e, no Brasil, o diagnóstico em mulheres na faixa dos 40 anos seja raro, representando apenas 10% dos casos, apoiamos o debate sobre o assunto. Afinal, quanto mais falarmos no tema, maior a chance de que mais pessoas se conscientizem sobre a doença.
A saúde mental é um tema que tem ganhado visibilidade e está lentamente se afastando de uma série de preconceitos. Contudo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 35% e 50% das pessoas com transtornos mentais em países de alta renda não recebem tratamento adequado e, nos países de baixa e média renda, o porcentual é ainda maior, ficando entre 76% e 85%.
Ainda de acordo com a OMS, a cada 45 minutos, uma pessoa comete suicídio no Brasil e 90% das vezes o caso está associado a algum distúrbio mental. Na saúde suplementar brasileira, o cuidado e o debate sobre a questão estão avançando, mas ainda há um longo caminho pela frente. Desde 2011, o total de iniciativas em saúde mental inscritas no programa de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos de Doenças (Promoprev), da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), avançou de 3 para 42, atendendo cerca de 29,5 mil beneficiários. Os números, entretanto, estão longe do total de 1,9 mil programas inscritos no Promoprev e das 2,3 milhões de vidas assistidas por eles.
Se ainda há muito o que avançar nessa frente, ao menos podemos afirmar que os tratamentos estão cobertos pelo Rol de procedimentos, que prevê consultas psiquiátricas em número ilimitado, internação hospitalar, atendimento e acompanhamento em hospital-dia psiquiátrico, consulta com psicólogo e com terapeuta ocupacional, além de sessões de psicoterapia.
E os dados do Mapa Assistencial indicam que esses serviços têm sido cada vez mais utilizados. O total de consultas psiquiátricas cresceu 63% entre 2011 e 2018, saindo de 3 milhões para 4,9 milhões. No mesmo período, as sessões com psicólogos tiveram um avanço ainda mais expressivo, de 7,1 milhões para 17,5 milhões. Alta de 146%. Enquanto isso, o total de consultas com terapeutas ocupacionais chegou a 1,9 milhão; a quantidade de internações psiquiátricas, a 196,3 mil; e, a de internações em hospital-dia, a 99,9 mil.
Mesmo se considerarmos que a quantidade de vínculos com planos médico-hospitalares cresceu entre os anos analisados, passando de 46 milhões para 47,3 milhões, o incremento no uso desses serviços é considerável e indica o começo de uma mudança de raciocínio e o reconhecimento, inclusive por parte da sociedade, de que a saúde mental não é motivo para vergonha, mas exige cuidados como o restante do corpo. Talvez até mais.
Nos últimos dias, duas reportagens sobre cesáreas nos chamaram atenção. A primeira, do jornal Folha de S.Paulo, aponta que o Brasil é o País com a segunda maior taxa desse procedimento no mundo e destaca que um projeto de Lei da deputada Janaína Paschoal (PSL) propõem que no SUS a gestante possa optar pela cesárea, inclusive para parto sem indicação clínica, como já acontece na saúde suplementar.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que apenas 15% dos partos sejam feitos por cesárea. Contudo, os partos desse tipo respondem por 55% do total no País. Apenas a República Dominicana tem uma proporção maior, de 56,4% dos partos. Os números detalhados constam na “Análise da assistência à saúde da mulher na saúde suplementar brasileira entre 2011 e 2017”, que publicamos recentemente.
A segunda reportagem, dessa vez da Ag. Brasil, indica que esses números estão fortemente ligados ao medo que as brasileiras têm do parto normal e analisa uma pesquisa realizada com 7 mil mulheres (50% gestantes) pelo portal Trocando fraldas. De acordo com o levantamento, 61% das mulheres têm medo de dar à luz por meio de parto normal.
Além disso, a pesquisa aponta que em 45% dos casos é o desejo da própria mulher que determina a cesárea, apenas 17% das vezes ela ocorre por determinação médica e 34% dos procedimentos ocorrem por condições do sistema de saúde, como a estrutura ou a falta dela na maternidade.
De modo geral, tanto o estudo quanto as reportagens mostram o que já temos indicado: uma necessidade premente de campanhas de conscientização sobre os riscos e vantagens de cada procedimento.
Vale lembrar, o risco de morte materna pós-parto é três vezes maior em cesarianas do que em outras modalidades de parto, como apontam alguns estudos já analisados aqui no blog, principalmente em decorrência de hemorragia e complicações na anestesia. Por outro lado, esse procedimento é indicado quando se constata, por exemplo, que o cordão umbilical está enrolado no pescoço do bebê e diversos outros partos de risco.
Nós continuamos defendendo que cada caso deve ser analisado separadamente e a decisão tem que ser tomada em conjunto pela paciente e seu médico de confiança.
Ah, para quem quiser entender melhor o medo justificado que diversas mulheres têm dos partos normais, recomendamos o documentário “Parto, da violência obstétrica às boas práticas e Cesárea, mitos e riscos”, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou quais são as prioridades para 2019. Dentre elas, destaca-se o controle de doenças crônicas não transmissíveis. Para conter seu avanço, o órgão propõe atuar junto aos governos a fim de atingir a meta global de redução em 15% da inatividade física até 2030, o que pode ser feito por meio de implantações de políticas públicas que incentivem a prática de exercícios diários.
A entidade estima que as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) sejam responsáveis por cerca de 38 milhões de mortes anuais, sendo que 16 milhões corresponderiam às mortes prematuras, antes dos 70 anos de idade, constituindo o maior problema de saúde em todo o mundo. Ainda segundo a OMS, sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, má alimentação e poluição do ar são os fatores de risco que impulsionam o crescimento da incidência das doenças crônicas. Além disso, a decorrente obesidade está entre as principais causas do diabetes tipo 2.
Além disso, essas doenças geram incapacidade, sofrimento e causam impactos na economia. Com isso em mente, o trabalho “Tendências de fatores de risco e proteção de doenças crônicas não transmissíveis na população com planos de saúde no Brasil de 2008 a 2015” publicado na 24º edição do Boletim Científico analisou o acesso aos exames preventivos na população com planos de saúde nas capitais brasileiras de adultos com 18 anos ou mais com base nos dados coletados do Sistema Nacional de Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel).
Se por um lado houve aumento dos fatores de proteção, como o consumo de frutas, legumes e a prática de atividade física, aliado à redução de fatores de risco como tabagismo, consumo de refrigerantes, de outro, o estudo mostrou que ocorreu aumento do excesso de peso, obesidade e diabetes. Outro importante dado apontado pela pesquisa é de, no geral, as mulheres acumulam mais fatores de proteção e homens, mais fatores de risco.
Não é de hoje que falamos da importância de colocar em prática medidas efetivas para o combate de doenças crônicas. Pelo seu caráter preventivo, a promoção da saúde é, sem dúvida, uma grande aliada no enfrentamento de doenças crônicas.
Quer conhecer esse e outros trabalhos? Acesse a última edição do Boletim Científico.
Lançado recentemente, o Texto para Discussão n° 73 “Hábitos alimentares, estilo de vida, doenças crônicas não transmissíveis e fatores de risco entre beneficiários e não beneficiários de planos de saúde no Brasil: Análise da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013” tem o objetivo de produzir dados que sirvam de subsídio para a criação de programas, ações e políticas voltadas para a promoção da saúde e prevenção de doenças.
Para o estudo, foi considerada a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, inquérito de saúde mais amplo do território brasileiro, que permitiu concluir que cerca de 56 milhões de brasileiros, ou 27,9% da população, tinham um plano de saúde (médico e/ou odontológico) em 2013. A maior proporção desses beneficiários era do sexo feminino, representando 53,5%.
Quanto aos hábitos alimentares, verificou-se que uma maior proporção de beneficiários declarou comer a quantidade recomendada de frutas e vegetais por dia em comparação com não beneficiários. Uma menor proporção de pessoas com plano de saúde disse comer carne ou frango com excesso de gordura em comparação com pessoas sem plano de saúde.
Por outro lado, mais beneficiários consumiram doces de forma inadequada e declararam substituir refeições por sanduíches, salgados ou pizzas cinco ou mais vezes por semana em comparação com não beneficiários. O consumo elevado de sal também foi maior entre os beneficiários, já que 15,8% afirmou consumir em quantidade alta ou muito alta, contra 13,5% sem planos de saúde.
Ainda sobre o estilo de vida, dentre os respondentes, 28% dos beneficiários de planos de saúde disseram consumir álcool ao menos uma vez por semana, mais do que os 22,2% sem planos. No entanto, quando perguntados sobre o consumo abusivo de álcool, 55,4% dos não beneficiários afirmam ter esse hábito, enquanto 44,2% daqueles na saúde privada afirmaram se encaixar nesse perfil.
A promoção da saúde é, sem dúvida, uma grande aliada no enfrentamento de doenças crônicas por seu caráter preventivo. Com o cenário do envelhecimento populacional, é importante estabelecer metas e planos de implementação de políticas públicas e adoção de medidas para minimizar fatores de risco, como tabagismo, sedentarismo, consumo de álcool e alimentação não saudável.
Ações voltadas para a promoção e prevenção à saúde buscam reduzir a ocorrência de doenças, a mortalidade e combater o aumento da frequência de fatores de risco envolvendo a saúde dos brasileiros. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), oito fatores de risco (consumo de álcool, uso de tabaco, pressão alta, alto índice de massa corporal, níveis elevados de colesterol, altos níveis de glicemia, baixa ingestão de frutas e vegetais e inatividade física) representam 61% das mortes cardiovasculares.
Seguiremos apresentando dados sobre o estudo nos próximos dias.
Como já falamos em diferentes momentos aqui, a obesidade é um dos grandes perigos modernos e já é considerada uma epidemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao mesmo tempo em que se avançam os tratamentos para doenças desafiadoras em todo o mundo, como o câncer, e se aumenta a longevidade da população em âmbito global, outros problemas tem aparecido em decorrência dos hábitos ruins de saúde em todo o mundo. É pela preocupação com o tema que hoje, 11 de outubro, foi escolhido como o Dia Nacional de Prevenção à Obesidade.
Dados da OMS mostram que epidemia de sobrepeso e obesidade já afeta 39% da população adulta e 18% das crianças e adolescentes entre 5 e 18 anos. No Brasil, desde 2006, o índice de brasileiros obesos cresceu em 60%. Hoje aproximadamente 20% da população é obesa e 50% apresenta excesso de peso. O país já é o quinto em população obesa no mundo.
Se antigamente a obesidade era mais comum em países ricos, esse cenário mudou hoje em dia com o maior acesso da população aos diversos produtos industrializados, carboidratos refinados e demais alimentos como refrigerantes e doces. Isso fez com que o índice de obesidade atingisse níveis alarmantes.
Não é de hoje que alertamos sobre o aumento da incidência do problema. Já mostramos por meio do estudo especial “Evolução da obesidade no Brasil” e o alerta acerca dos “Impactos da cirurgia bariátrica” no TD 59.
A urgência do tema também já refletiu em trabalhos vencedores do Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar, como o trabalho “Impacto da Cirurgia Bariátrica, em médio prazo, na utilização de serviços de saúde, morbimortalidade e custo com atenção médica”, de Silvana Bruschi Kelles, 1° lugar na edição 2014.
Mais do que epidemia global que afeta pessoas de diferentes locais, é urgente também alertar sobre a relação do excesso de peso com outras morbidades. Cerca de 15 mil casos de câncer por ano são atribuíveis ao excesso de peso e obesidade no Brasil de acordo com pesquisa inédita realizada pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP em parceria com a Universidade de Harvard e a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer da OMS. Já falamos sobre a pesquisa aqui.
A relação entre câncer e o excesso de peso é, aliás, temas de estudos globais já mostramos em nosso Boletim Científico. Já falamos sobre a Mortalidade e anos de vida perdidos pelo câncer colorretal atribuível à inatividade física no Brasil; “A crescente carga de câncer atribuível ao alto índice de massa corporal no Brasil”; ou ainda sobre a relação da condição com a utilização do pronto-socorro.
Achamos importante reforçar esses dados periodicamente e lembrar que a cada 6 beneficiários de planos de saúde, 1 é obeso, segundo a última pesquisa Vigitel Saúde Suplementar 2016. No total da pesquisa, 18,7% dos homens beneficiários de planos de saúde estão obesos enquanto, entre as mulheres, a proporção é de 17%.
Mesmo que os beneficiários de planos de saúde sigam um pouco mais as recomendações do médico quanto aos hábitos de vida saudável, ainda é necessária uma mudança de postura entre todos os brasileiros. Pequenas mudanças na rotina, como, por exemplo, a prática de atividade física regular e melhores hábitos alimentares, impactam diretamente na luta contra a obesidade.
Vale ressaltar que hábitos mais saudáveis impactam diretamente não só na saúde de cada indivíduo, mas também para a sustentabilidade do setor de saúde. Prevenção e promoção de saúde são pilares fundamentais para a redução de procedimentos mais complexos e emergenciais, muito mais caros e de maior risco para o paciente.
Uma atitude simples que pode salvar diferentes vidas. Por mais necessária para tratamentos e intervenções de urgência e emergência, a doação de sangue ainda é pouco praticada em todo o país de forma constante.
É exatamente para lembrar da importância do tema e conscientizar quanto à necessidade que a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o 14 de junho como o Dia Mundial do Doador de Sangue.
Para se ter uma ideia, uma única doação pode salvar até quatro vidas. Isso porque é feito o fracionamento dos componentes sanguíneos (hemácias, plasma, plaquetas e crioprecipitado). Por outro lado, as baixas no estoque dos diferentes bancos de sangue podem causar o cancelamento de diversos procedimentos, como cirurgias e outras intervenções.
A campanha vem em boa hora. Segundo o Ministério da Saúde, é comum uma baixa nos estoques de sangue em todo o país em períodos de feriados prolongados e férias escolares – que se iniciam nos próximos dias. Portanto, é importante que o ato da doação seja feito antes de viajar para ajudar na manutenção do estoque nessa época.
O ministério também reforça que apenas 1,9% da população doa sangue periodicamente. Apesar de ainda estar dentro dos parâmetros (ao menos 1%), a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que o país tenha entre 3% e 5% de doadores em relação ao total da população. Aqui, os serviços de hemoterapia públicos fazem 64% da coleta, os serviços credenciados ao Sistema Único de Saúde (SUS) são responsáveis por 29% e os exclusivamente privados correspondem a 7%.
O ato de doar sangue, porém, ainda gera muitas dúvidas, seja em relação às condições físicas, idade, peso e possíveis restrições. O Ministério da Saúde estabelece que o doador deve ter entre 16 e 69 anos, pesar acima de 50 quilos e não apresentar doenças sanguíneas. Os menores de 18 anos precisam de consentimento dos pais e, entre 60 e 69, é necessário que o voluntário já tenha doado antes de completar 60 anos. Também é fundamental estar bem alimentado, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas que antecedem a doação e apresentar documento com foto.
A frequência máxima anual é de quatro doações para o homem e de três para a mulher. O intervalo mínimo deve ser de dois meses para os homens e de três meses para elas. Ajude a salvar vidas. Doe sangue!
Ainda tem dúvidas sobre o tema? Confira o hotsite do Ministério da Saúde sobre o tema.