Publicado na última sexta-feira (27) no Diário Comércio Indústria & Serviços (DCI), artigo de autoria da advogada Caroline Santos aponta a necessidade de os setores de saúde investirem na prevenção, com foco em melhores práticas antes do paciente precisar utilizar os serviços hospitalares.
Para isso, a especialista apresenta os dados do primeiro Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, produzido por nós e pela Faculdade de Medicina da UFMG, que aponta a morte de 829 brasileiros por dia em decorrência de condições adquiridas nos hospitais – causadas por eventos adversos.
Segundo ela, a sustentabilidade hospitalar está diretamente relacionada com a mitigação dessas falhas. Vale lembrar que outra questão que merece ser observada é o custo gerado por essas situações. O anuário projeta que, em 2016, os eventos adversos consumiram R$ 10,9 bilhões de recursos que poderiam ter sido melhor aplicados, apenas na saúde suplementar brasileira.
Além disso, o artigo apresenta outra estatística alarmante. Segundo a advogada, nos últimos 10 anos, houve aumento de 1600% nos processos por erro médico. “Enquanto a saúde não for prioridade no país, a judicialização não irá diminuir”, aponta Caroline. Como já mostramos, esse é um ponto de enorme importância dentro dos sistemas de saúde. Em oposição à política pública de saúde, a decisão judicial é geralmente motivada pelo benefício individual, e, assim, perde-se de vista o bem-estar social.
Tendo em vista, como aponta o artigo, que “os eventos adversos acontecem por falta de emprego de políticas de segurança do paciente”, da necessidade latente de melhor atuação para a padronização de procedimentos hospitalares e adoção de indicadores de qualidade e segurança do paciente realizaremos, no próximo dia 15 de agosto, o Seminário Internacional - Qualidade Assistencial e Segurança do Paciente em Serviços de Saúde.
As inscrições para o evento são gratuitas, mas as vagas são limitadas! Conheça a programação completa e faça sua inscrição aqui.
Um de nossos anseios tem sido a adoção de uma política nacional de transparência de indicadores de qualidade e segurança do paciente em serviços de saúde. Nosso foco é incentivar a implementação de uma agenda nacional de transparência dos indicadores, de modo a não apenas mensurar o desempenho da prestação de serviços de saúde no Brasil, bem como estimular a troca de conhecimento e a aplicação de ações para a redução desse problema.
É com esse objetivo que preparamos um evento exclusivo para fomentar a discussão acerca do tema entre os diferentes agentes do setor. O Seminário Internacional "Qualidade Assistencial e Segurança do Paciente em Serviços de Saúde" trará palestras exclusivas com especialistas do Brasil e do exterior para debater as diferentes ações e ferramentas para o avanço da qualidade assistencial no país.
Nosso evento vem em boa hora já que começam a surgir os primeiros movimentos de instituições hospitalares nacionais dispostas a divulgar seus indicadores de desempenho. Mesmo que no início, o movimento é encorajador, e o seminário deve fomentar ainda mais a discussão e a criação de mecanismos e indicadores de qualidade para a segurança da assistência ao paciente.
O Seminário Internacional - Qualidade Assistencial e Segurança do Paciente em Serviços de Saúde acontecerá no dia 15 de agosto de 2018, das 8h30 às 17h, no Hotel Tivoli Mofarrej (Alameda Santos, 1.437 – Cerqueira César), em São Paulo. As inscrições são gratuitas, mas atenção: as vagas são limitadas!
Veja abaixo a programação do evento e faça sua inscrição aqui.
9h – Abertura
Luiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do IESS
9h30 – Palestra 1: Avaliação do desempenho da qualidade na saúde brasileira – Apresentação dos Resultados do Anuário 2018 da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil
Renato Camargos Couto, Médico, Professor da Pós-graduação da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e Diretor do IAG Saúde
10h15 – Coffee Break
10h35 – Palestra 2: O uso dos indicadores de qualidade nas operadoras de planos de saúde: A experiência do Grupo NotreDame Intermédica
Luiz Celso Dias Lopes, Diretor Técnico do Grupo NotreDame Intermédica
11h20 – Palestra 3: O uso dos indicadores de qualidade em hospitais: A experiência da Americas Serviços Médicos (UHG Brasil)
Dr. Dario Ferreira, Diretor da Americas Serviços Médicos
12h – Intervalo para almoço
13h30 – Palestra 4: A experiência do Reino Unido na disponibilização de informações para as escolhas dos pacientes no sistema privado de saúde
Andrew Vallance-Owen, Presidente do PHIN - Private Healthcare Information Network
14h15 – Perguntas, respostas e debates
Luiz Augusto Carneiro
Representante de Operadoras de Planos de Saúde
Representante de entidades empresariais
Representante da Roche Farmacêutica
14h45 – Palestra 5: Como as agendas de segurança do paciente e transparência transformam os hospitais dos EUA?
Jay Bhatt, Chief Medical Officer and President of the Health Research and Educational Trust (HRET) of the American Hospital Association (AHA)
15h30 – Perguntas, respostas e debates
Renato Camargos Couto
Representante de entidades médicas
Representante da Roche Farmacêutica
16h – Coffee Break
16h20 – Como mobilizar a implementação de agendas de transparência e qualidade em favor da segurança dos pacientes - Lançamento do Portal da Transparência na Saúde
Representante da Feluma / UFMG
Representante de entidades médicas
Representante da classe empresarial
Renato Camargos Couto
17h – Encerramento
Luiz Augusto Carneiro
Seminário IESS/HIS
Termina na próxima quarta-feira (26/7), o prazo para participar da consulta pública conduzida pela ANS para determinar os procedimentos, tratamentos e medicamentos que serão incluídos no Rol de cobertura mínima dos planos de saúde em 2018.
Até o momento, das 238 sugestões recebidas, apenas 21 têm recomendação de incorporação. Ou seja, a ANS está indicando que deve considerar a inclusão de apenas 8,8% dos serviços de saúde sugeridos ao Rol de procedimentos. Sendo que a justificativa para negar os outros pedidos, novamente, até o momento (a decisão final só será tomada após o termino da consulta), é manter a sustentabilidade do sistema.
A decisão nos parece razoável. Uma vez que, como já apontamos aqui no Blog, os recursos são finitos e não é possível oferecer tudo, o tempo todo, para todo mundo.
Contudo, há algumas questões que precisam ser mais profundamente debatidas. A principal delas é a falta de Avaliação de Tecnologia em Saúde (ATS), com critérios claros e uma análise de custo/efetividade capaz de indicar as vantagens e desvantagens de incorporação de procedimentos, como apontamos no seminário “Incorporação de Tecnologias na Saúde Suplementar”, que realizamos no Rio de Janeiro no dia 31 de maio deste ano.
Sem isso, mesmo com as melhores das intenções, não há como ter certeza se a decisão de incluir um procedimento ou vetá-lo é correta ou não.
Para entender melhor como esses estudos funcionam e qual a importância deles para a sustentabilidade do setor, recomendamos assistir o vídeo da apresentação de Luciano Paladini, da Evidências.
Para entender como esses estudos funcionam e como são aplicados, sugerimos o vídeo de Sam Rossolimos, da Accenture África do Sul, explicando como se dá a incorporação de tecnologia em saúde naquele país.
Claro, os planos de saúde também podem oferecer aos seus beneficiários procedimentos e medicamentos que não estão cobertos no Rol da ANS. O que pode contribuir, do ponto de vista econômico, para atrair mais beneficiários e evitar ações judiciais. Mas, principalmente, com o objetivo de adotar tecnologias com melhor custo efetividade do que aquelas “exigidas” no Rol e, com isso, melhorar o atendimento aos seus beneficiários. Assunto que é explorado na apresentação de Reynaldo Rocha, da Planserv.
Se você não pode acompanhar o Seminário "Incorporação de Tecnologias na Saúde Suplementar", que realizamos no dia 31 de maio, no Rio de Janeiro, mas gostaria de ver as palestras do evento, essa é sua chance. Se você esteve no seminário, agora pode rever as apresentações.
Além de fotos e das palestras, agora acrescentamos os vídeos com as apresentações dos palestrantes e o debate à página do evento. Se preferir, você também pode acessar diretamente pela lista abaixo:
Abertura: Luiz Augusto Carneiro, Superintendente executivo do IESS
Debate: Incorporação de tecnologias em saúde com sustentabilidade
Ontem, apresentamos o seminário "Incorporação de Tecnologias na Saúde Suplementar” no Rio de Janeiro. O evento contou com grandes palestrantes que analisaram o uso de ferramentas de Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS), analisaram a situação do mercado brasileiro e apresentaram algumas práticas internacionais que podem proporcionar ganhos de eficiência ao setor.
Se você não pôde participar, mas se interessa pelo assunto, não deixe de ver as apresentações dos palestrantes no evento:
Apresentação - Luiz Augusto Carneiro, Superintendente executivo do IESS
Apresentação - João Paulo dos Reis Neto, diretor presidente da CAPESESP
Apresentação - Luciano Paladini, médico analista da Evidências
Apresentação - Sam Rossolimos, diretor da Accenture África do Sul
Apresentação - Rynaldo Rocha, coordenador de Gestão e Projetos em Saúde do Planserv
Em breve, disponibilizaremos também os vídeos com as apresentações do evento.
Seminário: Incorporação de Tecnologias na Saúde Suplementar
A adoção de novas tecnologias é um dos principais fatores que impulsionam os custos de saúde no mundo. Na saúde suplementar brasileira, esse cenário é especialmente grave, uma vez que apesar de haver algumas discussões envolvendo estudos de efetividade e econômicos, a utilização da Avaliação das Tecnologias em Saúde (ATS) ainda é incipiente quando comparada ao setor público e não há qualquer sinal da ANS de que esses estudos devam se tornar obrigatórios no setor privado. “Hoje, infelizmente, no Cosaúde (da ANS), olhamos muito pouco para isso. Fazemos mais a análise de impacto orçamentário, o que não é suficiente", admitiu João Paulo dos Reis Neto, diretor presidente da CAPESESP, durante o seminário “Incorporação de Tecnologias na Saúde Suplementar”, realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), na manhã de hoje (31/5), no Rio de Janeiro.
"Não dá para incorporar um novo medicamento, uma nova tecnologia, sem uma análise técnica que considere a complexidade dessa adoção, contemplando seus custos e benefícios”, afirmou Reis. A posição é corroborada pelo superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, que destaca que a adoção de novas tecnologias ao rol da ANS sem uma avaliação criteriosa, claramente, é um fator de expansão dos custos sem, necessariamente, vir acompanhada de ganhos de eficiência ou qualidade assistencial. “Não se trata de rejeitar o avanço tecnológico, mas assegurar que efetivamente ele represente ganhos de eficiência ao sistema e, na prática, nem sempre isso tem se comprovado”, pontuou.
Os especialistas presentes no seminário do IESS concordaram que, sem uma ação do órgão regulador, um dos caminhos para mudar essa situação é informando melhor os pacientes. “O paciente tem sido um pouco alheio a todo o processo de adoção de novas tecnologias na saúde. Hoje, ele é muito mal informado e não sabe qual será o benefício de uma tecnologia em relação à outra. Isso gera uma pressão de custos, que também se transforma em pressão sobre os pagadores (operadoras)”, analisou Luciano Paladini, médico analista da Evidências.
A experiência internacional também fornece bons exemplos para o aperfeiçoamento do mercado local. “Na África do Sul, criamos comitês para aprovação das tecnologias, mecanismos de transparência de preços e seguimos políticas clínicas críveis, transparentes e coerentes, com base na medicina baseada em evidências, bem como a relação custo-benefício e acessibilidade econômica", explicou Sam Rossolimos, diretor da Accenture África do Sul.
As novas tecnologias oferecem inúmeras oportunidades, também para a saúde. Só é preciso garantir que seu custo não comprometa a sustentabilidade do setor.
O seminário Incorporação de Tecnologias na Saúde Suplementar vai contar com um conjunto de especialistas renomados para analisar esse tema tão sensível para a sustentabilidade da saúde suplementar do Brasil. São profissionais com grande conhecimento e experiência, que podem apontar soluções para esse fator de grande impacto nos custos e na eficiência da saúde. Traremos também uma visão internacional, para que possamos aprender com as experiências externas. Participe desse importante encontro que envolve a saúde suplementar do Brasil.
Palestrantes
Otávio Clark, CEO e Chefe de Equipe da Evidências
Nome reconhecido no Brasil em assuntos relacionados a medicina baseada em evidências, farmacoeconomia, avaliação tecnológica de saúde e acesso ao mercado. Com cerca de 20 anos de experiência na área, publicou vários trabalhos em revistas médicas.
Luciano Paladini, Médico Analista da Evidências
Médico, desenvolve Avaliações de Tecnologias em Saúde (ATS), também fornecendo dados epidemiológicos para a alimentação de modelos de patient forecast. É coautor de vários artigos publicados em revistas médicas indexadas, nacionais e internacionais.
Reynaldo Rocha do Nascimento Júnior, Coordenador de Gestão e Projetos em Saúde do Planserv
Cirurgião geral e mastologista e diretor da DUOMED (Auditoria e Consultoria em Saúde), coordenador de Gestão e Projetos em Saúde do Planserv – BA e gerente-médico-executivo do Hospital Santa Isabel (Santa Casa de Misericórdia da Bahia).
Sam Rossolimos, Diretor da Accenture na África do Sul
Médico, pertence ao American College of Healthcare Executives, foi executivo e membro de conselhos de administração de diversas organizações de saúde na África do Sul.
Debatedoras
Karla Coelho, Diretora de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS
Solange Beatriz Mendes, Presidente da Fenasaúde
Confira a programação completa e inscreva-se agora!