A saúde mental é um assunto importantíssimo e, felizmente, cada vez mais debatido. Dentre os diagnósticos mais comuns se encontra a Síndrome de Burnout, doença ocupacional caracterizada por exaustão ou esgotamento mental, usualmente acompanhada de sentimentos negativos relacionados ao próprio trabalho e perda de efetividade nas tarefas diárias. A confusão acerca da doença no Código Internacional de Doenças (CID 10) teve, ao menos, o efeito positivo de estimular debates sobre essa e outras doenças mentais.
Mesmo assim, ainda há muito a ser debatido para que a questão ganhe a relevância que merece, ao menos em nossa opinião. É preciso desmistificar o termo “doenças mentais”. Aliás, usado para classificar problemas de saúde muito diversos, que vão desde a demência até depressão, passando por transtorno bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), autismo, síndrome de Down, dislexia e muitos outros.
Talvez você se lembre que falamos recentemente sobre o Burnout entre os profissionais de saúde. O Observatório Anahp e a 6ª Nota Técnica do Observatório consolidam os cenários até março de 2021 e mostram a tendência para os próximos meses. Na análise, pode-se concluir que 2021 continuará sendo muito desafiador para os sistemas de saúde com perspectivas de ‘ondas’ de Covid-19, taxa de ocupação de leitos, perfil epidemiológico, entre outros.
O relatório revelou um grave desafio enfrentado pelo setor ao longo de 2020. Junto com as novas contratações, cresceu também o absenteísmo. O contágio de profissionais da saúde e o esgotamento (burnout) são fatores que explicam o forte aumento na taxa, que saiu de 2,16% em 2019 para 3,56% em 2020.
Mas e a população em geral? Entre os assuntos em pauta nas mesas de reunião, a saúde mental conquistou espaço. De acordo com uma pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UEFJ), em 2020 os casos de ansiedade e sintomas de estresse agudo dobraram. Além disso, um estudo da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em parceria com a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) revelou que 40% dos brasileiros sentiram tristeza ou depressão na pandemia e que o percentual de consumo de cigarro e álcool aumentou, enquanto o de realização de atividades físicas diminuiu.
Em meio ao cenário tão complexo para o bem-estar da mente, o ambiente de trabalho, naturalmente, não se manteve imune à situação. A Síndrome de Burnout também se intensificou. O Brasil carrega o status de ser, segundo a International Stress Management Association (ISMA-BR), o segundo país do mundo com mais casos da doença – somente atrás do Japão.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o país é o líder mundial em casos de ansiedade. E para piorar, uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), demonstrou que, entre maio, junho e julho de 2020, 80% da população brasileira ficou ainda mais ansiosa.
Pesquisa quantitativa sobre saúde complementar do SESI e da ANS, publicada em novembro de 2020, mostra que 69% das indústrias avaliadas possuem a saúde mental dentro dos programas de promoção. 65% delas, inclusive, intensificaram os cuidados com o tema junto aos trabalhadores, em especial as de grande porte.
No levantamento, você encontra essas e outras informações sobre a relação das indústrias com saúde suplementar. Para acessar, clique AQUI.