Desde o início da pandemia, segundo balanço do consórcio de veículos de imprensa, o Brasil já contabilizou cerca de 10 milhões de casos e mais de 240 mil óbitos por Covid-19. Nos últimos dias, o aumento expressivo nas médias móveis diárias fez com que o setor tivesse que, novamente, se reinventar e reativar protocolos, rotinas e práticas, que foram criados, ainda no ano passado, para conter os avanços da doença.
Se você já leu nosso “Painel Odontológico entre 2014 e 2019” – disponível aqui – já sabe que em junho de 2020, o Conselho Federal de Odontologia (CFO), por meio da Resolução 226, regulamentou o exercício da profissão a distância e autorizou a prática do telemonitoramento e da teleorientação por um cirurgião-dentista em caráter de exceção.
Por envolver muita proximidade entre o paciente e o dentista, uma consulta odontológica acaba oferecendo alguns riscos à saúde tanto do profissional quanto da pessoa que está sendo atendida. Nesse período, a teleodontologia surge como uma novidade capaz de proporcionar qualidade e segurança, sem perder o foco no paciente e no atendimento a quem precisa.
Na prática, viu-se que essa inovação não deve ser realizada de forma indiscriminada, nem substitui a relação presencial dentista-paciente, mas permite ao profissional ter um primeiro contato; prestar a orientação sobre o que pode estar acontecendo; transmitir acolhimento e confiança; acompanhar o paciente em tratamento no intervalo entre consultas e, se necessário, realizar um questionário pré-clínico para encaminhá-lo no momento certo para o atendimento presencial, já lhe fornecendo os dados da clínica e antecipando a preparação para receber o caso. O novo formato restringe serviços como a realização de diagnósticos, a elaboração de planos de tratamentos e prescrições.
Assim como as já conhecidas consultas por telemedicina, essa ferramenta – algo difícil de imaginar em outros tempos – tem evitado deslocamentos desnecessários e exposição ao risco da contaminação, além de apresentar mais uma possibilidade versátil por meio da tecnologia.
Embora a resolução tenha caráter extraordinário e temporário, acredita-se que muitos profissionais continuem utilizando dessa nova forma de atendimento. Nós continuaremos avaliando os benefícios dessa e de outras inovações, a satisfação do paciente e seus impactos, para que novas práticas surjam como complemento do exercício da odontologia. Por isso, não deixe de nos acompanhar!
Ah, não custa lembrar, acesse aqui o Painel Odontológico entre 2014 e 2019 na íntegra.
Se você tivesse que responder qual o foco dos profissionais de odontologia, o que você diria? Para muitas pessoas, ainda não está claro que a saúde bucal não é a única preocupação desses especialistas, mas também manter o pleno estado de saúde do paciente. Esse é o conceito do que chamamos de odontologia sistêmica e integrativa, que observa de maneira mais profunda os sinais e problemas do paciente, de forma individual e de acordo com suas necessidades, a partir de uma visão multidisciplinar e mais humanizada.
Saúde bucal e saúde do indivíduo como um todo estão fortemente relacionadas. Mas, apesar disso, pouco se discute sobre esta inter-relação. Essa nova modalidade se expandiu e ganhou força após a aprovação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares pelo Ministério da Saúde, em maio de 2006. Em junho de 2008, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) também regulamentou outras práticas integrativas, como acupuntura, fitoterapia, hipnose, homeopatia, terapia floral e laserterapia. Liberando assim, dentistas para incluí-las em seu atendimento.
Algumas doenças sistêmicas aumentam a incidência de lesões na mucosa oral, de cárie e de doença periodontal. Por isso, pacientes portadores de diabetes, osteoporose, doenças autoimunes, síndromes diversas ou deficiências vitamínicas devem ter um cuidado mais especial com sua saúde bucal. Da mesma maneira, pacientes que fazem uso de certos medicamentos, como os quimioterápicos, que possuem hábitos alimentares inadequados ou são tabagistas, necessitam de cuidados que reduzam o risco de desenvolverem alterações na cavidade oral.
Por que integrar medicina e odontologia?
A implementação dessas estratégias integradas em saúde é fundamental para a reordenação do modelo assistencial, priorizando o desenvolvimento de ações de prevenção junto à comunidade e a construção de relações permanentes entre os profissionais da saúde e a população assistida.
Segundo dados da nossa recente publicação “Painel de Odontologia entre 2014 e 2019”, o Brasil é o país com o maior número (330 mil) de dentistas do mundo, o equivalente a 20% da quantidade total desses profissionais. Em 2019, um milhão de pessoas passaram a ter plano odontológico, um crescimento de 4,1% em 12 meses. Ao todo, são 25,8 milhões de beneficiários em todo o país.
Os números acima justificam o porquê a odontologia deve estar associada a esse processo de cuidado coordenado. De outra forma, há o risco de o indivíduo contar com assistência médica, mas descuidar da saúde bucal, comprometendo o plano de cuidado, podendo deflagrar outras doenças e agravar o quadro clínico.
Acesse aqui o Painel Odontológico entre 2014 e 2019 na íntegra.
Você também pode assistir ao nosso webinar sobre o tema abaixo ou acessando aqui.
Os benefícios oferecidos aos trabalhadores são fundamentais na estratégia de gestão de pessoas e são diferenciais para o sucesso das empresas. Já faz um bom tempo que as pessoas buscam em um emprego mais do que apenas uma remuneração adequada ou acima da média do mercado. Por isso, é fundamental que as empresas conheçam e saibam sobre a importância de se implementar auxílios, como os planos odontológicos a seus colaboradores.
Uma pesquisa sobre benefícios da Willis Towers Watson, que contou com a participação de 194 empresas nacionais e multinacionais demonstraram que, em 2012, o plano odontológico era o 4º item mais prevalente (presente em 89% das empresas) numa lista de 13 itens – atrás apenas do plano médico-hospitalar, seguro de vida e auxílio-refeição. Já num outro inquérito, com dados da pesquisa AON 2016/2017, visualizou-se que das 536 empresas participantes, 92,4% concediam o plano odontológico, atrás dos planos médico-hospitalares (99,8%) e do seguro de vida (94,0%).
Se por um lado o profissional se tornou mais exigente, por outro as organizações também passaram a entender as vantagens alcançadas ao investir na qualidade de vida e bem-estar do colaborador, já que isso significa um aumento de produtividade. O benefício odontológico se torna, portanto, uma forma de prevenir doenças, gerar bem-estar, reter talentos, reduzir o absenteísmo e melhorar a produtividade, sendo um ponto positivo tanto para os colaboradores quanto para as empresas.
Segundo nossa recente publicação “Painel da Odontologia Suplementar entre 2014 e 2019”, a exemplo do que acontece com os planos médico-hospitalares, os coletivos empresariais (aqueles oferecidos pelas empresas aos seus colaboradores) respondem pela maior parte dos vínculos exclusivamente odontológicos: eram 18,4 milhões ou 73,4% do total em 2019. No período de 2000 a 2019, também são os que mais cresceram em número de beneficiários: de 698,7 mil para 18,4 milhões (aumento de 17,7 milhões de beneficiários ou 26 vezes mais).
E os números não param de crescer. Ainda no mesmo período, os planos individuais/familiares passaram de 291 mil para 4,3 milhões beneficiários (crescimento de 4 milhões de vínculos ou 15 vezes mais) e os planos coletivos por adesão passaram de 434 mil para 2,4 milhões de beneficiários (aumento de 1,9 milhão de beneficiários ou 5 vezes mais). Os dados também são da publicação e podem ser consultados na íntegra aqui.
Como você pôde observar, grande parte dessa expansão em planos coletivos empresariais é justificado pela ampliação dos planos odontológicos aos beneficiários de empresas de pequeno e médio porte (antes, centralizadas em grandes corporações), que começam a entender a importância dos benefícios como uma estratégia.
Recentemente, divulgamos a publicação “Painel Odontológico entre 2014 e 2019”, com o objetivo de contribuir com a disseminação de dados de assistência à saúde, observar o panorama da odontologia suplementar e a evolução dos procedimentos e das despesas assistenciais odontológicas neste período. Você pode ver aqui um pouco mais sobre o relatório.
A partir deste documento é possível criar um panorama do perfil dos beneficiários de planos exclusivamente odontológicos, por meio de análises detalhadas sobre:
- Sexo: o crescimento dos beneficiários segundo sexo foi praticamente igual entre dezembro de 2000 e 2019. Em 2000 havia 1,32 milhão de beneficiários do sexo masculino (50,6% do total de beneficiários) e 1,29 milhão do gênero feminino (49,4%). Em 2019, o número de homens foi de 12,6 milhões (48,9% do total) e de mulheres foi de 13,2 milhões (51,1%).
- Tipo de contratação: os planos coletivos empresariais (aqueles oferecidos como benefício pelas empresas aos seus colaboradores) foram os que mais aumentaram o número de beneficiários entre 2000 e 2019. Nesse período, havia 698,7 mil beneficiários em 2000 e 18,4 milhões em 2019 (aumento de 17,7 milhões de beneficiários ou 26 vezes mais). No mesmo período os planos individuais/familiares passaram de 291 mil para 4,3 milhões beneficiários (crescimento de 4 milhões de vínculos ou 15 vezes mais) e os planos coletivos por adesão foram de 434 mil para 2,4 milhões de vidas (aumento de 1,9 milhão ou 5 vezes mais).
- Faixa etária: verificou-se que entre os anos de 2000 e 2019, a faixa etária de 0 a 19 anos saltou de 725 mil para 5,3 milhões de beneficiários, entre 20 e 59 anos passou de 1,5 milhão para 17,9 milhões e a faixa de 60 anos ou mais foi de 75,1 mil para 1,8 milhão.
- Estado e Região: o estudo demonstra que assim como acontece com os planos médico-hospitalares, a maior parte dos vínculos se concentra no Sudeste do País. Juntos, os três Estados do Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais) possuem 13,8 milhões de beneficiários (ou 56,9%).
- Escolaridade*: 23% dos beneficiários de planos exclusivamente odontológicos tinham o ensino fundamental (completo ou incompleto), 34% contam com ensino médio (completo ou incompleto), 29,9% possuem ensino superior (completo ou incompleto) e 7,4% declararam não ter instrução.
- Raça/cor*: 54,8% dos entrevistados com planos de assistência odontológico se autodeclararam como da cor/raça branca, 34,8% como pardo e 9,1% como preto. Outras cores/raças somavam 1,2%.
- Avaliação do estado de saúde*: 85,6% dos beneficiários de planos exclusivamente odontológicos declararam que sua saúde estava boa ou muito boa, 13,0% como regular e 1,4% como ruim ou muito ruim.
Vale ressaltar que o resultado da análise é especificamente para a saúde suplementar e exclusiva para beneficiários de planos odontológicos entre os anos de 2014 a 2019. A publicação pode ser acessada na íntegra aqui.
O “Painel da Odontologia Suplementar entre 2014 e 2019” também foi destaque no Revista Novo Tempo. José Cechin, superintendente executivo, destacou o crescimento do setor e dos procedimentos realizados nos últimos anos. Assista abaixo.
*Alguns dados do perfil dos beneficiários de planos exclusivamente odontológicos, como da escolaridade, raça/cor e autoavaliação do estado de saúde, são descobertos somente em pesquisas populacionais. Então, extraiu-se os microdados do inquérito populacional mais recente, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), com dados de 2013, para encontrar essas informações.
O setor de planos privados de assistência exclusivamente odontológica supera seus números a cada ano e isso demonstra a importância da saúde bucal para os brasileiros. Para se ter uma ideia da relevância desse segmento, de acordo com o “Painel da Odontologia Suplementar entre 2014 e 2019”, que acabamos de publicar, em 2019 foram realizados 183 milhões de procedimentos odontológicos, ultrapassando a marca de R$ 3 bilhões com assistência. No período, o setor passou a contar com mais de 25 milhões de beneficiários.
No intervalo entre 2014 a 2019, as ações preventivas foram as que apresentaram o maior crescimento: passaram de 47,2 milhões (32,9% do total) em 2014 para 80,8 milhões (44,2% do total) em 2019. Dentre as principais ações de prevenção estão aplicações tópicas profissionais de flúor por hemi-arcada (35,4 milhões); atividades educativas individuais (15,5 milhões) e selantes por elemento dentário em menores de 12 anos de idade (660,7 mil).
Os resultados positivos são animadores, pois demonstram que o setor prioriza, educa e realiza ações de conscientização dos seus beneficiários sobre a prevenção de doenças. O segmento tem crescido a passos largos nos últimos anos com a ampliação da rede de atendimento, o aumento do interesse dos canais de distribuição (como corretores e consultorias de benefícios) e das empresas em ofertar aos seus colaboradores, além de contar com preços acessíveis.
Nos próximos dias seguiremos apresentando outros dados do “Painel da Odontologia Suplementar entre 2014 e 2019”. Além do volume da produção assistencial e das despesas no período, o relatório apresenta um panorama da assistência odontológica no país e da satisfação dos beneficiários desses planos.
O estudo completo pode ser acessado em http://bit.ly/EspeciaisIESS