O isolamento social, pelo qual praticamente toda população brasileira está passando, é efetivo para conter o avanço do Coronavírus. Está é a conclusão do “The effect of human mobility and control measures on the COVID-19 epidemic in China” (O Efeito da mobilidade humana e medidas de controle na epidemia do COVID-19 na China, em tradução livre), publicado na revista Science e assinado por pesquisadores de algumas das mais renomadas instituições de pesquisa do mundo, como as universidades de Harvard (EUA), Oxford (Reino Unido) e Sorbonne (França).
A conclusão faz eco a recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de órgãos nacionais, como o Ministério da Saúde. Mas tem o importante papel de demonstrar cientificamente que a medida não se trata de “achismo”.
O resultado também indica que foi acertada a decisão de recomendar a suspensão provisória de procedimentos eletivos. Não se trata apenas de apoiar o isolamento. A medida tem o objetivo tanto de reduzir a probabilidade de contágio, quanto de garantir que recursos necessários para o tratamento de pacientes com Coronavírus, como leitos e respiradores mecânicos, não sejam empregados em casos que poderiam esperar algum tempo sem prejuízo da saúde do indivíduo. Além de preservar as equipes clínicas, que têm sido ainda mais exigidas neste momento.
A recente prorrogação dos prazos de atendimento a beneficiários estipulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nos parece seguir no mesmo sentido. Não se trata de perda de direitos ou piora do serviço oferecido, mas cuidado com a população.