Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de mama é o tipo mais comum e também o que mais mata as mulheres entre todos os tipos de câncer, sendo a segunda maior causa de morte na América Latina, atrás apenas das doenças cardiovasculares. Já em âmbito global, é o tipo mais letal de câncer em mulheres na faixa dos 20 a 59 anos. Até o fim de 2017, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 57.960 novos casos da doença no Brasil.
Por um lado, muito se tem avançado no debate, informação e campanhas da doença em todo o país, como o Outubro Rosa, uma das mais reconhecidas campanhas mundiais de promoção da saúde feminina. Por outro lado, os especialistas fazem um novo alerta: a incidência da doença em mulheres com menos de 30 anos tem aumentado, mas a medicina ainda não explica as causas, que podem ser desde a genética, hábitos alimentares inadequados e o estilo de vida.
Uma boa notícia vem da pesquisa IESS/Ibope que mostra distintas características sobre os cuidados de saúde entre beneficiários e não beneficiários de planos. Apesar da pesquisa mostrar que beneficiários de planos de saúde possuem hábitos mais saudáveis e tendem a cuidar melhor de sua saúde com a realização de consultas e exames com maior frequência, conforme mostramos aqui no blog, a realização de exames preventivos de mamografia cresceu expressivamente entre as mulheres não beneficiárias de plano de saúde.
Entre a faixa etária de maior risco (de 50 a 69 anos), a pesquisa de 2015 apontou que 64% das mulheres realizaram o exame nos últimos 12 meses. Já na pesquisa deste ano, o total de não beneficiárias de planos de saúde que fizeram mamografia subiu para 78%. Mesmo porcentual das beneficiárias que disseram ter realizado o exame nos 12 meses anteriores à pesquisa.
O autoexame e os exames regulares são fundamentais porque quanto mais cedo a detecção, mais altas as taxas de sucesso no tratamento. Uma pesquisa do Inca com 12,8 mil pacientes entre 2000 a 2009 mostrou que a sobrevida em cinco anos, de acordo com o estágio da doença no início do tratamento, foi de: 88,3% (estágio I), 78,5% (estágio II), 43% (estágio III) e 7,9% (estágio IV).
Além disso, vale ressaltar que hábitos mais saudáveis entre as mulheres impactam diretamente nestes números. Segundo o Inca, 30% dos casos desse tipo de doença podem ser evitados com mudanças na rotina, como a prática regular de atividade física, alimentação saudável e evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
Como já falamos em diferentes momentos aqui no blog, a obesidade é um dos grandes perigos modernos e já é considerada uma epidemia pela Organização Mundial da Saúde. Exatamente por isto, hoje, 11 de outubro, é o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade. Uma importante forma de prevenir a obesidade é a adoção de hábitos de vida saudável, e a pesquisa IESS/Ibope mostra distintas características sobre os hábitos de vida de beneficiários e não beneficiários de planos.
Segundo a pesquisa, ainda é grande a resistência dos brasileiros em seguir as recomendações do médico quanto a hábitos de vida (como alimentação e exercícios). Quando comparados os números de 2015 e 2017, percebe-se que pouco mudou sobre isto dentre os não beneficiários de planos de saúde: em 2015, 43% dos entrevistados disseram que sempre seguem a recomendação quanto a hábitos de vida saudável, 43% dizem que seguem às vezes e 14%, nunca seguem. Já em 2017, caiu o número dos que afirmam sempre seguir as recomendações médicas (40%) e avançou o total dos não beneficiários que às vezes seguem as recomendações (46%). Já a proporção dos que nunca seguem as recomendações médicas se manteve estável em 14%. Entre os beneficiários de planos de saúde, os números apresentam leve diferença: O total de beneficiários que sempre seguem as recomendações caiu de 42% para 40%; o total dos que às vezes seguem as recomendações avançou de 48% para 52%; e, os que nunca as seguem caiu de 10% para 8%.
Mesmo que os beneficiários de planos de saúde sigam um pouco mais as recomendações do médico quanto aos hábitos de vida saudável, ainda é necessária uma mudança de postura entre todos os brasileiros. Pequenas mudanças na rotina, como, por exemplo, a prática de atividade física regular e melhores hábitos alimentares, impactam diretamente na luta contra a obesidade. No Brasil, uma em cada cinco pessoas está acima do peso e a prevalência da obesidade saltou de 11,8%, em 2006, para 18,9%, em 2016, segundo dados do Ministério da Saúde.
Vale ressaltar que hábitos mais saudáveis impactam diretamente não só na saúde de cada indivíduo, mas também para a sustentabilidade do setor de saúde. Prevenção e promoção de saúde são pilares fundamentais para a redução de procedimentos mais complexos e emergenciais, muito mais caros e de maior risco para o paciente.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o tabagismo é a principal causa de morte evitável do mundo. Mais do que causar dependência física e psicológica, também está relacionado com diferentes complicações na saúde, como doença pulmonar crônica (que inclui bronquite e enfisema) e cânceres. Além dos já conhecidos efeitos para a saúde e qualidade de vida, também já apontamos aqui os gastos relacionados ao hábito: dados da Fiocruz apontam que o tratamento de cada paciente com câncer de pulmão custa, em média, R$ 400 mil. Já a OMS mostra que o tabagismo custa US$ 1 trilhão ao ano em função da diminuição da produtividade, adoecimento e mortes prematuras.
Exatamente nesta linha, o trabalho do 2° colocado na categoria “Promoção da Saúde” do V Prêmio IESS de “Estilo de vida de trabalhadores, absenteísmo e gastos com serviços de saúde”, de Fabiana Maluf Rabacow, acompanhou 2.200 colaboradores de uma companhia aérea brasileira e mostrou como o estilo de vida afeta o dia a dia e a produtividade no ambiente de trabalho.
O tabagismo foi a principal causa de faltas no trabalho, e o excesso de peso como precursor de maiores gastos com serviços de saúde. A análise englobou homens e mulheres dos setores de trabalho administrativo, operacional, call-center e tripulantes (pilotos e comissários aéreos) da empresa ao longo de um ano.
Confira, a seguir, nossa conversa com Fabiana e não deixe de inscrever gratuitamente, até 15 de outubro, seu trabalho de conclusão de curso de pós-graduação (especialização, MBA, mestrado ou doutorado) com foco em saúde suplementar nas áreas de Economia, Direito e Promoção de Saúde, Qualidade de Vida e Gestão em Saúde. Veja o regulamento completo.
Os dois melhores de cada categoria receberão prêmios de R$ 10 mil e R$ 5 mil, respectivamente, além de certificados, que serão entregues em cerimônia de premiação em dezembro deste ano.
BLOG DO IESS - Sobre o que é o seu trabalho? É parte de pesquisa de qual programa de pós-graduação?
Fabiana Maluf Rabacow - Meu trabalho foi sobre estilo de vida de trabalhadores, absenteísmo e gastos com serviços de saúde. Foi a minha tese de doutorado no programa de doutorado em Medicina Preventiva da USP. Continuo pesquisando o mesmo tema e estou começando este ano dois diferentes projetos na área. Os resultados desse trabalho se aplica para diversas áreas do mercado de trabalho.
BLOG - Para você, as ações de promoção de saúde que aponta deveriam ser responsabilidade de quem e por quê?
Fabiana - Acredito que oferecer um ambiente no qual a escolha por um estilo de vida saudável seja a escolha mais fácil é papel do governo, de empresas (públicas e privadas), das seguradoras, das escolas e da comunidade como um todo. O fato de a maior parte da população brasileira estar com excesso de peso, por exemplo, não pode ser atribuído somente ao indivíduo e às suas escolhas. É preciso lembrar que suas escolhas estão fortemente associadas a questões sociais. Por exemplo, os alimentos de mais fácil acesso e com melhor preço hoje não são os alimentos mais saudáveis. Ainda, cidades violentas, poluídas e principalmente, planejadas para carros e não para pessoas, também não facilitam um estilo de vida mais ativo.
BLOG - De que modo seu trabalho se posiciona nesta busca pela promoção de saúde e nos seus esforços pessoais e acadêmicos para disseminar esta questão?
Fabiana - Compreender o impacto de fatores relacionados ao estilo de vida no absenteísmo e nos gastos com saúde de trabalhadores fornece evidências que podem embasar programas de promoção da saúde para essa população.
BLOG - Em sua opinião, qual a importância do Prêmio IESS no incentivo à pesquisa nacional?
Fabiana - O prêmio IESS possui grande importância ao divulgar as pesquisas realizadas e, principalmente, ao fortalecer a ligação entre a pesquisa à prática. Receber essa premiação traz um grande destaque ao trabalho do pesquisador. Representa divulgação e reconhecimento a pesquisas que, muitas vezes, ficariam restritas a bancos de teses e dissertações.
Como já apontamos aqui no Blog, a obesidade é considerada uma epidemia pela Organização Mundial da Saúde. Levantamento divulgado recentemente pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e pela Organização Pan-americana de Saúde (Opas) aponta que 58% da população latino-americana e caribenha apresentam sobrepeso, o que resulta um total de 360 milhões de pessoas. Já a obesidade afeta 140 milhões, ou 23% da população regional.
No Brasil, uma em cada cinco pessoas está acima do peso e a prevalência da obesidade saltou de 11,8%, em 2006, para 18,9%, em 2016, segundo dados do Ministério da Saúde.
Exatamente por conta destes números, cada vez mais estudos e iniciativas são importantes para uma mudança de postura do brasileiro. É por isso que a categoria “Promoção de saúde, Qualidade de Vida e Gestão em Saúde” do Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar incentiva estudos como o “Impacto da Cirurgia Bariátrica, em médio prazo, na utilização de serviços de saúde, morbimortalidade e custo com atenção médica”, de Silvana Bruschi Kelles, 1° lugar na edição 2014.
Também se preocupa com esse assunto? Se você também tem um trabalho de conclusão de curso de pós-graduação (especialização, MBA, mestrado ou doutorado), com foco em saúde suplementar, nas áreas de Economia, Direito e Promoção de Saúde e Qualidade de Vida e Gestão em Saúde capaz de ajudar no aperfeiçoamento do setor, inscreva-se, gratuitamente, até 15 de setembro. Veja o regulamento completo.
Os dois melhores trabalhos de cada categoria receberão prêmios de R$ 10 mil e R$ 5 mil, respectivamente, além de certificados, que serão entregues em cerimônia de premiação.
Não é de hoje que sabemos que a saúde bucal do brasileiro não vai muito bem. O índice de dentes cariados, perdidos ou obturados na população nacional é de 2,1, enquanto a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de um índice máximo de 1,1.
É exatamente com isto em mente que acabamos de divulgar o TD 66 – “Comparação de qualidade de saúde bucal de beneficiários com planos exclusivamente odontológico e não beneficiários no Brasil”. O estudo, elaborado com base no banco de dados da Pesquisa Nacional de Saúde realizada entre junho e agosto de 2013 pelo IBGE, apresenta um raio-x dos hábitos em saúde bucal no Brasil e traz dados alarmantes. Para se ter uma ideia, ainda há uma parcela da população nacional que nunca escovou os dentes ou não o faz todos os dias.
Traremos novos dados sobre o TD 66 nos próximos dias. Não perca.
Como já falamos anteriormente, aqui no blog, a obesidade é um problema mundial. O estudo Fardo Global das Doenças (GBD, na sigla em inglês), do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME) da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, aponta que cerca de 2,2 bilhões de pessoas, ou 30% da população mundial, estavam com sobrepeso ou eram obesas em 2015.
Os dados, publicados recentemente no New England Journal of Medicine, foram coletados em mais de 195 países e territórios ao longo de 30 anos e revelam que 603 milhões de adultos e 107 milhões de crianças se encontram no quadro de obesidade. O que equivale a 12% da população adulta e 5% das crianças.
Ainda segundo o estudo, em 73 nações, os índices de obesidade mais que dobraram entre 1980 a 2015.
No Brasil, também segundo o GBD, os índices de obesidade triplicaram entre as crianças e jovens. A prevalência de obesidade entre as crianças e jovens subiu de 2,3%, em 1980, para 8,6%, em 2015; já o sobrepeso avançou de 8,8% para 16,5%, no mesmo período. Entre os adultos, a obesidade passou de 8,7%, em 1980, para 22,6%, em 2015; enquanto a taxa de sobrepeso avançou de 25,7% para 35,2%.
No total, em 2015, 57% dos brasileiros estavam acima do peso ou obesos. Números que reforçam o sinal de alerta que já acendemos, aqui,quando publicamos o estudo especial “Evolução da obesidade no Brasil”, e indicam que o setor precisa repensar os programas de promoção da saúde com foco em hábitos mais saudáveis, principalmente quando esses números envolvem crianças.
Um estudo da Escola Bloomberg de Saúde Pública, da Universidade Johns Hopkins, publicado em uma reportagem do jornal O Globo, revela que poderiam ser poupados R$ 70 bilhões se 50% das crianças entre 8 e 11 anos de idade praticassem ao menos 25 minutos de atividade física três vezes por semana.
Os números levam em conta a sociedade dos estados unidos, em que apenas 32% dos jovens nessa faixa etária praticam essa quantidade de exercícios. Mas poderiam, facilmente, retratar a sociedade brasileira. Aqui, o índice de obesos aumentou 60% nos últimos dez anos e já alcança mais de 18% da população adulta, como já alertamos aqui.
A obesidade é considerada uma epidemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), não só no Brasil, mas no mundo, e junto com a doença ainda há o crescimento da realização de cirurgias bariátricas, procedimento médico que não pode ser realizado apenas por fins estéticos, como já defendemos aqui no Blog, especialmente porque há uma série de riscos sérios relacionados a intervenção cirúrgica.
Como é de extrema importância falarmos sobre esse assunto, também produzimos o estudo especial “Evolução da obesidade no Brasil” e o TD 59 – “Impactos da cirurgia bariátrica” sobre o tema. Leitura obrigatória para quem se interessa pelo assunto.
Mais da metade dos beneficiários de planos de saúde tem excesso de peso. De acordo com dados do Vigitel Saúde Suplementar de 2015, os mais atuais disponíveis, 52,3% dos beneficiários de planos de saúde têm Índice de Massa Corporal (IMC) maior ou igual a 25kg/m². Em comparação com 2008, quando a pesquisa foi realizada pela primeira vez com esse foco e 46,5% dos beneficiários encontravam-se nessa situação, houve aumento de 3,8 pontos porcentuais (p.p.).
Ainda de acordo com a pesquisa, no mesmo período, também subiu o total de beneficiários considerados obesos (aqueles com IMC maior ou igual a 30kg/m²), de 12,5% para 17%. Sendo que o porcentual é ligeiramente maior entre os homens (18%) e menor entre as mulheres (16,2%).
Os números reforçam o sinal de alerta que acendemos ano passado, aqui no Blog, quando publicamos o estudo especial “Evolução da obesidade no Brasil”, e indicam que o setor precisa repensar os programas de promoção da saúde com foco em hábitos mais saudáveis. Afinal, a obesidade, considerada uma epidemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), está relacionada a problemas como hipertensão, intolerância à glicose, elevados níveis de lipídios (colesterol, hipertrigliceridemia isolada, tricliceris etc.), doenças cardiovasculares (como o acidente vascular cerebral), diabetes, osteoartrite e alguns tipos de câncer (endometrial, de mama e cólon).
Uma doença que exige atenção cada vez maior e seu tratamento deve passar por uma reeducação além de poder envolver a utilização de drogas moderadoras de apetite, por exemplo, antes de chegar a realização da cirurgia bariátrica. Um recurso efetivo para combater a doença, mas como última opção, não como primeira. Que é o vem acontecendo no Brasil. Principalmente porque, como mostra o TD 59 “Impactos da cirurgia bariátrica”, também já apontamos aqui, há uma série de riscos envolvidos nesta operação.
A redução do índice de mortalidade materna e neonatal são preocupações comuns para muitos países no mundo. No Brasil, essas taxas vêm caindo ao longo dos últimos 20 anos, mas ainda estão em um patamar elevado, acima da meta da ONU.
Como estratégia para reduzir a mortalidade materna e neonatal, o governo das Filipinas ampliou os subsídios oferecidos para aquisição de planos de saúde. O estudo “The Impact of Healthcare Insurance on the Utilisation of Facility-Based Delivery for Childbirth in the Philippines”, publicado na última edição do Boletim Científico com o título “O impacto do seguro de saúde na utilização de instituições de saúde para o parto nas Filipinas”, faz um levantamento do resultado dessa política e destaca, como principais resultados, o aumento de 5% a 10% no total utilização de serviços de cuidados de saúde das mulheres.
Esses cuidados podem ser realizados em estabelecimentos de saúde público, privado ou não governamental. Os pesquisadores estimam que o aumento da cobertura de seguro de saúde provavelmente será uma abordagem eficaz para aumentar o acesso das mulheres aos serviços de saúde, preservando vidas, especialmente no momento de gravidez e nascimento das crianças.
Demonstram, assim, que incentivar a contratação de planos e seguros de saúde pode auxiliar a melhoria de indicadores de saúde populacional, como já apontamos em outras oportunidades aqui no Blog.
O resultado é ainda mais importante se considerarmos que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), anualmente, 303 mil mulheres morrem durante a gravidez ou na hora do parto, como também já destacamos aqui. Um assunto que merece toda atenção.