As despesas assistenciais das operadoras de planos de saúde (OPS) médico-hospitalares em 2018 somaram R$ 160,1 bilhões. O valor representa um aumento de 10,5% em relação às despesas para atender aos pacientes registradas no ano anterior, de acordo com a análise especial que fizemos do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar, apresentada aqui no blog, na última sexta-feira (12/07).
Foram realizados 1,4 bilhão de procedimentos para atender aos beneficiários de planos médico-hospitalares em 2018, 5,4% a mais do que em 2017. O total de terapias foi o que mais avançou, saltando de 77,2 milhões em 2017 para 93,4 milhões em 2018. Alta de 21%. Além disso, foram realizados 274,4 milhões de consultas, 164,2 milhões de outros atendimentos ambulatoriais (por exemplo, consultas e sessões com nutricionista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo e outros procedimentos ambulatoriais), 861,5 milhões de exames e 8,1 milhões de internações.
Apesar de o volume de terapias ter sido o que mais cresceu na comparação anual, quando olhamos para os valores com as despesas assistenciais, o maior incremento aconteceu em outros atendimentos ambulatoriais. Em 2018, foram R$ 13,3 bilhões ante R$ 10,6 bilhões do ano anterior, alta de 24,9%. Já as despesas com terapias avançaram 23,1%, passando de R$ 10,4 bilhões para R$ 12,8 bilhões.
As internações são o tipo de procedimento responsável pela maior parcela das despesas assistenciais com beneficiários de planos médico-hospitalares. Foram R$ 68,2 bilhões investidos em 8,1 milhões de internações em 2018. No período de 2017 e 2018, houve crescimento na quantidade de internação, mesmo com a queda do número de beneficiários, e a tendência observada nestes dois anos é de que o movimento deve continuar a crescer, dado o rápido envelhecimento da sociedade brasileira, especialmente se não avançarmos em agendas de Promoção de Saúde, Prevenção de doenças, Coordenação do Cuidado e Atenção Primária à Saúde (APS).
Também vale notar que as despesas assistenciais das OPS com os beneficiários de planos médico-hospitalares complementam o total executado pelo Governo Federal com o Sistema Único de Saúde (SUS) ao longo de 2018. De acordo com o Portal da Transparência, mantido pela Controladoria Geral da União (CGU), o Governo Federal contava, em 2018, com um orçamento total de R$ 121,9 bilhões para a saúde como um todo e executou R$ 108,2 bilhões. Nesse mesmo ano, a saúde suplementar somou mais R$ 160,1 bilhões com as despesas assistenciais para atender cerca de 47,20 milhões de beneficiários de planos médico-hospitalares (isso sem contar despesas administrativas e tributos).
Todo esse investimento tem um importante fator social também para os não beneficiários da saúde suplementar. Uma vez que, ao atender um quarto da população brasileira, o sistema de saúde privado colabora para a saúde dos Brasileiros.
Pôster sobre produção assistencial na saúde suplementar do brasil entre os anos de 2011 e 2017, com base no Estudo Especial: Despesas com internações de operadora de autogestão, apresentado no Congresso Internacional de Qualidade em Serviços e Sistemas de Saúde (Qualihosp) em 20 de marços de 2019.
Contribuindo ainda mais com a disseminação de dados e reflexões sobre o setor de saúde suplementar no país, lançamos nesta semana a “Análise do mapa assistencial da saúde suplementar no Brasil entre 2011 e 2016”. O estudo foi construído com base no Mapa Assistencial, divulgado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), e observa a assistência à saúde no período destacado, faz comparações com outros países e com o Sistema Único de Saúde (SUS).
A quinta edição do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar apresentou um panorama do setor no país com base nos dados referentes ao ano de 2016 encaminhados pelas operadoras de planos privados de assistência à saúde, através do Sistema de Informação de Produtos (SIP).
Um dos destaques da análise diz respeito ao crescimento no volume de procedimentos assistenciais. Foram realizados 1,2 bilhão de procedimentos, aumento de 6,8% entre 2015 e 2016. No mesmo período, as terapias cresceram em 44,5% e o número de exames em 6,7%. Já as internações apresentaram queda de 1,1%.
No entanto, deve-se lembrar que no mesmo período analisado, houve redução de 3,1% no número de beneficiários de planos médico-hospitalares em todo o país, o que representou pouco mais de 1,5 milhão de vínculos a menos. Assim, mesmo com queda de 1,1% no total de internações, aumentou o número médio de internações para cada 100 beneficiários.
Este é, na verdade, um fato observado desde 2012, e um dos nossos pontos de atenção e temas de diversos estudos: o sucessivo aumento do número médio de procedimentos assistenciais por beneficiário. Este fenômeno é de grande importância para toda a cadeia de saúde suplementar e envolve temas complexos que já alertamos, como envelhecimento, prevenção e promoção da saúde, modelos de pagamento, eficiência e efetividade das novas tecnologias em saúde, acesso, regulação e outros.
Se por um lado pode ser um fator positivo o maior acesso aos diferentes serviços de saúde por parte dos beneficiários de planos médico-hospitalares, estes números também podem representar um uso excessivo de alguns procedimentos sem vantagens para a saúde dos beneficiários. Como já abordamos aqui, a média de determinados exames está aumentando também na comparação com outros países – voltaremos a falar sobre este assunto nos próximos dias. Estas questões impactam diretamente nos gastos com saúde, podem acarretar em problemas econômicos e ameaçar a sustentabilidade do sistema.
Divulgada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a quinta edição do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar apresentou um panorama do setor no país com base nos dados referentes ao ano de 2016 encaminhados pelas operadoras de planos privados de assistência à saúde, através do Sistema de Informação de Produtos (SIP).
Num esforço de colaborar ainda mais com a tomada de decisão e contribuir com a disseminação de informações da saúde suplementar brasileira, fizemos uma análise dos dados assistenciais disponibilizados pela agência reguladora. A “Análise do mapa assistencial da saúde suplementar no Brasil entre 2011 e 2016” observa a assistência à saúde no setor no período destacado e, por meio de alguns indicadores, faz comparações com outros países e com o Sistema Único de Saúde (SUS).
Por meio de uma extensa análise, o estudo fornece um panorama sobre os beneficiários de planos médico-hospitalares no país e aponta questões relacionadas à assistência, como consultas médicas (ambulatoriais e em pronto-socorro), atendimentos com outros profissionais além do médico, exames, terapias e internações. As despesas assistenciais (em reais correntes) das operadoras de planos médico-hospitalares informadas à ANS por tipo de procedimento de 2011 a 2016 também foram contempladas na análise.
Ao longo dos próximos dias traremos informações detalhadas da nossa análise. Não perca.