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Agosto 2019
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“O Prêmio IESS é fundamental para apoiar o desenvolvimento da saúde suplementar no País.” A opinião é do Dr. Alberto Ogata, conselheiro da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), presidente da International Association for Worksite Health Promotion (IAWHP - Associação Internacional de Promoção da Saúde no Ambiente de Trabalho) e responsável por avaliar os trabalhos da categoria Promoção da Saúde, Qualidade de Vida e Gestão em Saúde do Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar

Segundo Ogata, a iniciativa se tornou o mais importante prêmio de trabalhos acadêmicos no Brasil porque consegue ligar a produção de pesquisas nos centros de excelência à atividade de gestão tanto nas Operadoras de Plano de Saúde (OPS) quanto na própria agência reguladora, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). “Os estudos que venceram as edições anteriores do Prêmio IESS serviram como base para a elaboração de importantes políticas de promoção da saúde e mesmo de modelos de assistência e atenção”, comenta. “Questões que estão sendo implementadas hoje, como a Atenção Primária à Saúde (APS) e os médicos de família, foram amplamente analisadas por trabalhos inscritos no Prêmio IESS e, sem dúvidas, fomentaram as mudanças que estão se desenrolando atualmente”, completa. 

Para o avaliador, a principal virtude do Prêmio IESS é o fomento de pesquisas de elevado grau técnico com foco nos dados nacionais. “No começo do Prêmio (IESS), a maior parte pesquisas focavam muito em análise de literatura, principalmente de resultados internacionais. Mas temos acompanhado um crescente empenho de pesquisadores em desenvolver pesquisas com estudo de casos nacionais e esse é um movimento diretamente ligado ao nosso critério de avaliação, que valoriza esses estudos justamente pelo potencial de aprimoramento do setor que eles apresentam”, afirma. “Essa é, provavelmente, a maior contribuição do IESS para a saúde suplementar no Brasil”, se orgulha. 

O IX Prêmio IESS tem inscrições abertas até 13 de setembro, com prêmios de R$ 10 mil para o primeiro colocado de cada categoria e de R$ 5 mil para os segundos colocados. Veja o regulamento e não perca essa oportunidade de contribuir para o futuro do setor. 

Ah, se o seu trabalho não é de pós-graduação, você pode apresentá-lo em nossa área de exibição de pôsteres e não há limite de pôster por autor. Saiba mais sobre ótima oportunidade para fazer contatos, dividir experiências e mostrar as suas ideias. 

Dezembro 2018
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A Folha de S. Paulo promoveu, na última semana, o 2º Fórum Saúde Suplementar, que reuniu especialistas para debater importantes temas sobre o futuro desse segmento. Um dos assuntos repercutidos no evento foi a recuperação do setor em face da perda de mais de 3 milhões de beneficiários nos últimos anos. O setor conta hoje com 47,3 milhões de vínculos de planos médico-hospitalares. Em dezembro de 2014, havia 50,4 milhões em todo o País.

Segundo publicação especial do jornal, mesmo com as incertezas na economia, o setor analisa que há chances de um período mais propenso a melhorias do que nos últimos anos. Luiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do IESS, foi um dos entrevistados em reportagem que fala sobre essa retomada de crescimento. “Estamos vendo o mercado andar de lado e este ano deve encerrar com estabilidade. O que já é positivo, frente aos anos anteriores”, apontou.

Para isso, a reportagem traz os números da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB) e mostra o crescimento de vínculos na faixa acima de 59 anos, o que pode indicar tanto a entrada de novos beneficiários quanto a mudança de categoria de outros. Vale lembrar que no período de doze meses encerrado em setembro de 2018, 166,7 mil pessoas passaram a pertencer a essa faixa, um aumento de 2,5% em relação ao ano anterior. Houve redução de 0,6% nas vidas de 0 a 18 anos e de 0,3% na faixa de 19 a 58 anos.

No entanto, como reforçamos periodicamente, a recuperação real da saúde suplementar só deverá vir com o aumento do emprego formal, já que os planos coletivos empresariais, fornecidos pelas empresas aos colaboradores, representam mais de 65% da contratação de planos no País. 

Em entrevista, Luiz Augusto Carneiro apontou que passado o momento mais crítico de instabilidade econômica e política no país e com a tendência de estabilidade registrada ao longo de 2018, é possível esperar que a saúde suplementar volte a registrar aumento no número de usuários a partir do ano que vem. “Veremos uma retomada do crescimento de beneficiários da saúde suplementar quando o total de empregos com carteira assinada voltar a apresentar recuperação, especialmente nos setores de comércio e serviço nos grandes centros urbanos, que são aqueles que mais oferecem o benefício do plano de saúde como forma de atrair e reter talentos”, comentou.

Já a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) aponta que a recuperação do setor de saúde suplementar já dá os primeiros passos, projetando encerrar o ano com 200 mil novos vínculos com planos médico-hospitalares, totalizando 47,5 milhões de usuários, alta de 0,6% em relação a 2017. A expectativa é chegar a 2020 com 49 milhões de vidas. “Basicamente emprego e renda são condições para que a pessoa contrate um plano de saúde. A recuperação plena do setor virá com o aumento do emprego formal, mas o informal também traz algum reflexo positivo. Mesmo no período mais difícil, tivemos operadoras que ajustaram seus custos, ofertaram produtos mais eficientes e conseguiram crescer”, disse Marcos Novais, economista-chefe da entidade.

Continuaremos apresentando os dados apontados no 2º Fórum Saúde Suplementar. Fique ligado!

Agosto 2018
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Publicada esta semana no jornal Estado de Minas, a reportagem “Operadoras de saúde devem se adequar ao modelo de Atenção Primária à Saúde” mostra como esse tipo de assistência é essencial para o bem-estar do paciente e o desenvolvimento dos setores de saúde no país.

Como aponta a publicação, a prática lembra os antigos “médicos da família”, que cuidavam de uma pessoa por muitos anos e detinham todo o histórico do paciente, com maior proximidade com o profissional, foco nas ações de prevenção e garantindo, além de diminuição dos gastos, uma melhor mensuração dos resultados das diferentes práticas em prol da saúde como um todo. 

Em entrevista ao jornal, Luiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do IESS, reforçou a importância da prática para o todo o setor de saúde. “Dados mostram que mais de 80% dos atendimentos são resolvidos na primeira consulta com um médico de família. Algo se perdeu na formatação da estrutura de assistência, que passou a priorizar o tratamento da doença ao invés de tratar e promover a saúde do indivíduo como um todo”, aponta Carneiro.

A reportagem mostra que as operadoras de planos de saúde estão sendo orientadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a se adequarem a esse tipo de assistência, buscando inovar nos serviços tendo como base a Atenção Primária. Com esse anseio, a Agência reguladora divulgou, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), uma publicação com os projetos selecionados no Laboratório de Inovação sobre Experiências de Atenção Primária na Saúde Suplementar Brasileira.

Com o objetivo de fomentar a prática e ampliar o esforço de repensar e reorganizar o modelo de atenção em saúde para a melhora da assistência coordenada e integral ao paciente, a publicação apresenta 12 práticas consideradas inovadoras na organização de serviços que podem contribuir tanto para melhoria da prevenção de doenças e dos desfechos clínicos quanto favorecer a sustentabilidade do segmento.

Não é de hoje que apontamos a necessidade de mudança no modelo assistencial brasileiro, que passa por uma melhor estruturação das práticas básicas e primárias em saúde. A importância do tema repercute nas nossas publicações e nos trabalhos inscritos e laureados com o Prêmio IESS, auxiliando na ampliação do debate pela sociedade e o setor. É nesse contexto que se insere o trabalho vencedor da categoria Promoção de Saúde e Qualidade de Vida no VII Prêmio IESS. “Atenção Primária na Saúde Suplementar: estudo de caso de uma Operadora de Saúde de Belo Horizonte”, de Eulalia Martins Fraga.

Continue acompanhando nossas publicações!

Julho 2018
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Na última semana, divulgamos a “Projeção das despesas assistenciais da saúde suplementar” que acende uma luz de alerta para o setor apontando que as operadoras de planos de saúde devem gastar R$ 383,5 bilhões com assistência à saúde de seus beneficiários em 2030. Esse valor representa um aumento de 157,3% em relação ao registrado em 2017. No intuito de gerar subsídios para a mudança efetiva no setor, uma de nossas missões é justamente dar visibilidade aos temas caros ao segmento para que beneficiários de planos de saúde e os diversos agentes do setor percebam a importância de se debater o tema.

Nesse sentido, a matéria do Jornal do Commercio, do Recife, joga luz ao assunto com diferentes apontamentos de especialistas em saúde. A reportagem publicada no último domingo mostra que, com o envelhecimento acelerado da população, a saída é apostar na prevenção de doenças e acidentes.

Segundo Daniel Greca, diretor da KPMG, o que pesa para as operadoras é o enfoque em atendimento de urgência. “Não é uma corrida de 100 metros, é uma maratona”, aponta o especialista sobre a necessidade de se mudar o modelo vigente. Segundo Greca, o envelhecimento acelerado da população vai obrigar os diferentes setores a prestar atenção básica à saúde de forma bem feita para que diminua a utilização de serviços complexos e, consequentemente, mais caros. “Hoje, o sistema de saúde não tem vocação para isso. A falta de gestão populacional aliado ao sistema de remuneração perverso, à ineficiência, com a população envelhecida, gera uma bomba”, declarou o gerente da KPMG da área de Healthcare.

Já para o coordenador do curso de auditoria na gestão de planos e sistemas de saúde do PEC FGV, Álvaro Escrivão Junior, a prevalência de doenças cardiovasculares, câncer e diabetes demandam atendimento contínuo e impactam no setor. “Muitas doenças crônicas podem ser prevenidas. Nós não adaptamos a assistência médica, usamos a mesma lógica de tratamento de doenças agudas, em que o paciente toma o remédio e volta pra casa”, aponta.

A matéria ainda traz a nossa visão acerca do setor, que necessita uma série de mudanças, como disse Luiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do IESS, em entrevista para o jornal. “Para reduzir os custos do sistema, é preciso assegurar que a adoção de novas tecnologias se baseie em estudos que considerem a eficiência da tecnologia e os impactos econômicos; mudar o sistema de remuneração em serviços de saúde, prevalecendo o valor por tratamento e qualidade assistencial; além de reduzir o grau de judicialização e promover transparência de desempenhos”, apontou a reportagem.

Confira a publicação na íntegra e conheça mais do “Projeção das despesas assistenciais da saúde suplementar”.

Junho 2018
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Um de nossos objetivos é exatamente apontar tendências e desafios acerca do setor de saúde, possibilitar a criação de informações, conhecimento e ferramentas para a melhor tomada de decisão. Nesse anseio, não é de hoje que falamos de como a inflação dos custos em saúde representa um desafio mundial para a sustentabilidade do setor.

Quem nos acompanha sabe que essa preocupação é latente em nossas publicações, como na série de publicações a respeito das especificidades dos custos em saúde com base no TD 69 – "Tendências da variação de custos médico-hospitalares: comparativo internacional". Explicamos as diferenças entre VCMH e IPCAfatores propulsores dos custoscaracterísticas do caso brasileiro e mundial; e seus impactos sobre o reajuste dos planos de saúde.

Com o mesmo objetivo, buscamos municiar a imprensa e, consequentemente, a sociedade sobre os diferentes aspectos do setor, disseminando informação de respaldo técnico e facilmente depreendida por meio de reportagens, como do jornal O Globo do dia 30 de maio. 

Em entrevista, o superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, falou sobre a importância do modelo de pagamento para a sustentabilidade do setor e a redução dos crescentes custos com saúde em todo o mundo. A agenda de soluções para o segmento passa por mudanças, com o fim do fee for service (pagamento por volume) e adoção do pagamento por desempenho/valor – que você pode conferir na nossa área temática – além de diferentes ações sistêmicas para toda a cadeia, como mostrou a reportagem. 

“Nosso modelo de remuneração incentiva o desperdício e o aumento de custo. Mas temos consciência de que esta mudança faz parte de uma agenda estruturante, com todas as ações que o Brasil precisa para se modernizar nos próximos anos. As coisas não vão mudar do dia para a noite”, comentou Luiz Augusto.

Confira a reportagem na íntegra.

 

Inflação médica: um desafio mundial da Saúde Suplementar

Custos levam em conta não apenas os preços, mas a frequência de uso de consultas, exames, internações e terapias

 

A inflação dos custos em saúde representa um desafio mundial para as operadoras de Saúde Suplementar. Não só no Brasil, mas também em mais de 90 países, operadoras tentam conter o avanço da chamada Variação de Custo Médico-Hospitalar (VCMH), puxada por modelos inadequados de pagamento de prestadores, incorporação de novas tecnologias e de coberturas- em geral, muito mais elevadas que as anteriores – e envelhecimento da população (e prevalência de doenças crônicas). Em todo o mundo, a VCMH supera, com folgas, a inflação oficial dos países.

O receituário comum para minar a escalada dos preços existe: as soluções sistêmicas para toda a cadeia envolvem mudanças no modelo de pagamento aos prestadores – fim do fee for service (pagamento por volume) e adoção do pagamento por desempenho/valor – uso mais racional dos planos, incluindo franquias; e comprovada efetividade das novas tecnologias, além de preços acessíveis, antes de sua incorporação por governos e reguladores, como, aliás, já recomenda a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), preocupada com o risco de sustentabilidade dos sistemas públicos e privados de saúde diante da inflação médica.

O Brasil vive um período de inflação em queda. O acumulado nos últimos 12 meses ficou em 2,76% até abril de 2018, segundo o IPCA/IBGE. Mas essa redução não é transmitida para os custos de saúde.

Calculada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), a VCMH/IESS aponta crescimento nas despesas de assistência à saúde bem maior que o aumento geral de gastos calculado pelo IPCA. O índice serve de referência para o reajuste anual das mensalidades dos planos de assistência à saúde.

O modo de cálculo dessas duas inflações é fundamental para explicar a disparidade entre os percentuais. O IPCA leva em conta apenas a variação de preços de produtos e serviços. A VCMH calcula não só o aumento do custo de consultas médicas, exames, internações hospitalares e terapias, mas também a frequência com que cada serviço é utilizado.

O aumento dos gastos na assistência à saúde acontece, entre outros fatores, pelo envelhecimento natural da população e pelo uso de tecnologias cada vez mais sofisticadas. E, ao contrário de outros setores, onde a tecnologia leva à diminuição de custos, na saúde a sofisticação de equipamentos gera mais despesas – com aquisição, manutenção e pessoal altamente especializado.

– O IPCA verifica a variação de preços dos alimentos à passagem de avião. Nos custos médico-hospitalares, existem as variações dos preços, mas também das quantidades, pois o aumento da frequência tem peso importante nos custos – explica o economista Luiz Roberto Cunha, professor da PUC-Rio e pesquisador do setor de saúde suplementar.

A “inflação médica” tem superado anualmente o teto de reajuste dos planos de assistência médica fixado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Em dezembro de 2016, por exemplo, a VCMH dos 12 meses anteriores chegou a 20,4%. Para o mesmo período, o IPCA ficou em 6,29%.

A ANS fixou, para o período de maio de 2017 a abril de 2018, um teto de 13,55% para reajuste dos planos individuais ou familiares, que atingem 8,1 milhões de beneficiários, ou 17% dos 47,4 milhões de usuários de planos do País. Os reajustes são feitos de acordo com o mês de aniversário da contratação do plano.

A presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Solange Beatriz Palheiro Mendes, diz que as mensalidades são resultado de um acúmulo de custos.

– A reclamação geral é de que os reajustes das mensalidades estão muito acima da inflação oficial, o que é verdade. No caso da saúde, os gastos variam com os preços dos materiais, medicamentos e serviços, mas também com a frequência da utilização e os novos itens incluídos pelas novas tecnologias. Trata-se de um efeito dominó que deságua nos valores das mensalidades – pondera Solange.

A presidente da FenaSaúde diz ainda que, nos últimos anos, em consequência da recessão econômica, o número de usuários de planos de saúde diminuiu, mas a frequência do uso de serviços aumentou significativamente:

– O volume de procedimentos médicos realizados pela saúde suplementar em 2016 aumentou 6,4% em relação a 2015, totalizando 1,465 bilhão de procedimentos ou quatro milhões por dia. Entretanto, em 2016 houve perda de 1,5 milhão de beneficiários.

Operadoras de planos privados de assistência à saúde apontam outros fatores para o aumento de custos, como o excesso de internações e exames.

– A principal forma de remuneração dos serviços médicos é o pagamento por volume de procedimentos realizados. Esse modelo é criticado por estimular a superutilização dos recursos da medicina e a migração para materiais mais caros, mesmo que não façam diferença no resultado – ressalta Solange.

Outra interferência na inflação médica é que, a cada dois anos, novos procedimentos e medicamentos são incluídos na lista de cobertura básica obrigatória dos planos de saúde da ANS.

– Neste caso, não há clareza se alguns itens foram incluídos corretamente, e se de fato resultam em benefícios significativos. Outra questão são os recursos à Justiça, que muitas vezes determinam a inclusão de procedimentos que não estavam no contrato firmado entre a operadora e o usuário – pontua Flávio Bitter, diretor técnico e de produtos da Bradesco Saúde e vice-presidente da FenaSaúde.

 

Dividir os riscos é a solução

Para o economista Luiz Roberto Cunha, os planos de assistência médica deveriam estar baseados no mutualismo, em que muitos participantes dividem os riscos. No Brasil, porém, é crescente a participação de idosos (pessoas com maior risco) nos planos, enquanto a adesão de jovens diminuiu. Dados da FenaSaúde mostram que, entre março de 2016 e o mesmo mês de 2017, houve aumento de 1,6% no número de usuários de planos privados de assistência médica com 59 anos ou mais de idade, e redução no número de clientes nas faixas de zero a 18 anos (menos 2,6%), de 19 a 23 anos (menos 4,8%) e de 24 a 28 anos (menos 6,6%).

– O sistema depende de um grande número de participantes para dividir o risco. Mas acaba ficando sobre os que têm mais risco. É uma questão mais complexa e mais difícil que a Previdência Social. Todo empregado paga compulsoriamente o INSS. No caso dos planos de assistência médica, os jovens tendem a não entrar – compara Cunha.

O superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, cita medidas adotadas na Europa, nos EUA, na Austrália e na África do Sul para reduzir o custo médico-hospitalar, como a definição de valores fixos que as operadoras pagam aos hospitais em caso de internação. O valor é predeterminado segundo grupos de diagnóstico, idade e classificação de risco dos pacientes.

– Nosso modelo de remuneração incentiva o desperdício e o aumento de custo. Mas temos consciência de que esta mudança faz parte de uma agenda estruturante, com todas as ações que o Brasil precisa para se modernizar nos próximos anos. As coisas não vão mudar do dia para a noite – conclui Luiz Augusto