Insuficiência cardíaca e a reinternação de pacientes
Prevê-se que a prevalência de insuficiência cardíaca aumentará em 46% até 2030, afetando mais de 8 milhões de homens e mulheres acima de 18 anos. Para quem ainda nunca ouviu falar, é uma doença crônica de longo prazo, embora possa, às vezes, se desenvolver repentinamente.
Esse mal pode afetar apenas um lado do coração – direito ou esquerdo. Mas na prática, mesmo que se desenvolva em somente um dos lados, ambos acabam sendo afetados com o passar do tempo. Se o órgão tem problemas, o corpo todo padece e o fôlego pode acabar até mesmo em uma caminhada intensa. Isso acontece todos os dias com aproximadamente 6 milhões de brasileiros com insuficiência cardíaca.
Exatamente pela importância do tema, o trabalho “Análise do desempenho da taxa de reinternação hospitalar em 30 dias para pacientes com insuficiência cardíaca e sobrevida a longo prazo”, destaque da 23º edição do Boletim Científico apresentou dados sobre essa doença que gera uma taxa de reinternação de 20% a 25% dos pacientes por qualquer causa dentro de um mês.
Além de maiores taxas de readmissão, os pacientes com insuficiência cardíaca têm um risco substancial de mortalidade, com quase um terço dos pacientes morrendo no primeiro ano. Segundo o estudo, a insuficiência cardíaca é o principal diagnóstico para cerca de 1 milhão de beneficiários por ano no Medicare, sistema de seguros de saúde gerido pelo governo dos Estados Unidos da América e destinado às pessoas de idade igual ou maior que 65 anos ou que tenham certos critérios de rendimento. Para o cálculo de taxa de reinternação, o Medicare utiliza taxas de readmissão padronizadas para risco de 30 dias para quantificar a qualidade do serviço prestado.
Os dados de 2005 a 2013 foram coletados da base do Get With The Guidelines (GWTG) e analisados juntamente com os dados do Medicare. Também foi calculado, durante um intervalo de 3 anos, a taxa de mortalidade (do período da alta hospitalar até o óbito).
O estudo analisou, então, a taxa global de reinternação e de mortalidade desses pacientes. O trabalho mostra a necessidade de utilização de medidas mais significativas e centradas no paciente para o incentivo do atendimento adequado aos pacientes com insuficiência cardíaca.
Confira o trabalho na íntegra na 23º edição do Boletim Científico.