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Outubro 2019
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Em agosto de 2019, a contratação do tipo coletivo empresarial era responsável por 73,2% dos beneficiários de planos exclusivamente odontológicos do País. Segundo dados da nova edição da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), essa faixa representa 18,4 milhões de vínculos para o setor. 

Como adiantamos anteriormente, este ano o número de beneficiários de planos odontológicos alcançou o melhor resultado desde o início da série histórica, passando de 25 milhões de pessoas (12% da população brasileira). O setor começou a ser mensurado em 2000 e vem apresentando crescimento contínuo todos os anos. 

Além da alta expressiva no tipo de plano coletivo empresarial, as demais categorias também mostraram resultados positivos. Os planos individuais ou familiares somaram 4,4 milhões de beneficiários e os coletivos por adesão, 2,3 milhões. 

Entre agosto de 2018 e o mesmo mês de 2019, o setor de planos exclusivamente odontológicos teve crescimento de 5,7% como um todo, com 1,4 milhão de novos contratos registrados.  

Um dos fatores para esse resultado foi a leve recuperação da economia. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em agosto a produção industrial nacional registrou alta de 0,8%, em comparação com o mês anterior. A retomada impacta o mercado de trabalho, levando à criação de vagas e à consequente contratação de planos odontológicos e de saúde. 

Como já dissemos, além de mais acessíveis que os médico-hospitalares, os planos exclusivamente odontológicos têm sido, cada vez mais, ofertados pelos contratantes como forma de atrair e reter talentos. Além disso, ofertá-los é uma forma que as empresas encontraram para reduzir o absenteísmo e melhorar a produtividade dos seus colaboradores, tornando-se assim, benefício tanto para os funcionários, quanto para as companhias. 

Claro que a expansão é de grande importância para aquecimento do setor e o sorriso de mais brasileiros, mas ainda há muito espaço para evoluir. Confira a Análise Especial da NAB

Outubro 2019
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Já em sua nona edição, o Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar acaba de encerrar as inscrições com novo recorde de trabalhos inscritos. Em 2018, a principal premiação do setor já havia superado todos os anos anteriores, marca ultrapassada este ano. 

O novo resultado positivo reforça a importância adquirida ao longo dos anos. Até hoje, entre as centenas de inscritos, a premiação já laureou cerca de 50 trabalhos que ajudaram a pautar mudanças importantes no setor, influenciando a tomada de decisão, a formatação de programas por parte das operadoras, o desenvolvimento da regulação ou mesmo a prática de profissionais da área. 

Promover a produção de conhecimento no setor faz parte da missão do IESS e essa premiação já se tornou a mais importante referência acadêmica, apresentando pesquisas sérias e com ideias disruptivas. A mais importante premiação de estudos acadêmicos em saúde suplementar irá conceder R$ 45 mil em prêmios para os seis melhores trabalhos de pós-graduação (especialização, MBA, mestrado ou doutorado) inscritos nas categorias Economia; Direito; e Promoção de Saúde e Qualidade de Vida e Gestão em Saúde. 

Passados mais de 20 anos da Lei dos Planos de Saúde, a iniciativa busca dar visibilidade para trabalhos que analisem a saúde suplementar no País e apontem os próximos passos para garantir sua sustentabilidade no futuro. 

Os dois melhores de cada categoria receberão prêmios de R$ 10 mil e R$ 5 mil, respectivamente, além de certificados, que serão entregues em cerimônia de premiação que acontece em dezembro na cidade de São Paulo. As pesquisas são entregues para os avaliadores sem identificação de seus autores, orientadores ou entidade a que pertençam, para evitar conflitos de interesse e manter o foco na qualidade técnica do estudo desenvolvido. 

Além do prêmio propriamente dito, a cerimônia de entrega também contará com espaço de exibição de pôsteres de trabalhos e um painel de debates sobre temas atuais na saúde suplementar. 

Outubro 2019
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O total de brasileiros considerados obesos – aqueles que têm Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou maior que 30 kg/m² – avançou 3,2 pontos porcentuais (p.p.) entre 2011 e 2018, saindo de 15,5% para 18,7%, segundo o Vigitel 2018 (https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/julho/25/vigitel-brasil-2018.pdf). O número está longe de colocar o Brasil na lista dos países com mais obesos no mundo, liderada pelo México, onde cerca de 33% da população encontra-se nessa situação de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Apesar de o total de obesos não ter avançado tanto, a quantidade de cirurgias bariátricas realizadas no País quase dobrou nos últimos 8 anos. Em 2011, foram realizadas 34,6 mil operações desse tipo no Brasil. Já no ano passado, foram registrados 63,9 mil desses procedimentos. Alta de 84,7%. No total, entre 2011 e 2018, 424,7 cirurgias bariátricas foram realizadas. 

Confira o detalhamento ano a ano de acordo com levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) com base em dados do DataSUS e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). 

gráfico-bariátrica 

  

Duas informações merecem destaque. A primeira é que o total de procedimentos deste tipo realizados pelo SUS é, proporcionalmente, o que mais cresceu no período analisado. Em 2011, registrou-se 5,4 mil destas cirurgias realizadas pelo sistema público de saúde. Número que teve incremento de 112,3% para chegar nas 11,4 mil cirurgias do ano passado. 

Claro, o número está longe das 49,5 mil cirurgias bariátricas realizadas por meio de convênios com planos de saúde em 2018. O que nos leva ao segundo ponto que, acreditamos, precisa ser destacado: precisamos reavaliar quantas cirurgias desse tipo são realmente necessárias e quantas estão sendo realizadas por liminar judicial sem considerar os critérios estabelecidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Vale lembrar, salvos raros casos, este nunca é um procedimento de urgência ou emergência. 

Confira aqui (https://iess.org.br/?p=blog&id=191) porque o procedimento não pode ser encarado simplesmente como estético. 

 

 

Outubro 2019
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Você sabe quais são os assuntos que mais tratamos aqui no Portal do IESS? Total de beneficiários de planos de saúde, talvez? Ou a variação dos custos médico-hospitalares aferida pelo índice VCMH? Envelhecimento também poderia ser um bom palpite considerando nossas últimas postagens, mas a resposta correta não é nenhuma dessas. 

Com o objetivo de ter uma noção mais precisa dos conteúdos que temos gerado, realizamos um levantamento dos assuntos abordados aqui no Portal em blogs, vídeos, estudos, apresentações e releases para a imprensa, levando em consideração a divisão empregada em nossa Área Temática. O resultado nos surpreendeu. 

Primeiro, porque não há uma homogeneidade. Enquanto alguns assuntos aparecem com mais frequência no Blog, como o Perfil de uso dos serviços de saúde, outros são mais comumente objetos de nossos estudos, como os Aspectos tributários de planos de saúde, ou vídeos, como as Falhas de mercado na cadeia produtiva da saúde suplementar

total de beneficiários de planos médico-hospitalares ou exclusivamente odontológicos, que abordamos todos os meses na NAB e aqui no Blog, estão entre os assuntos que mais abordamos, respectivamente na 4° e 3° posições. Sim, falamos mais de planos odontológicos do que de médico-hospitalares.  

Variação do Custo Médico-Hospitalar (VCMH), um dos assuntos mais importantes para o setor e pelo qual somos constantemente procurados por empresas, pesquisadores e imprensa, por outro lado, é apenas o 12° na lista, analisado em somente 60 dos nossos cerca de 850 posts de blog.  

Qual, afinal, é o assunto que mais abordamos? Qualidade assistencial e segurança do paciente. No total, o tema foi abordado em 359 textos do blog, 23 apresentações em eventos, 82 materiais distribuídos à imprensa, 20 de nossos estudos e 38 vídeos. O resultado é condizente com aquilo que pregamos. Precisamos trazer o paciente para o foco da atenção assistencial. 

Confira, no gráfico abaixo, a quantidade de menções por tipo de conteúdo. Ah, cada publicação pode tratar de mais de um assunto. Por exemplo, quando analisamos o impacto do envelhecimento, da judicialização ou da incorporação de novas tecnologias na VCMH.  

 IESS_21-10-2019_PRINCIPAIS-ASSUNTOS-DO-IESS 

 

 
 

Outubro 2019
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O TD 74 – “A Telemedicina traz benefícios ao sistema de saúde? Evidências internacionais das experiências e impactos” – destaca o potencial de uso de telemedicina com base em sua utilização por outros países, como China e Estados Unidos, já comentadas aqui. Mas como isso poderia ser aplicado aqui, se as teleconsultas estivessem reguladas? 

Acreditamos que a tecnologia traria grandes benefícios para o sistema de saúde nacional, tanto público quanto privado. O mais fácil de ser notado seria a diminuição dos espaços ou, sendo mais preciso, a redução do tempo de deslocamento e das dificuldades enfrentas para conseguir uma consulta. Especialmente para os brasileiros que moram mais afastados dos grandes centros, em regiões rurais ou em meio à Amazônia, por exemplo. 

  

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Imagine ter que enfrentar horas de estrada, de barco ou precisar pegar um avião para se consultar em um centro médico. Se o problema for realmente grave, ok. Era algo necessário. Mas como saber se uma febre é motivada apenas por um resfriado ou outra doença mais perigosa? A resposta, claro, é “consultando um médico”. Exatamente por isso, acreditamos que é preciso democratizar o acesso aos serviços de saúde por meio da telemedicina. Imagine que ao invés de se deslocar 2 horas de carro você só precisou andar 15 minutos até o posto mais perto para ser atendido pelo mesmo profissional. Não parece bom? 

As experiências internacionais apontam que é possível equipar as regiões mais afastadas com centro de atendimento em que os pacientes sejam acompanhados por enfermeiros e recebam atendimento por telemedicina. E, então, caso seja necessário o deslocamento para um centro especializado, a remoção se daria de forma mais organizada e segura, com o paciente já recebendo cuidados médicos necessários. 

Outra vantagem é a redução de custos. Seja para o paciente, que não tem que gastar com deslocamento e, muitas vezes, estadia; seja para o sistema, que não tem que manter uma estrutura mais cara em diversas regiões. O que, acaba se revertendo em mais investimento para ampliar a qualidade assistencial de modo geral ou, ao menos, em uma redução do ritmo de reajustes dos custos de saúde. 

  

Outra vantagem do modelo é estimular a criação de grandes centros de excelência para a realização das teleconsultas e atendimento presencial, caso necessário. Espaços com uma elevada concentração de profissionais e tecnologia que poderiam propiciar o desenvolvimento de estudos e estimular a troca de conhecimento, melhorando a qualidade da saúde como um todo. Mas isso é assunto para outro blog. 

Outubro 2019
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A saúde mental é um tema que tem ganhado visibilidade e está lentamente se afastando de uma série de preconceitos. Contudo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 35% e 50% das pessoas com transtornos mentais em países de alta renda não recebem tratamento adequado e, nos países de baixa e média renda, o porcentual é ainda maior, ficando entre 76% e 85%. 

Ainda de acordo com a OMS, a cada 45 minutos, uma pessoa comete suicídio no Brasil e 90% das vezes o caso está associado a algum distúrbio mental. Na saúde suplementar brasileira, o cuidado e o debate sobre a questão estão avançando, mas ainda há um longo caminho pela frente. Desde 2011, o total de iniciativas em saúde mental inscritas no programa de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos de Doenças (Promoprev), da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), avançou de 3 para 42, atendendo cerca de 29,5 mil beneficiários. Os números, entretanto, estão longe do total de 1,9 mil programas inscritos no Promoprev e das 2,3 milhões de vidas assistidas por eles. 

Se ainda há muito o que avançar nessa frente, ao menos podemos afirmar que os tratamentos estão cobertos pelo Rol de procedimentos, que prevê consultas psiquiátricas em número ilimitado, internação hospitalar, atendimento e acompanhamento em hospital-dia psiquiátrico, consulta com psicólogo e com terapeuta ocupacional, além de sessões de psicoterapia. 

E os dados do Mapa Assistencial indicam que esses serviços têm sido cada vez mais utilizados. O total de consultas psiquiátricas cresceu 63% entre 2011 e 2018, saindo de 3 milhões para 4,9 milhões. No mesmo período, as sessões com psicólogos tiveram um avanço ainda mais expressivo, de 7,1 milhões para 17,5 milhões. Alta de 146%. Enquanto isso, o total de consultas com terapeutas ocupacionais chegou a 1,9 milhão; a quantidade de internações psiquiátricas, a 196,3 mil; e, a de internações em hospital-dia, a 99,9 mil. 

Mesmo se considerarmos que a quantidade de vínculos com planos médico-hospitalares cresceu entre os anos analisados, passando de 46 milhões para 47,3 milhões, o incremento no uso desses serviços é considerável e indica o começo de uma mudança de raciocínio e o reconhecimento, inclusive por parte da sociedade, de que a saúde mental não é motivo para vergonha, mas exige cuidados como o restante do corpo. Talvez até mais. 

Outubro 2019
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O processo de inscrição para o IX Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar está oficialmente encerrado. Agradecemos a todos os inscritos na mais importante premiação de trabalhos acadêmicos do segmento e lhes desejamos boa sorte! 

Os vencedores deste ano serão conhecidos no dia 11 de dezembro. A cerimônia acontecerá no hotel Tivoli Mofarrej, em São Paulo. Além dos vencedores, o evento também terá espaço para exibição de pôsteres de trabalhos, estimulando a troca de experiências entre academia e mercado, e palestras exclusivas com renomados especialistas do setor. Estamos preparando um conteúdo especial para você, então fique de olho aqui no Blog para saber as novidades. 

Quer saber como foi a edição do ano passado? Confira o vídeo resumo do evento e aproveite também para rever as palestras do seminário “Decisões na Saúde - Cuidados Paliativos e Nat-Jus: Iniciativas da Medicina e do Direito que geram segurança ao paciente e sustentabilidade ao sistema”, relembrar os trabalhos vencedores e pôsteres apresentados na ocasião

Outubro 2019
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As inscrições para a mais importante premiação de trabalhos acadêmicos com foco em saúde suplementar, o Prêmio IESS, acabam hoje à meia noite e não haverá prorrogação! 

Então, se você tem um trabalho de conclusão de curso de pós-graduação (especialização, MBA, mestrado ou doutorado) com foco em saúde suplementar, nas áreas de Economia, Direito e Promoção de Saúde e Qualidade de Vida e Gestão em Saúde capaz de ajudar no aperfeiçoamento do setor, não perca essa chance. Confira o regulamento e se inscreva gratuitamente. 

Os dois melhores trabalhos de cada categoria receberão prêmios de R$ 10 mil e R$ 5 mil, respectivamente, além de certificados, que serão entregues em cerimônia de premiação que acontece dia 11 de dezembro na cidade de São Paulo.  

Além disso, o prazo para a inscrição de pôsteres durante o evento também acaba hoje. Vale lembrar, para os pôsteres, não há limite de trabalho por autor e nem a necessidade de vinculação à instituição de ensino. 

Continue acompanhando o nosso blog para as novidades sobre a cerimônia de entrega, as palestras e debates que teremos na ocasião. 

 

Outubro 2019
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O prazo para inscrições na mais importante premiação de trabalhos acadêmicos com foco em saúde suplementar, o Prêmio IESS, está acabando e não teremos novas prorrogações. Ainda há tempo de inscrever seu trabalho e ajudar a criar novas bases para o desenvolvimento do setor. 

Ansioso com o que espera encontrar nos trabalhos inscritos nesta edição do Prêmio IESS, Antonio Carlos Campino apontou alguns assuntos que podemos esperar ver nesta e nas próximas edições do Prêmio e explicou o que torna a premiação tão importante para o setor. 

Doutor em economia, Campino é, provavelmente, o maior nome em “Economia do Bem-Estar”, tendo desenvolvido trabalhos nas áreas de economia da saúde, avaliação de tecnologias em saúde, farmacoeconomia, sistemas de saúde comparados, equidade em saúde, custo do tratamento da Aids, economia da alimentação e nutrição, economia da educação e demografia econômica, entre outros. 

Leia a entrevista abaixo e não deixe de inscrever, gratuitamente, até 15 de outubro, seu trabalho de conclusão de curso de pós-graduação (especialização, MBA, mestrado ou doutorado) com foco em saúde suplementar nas áreas de Economia, Direito e Promoção de Saúde e Qualidade de Vida. Veja o regulamento completo. 

  

Blog do IESS - Como você vê a pesquisa acadêmica com foco em saúde suplementar no Brasil hoje? 

Antonio Carlos Campino - A pesquisa acadêmica em qualquer área é primordial no mundo de hoje. Quando se lê em revistas como The Economist na seção de Ciência e Tecnologia, verifica-se a quantidade e a qualidade das pesquisas desenvolvidas em várias áreas, entre as quais a de saúde e suas possíveis repercussões sobre as gerações vindouras. 

Assim também na saúde suplementar no Brasil há muito que se estudar e há um campo vasto para a pesquisa acadêmica. Trabalhos relativos ao tema de emprego gerado pela saúde suplementar, especialmente neste momento em que o Brasil passa por uma crise significativa de desemprego são de grande importância. Outra área de grande relevância é aquela que se refere à relação entre o governo e a saúde suplementar, com os tributos gerados por esta e a regulação das agências governamentais sobre o setor. 

  

Blog - Em um cenário de elevação dos custos e envelhecimento da população, como você avalia a importância dos trabalhos voltados para a economia do setor de saúde suplementar? 

Campino - O envelhecimento da população e suas implicações em termos da crescente importância das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), e da adoção de tecnologias cada vez mais sofisticadas e caras para o tratamento destas doenças é uma preocupação do setor saúde suplementar e deveria ser também do governo, pois impactará nos custos do SUS. A propósito, o IESS realizou um estudo sobre esse problema em 2012 e apresentou-o em um seminário que contou com a presença de representantes do Ministério da Saúde, indicando que há uma convergência de interesses entre o setor saúde suplementar e o governo no que se refere a prestar serviços de saúde de melhor qualidade para a população brasileira. 

  

Blog - Como você avalia a importância dos trabalhos voltados para a economia do setor de saúde suplementar? 

Campino - De grande importância é a avaliação de tecnologias em saúde, pois pode haver a ocorrência de utilização de tecnologias muito custosas em relação a sua efetividade e é necessário entender melhor situações deste tipo e o porquê de sua ocorrência, o que é de interesse do segmento de saúde suplementar e para o governo. Entender melhor os modelos de remuneração dos prestadores de serviços de saúde, médicos e hospitais, suas deficiências e pontos positivos é uma questão de grande importância para os planos e seguros de saúde e, também, para as agências reguladoras.  

  

Blog - Qual a importância do Prêmio IESS para o mercado? 

Campino - As empresas do mercado de saúde suplementar entram em contato com os mais novos e melhores pesquisadores interessados em trabalhar nessa área e igualmente com seus orientadores, embora alguns destes já possam ser conhecidos do setor por seus trabalhos passados. 

  

Blog - E para os pesquisadores, qual a importância desta iniciativa? 

Campino - Para os pesquisadores creio que a importância do Prêmio IESS é chamar a atenção para estudos nesta área, é mostrar que há interesse em trabalhos sobre a saúde suplementar, que as empresas do setor estão interessadas em recursos humanos de boa qualidade, que o trabalho deles e a orientação que eles propiciam são importantes e que esses estudos não ficarão “na prateleira”, mas serão aproveitados de uma maneira que contribuirá para a melhor qualidade de vida das pessoas. 

  

Blog - Um diferencial dos trabalhos vencedores é analisar questões muito importantes para o futuro do mercado, sugerindo opções para lidar com problemas atuais. Nesse sentido, que temas você espera ver nas próximas edições do Prêmio IESS? 

Campino - Espero ver estudos sobre os temas de Avaliação de Tecnologias em Saúde, Emprego e Qualidade da Assistência provida aos pacientes idosos. 

Outubro 2019
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Recentemente, mostramos dados da pesquisa IESS/Ibope que indicam diferenças relevantes entre o comportamento de beneficiários e não beneficiários com relação ao uso de serviços de saúde – relembre. Mas a pesquisa também apontou hábitos distintos na realização de exames entre os dois grupos, que vamos analisar hoje. 

De modo geral, a quantia de beneficiários que realizam exames de rotina é proporcionalmente maior do que a da população de não beneficiários. Contudo, em média, os não beneficiários realizam exames de triglicérides, colesterol, glicemia e aferição de pressão mais vezes por ano do que as pessoas que têm plano de saúde. 

Entre aqueles que têm vínculos com planos de saúde, por exemplo, 71% realizaram exames de glicemia. 20 pontos porcentuais (p.p.) acima do total de não beneficiários que realizaram o exame. Por outro lado, a população geral realizou, em média, 2,1 exames, enquanto a população com plano realizou 1,9 exame. 

O fato de termos proporcionalmente menos pessoas fazendo os exames mais vezes por ano pode indicar uma ineficiência do sistema, especialmente porque esses exames têm uma validade longa, que não justificariam sua repetição, em condições normais, dentro de tão pouco tempo. No entanto, é bem possível que a maior taxa de realização de exames entre não beneficiários se deva ao fato de estes realizarem exames já em situação de necessidade, ou seja, com uma condição clinica já instalada, requerendo portanto acompanhamento mais regular, o que exige a repetição mais frequente dos exames. 

Claro, esse comportamento também pode ser visto dentro da saúde suplementar, ainda que, aparentemente, em menor escala. Segundo a pesquisa IESS/Ibope, 93% dos beneficiários que realizam exames os retiram e retornam ao médico. Os outros 6% só retornam ao médico se o exame apontar algo negativo. Mas essa taxa de 99% dos exames retirados não significa que não há desperdício. 

Afinal, como já apontamos aqui, o uso de antibiótico é bom quando precisamos combater uma bactéria, mas se tomado sem necessidade, causa males à saúde. Do mesmo modo, realizar exames desnecessários é o mesmo que expor nosso corpo à radiação e outras substâncias que podem nos fazer mal. 

Confira a tabela de realização de exames segundo a última edição da pesquisa IESS/Ibope: 

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