IESS projeta Variação de Custos Médico-Hospitalares em cenário sem a pandemia
A Variação dos Custos Médico-Hospitalares (VCMH) apurada pelo IESS foi de 27,7% nos 12 meses encerrados em setembro de 2021, comparado com os 12 meses anteriores, atingindo um novo patamar histórico. O registro de alta no índice está condicionado à retomada acentuada por parte de beneficiários de planos de saúde individuais na frequência de utilização de procedimentos e tratamentos médicos, a partir de abril de 2021, combinado com os preços unitários que haviam mantido crescimento durante o período da pandemia.
Para ajudar a entender a magnitude da VCMH atual, no entanto, o IESS fez uma projeção contrafactual sobre como as variações anuais dos custos médico-hospitalares teriam se comportado caso a VCMH de setembro de 2020 tivesse seguido seu curso sem a pandemia da Covid-19. Nessa hipótese, a VCMH atual, referente a setembro de 2021 ficaria em 12,6%. Já a do ano anterior, referente aos 12 meses terminados em setembro de 2020 (que teve registro negativo de -3,06%) ficaria em 10%. Considerando o mesmo mês de referência (setembro), antes da pandemia, a VCMH teria fechado em 16,85%, em 2018, e em 16,46%, em 2019.
O IESS também mediu o efeito na VCMH de todos os 18 meses de pandemia até setembro de 2021 (março/2020 a setembro/2021) relativamente aos 18 meses anteriores, sem pandemia. O resultado mostra que a VCMH dos 18 meses da pandemia foi 43,7%, enquanto nos 18 meses anteriores, sem pandemia, foi 31,5%.
A projeção revela que a pandemia elevou consideravelmente as despesas per capita dessa amostra de beneficiários de planos de saúde individuais por conta da retomada dos procedimentos postergados – muitos deles agravados – que se acumulou com períodos de intensificação da pandemia.
Vale frisar que o índice levou em conta o comportamento de uma carteira de 688,9 mil beneficiários de planos individuais e se revelou superior à inflação de preços medida pelo IPCA/IBGE, que foi de 10% no mesmo período. Esta é a maior variação registrada pelo indicador desde o início da série histórica, em 2007. Antes disso, a maior alta (20,4%) ocorreu no período terminado em dezembro de 2016.
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