Quem ainda não conhece alguns dos termos do setor, pode não entender importantes mecanismos do funcionamento da saúde suplementar. Uma dessas questões é sobre a sinistralidade. E a gente deixa um pouco mais claro: cada vez que o beneficiário aciona o plano de saúde para marcar um procedimento (consultas, exames ou cirurgias), essas ações são caracterizadas como sinistros. A sinistralidade é a relação entre o número de procedimentos para os quais o plano de saúde foi acionado por um beneficiário e o prêmio (valor pago na mensalidade ou pela empresa).
Vale lembrar que os reajustes do plano de saúde coletivo empresarial ou por adesão são determinados a partir das negociações entre a empresa e a operadora de plano de saúde, de acordo com as regras do contrato. Nesse sentido, são considerados diversos fatores para a negociação e, para se chegar no valor do reajuste, a sinistralidade é levada em conta. Já que os planos de saúde são contratados de forma coletiva, a sinistralidade daquele contrato será avaliada coletivamente. É necessário, portanto, o uso responsável de cada pessoa que usufruir daquele benefício.
Mas porque estamos falando tudo isso? A revista Seguro Total publicou recentemente um artigo que apresenta alguns importantes aspectos sobre o tema, a importância do maior controle dessa taxa e os principais fatores que aumentam os sinistros.
A publicação mostra que um estudo realizado por alunos do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, apontou que a falta de percepção das pessoas sobre a própria saúde é uma das questões que levam à superutilização dos serviços de saúde. Para tanto, operadoras e entidades do setor têm se movimentado. A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), por exemplo, tem orientado sobre a necessidade de adoção de programas preventivos, buscando reduzir os procedimentos que poderiam ser facilmente evitados por meio da prevenção e do autocuidado.
O artigo também traz outros pontos, como da diminuição do quadro de funcionários da empresa – que irá elevar a taxa de sinistralidade -, os procedimentos desnecessários, como excesso de exames.
A revista ainda reforça a nossa pesquisa IESS/Ibope que mostra que quase 90% dos usuários de plano de saúde de fato utilizam seus serviços, apresenta a satisfação com seu benefício e outros aspectos.
Acesse aqui a publicação na íntegra.
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Acabamos de divulgar a nova edição da NAB e o resultado aponta mais uma redução no total de beneficiários de planos médico-hospitalares. Foram 106,4 mil vínculos rompidos nos 12 meses encerrados em setembro deste ano – confira nossa análise. O que reduz o total de beneficiários a 47,1 milhões.
Mesmo com mais este recuo, a saúde (tanto pública quanto suplementar) continua contratando. Ainda estamos apurando os números de setembro, mas de acordo com o Relatório de Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde, o setor superou a marca de 5 milhões de vagas formais em agosto.
Olhando apenas para esses números, as contratações podem parecer incongruentes. Entretanto, há alguns fatores que justificam facilmente esse comportamento. O principal deles é o aumento pela demanda de serviços de saúde.
Apenas entre 2018 e 2017, o total de procedimentos cresceu 5,4%, totalizando 1,4 bilhão de exames, consultas, terapias, internações e outros procedimentos ambulatoriais (OSA). Claro, junto com a procura por estes serviços, subiu a despesa assistencial das Operadoras de Planos de Saúde (OPS), que em 2018 passou os R$ 160 bilhões. Os números constam na análise especial que fizemos do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar.
Ou seja, o impulso no total de postos de trabalho formal no setor está associado ao aumento na procura por serviços assistenciais, ainda que menos pessoas contem com o plano de saúde – o 3° maior desejo da população, de acordo com a pesquisa IESS/Ibope.
O lado positivo é que o nível de contratação deve continuar avançando no setor. Mesmo que o total de vínculos com planos de saúde não apresente um crescimento expressivo nos próximos meses. Até porque, com o envelhecimento da população pelo qual o Brasil está passando, a tendência é que a busca por serviços de saúde continue avançando – entenda.
O Mercado de planos de saúde médico-hospitalares começou 2019 com crescimento de 226,7 mil vínculos, segundo a última edição da NAB, que acabamos de publicar. Com isso, o setor registrou alta de 0,5% na comparação entre janeiro de 2019 e o mesmo mês de 2018. No total, já são 47,4 milhões de beneficiários no País
O resultado está em linha com o mercado de trabalho que também apresentou crescimento em janeiro deste ano, com saldo positivo de 34,3 mil postos formais. Apesar de os números de emprego no País terem um crescimento menos expressivo que o de novos beneficiários de planos médico-hospitalares, os números reforçam nossa percepção de que há uma relação direta entre os dois indicadores. Em grande parte, esse movimento se justifica pelo desejo do brasileiro de possuir um plano de saúde, que fica atrás apenas do anseio pela casa própria e educação – como mostra a pesquisa IESS/Ibope e temos apontado aqui no Blog. O que explica porque este é um dos últimos bens que as famílias se desfazem quando em necessidade e um dos primeiros que readquirem assim que a renda começa a ser recomposta.
O avanço apontado pelo NAB foi mais forte no Sudeste do País, que registrou 112,2 mil novos vínculos, alta de 0,4% e no Centro-Oeste, que conta com 109,9 mil beneficiários a mais do que em janeiro de 2018, alta de 3,5%. Apesar de o total de novos vínculos nas duas regiões ser muito parecido, o crescimento porcentual foi mais expressivo no Centro-Oeste devido à base de beneficiários de planos médico-hospitalares em cada uma delas. Enquanto o Sudeste conta com 28,9 milhões de vínculos, o Centro-Oeste tem 3,2 milhões.
Analisando a contratação de planos por Estado, o maior número de novos vínculos foi firmado em São Paulo: 135,4 mil, o que equivale a alta de 0,8%. Por outro lado, o Rio de Janeiro teve a maior quantidade de vínculos rompidos: 32,3 mil, uma queda de 0,6%.
Quando analisamos os resultados por modalidade de Operadora de Plano de Saúde (OPS), as Medicinas de Grupo foram, novamente, as únicas a apresentar impulso. Foram 573,1 mil novos beneficiários na comparação de janeiro deste ano com o mesmo mês do ano passado. Alta de 3,2%.