Importante publicação para o setor, foi divulgado recentemente a nova edição do Cenário Saúde. Iniciativa do Sistema Abramge – Associação Brasileira de Planos de Saúde, Sinamge – Sindicato Nacional das Empresas de Medicina de Grupo, e Sinog – Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo, a publicação é voltada para os diferentes participantes do segmento, com foco no mercado brasileiro de planos de saúde.
A atual edição apresenta o desempenho da saúde suplementar diante da melhora do cenário econômico, atualiza o indicador de Interesse por Plano de Saúde (IPS) – que já mostramos aqui – e ainda apresenta um novo índice criado pela instituição, o churn rate, ou taxa de cancelamento de contratos, que traz a quantidade de clientes que cancelaram o contrato de plano de saúde em um determinado período.
O destaque da edição é o primeiro resultado positivo para o mercado de planos médicos, após 33 meses consecutivos de queda, e o forte crescimento do mercado de planos odontológicos, mesmo durante o período de instabilidade nacional – tema recorrente na Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB).
Já a sessão especial da publicação mostra dados do IESS relativos ao índice de variação do custo médico-hospitalar (VCMH), tema muito recorrente nas discussões do setor ao longo do ano. Segundo a publicação, nosso indicador evidencia cenário semelhante ao apontado por consultorias internacionais, como mostra o TD 69 – "Tendências da variação de custos médico-hospitalares: comparativo internacional". Para quem nos acompanha, à época do lançamento, apresentamos uma série de publicações a respeito das especificidades dos custos em saúde com base no estudo: explicamos as diferenças entre VCMH e IPCA; fatores propulsores dos custos; características do caso brasileiro e mundial e ainda sobre o reajuste de planos de saúde.
“[Em dezembro de 2016], o índice era pelo menos 3 vezes maior do que o índice geral de preços da economia (IPCA). A título de comparação o Health Care Cost Institute – HCCI apontou que a variação do custo médico-hospitalar foi de 4,3% em 2015 nos Estados Unidos, sendo que a inflação oficial do país na mesma época era de apenas 0,1% ao ano, ou seja, a variação de custos em saúde foi 43 vezes superior à inflação”, afirma a publicação.
Fundamental para se entender melhor do setor, o Cenário Saúde auxilia também no desenvolvimento do setor e das atividades das operadoras de planos de saúde. Confira a edição na íntegra.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) acaba de divulgar a sexta edição do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar, que traz informações sobre os diferentes procedimentos assistenciais realizados pelos beneficiários de planos de saúde no último ano.
De acordo com a publicação, o setor contabilizou mais de 1,51 bilhão de procedimentos em 2017. O número leva em consideração as consultas médicas, internações, exames, terapias e internações de planos médico-hospitalares e procedimentos odontológicos. Esse dado reflete um avanço de 3,4% em relação à assistência em saúde no ano de 2016, que atingiu 1,46 bilhão de procedimentos efetuados.
Interessante notar que mesmo com as constantes quedas no número de beneficiários de planos de saúde nos últimos três anos, a quantidade de procedimentos continua a subir. Apesar de o número de consultas apresentar uma pequena redução em relação à edição anterior da publicação, todos os demais procedimentos apresentaram aumento, sobretudo o volume de atendimentos ambulatoriais, com avanço de 11,2%, e de terapias, que aumentou em 10,3%.
Entre os exames mais realizados, o Mapa Assistencial da Saúde Suplementar 2017 continua a mostrar dados preocupantes. O número de exames de ressonância magnética por mil beneficiários passou de 149 em 2016 para 158 em 2017. Já a tomografia computadorizada por mil beneficiários passou de 149 em 2016 para 153 em 2017.
Vale lembrar que nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que inclui algumas das mais desenvolvidas do mundo, como França, Alemanha e Estados Unidos - a média anual de ressonâncias, por exemplo, é de 52 por 1 mil habitantes. Já a média de tomografias realizadas nos países da OCDE é de 120 exames por 1 mil habitantes.
Os números da publicação reforçam a necessidade de avanço na prevenção de doenças e promoção da saúde com foco na atenção primária e não especializada para evitar o desperdício de recursos no setor de saúde suplementar do país, algo que consumiu cerca de 19% dos gastos assistenciais em 2016.
Seguiremos apresentando dados do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar 2017. Acompanhe.
As operadoras de planos de saúde devem gastar R$ 383,5 bilhões com assistência de seus beneficiários em 2030. O montante representa um avanço de 157,3% em relação ao registrado em 2017 e acende uma luz de alerta para o setor, segundo a “Projeção das despesas assistenciais da saúde suplementar”, que estamos divulgando hoje.
Para manter a sustentabilidade econômico-financeira do setor, acreditamos que todos os envolvidos nessa cadeia precisam repensar questões como o modelo de remuneração de prestadores de serviço, a falta de transparência e o desperdício gerado por erros, fraudes e eventos adversos, além da inclusão de novos produtos na saúde suplementar. Especialmente porque a projeção de aumento de despesas assistenciais que realizamos é bastante conservadora, sem levar em conta questões como o avanço tecnológico ou pioras na situação de saúde da população, o que tende a acontecer com o envelhecimento.
De acordo com o levantamento, considerando uma taxa de cobertura constante, o efeito do crescimento populacional e a mudança na composição etária da sociedade brasileira, o setor de saúde suplementar deve firmar mais 4,3 milhões de vínculos até 2030. O que elevaria o total de beneficiários para 51,6 milhões. Considerando apenas o aumento do total de vínculos com planos de saúde médico-hospitalares e o avanço do porcentual dos beneficiários com 59 anos ou mais, as despesas assistenciais de 2030 já subiriam para R$ 190,7 bilhões. Um aumento de 27,9%.
Contudo, o principal determinante para essa conta é a variação dos custos médico-hospitalares (VCMH), que tem crescido sistematicamente acima da inflação geral. Em 2016, por exemplo, a inflação medida pelo IPCA foi de 6,3%, enquanto a variação dos custos médico-hospitalares avançou 20,4%, de acordo com o VCMH/IESS.
Nos próximos dias iremos analisar, aqui no Blog, a composição das despesas por faixa etária e os números de utilização de procedimentos indicados em nossa projeção. Não perca!
Olhar para o futuro é importante para pensar soluções no presente que possibilitem mudanças efetivas e melhorias para os diferentes grupos de pessoas e setores. Essa é uma das tônicas de nossas pesquisas, estudos e divulgações – gerar informação e conhecimento que possibilitem a criação de ferramentas para mudança e sustentabilidade do setor no futuro.
Com esse mesmo objetivo de observar hábitos e comportamentos de hoje e amanhã, a pesquisa global da Willis Towers Watson investiga o papel dos benefícios na definição e diferenciação da proposta de valor dos empregados.
A pesquisa mostra aumento das preocupações dos empregados brasileiros sobre a situação financeira e seus impactos no bem-estar dessa população, hoje e no futuro. O trabalho aponta que a satisfação dos trabalhadores brasileiros com sua situação financeira diminuiu em 2017. Depois de uma pequena melhora, passando de 44% em 2013 para 56% em 2015, a satisfação voltou a cair, atingindo 43% em 2017. Se em 2015, 54% dos entrevistados disseram se preocupar com a própria situação financeira atual, em 2017 esse número avançou 3 p.p, passando para 57%. Já os que se preocupam com a situação financeiro no futuro avançou de 69% em 2015 para 76% no último ano.
Entre as prioridades financeiras, uma chama a atenção. Os custos médicos são a quinta preocupação entre os empregados que pensam com os gastos futuros. Não é por menos, dados do IBGE indicam que, em 2030, o Brasil contará com mais de 223 milhões de brasileiros, sendo 18,62% com 60 anos ou mais.
Para se ter uma ideia, mais da metade, 51%, dos empregados com dificuldades financeiras afirmam que as preocupações financeiras afetam seu trabalho e 34% deles dizem estar sob alto nível de stress. Portanto, essa preocupação deve estar, sim, na ordem do dia de empregados e empregadores, para pensar escolhas e investimentos com o bem-estar dos colaborados, seja financeiro ou no que se refere à saúde. A publicação da consultoria retoma os dados da “Pesquisa sobre Tendências de Benefícios na América Latina - Brasil, 2017-2018” que aponta que 45% dos empregadores desejam melhorar os programas de bem-estar financeiro dos empregados e a preparação para a aposentadoria.
É importante que tanto os planos de saúde quanto as empresas, que são o maior contratante de planos, avancem tanto no que diz respeito à contratação de diferentes produtos entre os planos quanto em programas de promoção da saúde focados em manter a qualidade de vida de colaboradores e beneficiários, ao invés focar apenas em solucionar os problemas de saúde.
Hoje, os investimentos com o benefício saúde representam o 2º maior gasto com os colaboradores, atrás apenas da folha de pagamento. Projeção também da Willis Towers Watson mostra que, em situação hipotética de uma empresa que subsidia 98% dos custos com o benefício, a implantação de franquia anual de R$200, por exemplo, mudaria a parcela subsidiada para 92%; de R$350 cairia para 89% e de R$500, para 86%.
Qual deve ser a cobertura dos serviços de saúde é uma das questões mais latentes e complexas em todo o mundo. Não é por menos. São muitos os vetores envolvidos na análise e implementação de novas tecnologias e procedimentos em saúde. Além da efetividade das incorporações nos diferentes sistemas, deve-se levar em conta uma série de fatores, como as transições etária, demográfica, epidemiológica e da própria tecnologia além, é claro, dos custos que envolvem as diferentes ferramentas.
Portanto, ampliar o debate e a conscientização tanto da sociedade quanto dos agentes envolvidos no setor é fundamental para a melhor tomada de decisão. É com esse objetivo que divulgamos o trabalho “What should health insurance cover? A comparison of Israeli and US approaches to benefit design under national health reform” (O que o plano de saúde deveria cobrir? Uma comparação das abordagens israelense e americana) na 22º edição do Boletim Científico.
A pesquisa compara a abordagem dos EUA para a definição da cobertura de seguros privados de saúde com aquela adotada por Israel. A título de informação, em Israel, o governo federal é que decide o que é coberto pelos seguros de saúde. Já no caso estadunidense, o setor é fundamentado por meio de um complexo arranjo entre os principais interessados: o governo federal, os governos estaduais e o segmento de planos de saúde. Isso faz com a cobertura apresente uma ampla variação entre os Estados e até mesmo dentro de mercados específicos dentre de um mesmo Estado.
O estudo destaca uma importante especificidade do segmento no caso de Israel, que possui três elementos no processo de determinação da cobertura mínima (Essencial Health Benefit EHB). A saber: a seleção de um ponto de partida para definir a cobertura, identificando um plano médio seja em base Nacional ou Estadual; formulação do custo esperado da cobertura desse EHB; e, por último, a criação de mecanismos para atualizar o EHB dentro de um orçamento predefinido.
No Brasil, a última atualização do rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS entrou em vigor no dia 02 de janeiro. Como já destacamos, a ampliação do rol traz um incremento de gastos para o segmento suplementar que precisa entrar nas discussões, seja fornecendo subsídios para os tomadores de decisão ou ainda para informar a sociedade acerca do tema.
Para se ter uma ideia, o estudo "Estimativas de Custo de Impacto de Tecnologias da Despesa Assistencial", desenvolvido pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), avaliou 16 das 26 tecnologias sugeridas durante a última consulta pública e concluiu que essas incorporações representariam um avanço de R$5,4 bilhões nos custos das operadoras, representando 4% do total das despesas assistências de 2016.
Como foi apresentado no TD 56 "A avaliação das tecnologias em saúde e as suas incorporações no sistema de saúde nacional e em internacionais", apesar de algumas discussões sobre a utilização de estudos de Avaliação de Tecnologia em Saúde para a definição do rol de procedimentos, não há nenhuma formalização da Agência regulatória da obrigatoriedade de apresentação de estudos para a incorporação das tecnologias no setor suplementar de saúde, como acontece no Sistema Único de Saúde (SUS).
Portanto, é necessária a promoção de um debate mais sensato, não polarizado acerca do tema. É incorreto pensar que as despesas são apenas das operadoras de planos de saúde, já que toda a sociedade é impactada com a constante escalada dos custos em saúde.
Uma atitude simples que pode salvar diferentes vidas. Por mais necessária para tratamentos e intervenções de urgência e emergência, a doação de sangue ainda é pouco praticada em todo o país de forma constante.
É exatamente para lembrar da importância do tema e conscientizar quanto à necessidade que a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o 14 de junho como o Dia Mundial do Doador de Sangue.
Para se ter uma ideia, uma única doação pode salvar até quatro vidas. Isso porque é feito o fracionamento dos componentes sanguíneos (hemácias, plasma, plaquetas e crioprecipitado). Por outro lado, as baixas no estoque dos diferentes bancos de sangue podem causar o cancelamento de diversos procedimentos, como cirurgias e outras intervenções.
A campanha vem em boa hora. Segundo o Ministério da Saúde, é comum uma baixa nos estoques de sangue em todo o país em períodos de feriados prolongados e férias escolares – que se iniciam nos próximos dias. Portanto, é importante que o ato da doação seja feito antes de viajar para ajudar na manutenção do estoque nessa época.
O ministério também reforça que apenas 1,9% da população doa sangue periodicamente. Apesar de ainda estar dentro dos parâmetros (ao menos 1%), a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que o país tenha entre 3% e 5% de doadores em relação ao total da população. Aqui, os serviços de hemoterapia públicos fazem 64% da coleta, os serviços credenciados ao Sistema Único de Saúde (SUS) são responsáveis por 29% e os exclusivamente privados correspondem a 7%.
O ato de doar sangue, porém, ainda gera muitas dúvidas, seja em relação às condições físicas, idade, peso e possíveis restrições. O Ministério da Saúde estabelece que o doador deve ter entre 16 e 69 anos, pesar acima de 50 quilos e não apresentar doenças sanguíneas. Os menores de 18 anos precisam de consentimento dos pais e, entre 60 e 69, é necessário que o voluntário já tenha doado antes de completar 60 anos. Também é fundamental estar bem alimentado, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas que antecedem a doação e apresentar documento com foto.
A frequência máxima anual é de quatro doações para o homem e de três para a mulher. O intervalo mínimo deve ser de dois meses para os homens e de três meses para elas. Ajude a salvar vidas. Doe sangue!
Ainda tem dúvidas sobre o tema? Confira o hotsite do Ministério da Saúde sobre o tema.
Acabamos de disponibilizar a 22º edição do “Boletim Científico IESS” que resume publicações científicas de interesse para a saúde suplementar lançadas no 1º quadrimestre de 2018. Voltado para pesquisadores acadêmicos e gestores da área de saúde, a publicação apresenta trabalhos lançados nas principais revistas científicas do Brasil e do mundo nas áreas de saúde, tecnologia, economia e gestão.
O objetivo é apresentar atualizações, casos, informações e orientações que forneçam subsídios para pesquisadores e gestores da saúde suplementar na melhor tomada de decisão. A edição mais recente apresenta pesquisas que abordam modelos de pagamento, dados de utilização, atenção primária, obesidade, câncer, prontuário eletrônico e outros temas.
Entre eles, os destaques são “Pagamento baseado em resultados aos prestadores de seguro-saúde: o caso de contratação hospitalar para intervenções cardíacas na Holanda”, que aborda o modelo de assistência que se concentra não só em custos, mas nos resultados aos pacientes, na seção de Economia&Gestão; e, em Saúde&Tecnologia, o estudo “Obesidade e atendimento de emergência numa coorte populacional epidemiológica francesa” avalia e compara a taxa de visitas de emergência da população obesa em relação aos participantes com peso normal.
Continue acompanhando a nossas publicações aqui no blog. Nos próximos dias, vamos publicar posts analisando esses e outros destaques dessa edição.