Como mostramos aqui, o mundo se deparou no último ano com uma pandemia sem precedentes na história recente, que impactou todos os setores da economia, em especial a saúde. Diante deste cenário, faz-se necessária uma reflexão sobre quais lições podem ser extraídas para o setor de saúde no Brasil e no mundo. O que foi abordado na publicação “Lições da pandemia: perspectivas e tendências”, elaborado pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) em parceria com a Bain & Company.
O estudo busca organizar aprendizados obtidos até o momento, que vão além de como lidar com esta e outras pandemias, mas que também podem ser aplicados na construção de modelos assistenciais mais efetivos e eficientes.
“Para responder à Covid-19, instituições ao longo de toda a cadeia de valor de saúde foram forçadas a experimentar e colaborar entre os elos para trazer respostas rápidas no enfrentamento da crise”, apontou Luiza Mattos, sócia líder da prática de saúde da Bain e líder do estudo em parceria coma Anahp.
Para Luiza, há uma janela de oportunidade para avançar em vários temas como a adoção de mais ferramentas digitais e dados. “Para isso também será fundamental complementar a capacitação e redobrar a atenção ao bem-estar dos profissionais do setor”, complementa.
Portanto, o futuro do setor de saúde irá demandar profissionais altamente especializados e ao mesmo tempo muito flexíveis, capazes de lidar com as ambiguidades de um sistema de saúde cada vez mais complexo, integrado e tecnológico. Com a inclusão de mais tecnologias, os profissionais precisarão ser capacitados para utilização de novas plataformas.
Além da telessaúde, os principais prestadores estão adotando ferramentas digitais para aprimorar a experiência do médico e investindo naquelas que economizam tempo e aumentam a qualidade de gestão de prontuários médicos eletrônicos, cada vez mais alavancados por inteligência artificial.
A combinação de tecnologia e dados pode também ser usada para apoio à tomada de decisão, priorizando um processo preciso, rápido e que represente a melhor evidência científica incorporada ao fluxo de trabalho do médico, personalizado e contextualizado para o profissional e o paciente, e entregue de modo a minimizar a fadiga e burnout dos profissionais de saúde.
Quer saber mais sobre a publicação da Anahp. Acesse aqui.
Seguiremos trazendo mais detalhes dessa importante publicação. Acompanhe.
Na última semana falamos que a cadeia privada de saúde registrou o maior número do estoque de emprego no ano em novembro de 2020. Dos 4,3 milhões empregados no setor de saúde, 3,4 milhões eram vínculos do setor privado com carteira assinada, o que representa 78% do total. As informações são do “Relatório de Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde”.
Na ocasião, falamos que entre agosto e novembro de 2020, o mercado de trabalho total cresceu 2,8%, mas se excluir os empregos gerados na cadeia da saúde, a alta foi de 3,1%. Isso porque o setor público tem registrado sucessivas quedas. As baixas, no entanto, têm sido compensadas pelo setor privado, tornando o saldo total positivo como um todo. A região Sudeste, por exemplo, perdeu, em novembro, 6,7 mil vagas na esfera pública, contrastando com o desempenho do setor privado nessa região, com saldo positivo de 13 mil postos de trabalho.
No comparativo de três meses, houve redução de 1,3% no total do emprego na esfera estadual da saúde pública, resultado do desempenho de três regiões. O Centro-Oeste registrou baixa de 5,6%, enquanto Norte e Sudeste tiveram queda de 4,3% e 2,0%, respectivamente.
No âmbito federal, a cadeia da saúde apresentou variação negativa de 6,3%, puxada pela região Sudeste, com queda de 10,5% e Nordeste, com baixa de 5,9%. Já os dados das secretarias de saúde dos municípios coletados até o momento contabilizam 488.973 mil empregos na saúde, resultado de um crescimento de 0,1% em relação a agosto de 2020.
Vale lembrar que não existe no Brasil uma base de dados que disponibiliza o total de pessoas empregadas no serviço público municipal na área de saúde. Estamos levantando informações do emprego na saúde nos sites de cada prefeitura. Até o momento o Instituto conseguiu dados de 292 municípios, cuja população representa 55,8% da população nacional.
Acesse aqui o boletim na íntegra.
O estoque de emprego na cadeia privada de saúde registrou o maior número do ano em novembro de 2020. Dos 4,3 milhões empregados no setor de saúde, 3,4 milhões eram vínculos do setor privado com carteira assinada, o que representa 78% do total. É o que aponta o “Relatório de Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde”, que acabamos de publicar.
Na comparação de 3 meses, entre agosto e novembro de 2020, o segmento de saúde privado cresceu 1,1%, enquanto o público teve redução de 1,1%. A maior queda na saúde pública ocorreu na região Norte, com baixa de 2,6%.
Os números reforçam a importância que a cadeia da saúde suplementar tem sobre o mercado de trabalho brasileiro. O setor privado de saúde tem apresentado desempenho positivo consistente no segundo semestre de 2020, com saldo de emprego positivo desde maio do ano passado. No acumulado do ano, até novembro, acrescentou aproximadamente 130 mil postos de trabalho formal à economia nacional. O que equivale a 37% do saldo acumulado em todos os setores.
De janeiro a novembro de 2020, o subsetor que mais gerou empregos na cadeia da saúde privada foi o de Prestadores, com saldo acumulado de mais de 105 mil postos formais, enquanto o de Fornecedores registrou saldo positivo de mais de 22 mil vagas. As Operadoras tiveram saldo acumulado de 1,1 mil, sendo o primeiro positivo desde março/20, o que pode ser indicativo de retomada do emprego nesse subsetor.
No intervalo de três meses, entre agosto e novembro de 2020, o mercado de trabalho total cresceu 2,8%, mas se excluir os empregos gerados na cadeia da saúde, a alta foi de 3,1%. Isso porque o setor público tem registrado sucessivas quedas. Ainda assim, o setor privado tem compensado as baixas, tornando o saldo da cadeia da saúde positivo como um todo.
Para se ter uma ideia, a região Sudeste perdeu, em novembro, 6,7 mil vagas na esfera pública, contrastando com o desempenho do setor privado nessa região, com saldo positivo de 13 mil postos de trabalho.
Falaremos melhor do setor público em um próximo post. Acesse aqui o boletim na íntegra.
Todo o mundo e os mais diversos setores foram impactados pela pandemia do novo Coronavírus. Algumas áreas mais e outras menos. Alguns países mais e outros menos. E por diferentes motivos, circunstâncias, escolhas, características etc. O atual cenário gera muitas dúvidas e ainda é difícil fazer projeções para o futuro dos diferentes segmentos. O de saúde, claro, não poderia ser diferente, sendo diretamente afetado pelo atual momento.
A Covid-19 trouxe grandes mudanças ao setor de saúde e deverá aprofundar ainda mais algumas tendências que já eram observadas. Como mostramos aqui, esse cenário serviu para acelerar em algumas direções como a busca por mais atenção para as doenças crônicas não transmissíveis. Envelhecimento populacional, aumento da incidência e prevalência de doenças, hábitos de vida e alimentação e outros temas estão na pauta dos interesses e preocupações para agora e o pós pandemia.
Além disso, a reorganização da assistência, atualização de protocolos, cuidados com a força de trabalho, imagem da empresa. A parceria entre os setores, privado e público com a união de forças e conhecimentos também podem ser citados.
Ivana Maria Saes Busato, doutora em Odontologia, publicou um artigo recente no jornal Diário de Uberlândia no qual reflete sobre o setor após pandemia e quais os aprendizados deverão ser incorporados na rotina de serviços.
Para ela, é importante entender que a forma como as pessoas irão “consumir” saúde será diferente e os critérios de escolha dos serviços. “O atender tradicional, restrito às paredes dos serviços de saúde, exigirão mudanças na biossegurança, nos processos de trabalho, investimento na estrutura física, espaçamento dos atendimentos, a lógica da produção em escala não fará mais sentindo, por tudo isto, manter as estruturas custará mais caro”, aponta.
A reflexão vale, portanto, para o setor de saúde como um todo, seja ele público ou privado, médico-hospitalar ou odontológico, nos diferentes elos dessa cadeia de serviços. Uma outra questão, no entanto, vem à mente. O setor tem fôlego para se reinventar antes mesmo de chegar o “pós pandemia”? Continue nos acompanhando.
Pesquisa mostra que 89% dos profissionais de saúde acreditam em uma segunda onda de infecções pelo novo Coronavírus no Brasil. Na linha de frente, o sentimento predominante é de apreensão. Ansiedade (69,2%), estresse (63,5%) e exaustão física/emocional (49%) são relatados, além de sensação de sobrecarga (50,2%). Os resultados são da terceira edição da do levantamento da Associação Paulista de Medicina (APM) sobre problemas e carências durante a pandemia e eventuais reflexos na assistência aos pacientes infectados.
Quase metade (48,9%) dos médicos que estão na linha de frente do atendimento aos infectados com Covid-19 afirma que pacientes e familiares têm pressionado por tratamento sem comprovação científica. Para 69,2%, notícias falsas (fake news), informações sensacionalistas ou sem comprovação técnica são inimigos que os médicos enfrentam simultaneamente à doença.
O levantamento ainda mostra que entre esses profissionais, 76,3% atendem, em média, por dia, até 20 ou mais pacientes com suspeita e/ou confirmação da nova doença. A maioria entre eles, 53%, têm sob sua responsabilidade até 5 doentes. Outro dado chama bastante atenção: quatro em cada dez dos médicos ouvidos já acompanharam pacientes que vieram a falecer com suspeita e/ou confirmação de Covid-19, marca bem expressiva.
A pesquisa ainda abordou outros importantes temas, como a capacitação para assistência, o temor diário dos profissionais, falta de médicos, diretrizes e insumos, o clima psicológico, subnotificação, o agravamento de outras doenças, inadequação de políticas de saúde, e outros assuntos fundamentais que pretendemos apresentar aqui futuramente.
A amostragem contou com a participação de 1.984 profissionais de todo o País, respondendo espontaneamente a questionário estruturado on-line. Destes, 60% trabalham em hospitais e/ou unidades de saúde que assistem a pacientes com Covid-19.
Acabamos de divulgar a nova edição da NAB e o resultado aponta mais uma redução no total de beneficiários de planos médico-hospitalares. Foram 106,4 mil vínculos rompidos nos 12 meses encerrados em setembro deste ano – confira nossa análise. O que reduz o total de beneficiários a 47,1 milhões.
Mesmo com mais este recuo, a saúde (tanto pública quanto suplementar) continua contratando. Ainda estamos apurando os números de setembro, mas de acordo com o Relatório de Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde, o setor superou a marca de 5 milhões de vagas formais em agosto.
Olhando apenas para esses números, as contratações podem parecer incongruentes. Entretanto, há alguns fatores que justificam facilmente esse comportamento. O principal deles é o aumento pela demanda de serviços de saúde.
Apenas entre 2018 e 2017, o total de procedimentos cresceu 5,4%, totalizando 1,4 bilhão de exames, consultas, terapias, internações e outros procedimentos ambulatoriais (OSA). Claro, junto com a procura por estes serviços, subiu a despesa assistencial das Operadoras de Planos de Saúde (OPS), que em 2018 passou os R$ 160 bilhões. Os números constam na análise especial que fizemos do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar.
Ou seja, o impulso no total de postos de trabalho formal no setor está associado ao aumento na procura por serviços assistenciais, ainda que menos pessoas contem com o plano de saúde – o 3° maior desejo da população, de acordo com a pesquisa IESS/Ibope.
O lado positivo é que o nível de contratação deve continuar avançando no setor. Mesmo que o total de vínculos com planos de saúde não apresente um crescimento expressivo nos próximos meses. Até porque, com o envelhecimento da população pelo qual o Brasil está passando, a tendência é que a busca por serviços de saúde continue avançando – entenda.
Você deve ter visto que falamos sobre o novo estudo que projeta alta dos custos com saúde em todo o mundo para os próximos anos. O trabalho “2018 Global Health Care Outlook: The evolution of smart health care” buscou traçar um panorama do atual cenário, levantar tendências e direções para que prestadores, planos de saúde, governos e outros agentes possam proporcionar saúde de qualidade, centrada no paciente e com o auxílio da tecnologia.
Sobre o momento atual do setor de saúde em todo o mundo, o estudo mostra que é provável que os fornecedores de cuidados com a saúde continuem convivendo com margens de lucro reduzidas e aumento dos custos. A projeção é que, até 2020, as despesas com cuidados de saúde nas principais regiões do mundo irão chegar a US$ 8,7 trilhões, cerca de 25% acima dos US$ 7 trilhões registrados em 2015.
A resposta à esta preocupação não é novidade para quem nos acompanha e faz parte dos pontos centrais do relatório, como a busca de evidências que auxiliem a tomada de decisão em um momento de mudança e incerteza; substituição da visão estratégica do setor, mais baseada no volume do que no benefício ao paciente; investimento em tecnologias que podem acarretar em economia; envolver cada vez mais o consumidor, entre outros pontos de destaque.
Uma importante preocupação é levantada pelo estudo. Como sabemos, parte dos cuidados em saúde não sofrem alteração com a criação de novas tecnologias, no entanto, a formação da força de trabalho merece, sim, atualização constante com as mudanças cada vez mais rápidas. A chamada “quarta revolução industrial” com o uso mais constante de ferramentas digitais, robótica, entre outras, terá papel fundamental na resolução de problemas de saúde atuais e do futuro.
Cabe, portanto, às instituições e organizações do setor em âmbito global a responsabilidade de estimular e propiciar subsídios para a união dos recursos humanos e tecnológicos que irá, certamente, representar avanço na assistência, redução de erros, fraudes e desperdícios em toda a cadeia.