Rotatividade de beneficiários de planos de saúde
Recentemente, comentamos, aqui no Blog, que o total de beneficiários de planos médico-hospitalares avançou 0,01% entre abril de 2019 e o mesmo mês do ano anterior. O que equivale a 59,1 mil novos vínculos de acordo com a última edição da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB).
Este, contudo, é apenas o saldo de contratações, resultante do total de vínculos firmados e desfeitos no período. Em média, 1,13 milhão de vínculos foram firmados em cada um dos 13 meses analisados. Um total de 14,7 milhões de pessoas que passaram a contar com o benefício. Por outro lado, os desligamentos chegaram à ordem de 14,6 milhões. Média de 1,12 milhão de contratos rompidos por mês. Além disso, o saldo mensal foi negativo em sete dos 13 meses.
O resultado permite diversas análises e mesmo algumas especulações. Mas o que gostaríamos de chamar atenção, hoje, é o interesse da população em passar a contar com este benefício. Mesmo em um período economicamente complicado, em que o Produto Interno Bruto (PIB) permanece praticamente estável, com crescimento inferior a 1% ao ano (a.a.) e o total de desempregados ainda supera a marca de 13 milhões, mais de um milhão de brasileiros almejam adquirir um plano médico-hospitalar todo mês.
Claro, alguém pode alegar que os brasileiros deixam o plano quase com a mesma velocidade com que ingressam nele, o que, estatisticamente estaria correto. Contudo, uma análise mais séria aponta outra realidade. Nossa experiência e os resultados da última pesquisa IESS/Ibope – também já analisada aqui no Blog – indicam que este é um setor bastante resiliente, com elevado patamar de satisfação dos beneficiários e interesse daqueles que não podem contar com um plano no momento.
Nesse sentido, é importante notar que 1,12 milhão de beneficiários deixam de contar com seus planos provavelmente porque chegaram em um ponto em que não têm mais o que cortar de seu orçamento mensal ou porque acabou o tempo a que tinham direito de manter o benefício, pagando-o do próprio bolso após serem desligados da empresa onde trabalhavam.
Para mudar essa realidade e permitir que mais pessoas continuem ou passem a contar com planos médico-hospitalares uma importante medida seria a popularização de planos com franquia e coparticipação – claro, com mecanismos para incentivar a promoção da saúde, como apontamos aqui, ontem.
Os números de beneficiários de planos de saúde, tanto médico-hospitalares quanto exclusivamente odontológicos, assim como os indicadores econômicos mencionados hoje podem ser analisados detalhadamente no IESSdata.