Quem nos acompanha periodicamente sabe que buscamos criar pilares para o desenvolvimento do setor de saúde suplementar por meio de diferentes iniciativas. Apresentar novidades, dados técnicos e análises profundas, atualizadas e relevantes para contribuir com o segmento são alguns de nossos objetivos. E isso passa pela revisão dos avanços ao longa da história do setor no país, visando apontar para o futuro.
Seja por aqui no blog, em nossas redes sociais, eventos e outras áreas, buscamos sempre fomentar a discussão no setor de saúde brasileiro, com uma cadeia de valor extremamente complexa.
Essa complexidade potencializa-se quando consideramos o acúmulo de dados já disponíveis e a explosão da quantidade de informação gerada, captada e disponibilizada em velocidade exponencialmente maior.
Nos últimos 20 anos, a medicina, de forma específica, e o setor de saúde, em sentido mais amplo, experimentaram uma verdadeira revolução. Não é exagero dizer que as respostas do sistema de saúde mundial à inesperada pandemia provocada pelo novo Coronavírus (SARS-CoV-2), gerador da Covid-19, ratificam na prática essa evolução. Uso de dados, cruzamento de informações, capacidade de análise genética, intercâmbio de conhecimento, avaliações científicas em tempo real, cooperação internacional em pesquisas etc.
Reflexo da transformação da sociedade pela inovação e pelo conhecimento, a saúde suplementar também viveu, nas últimas duas décadas, alterações significativas. É por isso que o lançamento do livro “Saúde Suplementar: 20 Anos de Transformações e Desafios em um Setor de Evolução Contínua” serve como um esforço de tentar identificar, analisar e compreender as profundas mudanças introduzidas na saúde suplementar brasileira nos últimos 20 anos.
Portanto, o livro reúne mais de uma dezena de artigos de importantes pesquisadores nacionais sobre o tema de modo a compreender o atual momento e os desafios impostos e, assim, apontar alguns indicativos para onde se caminha.
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20 anos de transformações e desafios em um setor de evolução contínua
Livro reúne artigos de especialistas em diferentes...Desde que o novo Coronavírus chegou ao Brasil, uma série de cirurgias, consultas e exames foram cancelados ou adiados em função das medidas restritivas e do isolamento social. Para se ter uma ideia, em junho o Portal UOL mostrou que aproximadamente 70% das cirurgias foram suspensas no País, de acordo com dados do Colégio Brasileiro de Cirurgiões.
À época, o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de São Paulo (SindHosp) projetava que o prejuízo de hospitais, clínicas e laboratórios chegaria aos R$ 18 bilhões —R$ 6 bilhões ao mês que os planos de saúde deixaram de repassar.
Recentemente, a Associação dos Hospitais Norte-Americanos (AHA) divulgou estimativa que aponta que nos EUA, os estabelecimentos de saúde deverão perder US$ 323 bilhões em receita em 2020 (aproximadamente 29% das receitas de 2019). Desse montante, US$ 203 bilhões consolidados no primeiro semestre do ano e US$ 120 projetados entre julho a dezembro.
Segundo os números da AHA, no primeiro semestre, os estabelecimentos de saúde tiveram um declínio médio de quase 20% no volume de internações e de 35% no de procedimentos ambulatoriais estimados para 2020. O que gerou uma perda de 1,4 milhão de empregos na saúde, dos quais 135 mil em hospitais, até o mês de abril de 2020.
André Medici, economista social e da saúde, se debruçou sobre esses e demais dados em artigo publicado no portal da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), no qual apresenta aspectos do setor estadunidense e ainda aponta as medidas e restrições em relação ao funcionamento dos hospitais.
“A superação da crise financeira dos hospitais tem sido vislumbrada através do uso de ferramentas de inteligência artificial para maior nível de controle das despesas, monitoramento dos contratos e cobrança por serviços. Estas ferramentas permitem rastrear espaços para a geração de receita, ganhos de eficiência, renegociação de contratos, interação com pacientes e estimativas de preços para serviços prestados pelas unidades”, aponta o especialista.
Algumas das questões colocadas pelo autor servem de reflexão e aprendizado para o cenário brasileiro. Confira aqui na íntegra.
Falar em regulação é, quase sempre, algo complicado. Principalmente porque é difícil achar um equilíbrio para que o setor em questão, seja ele qual for, se torne atrativo tanto do ponto de vista dos demandantes quanto dos investidores. Muitas vezes, o melhor é deixar o mercado balizar essa relação. Contudo, há outras em que o desiquilíbrio entre as partes é evidente e a regulação por terceiros é necessária.
No setor de saúde, sem entrar no mérito de qual deveria ser o nível de regulação ou não, parece claro que há excessos. A redução na oferta e contratação de planos individuais é um sintoma evidente disso.
Ao nosso ver, uma alternativa para evitar que isso volte a acontecer em outras frentes do setor de saúde suplementar, que é extremante dinâmico, seria a autorregulação.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determina um rol mínimo de procedimentos para serem atendidos pelas Operadoras de Planos de Saúde (OPS). Mas nada impede que elas aumentem esse rol ou mesmo elaborem ferramentas de autorregulação para a incorporação de novas tecnologias. Não há dispositivo legal que proíba, por exemplo, a criação de um Conitec da Saúde Suplementar. Nesse caso, ao invés de esperar a ANS decretar a incorporação de um medicamento, exame ou outro procedimento, o setor se anteciparia e estabeleceria critérios claros para sua adoção. Inclusive divulgando-os aos prestadores de serviço, beneficiários e sociedade de modo geral.
Mas há outros casos em que a autorregulação pode ser altamente efetiva e positiva para o setor. Um deles diz respeito às práticas determinadas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Ao invés de esperar a efetiva criação da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) para normatizar a questão, as OPS e os prestadores de serviço de saúde têm a chance de adotar, por conta própria, boas práticas que podem, inclusive, servir de exemplo para outros setores.
A questão foi bem explorada no artigo “LGPD: desafios e oportunidades para o setor da saúde”, de Juliana Pereira, integrante do Comitê das Nações Unidas para Proteção ao Consumidor e membro do Conselho de Autorregulação e Relações com Cliente da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN). Vale a leitura.
Ah, se você se interessa por esse tema, não deixe de participar do seminário “Transformação Digital na Saúde”, que realizaremos dia 11 de dezembro, no hotel Tivoli Mofarrej (Al. Santos, 1.437), em São Paulo. Inscreva-se agora!
Acabamos de divulgar a 23º edição do “Boletim Científico IESS” que resume publicações científicas de interesse para a saúde suplementar lançadas no 2º quadrimestre de 2018. Voltado para pesquisadores acadêmicos e gestores da área de saúde, a publicação apresenta trabalhos lançados nas principais revistas científicas do Brasil e do mundo nas áreas de saúde, tecnologia, economia e gestão.
O objetivo é apresentar casos, informações, atualizações e orientações que forneçam ferramentas e subsídios para pesquisadores e gestores da saúde suplementar na melhor tomada de decisão em todo o país. A edição mais recente apresenta pesquisas que abordam judicialização, dados de reinternação, cobertura dos planos, uso dos serviços médicos e odontológicos, entre outros temas.
Entre eles, os destaques são “Análise do desempenho da taxa de reinternação hospitalar em 30 dias para pacientes com insuficiência cardíaca e sobrevida a longo prazo: conclusões da base de dados do ‘Get With the guidelines-heart failure’” que aborda a relação do desempenho de hospitais e a sobrevida do paciente nos casos da doença crônica na seção de Economia&Gestão. O destaque em Saúde&Tecnologia ficou para “Estimando o gasto futuro com saúde e cuidados com idosos na Austrália com mudanças na morbidade”, que busca estimar o efeito do envelhecimento na saúde total e no gasto com cuidados aos idosos na Austrália entre 2015 e 2035.
Continue acompanhando a nossas publicações aqui no blog. Nos próximos dias, vamos publicar posts analisando esses e outros destaques dessa edição.