Acabamos de publicar a 26º edição do Boletim Científico IESS, que reúne seis importantes publicações científicas com foco em saúde suplementar. Os trabalhos analisados foram publicados nas principais revistas científicas do Brasil e do mundo nas áreas de saúde, tecnologia, economia e gestão ao longo do 2º semestre de 2019.
Voltado para pesquisadores acadêmicos e gestores da área de saúde, o Boletim Científico tem o objetivo de apresentar estudos, atualizações e orientações que forneçam ferramentas para auxiliar na tomada de decisões. A edição mais recente apresenta pesquisas que abordam impactos de corrupção no sistema de saúde; programas de ampliação de acesso à saúde; alimentação; e muito mais.
Entre os trabalhos abordados na publicação, na seção Economia & Gestão, destacamos a análise “Corrupção mundial na saúde: um segredo que todos sabem”, que aponta um desperdício de US$ 700 bilhões a US$ 1,75 trilhão por ano.
Já o destaque em Saúde & Tecnologia ficou para “Fatores associados ao tempo de permanência hospitalar de mulheres submetidas à cesariana”, que possibilitou a construção de perfis distintos de riscos associados à idade e comorbidades que podem alongar a duração do tempo de internação pós-parto.
Nos próxmos dias, vamos analisar esses e outros destaques dessa edição aqui no blog. Não perca!
A Organização Mundial da Saúde (OMS) acaba de divulgar que, anualmente, 303 mil mulheres morrem durante a gravidez ou na hora do parto. É um alerta mundial para haver mais atenção a esse tema. E, para o Brasil, chega em um momento especialmente importante, por conta dos intensos debates a respeito da prevalência dos partos por cesarianas e riscos que isso gera às mães e aos bebês.
Tratamos desse assunto algumas vezes aqui no blog, mas vale a pena somar-se a esse esforço da Organização das Nações Unidas (ONU) em expandir a conscientização a respeito do tema. Nossa visão, reiteramos, é que deve prevalecer a decisão tomada entre a mãe e o médico, sempre visando a segurança. Tanto que a ONU destacou taxativamente que o dia do parto é o mais perigoso da vida da mãe e da criança.
Não custa retomar a informação que trouxemos na 12ª Edição do Boletim Científico do IESS, que apresenta um estudo produzido pelos pesquisadores Ana Paula Esteves Pereira, Marcos Nakamura Pereira, Maria do Carmo Leal e Marcos Nakamura Pereira, da Fundação Oswaldo Cruz (RJ), que constata que o risco de morte materna pós-parto é três vezes maior em cesarianas quando comparado a outras modalidades de parto.
Ainda que, em todo o mundo, registre-se progressos na prevenção de mortes maternas, a ONU acredita que ainda falta muito a ser feito. Para ajudar, criou a publicação: Time to respond: a report on the global implementation of maternal death surveillance and response (MDSR) – Tempo de resposta: um relatório global sobre a implementação de vigilância e resposta ao óbito materno, em tradução livre.
Também publicou um infográfico (a seguir) a respeito do assunto. Infelizmente, só disponibilizado no idioma inglês.
Estudo produzido pelos pesquisadores Ana Paula Esteves Pereira, Marcos Nakamura Pereira, Maria do Carmo Leal e Marcos Nakamura Pereira, da Fundação Oswaldo Cruz (RJ), constatou que o risco de morte materna pós-parto é três vezes maior em cesarianas quando comparado a outras modalidades de parto. O estudo, intitulado “Cesariana e mortalidade materna pós-parto: um estudo de caso-controle de base populacional no Brasil”, é um dos destaques da décima segunda edição do Boletim Científico IESS.
Para chegar nesse resultado, foram excluídas da análise mulheres com gravidezes múltiplas e mulheres cuja causa de morte foi de uma condição presente antes do início do trabalho de parto e que pode também ter afetado a probabilidade de ter sido realizada uma cesárea. Os principais riscos relacionados ao procedimento são morte por hemorragia pós-parto e complicações na anestesia.
Segundo os pesquisadores, as cesárias respondiam, em 2014, por mais da metade dos partos no Brasil, equivalendo a 57% dos casos. Os autores informam que 84% desses procedimentos são realizados antes do início do trabalho de parto, provavelmente, na hipótese por eles apontada, por “razões não médicas”. Eles destacam que a segurança ao paciente evoluiu nos últimos anos, mas que, ainda assim, a tendência de aumento das cesarianas é motivo de preocupação, por ser um fator de risco de mortalidade materna.
Os pesquisadores recomendam que médicos e pacientes analisem os benefícios e os riscos do procedimento e, além disso, sugerem que políticas para a saúde da mulher precisam levar em conta que uma redução das taxas excessivas de cesáreas pode impedir mortes maternas.
O Boletim Científico IESS é uma publicação voltada para pesquisadores acadêmicos e gestores da área de saúde. Indica os principais estudos científicos, nacionais e internacionais, publicados no último bimestre sobre saúde, tecnologia, economia e gestão no setor de saúde suplementar. O objetivo é auxiliar pesquisadores e gestores da saúde suplementar a se manterem atualizados sobre os principais estudos publicados recentemente.