O brasileiro se automedica até mesmo quando tem receita médica. É o que aponta pesquisa Datafolha encomendada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) e divulgada no último fim de semana. Segundo os dados apresentados em reportagem da Folha de S. Paulo, quase 80% da população nacional se automedica e mais da metade dos que usaram remédios nos últimos seis meses se automedicou mesmo tendo a prescrição do médico, alterando a dose por conta própria.
A pesquisa faz parte de uma campanha nacional de conscientização sobre o uso racional de medicamentos. Entre os mais de 2 mil entrevistados, 57% disseram que passaram por consulta médica, receberam a receita, mas não utilizaram a medicação conforme orientado pelo profissional de saúde. Essa atitude é maior entre homens (60%) e jovens de 16 a 24 anos (69%).
O comportamento mais frequente é a redução da dose do remédio, registrado em 37%. Entre os entrevistados, o principal motivo para essa alteração foi a sensação de que o “medicamento fez mal” ou a “doença já estava controlada”. Já para 17%, a justificativa foi o custo do produto.
Walter da Silva Jorge João, presidente do CFF, esse tipo de problema está relacionado com consultas médicas muito rápidas, em que o profissional mal olha o paciente. “Ele sai do consultório cheio de dúvida, não entende a prescrição, toma do seu jeito ou abandona o tratamento quando se sente melhor”, comenta.
Nós já falamos sobre o uso inadequado de medicamentos aqui no Blog e também sobre os riscos da automedicação, tema repercutido em trabalho publicado no Boletim Científico.
Entre os problemas relacionados ao uso de medicamentos sem orientação podemos citar intoxicações e reações alérgicas. De acordo com a Anvisa, analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios são os maiores responsáveis por estas complicações.
Confira a pesquisa publicada em reportagem da Folha de S. Paulo.