Já está disponível a 37° edição do Boletim “Conjuntura Saúde Suplementar”. A publicação traz uma análise das variáveis socioeconômicas relevantes ao desempenho do setor de saúde suplementar e da economia nacional referentes ao 4° trimestre de 2017, analisando seus desdobramentos para o segmento.
Como destaque, a nova edição faz um comparativo do desempenho do mercado de trabalho e do número de beneficiários de planos coletivos empresariais. Segundo o boletim, a taxa de desocupação – que mede o desemprego – atingiu 11,8% no 4° trimestre de 2017, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE). O número marca a terceira queda consecutiva dessa taxa.
Esta queda, contudo, não significou alta no número de pessoas com carteira assinada, que caiu de 36,39 milhões no 3° trimestre de 2017 para 36,36 milhões no 4° trimestre. Isso pode ser explicado pelo crescimento de empregos no setor informal. A publicação mostra que o número de pessoas empregadas sem carteira de trabalho assinada aumentou em 6,3% no 4° trimestre de 2017 quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Na mesma base comparativa, o aumento dos trabalhadores por conta própria foi de 4,8% enquanto o mercado de trabalho formal apresentou queda de 2,1%.
Deve-se destacar que embora a variação do emprego com carteira assinada tenha sido negativa, ela tem sido cada vez menor, o que já impacta a saúde suplementar. Em dezembro de 2017, os planos médico-hospitalares coletivos empresariais apresentaram a primeira variação positiva em 11 trimestres, com alta de 0,1%.
Como já afirmamos em diferentes momentos, o mercado de planos de saúde está diretamente relacionado com o emprego formal no país. Para se ter uma ideia, a contratação de planos de saúde coletivos empresariais representou 66,7% do total de beneficiários no 4° trimestre de 2017, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Logo, o aumento da informalidade no mercado de trabalho como consequência da instabilidade nacional fez com o que brasileiros perdessem seu emprego com carteira assinada e, consequentemente, diversos benefícios, sendo o plano de saúde o mais importante.
Portanto, enquanto não houver um movimento sólido de retomada dos empregos formais nos setores de comércio, serviço e indústria – que costuma oferecer esse benefício aos colaboradores – não iremos perceber uma retomada efetiva de crescimento do setor e recuperação dos beneficiários da saúde suplementar perdidos nos últimos três anos.
Seguiremos analisando os dados da 37° edição do “Conjuntura - Saúde Suplementar” nos próximos dias. Não perca!
O envelhecimento populacional é, sem dúvida, um grande avanço das novas gerações e enorme mérito da medicina moderna. Esse fator tem gerado uma mudança demográfica em diferentes países e o Brasil tem conhecido os impactos dessa mudança e ampliado o debate sobre suas repercussões nos sistemas de saúde. Como mostramos aqui recentemente, é importante que esse assunto seja debatido pelos diferentes tomadores de decisão em saúde, com o objetivo de oferecer a melhor assistência para esta população ao mesmo tempo em que se busca o equilíbrio financeiro do setor.
Para se ter uma ideia, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimam que, em 2030, o Brasil contará com mais de 223 milhões de brasileiros, sendo 18,62% com 60 anos ou mais. O TD 57 – “Atualização das projeções para a saúde suplementar de gastos com saúde: envelhecimento populacional e os desafios para o sistema de saúde brasileiro”, publicado em 2016, já apontava para esta preocupação. O estudo estima que os gastos assistenciais podem chegar a R$ 396,4 bilhões ao ano até 2030, o que representa um avanço 268,4% em comparação a 2014.
Devido à importância do tema e a necessidade de criar e debater ferramentas para o setor, o trabalho “Envelhecimento populacional e gastos com saúde: uma análise das transferências intergeracionais e intrageracionais na saúde suplementar brasileira” foi o 2º colocado no VII Prêmio IESS na categoria Economia.
Fruto da pesquisa de Mestrado de Samara Lauar Santos na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o trabalho analisou as transferências intergeracionais (entre indivíduos de diferentes grupos de idade) e intrageracionais (entre indivíduos de um mesmo grupo de idade) na saúde suplementar brasileira. A análise compreendeu uma amostra de 11 operadoras de planos de saúde com aproximadamente 780 mil beneficiários no ano de 2015.
Com importante avanço no debate sobre o tema, a pesquisa traz diferentes apontamentos, como, por exemplo, que os limites impostos de variação dos preços dos planos não estão adequados às mudanças no padrão da população com o maior envelhecimento. Nesse sentido, a regulação do setor deve ser revista e atualizada para a novo perfil demográfico do país.
Outras questões apontadas na pesquisa tratam da necessidade de melhor gestão das despesas assistenciais, mudanças no modelo de pagamento – que gera desperdícios e excesso de procedimentos -, além da melhor avaliação de custo-efetividade na incorporação de novas tecnologias.
O trabalho vencedor está disponível na íntegra aqui. Confira.
A mais recente edição da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB) aponta que o mercado de planos de saúde médico-hospitalares voltou a apresentar recuo, mas com tendência para estabilidade, em fevereiro de 2018 na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Como divulgamos aqui, o segmento havia apresentado pequeno avanço no período de 12 meses encerrado em janeiro deste ano mas, como alertamos, ainda era cedo para encarar como um processo consistente de retomada, já que o setor perdeu mais de três milhões de vínculos desde dezembro de 2014.
Embora oscilante, a cenário econômico atual é mais positivo do que de anos anteriores e a recuperação da saúde suplementar deve ser lenta e gradual. No entanto, só apresentará crescimento consistente com um movimento sólido de retomada dos empregos formais no setor de comércio e serviços dos grandes centros urbanos, que costuma oferecer o benefício do plano de saúde aos colaboradores.
Com base em números da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a NAB registrou rompimento de 36,6 mil vínculos com planos de saúde médico-hospitalares nos 12 meses encerrados em fevereiro. O que levou o total de beneficiários no País a 47,4 milhões.
Continuaremos apresentando os dados da NAB nos próximos dias.
A regulação do setor de saúde suplementar é um tema que sempre rende diferentes análises e opiniões. Desde a criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no ano 2000, o setor passa por um processo de maior estruturação e consolidação, sendo necessário atualizações e adequações por parte do órgão regulador, criação de normas, instrumentos e outras medidas.
Quem nos acompanha sabe que falamos sobre este tema em diferentes momentos, como a série que fizemos sobre o trabalho “Qualidade Regulatória da Saúde Suplementar no Brasil”, desenvolvido pelo Grupo de Economia da Infraestrutura e Soluções Ambientais da FGV (Fundação Getulio Vargas), a recente publicação do TD 68 - Regimes de Direção e de Liquidação Extrajudicial: uma análise a partir das Resoluções da ANS no período 2000-2017, ou ainda por meio de eventos e apresentações.
Pela importância do tema, ele também foi destaque entre os vencedores do VII Prêmio IESS. O trabalho “Assimetria de informação a partir da regulação do mercado de saúde suplementar no Brasil: teoria e evidências” ficou com o 1° Lugar na categoria Economia.
O trabalho é resultado da pesquisa realizada por Luís Carlos Moriconi de Melo para Mestrado na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e tem como objetivo fazer uma análise da assimetria de informação no setor de saúde suplementar. Quando há assimetria de informação, os diferentes agentes de uma empresa ou setor não dispõem da mesma informação, quantitativa ou qualitativamente, representando uma falha de mercado.
O autor se utilizou de quatro resoluções normativas da ANS para evidenciar e explicar a presença da seleção adversa e risco moral, fenômenos característicos da presença de informação assimétrica. Segundo o trabalho, essas normatizações ocasionaram distorções e aventuram problemas entre os diferentes atores do mercado.
Questões como o atual modelo de pagamento, divisão de faixas etárias e reajustes dos planos também foram abordados no trabalho de Moriconi. Confira a dissertação na íntegra aqui.
O Prêmio IESS tem foco em saúde suplementar nas áreas de Economia, Direito e Promoção de Saúde, Qualidade de Vida e Gestão em Saúde. Os dois melhores de cada categoria recebem prêmios e certificados.
A importância do modelo de pagamento hospitalar é um assunto recorrente internacionalmente devido a sua importância na sustentabilidade na saúde suplementar. O assunto já foi tema em nossos trabalhos, como o TD 64, que mostra benefícios de modelos de pagamento prospectivos, baseados na qualidade dos serviços, desfecho para o paciente e outras características.
Os diferentes modelos de remuneração também foram pauta de nossas publicações aqui no blog: DRG, Bundled Payment, Pay for Performance (P4P), Global budget e o Captation. O objetivo foi mostrar as características de cada um desses modelos e sua aplicabilidade para diferentes realidades.
O trabalho “Exploring Attributes of High-Value Primary Care” (Analisando os atributos a assistência médica de alto valor para o paciente) tem a intenção de apontar evidências de como os procedimentos de alto valor para o desfecho clínico do paciente garantem a eficiência do sistema. O estudo foi publicado na 21º edição do Boletim Científico.
Os pesquisadores analisaram dados de seguros de saúde nos EUA de 2009 a 2011, buscando identificar os atributos da assistência primária à saúde que são associados ao alto valor para o paciente. Foram identificados 13 atributos em comum nas clínicas classificadas como geradoras de alto valor. Alguns dos principais foram atendimento 24h e acesso ao prontuário eletrônico pelo paciente, decisão médica baseada em evidência, estratificação dos pacientes por nível de risco, entre outros.
O conhecimento desses atributos é de fundamental importância para ajudar médicos, fontes pagadoras, tomadores de decisões e outros agentes do setor para avaliar estratégias que gerem alto valor para o paciente e auxilie na redução dos gastos com cuidados de saúde.
Estamos divulgando, hoje, o estudo inédito “Relatório de emprego na cadeia da saúde suplementar” que constata a criação de postos de trabalho na saúde suplementar. O emprego na cadeia produtiva do setor (que financia planos de saúde, rede de atendimento e fornecedores de materiais e medicamentos, entre outros insumos) se mostra mais estável e resiliente à crise econômica brasileira do que o conjunto da economia do País.
Calculamos o estoque de pessoas empregadas no setor e o comparamos ao conjunto da economia brasileira, tendo como base o ano de 2009, e analisamos a evolução do estoque de pessoas empregadas até maio de 2016. Os números são com base no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Nos próximos dias iremos, aqui no Blog, analisar e aprofundar esses números. Fique ligado!
A importância da participação do setor de saúde suplementar na economia brasileira é tema da 32ª edição do Boletim “Conjuntura Saúde Suplementar”. O destaque da edição faz uma análise das variáveis socioeconômicas relevantes ao desempenho do setor de saúde suplementar, consolidando as informações macroeconômicas brasileiras e indicando seus desdobramentos para o esse mercado.
Em um momento em que a situação econômica do País não favorece crescimento e contratações, o setor de saúde suplementar foi responsável por aproximadamente 3,3 milhões de empregos diretos e indiretos, o que representa 7,6% do total da força de trabalho empregada no Brasil em 2016.
Mesmo com o cenário econômico que o País está vivendo, além das ocupações criadas, o valor dos pagamentos em tributação dos planos de saúde foi de R$ 36,4 bilhões, no ano de 2015. Essa carga tributária e os empregos gerados representam uma contribuição relevante para a renda do governo brasileiro.
No mesmo ano, o setor apresentou R$ 118,7 bilhões em despesas assistenciais, devido à prestação de serviços aos beneficiários, e gerou R$ 140,3 bilhões em receitas de contraprestações. Esses valores são correspondentes à assistência médica hospitalar de 49,4 milhões de beneficiários de planos médico-hospitalares. Considerando todos esses números percebe-se a importância dos planos de saúde e suas contribuições na arrecadação total do setor. Isso denota a resiliência do setor de saúde suplementar frente aos demais setores durante a recessão econômica pela qual o País tem passado.
Lançamos, hoje, a 32° edição do Boletim “Conjuntura Saúde Suplementar”, que faz uma análise das variáveis socioeconômicas relevantes ao desempenho do setor de saúde suplementar, consolidando as informações macroeconômicas brasileiras do 2° trimestre de 2016 e analisando seus desdobramentos para o esse mercado.
O destaque dessa edição é o estudo “O setor de saúde suplementar como agente gerador de empregos e de receita tributária”, que aponta a importância do setor como responsável por aproximadamente 3,3 milhões de empregos diretos e indiretos, ou 7,6% do total da força de trabalho empregada no Brasil em 2016. Dados que, certamente, iremos analisar aqui no Blog nos próximos dias. Não perca!
Acabamos de produzir a nova edição do “Boletim Científico IESS”. Voltado para pesquisadores acadêmicos e gestores da área de saúde, a publicação indica os principais estudos científicos, nacionais e internacionais, publicados no quarto bimestre de 2016 sobre saúde, tecnologia, economia e gestão no setor de saúde suplementar. O objetivo é auxiliar pesquisadores e gestores da saúde suplementar a se manterem atualizados sobre os principais estudos publicados no bimestre.
Um dos destaques dessa edição é o estudo “Determinantes socioeconômicos da necessidade de assistência odontológica em adultos”, que detectou que mais 35% da população adulta da França precisa de cuidados dentários, mostranto o potencial de crescimento deste mercado naquele País. Nos próximos dias, aqui no blog, vamos publicar posts analisando esses e outros destaques dessa edição.