O burnout, também conhecido como síndrome do esgotamento profissional, é uma síndrome que afeta milhões de trabalhadores ao redor do mundo. O esgotamento mental severo pode ser identificado como um alto nível de estresse no ambiente de trabalho que tem como motivo número um a sobrecarga, mas outros fatores como o baixo nível de autonomia e de participação nas decisões, corte de gastos, reestruturações na empresa, conflitos internos e outros também pode desencadear esse processo.
Como sabemos, o ano de 2020 foi bastante atípico para todos e, em especial, para os profissionais de saúde, principalmente para os que estiveram na linha de frente contra a covid-19. Um levantamento realizado pelo site Medscape mostrou que o número de médicos com burnout e/ou depressão diminuiu 10 pontos percentuais desde 2018, mas entre os que disseram sofrer com esses transtornos mentais, 59% afirmaram que os problemas se intensificaram com a pandemia.
A publicação foi divulgada no final de 2020 e contou com a participação de 2.475 profissionais, entre 9 de junho e 23 de agosto daquele ano. Segundo a pesquisa, um em cada 10 médicos afirmou pensar em abandonar a carreira para sempre por conta da gravidade do burnout que sofre, agravado com pandemia. Entre os fatores mais citados para o agravamento do problema estavam o excesso de tarefas burocráticas e muitas horas de trabalho por semana e baixa remuneração.
O levantamento do Medscape mostra que o grupo entre 25 e 39 anos são os que mais têm Burnout e depressão. Nessa faixa etária, 22% disseram sofrer de Burnout, contra 16% daqueles entre 40 e 54 anos e 8% para quem tem entre 55 e 73 anos.
Entre todos aqueles que afirmaram sofrer de esgotamento, seis em cada dez afirmou que isso ficou mais intenso com a pandemia de Covid-19. Veja abaixo alguns números do levantamento:
- 54% gostariam de ter mais reconhecimento pelo seu trabalho pelo engajamento ao combate à Covid-19;
- 34% gostariam de ter uma compensação financeira pelas horas extras trabalhadas;
- 74% acreditavam que o local de emprego não oferecia um programa para reduzir o estresse;
- 47% procuraram ajuda de um profissional;
- 60% se sentiam para baixo ou triste;
- 51% acreditavam que estavam deprimidos por conta do trabalho;
- 53% dos profissionais normalmente trabalharam mais de 40 horas por semana;
- 53% achavam que esses sintomas impactaram no atendimento médico;
- 34% apresentavam quadros de depressão grave;
- 11% pensavam em abandonar a medicina por conta do burnout;
- 79% achavam que a síndrome de burnout interferiu nas relações pessoais;
- 33% já tiveram pensamentos suicidas;
- 5% já tentaram o suicídio.
No Brasil, desde março de 2020, médicos e profissionais de saúde vivenciam uma verdadeira maratona contra um vírus com uma rotina completamente alterada — longas horas de trabalho, medo de se infectar, folgas cada vez mais distantes e plantões frequentes que geraram uma sobrecarga física e mental.
Nós falamos sobre a importância desses profissionais em diferentes momentos, como aqui ou ainda sobre a vida do médico frente à pandemia.
A pesquisa completa do Medscape pode ser acessada aqui. Veja.
O setor de planos de saúde médico-hospitalares registrou aumento das despesas na assistência à saúde, mesmo com redução do número total de beneficiários. É o que mostra a “Análise Especial do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar no Brasil entre 2014 e 2019” que acabamos de publicar. No intervalo analisado, as despesas passaram de R$ 105 bilhões para R$ 179 bilhões, crescimento de 70,8%.
Nesse período, observou-se um aumento de 37,7% do gasto per capita. Com isso, as despesas com terapias e outros atendimentos ambulatoriais mais que dobraram, registrando aumento de 150,0% e 107,4%, respectivamente. No mesmo intervalo de tempo, o número de brasileiros com planos de saúde foi de 50,1 milhões para 47,0 milhões, redução de 6,1%.
As terapias e outros atendimentos ambulatoriais, foram seguidos pelas internações, que tiveram avanço de 70,1%, consultas em pronto-socorro, com alta de 61,8%, e dos exames complementares, que subiram em 59,6%.
Apesar das internações serem uma parcela pequena da quantidade de procedimentos assistenciais, com menos de 1%, elas ainda representam a maior quantia em termos financeiros. Em 2019, essas despesas chegaram aos R$ 80,4 bilhões, o que representa 44,8% do total, uma alta de 70,1% no período analisado. O que reforça a necessidade de o sistema de saúde privado estar atento ao processo de envelhecimento populacional, que irá demandar um maior número de consultas, exames e internações.
Com o objetivo de contribuir ainda mais com a disseminação de dados da assistência à saúde no Brasil, a “Análise Especial do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar no Brasil entre 2014 e 2019” foi elaborado com base nos números do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar, publicação anual da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
O relatório ainda traz números de exames, consultas, terapias e internações no período assinalado, além de comparar com dados de outros países para avançar nas discussões sobre ações de prevenção de doenças e promoção da saúde, políticas e práticas do setor.
A alimentação do brasileiro perdeu qualidade nutricional. Embora mantenha o básico arroz, feijão e carne, houve diminuição no consumo desses alimentos e alta entre os produtos industrializados. É o que mostram os dados divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o consumo alimentar no Brasil – que já apresentamos aqui.
Ao longo de uma década, caiu a ingestão de produtos in natura ou minimamente processados, como frutas e vegetais, e aumentou o consumo de alimentos processados e ultra processados, como pizzas, salgadinhos e adoçante.
A publicação ainda mostra que o brasileiro manteve o hábito de adicionar açúcar em bebidas e alimentos e colocar sal em preparações prontas. Entre os entrevistados, 85,4% da afirmou colocar açúcar para adoçar bebidas e comidas – número inferior ao registrado dez anos antes, quando esse percentual chegou a 90,8%.
O item que teve o maior aumento na frequência diária de consumo foi o adoçante. A presença deste item entre os brasileiros teve alta de 9,1 mil p.p. em dez anos – passou de 0,1% dos domicílios para 9,2% entre 2009 e 2018. No mesmo período, aumentou de 1,6% para 6,1% o percentual da população que afirma não adicionar nem açúcar nem adoçante nos alimentos.
Já o sal foi adicionado em comidas prontas por 13,5% da população. Com isso, o sódio foi ingerido acima do limite por 53,5% dos brasileiros, índice mais elevado em homens adultos (74,2%) e menor em mulheres idosas (25,8%).
Claro que há avanços na qualidade da alimentação do brasileiro, mas a pesquisa mostra que o os níveis de consumo de sódio acima do limite tolerável, levando em considerações as recomendações médicas.
Vale lembrar que o ideal é consumirmos 2 gramas de sódio e não menos do que 500mg diariamente. Ao consumirmos em quantidade elevada, aumenta-se o volume de sangue e, consequentemente, a força sobre os vasos sanguíneos que o transportam, causando elevação da pressão arterial, um dos principais fatores de risco para as doenças do coração. Além da regulação da pressão arterial, o sódio é essencial para a contração muscular e transmissão de impulsos nervosos.
O levantamento foi realizado entre 2017 e 2018 por meio da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). Foram realizadas entrevistas em 57,9 mil domicílios, sendo que 20,1 mil pessoas foram selecionadas para responder ao bloco de consumo alimentar em duas entrevistas. De acordo com o IBGE, quem respondeu a essa parte do questionário precisou registrar todos os alimentos consumidos, com suas respectivas quantidades, durante 24 horas.
Seguiremos apresentando mais dados da pesquisa nos próximos dias. Você também pode acessar a publicação no site da entidade.
O setor de saúde suplementar registrou alta de beneficiários pelo segundo mês consecutivo após sucessivas quedas em função da pandemia do novo Coronavírus. Os dados são da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB) que acabamos de publicar. Com a leve retomada, o segmento passa a contar com 46,911 milhões de pessoas, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), ainda inferior ao registrado no mês de março desde ano, quando ultrapassou a marca dos 47 milhões.
Entre março e junho de 2020, aproximadamente 364 mil pessoas deixaram de contar com planos de saúde médico-hospitalares, resultado do elevado número de demissões, interrupção de atividades, fechamentos de empresas ou ainda da perda de poder aquisitivo por conta da crise econômica desencadeada pela Covid-19.
O maior número de beneficiários no setor foi em março deste ano, com 47,087 milhões. Notamos, porém, que o mês de julho de 2020 registrou o maior saldo de vínculos, com aproximadamente 110 mil novas vidas. Essa análise mês a mês, entretanto, exige cuidado porque os números são revistos periodicamente pela agência reguladora. O saldo positivo de mais de 187 mil beneficiários entre julho e agosto pode indicar que o mercado brasileiro começa a se estabilizar após o forte impacto da crise.
Na análise anual, o boletim aponta para a estabilidade do setor. A ligeira queda de 0,1% em 12 meses representa 55,9 mil vínculos a menos. Esse mercado passa por um ponto fundamental de estabilidade no intervalo anual. Nos próximos meses saberemos como a gradual retomada da economia deve impactar o setor. A de saúde suplementar tem uma relação direta com o número de empregos formais no País e depende de sua recuperação, especialmente nos setores de indústria, comércio e serviços nos grandes centros urbanos.
Na comparação anual, a principal queda foi registrada pelas autogestões, com redução de 5,6%, e filantropias, com baixa de 0,6%. Os planos coletivos por adesão apresentaram crescimento de 1,6%. Para se ter uma ideia, em agosto de 2020, 37,8 milhões, ou 80,7%, de beneficiários de planos médico-hospitalares possuíam um plano coletivo. Desses, 83,6% eram do tipo coletivo empresarial e 16,4% do tipo coletivo por adesão.
A NAB consolida os mais recentes números de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares e exclusivamente odontológicos, divididos por estados, regiões, faixas etárias, tipo de contratação e modalidade de operadoras.
Acesse o boletim na íntegra - https://bit.ly/NAB_IESS
Nós já falamos aqui sobre o avanço dos índices de excesso de peso e obesidade no Brasil. A proporção de adultos com sobrepeso aumentou de 46,5% em 2008 para 56,3% em 2018 segundo os dados do Estudo Especial “Evolução dos fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis entre beneficiários de planos de saúde (2008 – 2018)”.
O dado preocupante agora é outro: o aumento da incidência de diabetes entre os beneficiários de planos de saúde. A publicação baseada nos dados de beneficiários residentes das capitais dos estados brasileiros entre o período assinalado com base no Vigitel Saúde Suplementar 2018, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), mostrou que o percentual de beneficiários com diabetes passou de 5,8% em 2008 para 6,9% em 2018. O que representa um crescimento médio de 0,15 p.p. ao ano.
Outro dado chama a atenção. Na análise por sexo, apenas os homens apresentaram tendência estatisticamente significativa, passando de 5,2% em 2008 para 6,5% em 2018, aumento de 25,0%.
Vale lembrar que a diabetes tem alta prevalência em todo o mundo. Dados da International Diabetes Federation destacam o crescimento alarmante e mostram que existem 463 milhões de adultos com diabetes em todo o mundo. No Brasil, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que 16 milhões de brasileiros sofrem com a doença. Ela atinge homens e mulheres da mesma maneira e seu grande problema é o fato de ser silenciosa.
Claro que nem todos os dados apontados em “Evolução dos fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis entre beneficiários de planos de saúde (2008 – 2018)” são negativos. Houve melhoras em indicadores relativos aos beneficiários de planos de saúde como a redução da frequência do consumo de refrigerante em cinco ou mais dias da semana, de fumantes e aumento de ativos no tempo livre. Mas são temas para os próximos dias.
Continue acompanhando. Acesse aqui o estudo na íntegra.
Os índices de excesso de peso e obesidade no Brasil são crescentes e alarmantes. É o que mostra o Estudo Especial “Evolução dos fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis entre beneficiários de planos de saúde (2008 – 2018)”, que acabamos de publicar. A publicação é baseada nos dados de beneficiários residentes das capitais dos estados brasileiros entre o período assinalado com base no Vigitel Saúde Suplementar 2018, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A proporção de adultos com excesso de peso aumentou de 46,5% em 2008 para 56,3% em 2018, com variação anual média de 0,85 pp. Isso significa que quase três a cada cinco entrevistados com planos de saúde estavam com excesso de peso em 2018. Em relação à obesidade, o percentual foi de 12,5% para 19,6% no mesmo intervalo de tempo, um aumento de 56,8%.
Esse aumento dos dois índices está diretamente relacionado com o avanço de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão, além de alguns tipos de câncer, o que afeta diretamente não só a saúde dos brasileiros, mas os sistemas de saúde e as operadoras de planos.
Para se ter uma ideia, a publicação mostra que os homens possuem uma frequência de sobrepeso maior do que as mulheres. No entanto, a variação anual média tem sido maior nas mulheres (1,04 pp) em relação aos homens (0,63 pp). Para elas, a frequência de excesso de peso saltou de 38,6% em 2008 para 50,8% em 2018.
Já a frequência de adultos obesos com planos de saúde aumentou 56,8% entre 2008 e 2018, de 12,5% para 19,6%. O estudo estima que o número de beneficiários obesos passou de 1,7 milhão em 2008 para 2,9 milhões em 2018 com maior frequência entre os homens. A prevalência, entretanto, está crescendo entre as mulheres de forma mais acentuada. No período analisado foi de 11,2% para 18,9%, um aumento de 68,8% em 10 anos. Enquanto os homens passaram de 14,2% para 20,5% no mesmo período (crescimento de 44,4%).
A extensa pesquisa ainda traz dados sobre os beneficiários fumantes, com diabetes, nível de atividade física, consumo de produtos industrializados, entre outros. Os resultados reforçam a importância de dar prioridade às políticas de promoção da saúde e prevenção de doenças por parte das operadoras de planos de saúde.
Foram realizadas entrevistas com 52.395 adultos acima de 18 anos entre os meses de janeiro e dezembro de 2018 em todas as capitais e no Distrito Federal. O Vigitel Saúde Suplementar 2018 utiliza uma subamostra com 28.611 entrevistados que referiram possuir plano de saúde (ou seja, 55% da população entrevistada).
Seguiremos apresentando mais dados nos próximos dias. Acesse aqui o estudo na íntegra.
Em três meses, o mercado brasileiro de planos de saúde médico-hospitalares registrou perda de mais de 250 mil beneficiários, o que equivale a uma queda de 0,5% na variação trimestral, segundo a Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB) que acabamos de publicar. No total, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o segmento conta, agora, com 46,8 milhões de beneficiários, uma leve queda de 0,2% em relação a julho do ano passado.
No início da pandemia pelo novo Coronavírus, em fevereiro e março, houve mais adesões do que cancelamentos aos planos médico-hospitalares. A partir de abril, o setor passou a registrar sucessivas baixas, particularmente intensa em maio e menos intensa em junho, resultado do elevado número de demissões, interrupção de atividades, fechamentos de empresas ou ainda da perda de poder aquisitivo
O setor ainda deve ficar alerta nos próximos meses, já que não é possível saber como todo o mercado brasileiro irá se comportar. O que depende diretamente dos rumos que a Covid-19 irá tomar no Brasil, do comportamento das pessoas e das ações dos poderes público e privado.
Apenas no Estado de São Paulo, 50 mil beneficiários deixaram de contar com o plano de saúde médico-hospitalar em 12 meses, o que equivale a quase metade de todos os vínculos rompidos no período.
O pequeno saldo de crescimento em julho aponta para a atenuação do aprofundamento da crise econômica, mas a retomada intensa da atividade econômica só virá após sanada a crise sanitária. Esperamos ter entrado em um momento de estabilidade para que o setor volte a crescer no futuro.
A NAB consolida os mais recentes números de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares e exclusivamente odontológicos, divididos por estados, regiões, faixas etárias, tipo de contratação e modalidade de operadoras.
Como já apresentamos, a 46ª edição da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB) mostrou que no período de 12 meses encerrado em março deste ano, os planos de saúde médico-hospitalares voltaram a superar a marca de 47 milhões de beneficiários em todo o País. Em comparação com o mesmo mês do ano anterior, o número aumentou em 233,5 mil vínculos, acréscimo de 0,5%. Ainda é cedo, no entanto, para avaliar os impactos da pandemia de Coronavírus nesse segmento e seguiremos acompanhando e divulgando novidades sobre o tema. Sempre com a cautela necessária.
A Análise Especial da recente edição do boletim mostrou que Centro-Oeste foi a região com maior crescimento no número total de beneficiários médico-hospitalares no período analisado, registrando alta de 1,8%, o que corresponde a 57,6 mil novos vínculos. Para se ter uma ideia, nas demais regiões, o número de beneficiários permaneceu praticamente estável: variação anual de 0,6% no Norte, 0,5% no Sudeste, 0,3% no Nordeste e 0,03% no Sul.
De acordo com a publicação, houve alta de 4,2% no Mato Grosso (MT), 2,4% em Goiás (GO) e 2,3% no Distrito Federal (DF). Apenas o Mato Grosso do Sul (MS) registrou queda no número de beneficiários, com 2,3% a menos.
Um dos motivos do comportamento da região destoar do restante do País foi o aumento de beneficiários em planos individuais/familiares. No Centro-Oeste, esse segmento teve alta de 6%, diferente do observado no Brasil como um todo, que apresentou redução de 0,3% nesse tipo de plano.
A Análise Especial ainda traz alguns destaques da comparação entre o comportamento dos planos individuais ou familiares do Centro-Oeste com o Brasil, sintetizando os motivos do expressivo crescimento. A região teve incremento de 15% nas medicinas de grupo e de 3,4% nas cooperativas médicas, enquanto o País apresentou alta de 1,4% nas medicinas de grupo e redução nos demais segmentos.
Verificou-se, ainda, que o aumento ocorreu principalmente nas três maiores operadoras da região – uma medicina de grupo e duas cooperativas médicas. Se no Brasil como um todo houve queda nos planos individuais ou familiares para ambos os sexos, principalmente no feminino com redução de 0,4% ou 23,3 mil beneficiárias, a região também mostrou comportamento bem distinto: crescimento de 6,1% de beneficiárias do sexo feminino e de 6,0% do gênero masculino.
Ainda sobre os números da modalidade de planos individuais/familiares, dois Estados alavancaram os bons resultados da região: o Mato Grosso registrou expressivo aumento de 12,3% e Goiás teve alta de 7%.
Além disso, os planos individuais/familiares do Centro-Oeste tiveram aumento de vínculos em todas as faixas etárias, principalmente na última, registrando evolução de 10,3% na de 59 anos ou mais. No Brasil como um todo, essa faixa teve alta de 3%, enquanto as demais apresentaram redução no número de beneficiários.
A análise aponta alguns motivos para esse resultado: além da migração de faixa etária dos mais de 4,5 mil beneficiários que completaram 59 anos no período, o boletim mostra que houve aproximadamente 10 mil novas adesões de 59 anos ou mais e o cancelamento de 6,8 mil vínculos nessa última faixa etária. Com isso, registrou-se o expressivo saldo positivo de 3.093 beneficiários com 59 anos ou mais.
O estudo também levantou que o acréscimo de beneficiários em planos individuais e familiares foi influenciado principalmente pelas três maiores operadoras da região (uma medicina de grupo e duas cooperativas médicas).
Você pode acessar a tabela completa com a média mensal de cancelamentos, adesões e migrações e os demais detalhes da Análise Especial da NAB. Veja a publicação na íntegra.
Acabamos de divulgar a Análise Especial do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar, publicação feita com base em dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que põe uma lupa sobre os números do setor em 2018. O documento avança a partir do sumário executivo que já havíamos publicado – reveja nossos comentários sobre a publicação – e detalha os números de procedimentos ambulatoriais, consultas por tipo de especialidade, o crescimento da busca por saúde mental no Brasil e muito mais. Além disso, fizemos uma comparação entre os resultados de 2013 e 2018.
Entre os destaques da publicação estão:
• Entre 2013 e 2018, o número de procedimentos de assistência médico-hospitalar passou de 1,1 bilhão para 1,4 bilhão. Aumento de 5,4%.
• No mesmo período, as despesas assistenciais com esses procedimentos saltaram de R$ 92 bilhões para R$ 160 bilhões (valores nominais), crescimento de 74%.
Embora o número de procedimentos e despesas assistenciais esteja avançando nos últimos anos, a quantidade de beneficiários médico-hospitalares caiu 3,2%. Eram 48,7 milhões em 2013, mas 47,2 milhões em 2018.
• Houve aumento do número médio de exames complementares por beneficiário, de 14 em 2013 para 18 em 2018.
Já as principais variações que detectamos entre 2013 e 2018 foram:
• O número de consultas com geriatras passou de 951,6 mil para 1,5 milhão, aumento de 59,3%.
• O total de consultas com psiquiatras foi de 3,4 milhões em 2013 e avançou para 4,9 milhões em 2018, crescimento de 44,5%.
• A quantidade de consultas com terapeuta ocupacional cresceu 137,8% no período e as com psicólogo, 93,8%.
• Duplicou o número de internações em hospital-dia para saúde mental, foram 49,2 mil em 2013 e 100 mil em 2018. Alta de 103,2%.
• As despesas assistenciais com terapias e com outros atendimentos ambulatoriais mais que dobraram em termos nominais, aumento de 160,5% e 126,7%, respectivamente.
• Os gastos com consultas médicas em pronto-socorro avançaram 90%; os com exames complementares, 69,3%; as despesas com consultas médicas ambulatoriais, 52,5%; e, com internações, 47,2%.
Nos próximos dias iremos detalhar esses resultados. Não perca.
No começo do mês, aqui no Blog comentamos a falta de conhecimento sobre cesáreas no Brasil. Um contrassenso em relação à quantidade de partos desse tipo realizados no País – 55% do total segundo a “Análise da assistência à saúde da mulher na saúde suplementar brasileira entre 2011 e 2017”, que divulgamos no final do ano passado.
Como tivemos diversos comentários, positivos e negativos, sobre a questão, decidimos explorar um pouco mais o assunto e trazer os números do estudo “Diferenças regionais brasileiras e fatores associados à prevalência de cesárea”, publicada na última edição do Boletim Científico.
O trabalho encontrou uma prevalência de cesárea um pouco menor, de 53%. A diferença é explicada pelo período analisado, de 1990 a 2013. No total, foram analisados os registros de 16,2 mil mulheres entre 18 e 49. O resultado aponta realidades contrastantes.
O parto natural é mais frequente no Norte (52,74%) e Nordeste (51,06%), mas apenas por uma pequena margem. Já nas demais regiões, a cesárea “abre uma vantagem” expressiva. No Sul, são 56,9% do total; no Sudeste, 59,3%; e, no Centro-Oeste, 61,5%.
Além disso, essa é a média encontrada para o período. Contudo, a prevalência de cesáreas cresceu ao longo dos anos, principalmente nas regiões Nordeste, em que avançou 2,2 vezes, e no Sul, onde cresceu 2,75 vezes.
Confira os demais resultados da pesquisa e outras publicações na 25° edição do Boletim Científico.