Em média, 540 pessoas são afastadas do trabalho por problemas de saúde a cada dia no Brasil. O número foi apurado pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), em 2018, com base nos mais de 196 mil benefícios concedidos a trabalhadores do Instituto por serem afastados de suas atividades profissionais em função de problemas de saúde.
Os dados, em nossa opinião, são alarmantes. Além da questão vital da saúde de cada um desses indivíduos, há outras variáveis que precisam ser olhadas. Por exemplo, o custo econômico para o País, tanto por conta dos benefícios pagos durante o período em que o trabalhador permanece afastado quanto do ponto de vista de riqueza que deixa de ser gerada.
Para as empresas, além da ausência dos colaboradores e questões relacionadas
à produção ou necessidade de contratação de temporários para cobrir a função, há o custo dos planos de saúde, que hoje já respondem pelo segundo maior gasto das empresas, atrás apenas da folha de pagamento.
Para os planos de saúde ou mesmo o SUS, o impacto também é obvio e ressalta a necessidade de implementação de Programas de Promoção de Saúde nas empresas. Uma bandeira que defendemos há tempos, seja por meio de estudos, eventos ou fomentando a pesquisa acadêmica relacionada ao assunto com ações como o Prêmio IESS. Para ver todo o conteúdo que dispomos sobre o tema, o melhor caminho é acessar nossa Área Temática.
A ideia central desse tipo de programa é simples, mas essencial para mudarmos o panorama da saúde no País. É muito melhor, seja do ponto de vista econômico ou, ainda mais importante, assistencial, tratar o paciente e evitar o desenvolvimento de problemas de saúde mais sérios do que esperar para tratar a doença. Ou, como diz aquele velho ditado, “É melhor prevenir que remediar”.
As infecções relacionadas à assistência em saúde (Iras) ainda são um dos mais importantes problemas do setor no mundo. Este tipo de infecção é adquirido durante a prestação dos cuidados de saúde e podem resultar em mortes, além de elevado custo direto e indireto. Exatamente pela importância deste tema na cadeia de saúde - suplementar ou pública – é que novos estudos e iniciativas na área devem ser incentivados.
O estudo “Influência das infecções relacionadas à assistência no tempo de permanência e na mortalidade hospitalar utilizando a classificação do diagnosis related groups como ajuste de risco clínico” rendeu a Maria Aparecida Braga o 2° lugar na categoria “Promoção da Saúde e Qualidade de Vida” na edição 2016 do Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar. “As Iras são condições passíveis de serem evitadas e acreditamos que o impacto assistencial, social e econômico é imenso, daí a importância do tema”, comenta Maria Aparecida.
Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e doutora pela UFMG, Maria Aparecida conversou conosco sobre seu trabalho, a importância do Prêmio IESS e o que mudou após ter seu trabalho reconhecido.
Leia a entrevista abaixo e não deixe de inscrever gratuitamente, até 15 de setembro, seu trabalho de conclusão de curso de pós-graduação (especialização, MBA, mestrado ou doutorado) com foco em saúde suplementar nas áreas de Economia, Direito e Promoção de Saúde, Qualidade de Vida e Gestão em Saúde. Veja o regulamento completo.
Os dois melhores de cada categoria receberão prêmios de R$ 10 mil e R$ 5 mil, respectivamente, além de certificados, que serão entregues em cerimônia de premiação em dezembro deste ano.
Blog do IESS – Sobre o que é o trabalho?
Maria Aparecida Braga – É sobre a influência da infecção relacionada à assistência à saúde no tempo de permanência hospitalar e sobre a mortalidade. São condições passíveis de serem evitadas e acreditamos que os impactos assistenciais, sociais e econômicos são imensos, daí a importância do tema. É parte de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Infectologia e Medicina Tropical.
Blog – Como conheceu o Prêmio IESS?
MAB – Por meio do meu orientador, o Dr. Renato Couto, que é um grande pesquisador da área de gestão da saúde.
Blog – E qual sua impressão sobre o Prêmio IESS?
MAB – Foi muito gratificante receber o Prêmio IESS. É um reconhecimento de todo o trabalho. Saber que estamos atuando para modificar alguma coisa para melhoria da sociedade e que isto está sendo levado em consideração, sendo avaliado por um grupo de pesquisadores renomados é recompensador. A participação no evento da premiação foi particularmente importante. A forma como foram apresentados os trabalhos e como foram detalhadamente avaliados me deixou muito bem impressionada.
Blog – Em sua opinião, qual a importância de premiações com esta?
MAB – A premiação é um estímulo ao desenvolvimento da pesquisa séria e conectada à realidade da saúde brasileira. No Prêmio IESS, são avaliados trabalhos que podem realmente fazer a diferença na atuação dos profissionais de saúde e na gestão do setor, melhorando as condições assistenciais, com foco na segurança assistencial e determinando maior responsabilidade e responsabilização com o uso dos recursos, que são limitados.
Blog – O que mudou após receber o Prêmio IESS?
MAB – Recebi diversos telefonemas e a visibilidade do trabalho certamente aumentou. Parabenizo o IESS não apenas por essa iniciativa, mas por todas realizadas em prol da segurança assistencial. A saúde brasileira está muito carente de atitudes como esta.