Crescimento da Saúde Suplementar não aconteceu
Acabamos de divulgar a nova edição da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB) que mostra que o mercado de planos de saúde médico-hospitalares encerrou junho de 2018 com ligeira variação negativa no número de beneficiários na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Além da redução no período, o levantamento também destaca a retração do total de beneficiários ao longo dos últimos seis meses, diferentemente do que vinha sendo apontado pelo setor. Como temos alertado, deve-se analisar com cautela as baixas variações divulgadas recentemente, já que a entidade reguladora do setor revê periodicamente os números de beneficiários.
Apesar de as ligeiras variações positivas divulgadas pela Agência Nacional de Saúde (ANS) no primeiro semestre terem sido revisadas, empurrando os números para baixo, o cenário ainda é mais positivo do que o que acompanhamos ao longo de 2017, quando a retração do total de vínculos girava ao redor de 1,5% em comparação ao mesmo mês do ano anterior.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Luiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do IESS, reforçou os dados apontados pela NAB. “A revisão pode ser encarada como um indicador que as coisas estão um pouco pior do que se imaginava”, diz Luiz Augusto Carneiro, superintendente-executivo do Iess (instituto de estudos do setor). “Vimos a ANS dizer que houve um aumento pequeno, de 0,1%, e comemorar como se fosse uma melhora, mas recomendamos cautela. O mercado de trabalho formal não está aquecido para dar suporte a uma retomada.”
A coluna Mercado aberto apontou que, apesar do saldo negativo no ano, as entidades acreditam que o pior já passou. “O importante é que as mudanças agora são marginais, não há mais perda de 1 milhão de vidas em um ano.”, diz Marcos Novais, economista da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge). “A taxa de cancelamento de contratos tem mostrado uma redução, o que reforça o entendimento que o setor já atingiu a retração limite”, afirma.
Já para José Cechin, diretor-executivo da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), o setor precisou rever as estimativas de crescimento para o ano. “Imaginávamos 700 mil a 1 milhão de novos beneficiários e hoje trabalhamos com algo em torno de 250 mil em um cenário mais otimista”, afirmou para a reportagem.
De acordo com dados da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), produzida pelo IESS com base em números que acabaram de ser atualizados pela ANS, houve rompimento de 66,5 mil vínculos com planos de saúde médico-hospitalares nos 12 meses encerrados em junho. O que levou o total de beneficiários no País a 47,2 milhões.
Apresentaremos novos dados da análise especial da NAB nos próximos dias. Fique ligado.