A importância do modelo de pagamento hospitalar é um assunto recorrente internacionalmente devido a sua importância na sustentabilidade na saúde suplementar. O assunto já foi tema em nossos trabalhos, como o TD 64, que mostra benefícios de modelos de pagamento prospectivos, baseados na qualidade dos serviços, desfecho para o paciente e outras características.
Os diferentes modelos de remuneração também foram pauta de nossas publicações aqui no blog: DRG, Bundled Payment, Pay for Performance (P4P), Global budget e o Captation. O objetivo foi mostrar as características de cada um desses modelos e sua aplicabilidade para diferentes realidades.
O trabalho “Exploring Attributes of High-Value Primary Care” (Analisando os atributos a assistência médica de alto valor para o paciente) tem a intenção de apontar evidências de como os procedimentos de alto valor para o desfecho clínico do paciente garantem a eficiência do sistema. O estudo foi publicado na 21º edição do Boletim Científico.
Os pesquisadores analisaram dados de seguros de saúde nos EUA de 2009 a 2011, buscando identificar os atributos da assistência primária à saúde que são associados ao alto valor para o paciente. Foram identificados 13 atributos em comum nas clínicas classificadas como geradoras de alto valor. Alguns dos principais foram atendimento 24h e acesso ao prontuário eletrônico pelo paciente, decisão médica baseada em evidência, estratificação dos pacientes por nível de risco, entre outros.
O conhecimento desses atributos é de fundamental importância para ajudar médicos, fontes pagadoras, tomadores de decisões e outros agentes do setor para avaliar estratégias que gerem alto valor para o paciente e auxilie na redução dos gastos com cuidados de saúde.
O tema do próximo especial aqui do Blog será “DRG e outros modelos de remuneração”.
A enquete que abrimos para votação no dia 10 de fevereiro ficou aberta para votação até hoje (9/3) às 17h e recebeu 680 votos.
O tema vencedor, “DRG e outros modelos de remuneração”, recebeu 129 votos. Apenas 9 a mais que o segundo colocado, “Desafios para a sustentabilidade da saúde suplementar”, que teve 120 votos.
Confira o resultado abaixo:
DRG e outros modelos de remuneração - 129 votos
Desafios para a sustentabilidade da saúde suplementar - 120 votos
Envelhecimento populacional - 109 votos
Aplicação de TI no mercado de saúde suplementar - 99 votos
Judicialização da saúde - 91 votos
Promoção da saúde - 64 votos
Novos produtos para a saúde suplementar - 63 votos
Outros - 5 votos
Nas próximas semanas iremos preparas os conteúdos para este especial e avisar a data em que ele será publicado. Obrigado por nos acompanhar e participar desta votação.
Enquanto aqui, no Brasil, ainda estamos debatendo a adoção de modelos de pagamento de prestadores de serviços por performance (P4P) e a necessidade de definir e divulgar indicadores de performance para aferir a qualidade dos prestadores de serviço, como já debatemos aqui no Blog, em outros países esse debate está em outro patamar.
Na Dinamarca, por exemplo, há estudos aferindo qual o nível organizacional para os incentivos de performance em hospitais. É o caso, por exemplo, do estudo “Who to pay for performance? The choice of organizational level for hospital performance incentives” (Quem pagar por performance? A escolha do nível organizacional para os incentivos de performance em hospitais, em tradução livre), destaque do último Boletim Científico do IESS.
O estudo analisou o desempenho de hospitais que realizam pagamentos considerando o desempenho individual de cada departamento e do hospital como um todo. Os resultados apontam que hospitais que adotam incentivos financeiros diretos aos departamentos específicos, considerando as performances isoladas, apresentam desempenho, em média, 5% superior ao de hospitais que não distribuem o pagamento pela performance de forma individualizada entre seus departamentos.
Os autores da análise ainda apontam que essa diferença de desempenho se deve, principalmente, ao “efeito carona”, que se caracteriza por um departamento se esforçar menos do que outro, já que a remuneração não é individualizada. Apesar de estarmos mais de uma década atrasados em relação a Dinamarca, onde os hospitais são obrigados a divulgar indicadores de qualidade desde 2004, certamente é um modelo a se ter em mente nos debates que estamos travando por aqui.