Fake news na saúde
As chamadas fake news, informações falsas ou distorcidas espalhadas nas redes sociais, se tornaram uma epidemia em âmbito global. As motivações são várias, bem como os temas divulgados com o objetivo de manipular, iludir e prejudicar os diferentes públicos. Há grandes chances de se deparar com conteúdo falso na internet enquanto navega normalmente ou ainda por meio de grupos nas redes sociais e aplicativos de comunicação. Segundo estimativa da PSafe, 8,8 milhões de pessoas no Brasil teriam sido impactadas por fake news nos três primeiros meses deste ano. Portanto, é necessário impedir que conteúdo falso se espalhe. Há, no entanto, situações em que é fácil distinguir fatos de invenções, mas não são todos.
Foi com esse objetivo que o Ministério da Saúde criou um canal para possibilitar que a população consulte se a notícia sobre saúde que recebeu nas redes sociais é verdadeira ou falsa. “Ele servirá exclusivamente para verificar com os profissionais de saúde nas áreas técnicas da pasta se um texto ou imagem que circula nas redes sociais é verdadeiro ou falso. Ou seja, é um canal exclusivo e oficial para desmascarar as notícias falsas e certificar as verdadeiras”, informou o ministério, por meio de nota à época do lançamento. “No caso da saúde, é muito mais grave, porque a notícia falsa mata”, reforçou.
Conforme divulgado hoje pelo jornal O Estado de S. Paulo, seis meses após iniciar um programa de monitoramento, o Ministério já identificou 185 focos de fake news na internet. Por conta do levantamento, o órgão anunciou uma série de medidas contra essa prática. Importante ação será voltada aos pais que estão deixando de vacinar os filhos por causa de boatos repassados na rede sobre supostos riscos da imunização, já que a vacinação foi alvo de cerca de 90% dos focos das mentiras.
Ainda segundo a publicação, há uma série de outros temas com notícias falsas sendo disseminadas, como falsa cura para o diabetes, modos de transmissão de HIV, supostos alimentos “milagrosos” contra doenças e outros.
Os impactos negativos das notícias falsas para a saúde têm sido alvo de preocupação de autoridades em todo o mundo. “É um passo excelente que os órgãos despertem para esse caráter de epidemia que as fake news têm. Assim como as doenças, essas informações erradas viralizam, contagiam e precisam ser combatidas com rapidez”, apontou Luiza Silva, professora da Faculdade de Comunicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) à reportagem do Estado de S. Paulo.