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Outubro 2018
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Acabamos de divulgar a atualização do Índice de Variação do Custo Médico-Hospitalar (VCMH) que registrou alta de 16,9% nos 12 meses encerrados em março de 2018. Assim como tem ocorrido nos últimos anos e ao longo da série histórica do índice, o crescimento foi muito superior à oscilação da inflação geral do País, medida pelo IPCA, que registrou aumento de 2,7% no mesmo período. 

Houve menor intensidade de aumento do VCMH/IESS no período analisado em relação ao mesmo período de 2017, quando a alta foi de 19,4%. A principal hipótese para explicar o comportamento do indicador está no esforço das operadoras de planos de saúde em promover programas de atenção primária e promoção da saúde aos beneficiários, incorrendo em redução de custos. Além disso, o setor de saúde suplementar pode estar apresentando indícios de melhoria a partir da aplicação de novos modelos de pagamento para a prestação de serviços de saúde, na busca por eficiência.

O aumento do índice VCMH foi impulsionado, principalmente, pelos itens de despesas de Internação e de Terapias. Apesar do item “Outros Serviços Ambulatoriais” ter apresentado a maior variação proporcional, de 27,4%, seguido por Terapias, cujo índice foi de 26,6%, esses dois itens ainda representam um peso menor na composição total das despesas. As internações, item que compõe a maior parte da variação de custo, com 61%, teve aumento de 16,7%. Consultas e Exames tiveram variação de 9,5% e 10,1%, respectivamente.

O avanço nos custos da saúde suplementar do Brasil se dá sob um grande volume de falhas de mercado, como de assimetria de informações na cadeia que compromete comparações e concorrência e não confere clareza nos critérios de formação de preços de insumos como materiais e medicamentos. A adoção de novas tecnologias sem a exigência de estudos de custo-efetividade e análise do sistema em absorver esse incremento de despesas é outro fator de pressão de custos.

Outro ponto importante decorre do fato de o Brasil passar por um processo de transição demográfica, com a maior participação de idosos no total da população, o que impacta diretamente na demanda de serviços de saúde, em especial de internações. Note-se que a faixa etária de idosos é a que mais cresce no mercado brasileiro de saúde suplementar. 

No Brasil, o VCMH do IESS é o único índice do setor disponibilizado ao público, calculado de forma consistente há mais de dez anos, com base numa amostra de aproximadamente 10% do total de beneficiários de planos individuais e familiares de todas as regiões do país. 

Continuaremos apresentando detalhes do índice nos próximos dias. Continue acompanhando.

Julho 2018
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O Índice de Variação dos Custos Médico-Hospitalares (VCMH é o mais importante indicador utilizado pelo mercado como referência sobre o comportamento dos custos no sistema de saúde suplementar. Por entender essa importância, acabamos de divulgar o Texto para Discussão “A Variação de Custos Médicos Hospitalares (VCMH): um compêndio dos estudos do IESS e uma atualização do tema”.

Com o objetivo de esclarecer os diferentes pontos que impactam na variação do indicador e sua consequência para a saúde suplementar, o TD 71 é uma compilação dos principais fatores que influenciam a VCMH no caso brasileiro e mundial, reunindo nossos trabalhos e publicações sobre os diferentes temas que tem impacto direto nos custos médico-hospitalares.

Internacionalmente, o termo variação do custo médico-hospitalar é pouco utilizado, sendo mais comum o termo “inflação médica”. No entanto, é importante ressaltar que a VCMH não é comparável com outros indicadores econômicos mais conhecidos, como o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), que detecta a inflação geral do País e já explicamos aqui. Isso porque, enquanto a inflação medida pelo IPCA avalia a variação dos preços de uma cesta de produtos, o VCMH varia em função tanto do aumento dos custos dos serviços de saúde quanto da frequência de utilização de consultas, exames e outros procedimentos. 

Com o intuito de esclarecer esses e outros aspectos, o trabalho reúne informações sobre os principais vetores dos custos em saúde, como: judicialização; modelo de remuneração; ausência de transparência por parte dos prestadores de serviço de saúde sobre qualidade e segurança do paciente; incorporação de tecnologias em saúde; assimetria nos preços dos insumos; envelhecimento da população; modelo assistencial da saúde suplementar; fraudes e desperdícios; e regulação.

Seguiremos apresentando melhor cada um desses fatores. Fique ligado!

Abril 2018
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Uma percepção é bastante comum para diversos grupos de pessoas: uma hora ou outra você acaba ouvindo reclamações sobre o reajuste dos planos de saúde, sejam os individuais ou coletivos. Muitos chegam até a recorrer à justiça com relação ao aumento. No ano passado, o reajuste nas mensalidades liderou o ranking de reclamações no Idec (Instituto Nacional de Defesa do Consumidor).

Mas afinal, de onde vem o reajuste dos planos de saúde e porque ele é acima da inflação geral? Um dos objetivos do TD 69 é justamente responder essa pergunta mostrando que o fenômeno não é exclusividade do nosso modelo de saúde suplementar. Como temos mostrado, a VCMH (Variação de custos médico-hospitalares) acima da inflação acontece em âmbito mundial, tanto em países emergentes como no Brasil (média de 3,4 vezes acima da inflação da economia) e México (média de 3,2) quanto em países com economias estáveis, como Reino Unido e Canadá, em que a média da variação é de 2,9 e 4,7 vezes a inflação geral, respectivamente.

Para quem acompanhou, esta semana apresentamos uma série de publicações a respeito das especificidades dos custos em saúde com base no TD 69 – "Tendências da variação de custos médico-hospitalares: comparativo internacional". Explicamos as diferenças entre VCMH e IPCAfatores propulsores dos custoscaracterísticas do caso brasileiro e mundial

Os fatores que levam ao aumento dos custos e consequente reajuste são antigos conhecidos. Envelhecimento populacional, aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, avanços tecnológicos e sua incorporação sem a correta análise de custo-efetividade, modelo de pagamento, excessos por parte dos profissionais e dos pacientes e outros fatores.

Não é novidade afirmar que o reajuste também não é positivo para as empresas do setor, a perda de capacidade de pagamento por parte do beneficiário pode representar a migração para outras operadoras, mudança para planos com cobertura inferior ou até mesmo abdicar da saúde suplementar.

É necessário, portanto, um esforço em conjunto dos órgãos governamentais, como Ministérios da Saúde, Fazenda e Planejamento aliado à cadeia de saúde suplementar – agência reguladora, operadoras e prestadores de serviço – bem como dos profissionais de saúde e beneficiários de planos. 

A mudança no modelo assistencial é ordem do dia para garantir a sustentabilidade do setor para se repensar a respeito e garantir o melhor gerenciamento dos recursos disponíveis, privilegiando a qualidade e o desfecho clínico ao invés de promover excesso de exames e procedimentos. 

Vale lembrar, por exemplo, o modelo da África do Sul, que possui um mercado de saúde suplementar semelhante ao brasileiro e efetuou mudanças no seu modelo de pagamento e apresenta uma variação do custo muito próxima da inflação geral – média de 1,6 acima. Entre os dez países com maior diferença entre a variação de custo médico-hospitalar e inflação, seis utilizam o fee-for-service. 

Outro ponto importante nesta agenda é a informação e a correta comunicação sobre as necessidades do setor, seja proporcionando maior transparência e previsibilidade sobre os reajustes para os agentes e o beneficiário ou ainda na melhoria do conhecimento do judiciário sobre o setor, já que excessos em recorrer à Justiça também representa um fator propulsor dos custos no caso brasileiro.

Abril 2018
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Como explicamos esta segunda-feira (23/4), aqui no Blog, o índice VCMH e indicadores de inflação, como o IPCA, empregam metodologias diferentes para medir coisas diferentes. Enquanto a inflação afere apenas a variação de preços, o VCMH varia em função dos preços, mas também da frequência de utilização de serviços de saúde – fundamental para aferir o aumento dos custos do setor. Razão pela qual não faz sentido esperar que o reajuste dos planos de saúde tenha como base a inflação geral do País.

Mas a relação do indicador com o reajuste de planos de saúde é tema para amanhã. Hoje, vamos mostrar como a VCMH tende a crescer acima da inflação não só no Brasil, mas no mundo. 

Além de o Brasil ter uma das 10 maiores VCMH do mundo, também apresenta uma das maiores diferenças entre este indicador e a inflação geral da economia. Considerando a média dos três relatórios analisados (Aon Hewitt, Mercer e Willis Towers Watson) no TD 69 – "Tendências da variação de custos médico-hospitalares: comparativo internacional" –, a VCMH local para o ano de 2017 é 3,4 vezes superior à inflação; o que a classifica como a 7° maior diferença entre os mais de 200 países analisados.

O resultado alarmante não é exclusividade nossa. Os três relatórios também apontam que a VCMH da Austrália é três vezes superior à inflação geral da economia local. Mas há outros países desenvolvidos com diferenças ainda mais significativas. De acordo com dados da AON, por exemplo, a VCMH no Reino Unido é 4,2 vezes maior que a inflação geral da economia. Pelo mesmo relatório, na Holanda, a VCMH supera a inflação em 5,1 vezes.

Os números da Mercer também destacam a VCMH 6,1 vezes superior à inflação geral da Dinamarca; e os da Towers apontam que na Grécia a VCMH é 8,3 vezes maior do que a inflação da economia. Veja o quadro comparativo completo:

Indicador de quantas vezes a VCMH é superior à inflação da economia, 2017. 

Inflação_4

É importante observar que mesmo em países como Canadá, Austrália, Holanda e Reino Unido, que têm sistemas robustos para avaliar a incorporação de novas tecnologias, também enfrentam uma VCMH bastante acima da inflação. O que demonstra a necessidade de se pensar em políticas que combatam desperdícios do sistema de saúde, como a mudança de modelo de remuneração de serviços de saúde, adoção de critérios de custo-efetividade para incorporação de novas tecnologias, indicadores de qualidade para avaliar hospitais e outros prestadores de serviço e produtos que aproximem os beneficiários do processo decisório dos planos, como os planos com franquia e coparticipação.