Nas últimas semanas, a telessaúde tem sido um tema recorrente por aqui. Não apenas porque acreditamos que o recurso é fundamental para aumentar o acesso ao serviço de saúde com qualidade em um País continental como o Brasil, mas também porque muitas entidades perceberam a importância desta tecnologia e passaram a empregá-la no combate à pandemia do COVID-19. É o caso, por exemplo, do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e do Conselho Federal de Medicina (CFM) enviou nota.
Claro, como é nossa missão promover a “sustentabilidade da saúde suplementar pela produção de conhecimento do setor e melhoria da informação sobre a qual se tomam decisões”, procuramos sempre amparar qualquer posição em estudos e nas melhores evidências científicas.
O TD 74 – “A Telemedicina traz benefícios ao sistema de saúde? Evidências internacionais das experiências e impactos” – apresenta experiências internacionais que demonstram a importância deste recurso, tanto para saúde suplementar quanto pública – relembre dois cases já analisados aqui.
Mas decidimos procurar outras referências internacionais que pudessem dar novas evidências e números para este debate. Encontramos um artigo da Kaiser Permanente, umas das seguradoras de saúde mais eficientes do mundo, sobre os resultados da aplicação de recursos de Telessaúde.
De acordo com o artigo “The value of telehealth in a connected system” (O valor da Telessaúde em um sistema conectado, em tradução livre), o recurso tornou o acesso à serviços de saúde mais conveniente para a população, mas os resultados vão muito além.
Não se trata só de conveniência, mas de empoderar os beneficiários, tornando-os parte do processo decisório e incentivando cuidados com a própria saúde. O que tende a reduzir absenteísmo nas empresas e reduzir custos assistenciais – algo que tem potencial para reverter em menores reajustes de contraprestação e melhora na gestão econômico-financeira e assistencial dos sistemas de saúde.
De acordo com estudo da Willis Towers Watson mencionado no artigo da Kaiser, a Telessaúde tem potencial para economizar US$ 6 bilhões por ano às empresas de saúde somente nos Estados Unidos. Outra pesquisa citada pela Kaiser indica 93% dos beneficiários entrevistados afirmam terem reduzido seus custos com saúde por meio do use desse tipo de recurso. Gastos com deslocamento (transporte, estacionamento etc.) e hospedagem também entram na conta.
Por fim, a Kaiser utiliza dados de seus próprios atendimentos para apontar que a telemedicina tornou 2 vezes mais rápido o atendimento de pacientes que sofreram um Acidente Vascular Cerebral (AVC) – popularmente conhecido como Derrame. Resultado particularmente positivo se considerarmos que, em média, 2 milhões de células cerebrais morrem por minuto durante um AVC.
A hipertensão é uma doença crônica caracterizada pela pressão arterial igual ou superior a 14 por 9. Um dos principais fatores de risco para Acidente Vascular Cerebral (AVC), enfarte agudo do miocárdio, aneurisma arterial (por exemplo, aneurisma da aorta) e outras doenças cardiovasculares, a hipertensão arterial atinge 1 em cada 4 brasileiros, de acordo com o Vigitel 2016. Considerando que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo já há muitas décadas, é possível ter uma ideia da importância desta questão.
Além disso, de acordo com o American Heart Association, é a doença crônica que mais motiva consultas no sistema de saúde, o que determina um importante impacto econômico também para esse sistema. O problema, vale destacar, é que as consultas se concentram depois de o paciente já apresentar o problema, e não antes, quando seria possível preveni-la.
É por isso que hoje, no Dia Nacional de Combate à Hipertensão, gostaríamos de lembrar, mais uma vez, a importância de Programas de Promoção da Saúde no combate a essas doenças. Um bom incentivo para estimular que empresas desenvolvam esses programas e se importem mais com a qualidade de vida dos seus colaboradores pode ser, como já apontamos aqui no Blog, lembrar que empresas com investimentos em políticas de bem-estar e de promoção de saúde apresentaram crescimento cerca de 5% superior quando comparadas a outras. Para ajudar nesse processo, listamos soluções e propostas para tornar essas práticas rotina em organizações de todos os portes. Confira.