Como bem lembrou Luiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do IESS, na abertura do Seminário Internacional “Qualidade Assistencial e Segurança do Paciente em Serviços de Saúde”, temos atuado fortemente na implementação de uma agenda nacional de indicadores para mensurar o desempenho da prestação de serviços de saúde no Brasil com o objetivo de estimular o maior conhecimento de toda a cadeia e aplicação de ações para redução dos problemas na assistência ao paciente.
Como mostramos aqui, a transparência é um valor universal e todos querem saber mais com quem estão se relacionando, sejam empresas ou pessoas públicas. Foi durante o evento que lançamos o 2° Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, produzido pelo IESS e pelo Instituto de Pesquisa Feluma, da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais traz números alarmantes acerca da assistência em saúde no Brasil. “Devido à importância da publicação que fizemos em 2016, chamada ‘Erros Acontecem’, resolvemos transformá-la em um Anuário para seguir nessa agenda pela segurança e transparência das informações em prol do paciente”, afirmou Carneiro.
Portanto, é com bons olhos que vemos iniciativas em prol da segurança do paciente, como divulgada no jornal O Estado de S. Paulo e repercutida em outros veículos. Segundo a publicação, o Ministério da Saúde lançou no último ano, projeto que já apresenta resultados em 119 hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). Por meio dele, profissionais da rede pública estão recebendo treinamento em cinco hospitais particulares de referência no País. A padronização de procedimentos na UTI realizada pelo projeto conseguiu uma redução de 23% nas ocorrências de infecção hospitalar nas unidades e tem como meta chegar à queda de 50% até 2020.
Concentrado em 25 Estados, o trabalho busca diminuir três tipos de infecção: na corrente sanguínea, no trato urinário e a pneumonia associada à ventilação mecânica. O projeto se propõe a salvar 8.500 vidas nas UTIs dos hospitais participantes e, com isso, reduzir o custo de internações em até R$ 1,2 bilhão.
Em entrevista à reportagem, a enfermeira da UTI, Daniele Alves Scatolin, lembrou que a capacitação dos profissionais é fundamental para salvar vidas. “Ela me ajudou muito, porque a gente percebeu que não precisa de tecnologia para envolver a equipe, mas comprometimento. Falo que recebi um troféu, não só como profissional, mas como pessoa. A gente pode fazer o melhor para dar assistência segura para o paciente. O bom de ter hospitais de ponta é a troca de experiências e o aprendizado”, contou.
A ação o Ministério da Saúde vai em linha com as mudanças necessárias apontadas no 2° Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, como políticas de promoção de saúde e aperfeiçoamento de processos que podem contribuir de forma relevante para o combate aos eventos adversos. Como já mostramos, a cada hora, 6 pacientes morrem por erros e falhas nos hospitais no Brasil. Esses erros consomem R$ 10,6 bilhões que poderiam ser melhores aplicados e 14,3 milhões de leitos-dia utilizados pelos mesmos motivos ao invés de atender outros pacientes.