Por saber da importância do Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar na construção de conhecimentos e ferramentas em prol do desenvolvimento do setor em todo o país, a edição desse ano traz uma importante novidade. A cerimônia de entrega do VIII Prêmio IESS contará espaço para exibição de pôsteres de trabalhos. Já no oitavo ano, a premiação conta com mais de 40 trabalhos laureados e algumas centenas de estudos avaliados.
Com o objetivo de apresentar, de maneira sucinta, os resultados de uma pesquisa na área de saúde suplementar, o pôster científico é uma maneira prática de apresentar uma pesquisa original completa ou seus resultados parciais.
Fazer com o que o pôster receba destaque em uma área com outros trabalhos semelhantes é um desafio para pesquisadores dos diferentes setores. Entendendo esse sentimento, elencamos uma série de dicas para facilitar a inscrição do seu trabalho no Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar.
Para esta categoria, além dos trabalhos de pós-graduação (especialização, MBA, mestrado e doutorado), também podem ser inscritos trabalhos de graduação (nível universitário). A ação desse ano busca dar visibilidade para pesquisadores e trabalhos de graduação – que não concorrem aos prêmios principais – visando fomentar a produção entre as diferentes esferas do universo acadêmico.
Vale reforçar que a submissão de trabalhos para exposição em pôster não contempla premiação. As inscrições para esta modalidade podem ser feitas por meio do formulário e se encerram no dia 15 de setembro. Confira o regulamento aqui e saiba mais sobre a inscrição de pôsteres.
Afinal, o que é um pôster?
Apresentação visual do projeto, é importante que o material contenha uma introdução, resumo com visão geral do seu projeto, com tabelas, gráficos e discussões acerca dos resultados prévios ou completos.
Menos formal que uma palestra, o pôster é um excelente meio de divulgação da pesquisa e é essencial que ele consiga atrair os olhares dos participantes do evento e demais especialistas na área. Fundamental, portanto, é que os presentes consigam depreender o conteúdo entre 5 e 10 minutos.
No caso do VIII Prêmio IESS, os candidatos podem ser de qualquer nacionalidade, idade e formação acadêmica. Os resumos dos trabalhos devem estar em língua portuguesa e estarem relacionados com o setor de saúde suplementar do Brasil nas áreas de Economia, Direito e Promoção de Saúde, Qualidade de Vida e Gestão em Saúde. Serão aceitos resumos de no máximo 2.000 caracteres.
Elementos
Pré-textuais:
- Área do conhecimento;
- Título idêntico ao do resumo aceito;
- Nome(s) do(s) autore(s), a titulação máxima e afiliação institucional (instituição de origem, cidade, estado e país) de cada um dos autores do pôster.
Textuais - os pôsteres que serão apresentados na cerimônia de entrega do Prêmio IESS deverão conter, obrigatoriamente, os seguintes elementos apresentados na forma que o autor julgar mais interessante – como textos, gráficos, ilustrações, tabelas – com os seguintes itens:
- Objetivo
- Método
- Resultado
- Conclusão
Dicas
- Use uma fonte sem serifa (Ex.: Helvetica) para o título e subtítulo e uma fonte com serifa (ex.: Rockwell) para o corpo do texto. Fontes com serifa são mais fáceis de ler em tamanhos pequenos.
- Cores – o pôster precisa causar boa impressão visual. Para isso, as cores são elementos fundamentais e devem ser usadas de modo inteligente. Um esquema de cores bem aplicado deve deixar o espectador interessado e pensativo.
- Gráficos – servindo de elemento para guiar seu leitor e facilitar o entendimento, é importante que estejam legíveis, com boa resolução, com títulos, legendas e de fácil leitura a uma distância de 1 metro.
- Resultados – seção que costuma ser a mais longa do pôster, é elemento importante para mostrar em que campo você realmente atuou ao longo da pesquisa, destacando seus aspectos qualitativos como quantitativos para suscitar questionamentos do seu leitor/espectador.
- Conclusão – importante seção para que você convença o ouvinte da importância e relevância da sua pesquisa e das descobertas para o campo da saúde suplementar.
Ressalvas
- O resumo apresentado não poderá ter sido apresentado em eventos nacionais similares. Caso tenha sido apresentado anteriormente, deverá expor aspectos antes não abordados.
Dimensões
Para os resumos aprovados para exposição, o pôster deve obedecer à seguinte formatação:
- Impressos em lona
- Largura: 80cm e altura: 120cm.
- Acabamento: com bastão e cordinha para pendurar.
Agora é só montar o pôster que mais atende seus anseios e chama a atenção para a sua pesquisa. Tem dúvidas? Fale conosco.
Qual deve ser a cobertura dos serviços de saúde é uma das questões mais latentes e complexas em todo o mundo. Não é por menos. São muitos os vetores envolvidos na análise e implementação de novas tecnologias e procedimentos em saúde. Além da efetividade das incorporações nos diferentes sistemas, deve-se levar em conta uma série de fatores, como as transições etária, demográfica, epidemiológica e da própria tecnologia além, é claro, dos custos que envolvem as diferentes ferramentas.
Portanto, ampliar o debate e a conscientização tanto da sociedade quanto dos agentes envolvidos no setor é fundamental para a melhor tomada de decisão. É com esse objetivo que divulgamos o trabalho “What should health insurance cover? A comparison of Israeli and US approaches to benefit design under national health reform” (O que o plano de saúde deveria cobrir? Uma comparação das abordagens israelense e americana) na 22º edição do Boletim Científico.
A pesquisa compara a abordagem dos EUA para a definição da cobertura de seguros privados de saúde com aquela adotada por Israel. A título de informação, em Israel, o governo federal é que decide o que é coberto pelos seguros de saúde. Já no caso estadunidense, o setor é fundamentado por meio de um complexo arranjo entre os principais interessados: o governo federal, os governos estaduais e o segmento de planos de saúde. Isso faz com a cobertura apresente uma ampla variação entre os Estados e até mesmo dentro de mercados específicos dentre de um mesmo Estado.
O estudo destaca uma importante especificidade do segmento no caso de Israel, que possui três elementos no processo de determinação da cobertura mínima (Essencial Health Benefit EHB). A saber: a seleção de um ponto de partida para definir a cobertura, identificando um plano médio seja em base Nacional ou Estadual; formulação do custo esperado da cobertura desse EHB; e, por último, a criação de mecanismos para atualizar o EHB dentro de um orçamento predefinido.
No Brasil, a última atualização do rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS entrou em vigor no dia 02 de janeiro. Como já destacamos, a ampliação do rol traz um incremento de gastos para o segmento suplementar que precisa entrar nas discussões, seja fornecendo subsídios para os tomadores de decisão ou ainda para informar a sociedade acerca do tema.
Para se ter uma ideia, o estudo "Estimativas de Custo de Impacto de Tecnologias da Despesa Assistencial", desenvolvido pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), avaliou 16 das 26 tecnologias sugeridas durante a última consulta pública e concluiu que essas incorporações representariam um avanço de R$5,4 bilhões nos custos das operadoras, representando 4% do total das despesas assistências de 2016.
Como foi apresentado no TD 56 "A avaliação das tecnologias em saúde e as suas incorporações no sistema de saúde nacional e em internacionais", apesar de algumas discussões sobre a utilização de estudos de Avaliação de Tecnologia em Saúde para a definição do rol de procedimentos, não há nenhuma formalização da Agência regulatória da obrigatoriedade de apresentação de estudos para a incorporação das tecnologias no setor suplementar de saúde, como acontece no Sistema Único de Saúde (SUS).
Portanto, é necessária a promoção de um debate mais sensato, não polarizado acerca do tema. É incorreto pensar que as despesas são apenas das operadoras de planos de saúde, já que toda a sociedade é impactada com a constante escalada dos custos em saúde.
Acabamos de disponibilizar a 22º edição do “Boletim Científico IESS” que resume publicações científicas de interesse para a saúde suplementar lançadas no 1º quadrimestre de 2018. Voltado para pesquisadores acadêmicos e gestores da área de saúde, a publicação apresenta trabalhos lançados nas principais revistas científicas do Brasil e do mundo nas áreas de saúde, tecnologia, economia e gestão.
O objetivo é apresentar atualizações, casos, informações e orientações que forneçam subsídios para pesquisadores e gestores da saúde suplementar na melhor tomada de decisão. A edição mais recente apresenta pesquisas que abordam modelos de pagamento, dados de utilização, atenção primária, obesidade, câncer, prontuário eletrônico e outros temas.
Entre eles, os destaques são “Pagamento baseado em resultados aos prestadores de seguro-saúde: o caso de contratação hospitalar para intervenções cardíacas na Holanda”, que aborda o modelo de assistência que se concentra não só em custos, mas nos resultados aos pacientes, na seção de Economia&Gestão; e, em Saúde&Tecnologia, o estudo “Obesidade e atendimento de emergência numa coorte populacional epidemiológica francesa” avalia e compara a taxa de visitas de emergência da população obesa em relação aos participantes com peso normal.
Continue acompanhando a nossas publicações aqui no blog. Nos próximos dias, vamos publicar posts analisando esses e outros destaques dessa edição.
É muito comum que as pessoas mantenham uma farmácia particular com remédios para lidar com questões como dor de cabeça, resfriado, coriza e outros. No entanto, a automedicação pode se tornar um problema quando vira rotina e pode desencadear consequências graves para saúde.
Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a automedicação é “a utilização de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas não habilitadas, para tratamento de doenças cujos sintomas são percebidos pelo usuário, sem a avaliação prévia de um profissional de saúde (médico ou odontólogo)”. Ou seja, diz respeito ao uso de medicamentos sem a orientação de um profissional habilitado.
A importância do tema levou pesquisadores brasileiros a realizarem o trabalho “Fatores predisponentes para a prática da automedicação no Brasil: resultados da pesquisa nacional de acesso, utilização e promoção do uso racional de medicamentos (PNAUM)”, publicado na 21º edição do Boletim Científico. Com o objetivo de entender os fatores que levam à prática da automedicação, os autores do estudo utilizaram dados dos 31.573 indivíduos com idade igual ou superior a 20 anos que responderam à Pesquisa Nacional de Acesso, Utilização e promoção do uso racional de Medicamentos (PNAUM).
O trabalho aponta que a prevalência de automedicação foi de 18,3%. Dos entrevistados, 73,6% afirmaram ter usado algum medicamento sem recomendação médica – caso eles já tivessem usado anteriormente esse mesmo produto; 73,8% declararam ter usado medicamentos não prescritos quando o medicamento já estava presente em casa; e 35,5% afirmaram ter usado alguma medicação não prescrita quando conheciam alguém que já havia tomado a mesma medicação.
Entre os problemas relacionados ao uso de medicamentos sem orientação podemos citar intoxicações e reações alérgicas. De acordo com a Anvisa, analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios são os maiores responsáveis por estas complicações.
Veja este e outros trabalhos na 21º edição do Boletim Científico.
Não é novidade falar da necessidade da adoção de melhores hábitos de saúde e de como eles estão relacionados diretamente com a qualidade de vida. No entanto, é cada vez mais necessário reforçar esta questão no caso de crianças e adolescentes. Já apontamos isso aqui, relacionando a publicidade infantil com a má alimentação em um artigo do Boletim Científico.
Neste sentido, a pesquisa “A influência da atividade física e o comportamento sedentário na qualidade de vida relacionada à saúde entre a população geral de crianças e adolescentes: uma revisão” (The influence of physical activity, sedentary behavior on health-related quality of life among the general population of children and adolescents: A systematic review) publicado na 21º edição do Boletim Científico fez uma revisão da literatura acadêmica em língua inglesa e referências existentes entre 1946 e a segunda semana de janeiro de 2017 sobre o tema.
Ao todo, foram 31 estudos analisados que avaliaram as relações entre atividade física, comportamento sedentário e qualidade de vida na população geral de crianças e adolescentes (entre 03 e 18 anos).
Um dos resultados mais relacionados do mundo contemporâneo diz respeito ao aumento do tempo de sedentarismo nesta faixa etária. Este comportamento está diretamente relacionado ao uso frequente de mídia em tela – computadores, smartphones, videogames, televisão e outros. O uso excessivo gera consequências adversas, como risco aumentado de obesidade, doenças cardiovasculares e uma série de problemas de saúde psicológica.
Os resultados da pesquisa vão ao encontro do que temos dito a respeito da necessidade da prevenção de doenças. O trabalho aponta que os programas de saúde escolar têm papel fundamental na promoção de estilos de vida mais ativos nesta faixa etária, garantindo a melhoria na qualidade de vida, da atenção primária e no fornecimento de subsídios para se pensar políticas de saúde para esta população.
Para ver estes e outros trabalhos da 21º edição do Boletim Científico, acesse aqui.
A importância do modelo de pagamento hospitalar é um assunto recorrente internacionalmente devido a sua importância na sustentabilidade na saúde suplementar. O assunto já foi tema em nossos trabalhos, como o TD 64, que mostra benefícios de modelos de pagamento prospectivos, baseados na qualidade dos serviços, desfecho para o paciente e outras características.
Os diferentes modelos de remuneração também foram pauta de nossas publicações aqui no blog: DRG, Bundled Payment, Pay for Performance (P4P), Global budget e o Captation. O objetivo foi mostrar as características de cada um desses modelos e sua aplicabilidade para diferentes realidades.
O trabalho “Exploring Attributes of High-Value Primary Care” (Analisando os atributos a assistência médica de alto valor para o paciente) tem a intenção de apontar evidências de como os procedimentos de alto valor para o desfecho clínico do paciente garantem a eficiência do sistema. O estudo foi publicado na 21º edição do Boletim Científico.
Os pesquisadores analisaram dados de seguros de saúde nos EUA de 2009 a 2011, buscando identificar os atributos da assistência primária à saúde que são associados ao alto valor para o paciente. Foram identificados 13 atributos em comum nas clínicas classificadas como geradoras de alto valor. Alguns dos principais foram atendimento 24h e acesso ao prontuário eletrônico pelo paciente, decisão médica baseada em evidência, estratificação dos pacientes por nível de risco, entre outros.
O conhecimento desses atributos é de fundamental importância para ajudar médicos, fontes pagadoras, tomadores de decisões e outros agentes do setor para avaliar estratégias que gerem alto valor para o paciente e auxilie na redução dos gastos com cuidados de saúde.
O estudo “Health insurance coverage and firm performance: Evidence using firm level data from Vietnam” (apresentado na última edição do Boletim Científico com o título “Cobertura de seguro saúde e o desempenho das empresas: evidências usando dados de empresas do Vietnã”), aponta que empresas que oferecem planos de saúde a seus funcionários são mais produtivas e aferem lucros mais expressivos, com um aumento de produtividade de 45% a 54% em comparação a empresas que não o fazem.
De acordo com o artigo, os funcionários que têm o benefício de contar com plano de saúde apresentam maior probabilidade a receber os tratamentos necessários quando doentes e, por isso, têm menos chance de faltar ao trabalho.
Os números do trabalho reforçam os resultados de alguns trabalhos que já publicamos aqui no Blog, como a palestra “Programas de promoção da saúde que funcionam nas empresas”, apresentada por Alberto Ogata, diretor da ABQV e avaliador do Prêmio IESS, no 3º Seminário IESS de Promoção de Saúde nas Empresas.
O total de beneficiários de planos médico-hospitalares individuais atingiu, em março deste ano, o menor nível desde dezembro de 2011. Fortemente influenciado pela recessão econômica, o total de vínculos de planos individuais vem apresentando retração, trimestre a trimestre, desde o último período de 2014. Apenas nos 18 meses encerrados em março deste ano, houve queda de 2,8% no total de vínculos dessa modalidade de contratação. O que representa a perda de cerca de 280 mil vínculos. Os 9,84 milhões de beneficiários de planos individuais se tornaram 9,56 milhões, como demonstra o gráfico.
O movimento coincide com a retração no saldo de empregados medido pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que também começou a apresentar queda no quarto trimestre de 2014. Nos 18 meses encerrados em março deste ano, o saldo de desempregados chegou a 2,45 milhões. No mesmo período, também a renda per capita, medida pelo Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), diminuiu: 7,5%. Os números estão disponíveis no IESSdata.
Os movimentos da economia, trabalho e renda no Brasil, muito preocupantes, impactam diretamente sobre o comportamento do mercado de planos de saúde. Mais um sintoma desse atrelamento se mostra do que pode ser um “fato novo”: a perspectiva negativa sofre o futuro da economia pode estar afetando a alta da variação dos custos de saúde. O índice Variação de Custos Médico-Hospitalar (VCMH) bateu recorde nos 12 meses encerrados em dezembro de 2015, atingindo a alta de 19,3%.
Apuramos esse indicador a partir da análise de um amplo conjunto de informações de carteiras de planos individuais de diversas operadoras. O recorde do VCMH também pode ter sido influenciado por conta da expectativa do beneficiário de não conseguir manter o plano, uma hipótese a ser investigada mais profundamente no futuro. Em tese, nossa suspeita é que, diante do temor de perder o emprego ou mesmo ter a renda reduzida, e, com isso, não ter mais condições de manter o plano de saúde, beneficiários estariam usando mais os serviços de saúde antes de não conseguirem mais manter o plano. Assim, realizam o máximo possível de consultas, terapias e exames sob a lógica de que é melhor se garantir e fazer os procedimentos antes de não contar mais com o plano.
A hipótese ainda precisa, evidentemente, de mais investigação, como dissemos. Contudo, levanta um ponto de atenção para o setor que precisa, constantemente, se aprimorar para garantir sua sustentabilidade. Não há como negar que a combinação de queda de beneficiários e custos em alta amplia o risco do setor.