Na região sul do País, assim como em todo o Brasil, houve redução no total de beneficiários dos planos de saúde médico-hospitalares. Entre abril de 2017 e o mesmo mês do ano anterior, foram 94,1 mil vínculos rompidos, o que representa uma queda de 1,3%. Em números absolutos, essa perda foi a segunda maior entre as regiões do País, ficando atrás apenas do sudeste, onde 742,8 mil vínculos forma rompidos, como vimos aqui no blog.
De acordo com os números da NAB, o Paraná perdeu 59,4 mil beneficiários de planos de saúde, uma queda de 2,1%. Já o Rio Grande do Sul apresentou um recuo de 39,9 mil vínculos, recuo de 1,5%.
Na contramão dos dois outros entes federativos da região, Santa Catarina teve um ligeiro aumento no total devínculos: de 0,4%. O que significa adesão de 5,2 mil novos beneficiários de planos médico-hospitalares no período analisado
Nos próximos dias, apresentaremos os resultados das demais regiões.
O atual cenário gera muitas dúvidas e ainda é difícil fazer grandes projeções para o futuro dos diferentes setores e, claro, para o de saúde não poderia ser diferente, sendo diretamente impactado pela pandemia do novo Coronavírus. Uma análise econômica desse segmento, no contexto da disseminação de Covid-19, traz consigo algumas particularidades.
Uma conjuntura como a atual não era vista desde a pandemia da gripe espanhola que, estima-se, tenha vitimado mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo entre 1918 e 1920. Ao mesmo tempo em que há, hoje, uma diminuição do emprego e da renda em virtude das medidas de isolamento social adotadas para combater a disseminação da doença, existe, por outro lado, um aumento da compreensão sobre a promoção da saúde e a prevenção de doenças. Já falamos um pouco sobre isso aqui.
Claro que é necessária muita cautela na análise e respeito com as milhares de famílias impactadas pelo novo vírus. Entretanto, é preciso, também, aprender com erros e acertos do momento atual para vislumbrar um horizonte mais esperançoso.
Fundamental, portanto, a avaliação do potencial para o futuro do setor de saúde suplementar no Brasil. O “Relatório Setorial da Saúde - Impactos da Covid-19 e Perspectivas”, divulgado pela Bateleur Assessoria Financeira, aponta boas oportunidades como da oferta de novas soluções, adoção de estruturas de remuneração que alinhem os interesses dos diferentes integrantes do sistema com a qualidade de atendimento e melhor experiência do usuário, entre outros.
A publicação reforça a necessidade de maior adoção das tendências que o mercado já vem experienciando como de novas tecnologias, ecossistemas voltados à telemedicina, e verticalização de players.
Segundo os responsáveis pelo relatório, o segmento tem significativa atração de capital de investidores nacionais e estrangeiros. O atual cenário apresentará relevantes oportunidades para os players que se dedicarem em melhorar a experiência do usuário e elevar o nível de eficiência dos serviços.
A publicação traz diferentes informações do setor com dados de nossos estudos – como da Variação dos Custos Médico-Hospitalares (VCMH) – e demais entidades, como da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), IBGE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e outras.
A pesquisa pode ser acessada no portal da assessoria.
A cadeia de saúde suplementar criou 125,9 mil postos de trabalhos formais entre fevereiro de 2019 e o mesmo mês do ano anterior. Um aumento de 3,7%, de acordo com a última edição do Relatório de Emprego na Cadeia da Saúde Suplementar que acabamos de publicar. Com o avanço, o segmento já representa 8,2% dos 43,4 milhões de empregos formais no País. O que equivale a 3,5 milhões de empregos.
No mesmo período, o total de empregos com carteira assinada criados no Brasil avançou apenas 1,1%. O que equivale a geração de aproximadamente 450 mil novos postos de trabalho. Claro que a economia gera mais empregos do que o setor, mas o ritmo de geração de postos de trabalho formal no segmento é mais de 3 vezes superior ao da economia. Ou seja, é notório que a cadeia de saúde suplementar é um dos motores que contribuem efetivamente para o avanço do mercado de trabalho formal
O resultado é especialmente positivo por acontecer antes do início de um processo expressivo de retomada das contratações de planos médico-hospitalares. Como já mostramos aqui no Blog, de acordo com a Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), o mercado de planos de saúde começou 2019 com crescimento de 226,7 mil vínculos. Alta de 0,5% na comparação entre janeiro de 2019 e o mesmo mês de 2018. Apesar do resultado positivo, os 47,4 milhões de beneficiários atuais ainda estão longe dos mais de 50 milhões que o setor atendia em dezembro de 2014.
O que, acreditamos, é um indicativo de que a saúde suplementar está empenhada em manter a boa qualidade assistencial ao longo de todo esse processo de recuperação de beneficiários.
Além da criação de postos de trabalho com carteira assinada, nossa publicação indica que o fluxo de empregos na cadeia (a diferença entre contratação e demissão) quase dobrou em fevereiro desse ano quando comparado com o mesmo mês em 2018. Em fevereiro do último ano, o saldo líquido de empregos formais na cadeia da saúde suplementar foi de 6,4 mil. Já no mesmo mês de 2019, subiu para 12,4 mil.
Continue acompanhando esses e outros dados por aqui.
A judicialização da saúde cresceu 130% nos 10 anos compreendidos entre 2008 e 2017. No mesmo período, o volume total de ações no País avançou 50%. De acordo com estudo “Judicialização da saúde no brasil: perfil das demandas, causas e propostas de solução”, realizado pelo Insper a pedido do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), foram 498,7 mil processos de primeira instância e 277,4 mil na segunda instância ao longo do período analisado.
O estudo destaca que o perfil das ações muda de uma região do País para outra. A demanda por leitos hospitalares, por exemplo, só aparece em um terço das demandas no Sudeste, mas é o principal ponto das ações no Norte. No País como um todo, 30,3% dos processos são relacionados aos planos de saúde. Já em São Paulo, as ações contra planos respondem por 82% do total.
Outra diferença notória é sobre o tipo de demandas contra o SUS e contra a saúde suplementar. Enquanto a maior parte dos processos contra a saúde pública envolve o acesso a medicamentos, no setor privado é mais comum pedidos de cobertura de procedimentos, especialmente quando estes envolvem Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPMEs).
Ainda mais importante do que o mapeamento das ações judiciais é a iniciativa do Insper de recomendar propostas para a formação de magistrados mais capacitados a julgar esses processos. Como, por exemplo, a criação de varas especializadas e de incentivos para resoluções extrajudiciais, como a mediação.
Se você, assim como nós, considera este um tema fundamental para sustentabilidade do setor de saúde (tanto pública quanto privada), não deixe de conferir o estudo do Insper. Aproveite também para ver nossa Área Temática, com todos os estudos, análise e vídeos que publicamos sobre o assunto.