A pandemia trouxe uma série de impactos sociais, sanitários e econômicos com profundas mudanças nas relações e nos hábitos. Nas empresas, a preocupação com a saúde dos colaboradores e o equilíbrio produtivo das atividades alterou rotinas, práticas e fez surgir novas ações para atender e superar esse cenário e seus desafios. Mas como sair do contexto de urgência e promover a saúde mental e física dos colaboradores de modo duradouro em meio à pandemia e depois dela?
Esse é o tema do webinar “Promoção de Saúde nas Empresas - Boas práticas durante a pandemia”, que acontece logo mais, a partir das 16h, ao vivo no canal do YouTube, aqui no portal e em nossas redes sociais.
Garantir segurança e promoção da saúde no universo das companhias é fundamental para esse momento. E isso passa pela testagem de funcionários, sistema de higienização adequado, apoio ao home office, fornecimento de EPIs e outras ações.
Para debater o assunto, reuniremos importantes gestores e especialistas com boas práticas. Com mediação de José Cechin, superintendente executivo do IESS, contaremos com a participação do Dr. Fernando Akio Mariya, médico graduado na Unifesp, pós-graduado em Medicina do Trabalho pela USP, especialista pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho – ANAMT e Gerente Médico da P&G; Hugo Fumian, coordenador de Qualidade, Meio Ambiente, Saúde e Segurança Ocupacional da EDF Norte Fluminense; e Dr. Leonardo Piovesan Mendonça, Gerente Médico do Programa Saúde Integral do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
A série de eventos aborda importantes temas para o desenvolvimento do setor de saúde suplementar nacional com transmissão ao vivo. Todos os webinars anteriores estão disponíveis no canal do IESS no YouTube (https://www.youtube.com/IESSbr).
Lembre-se: é hoje (quinta-feira, 19), a partir das 16h em nosso canal do YouTube, aqui no portal e em nossas redes sociais. Veja aqui os detalhes e saiba como participar - https://www.iess.org.br/eventos.
Você também já pode acessar a transmissão e ativar o lembrete no vídeo abaixo.
O ano de 2020 ficará marcado na história. A pandemia causada pelo novo Coronavírus trouxe uma série de impactos sociais, sanitários e econômicos com profundas mudanças nas relações e nos hábitos. Nas empresas, a preocupação com a saúde dos colaboradores e o equilíbrio produtivo das atividades alterou rotinas, práticas e fez surgir novas ações para atender e superar esse cenário e seus desafios.
Garantir a segurança e promoção da saúde no universo nas companhias são fundamentais para esse momento. E isso passa pela testagem de funcionários, sistema de higienização adequado, apoio ao home office, fornecimento de EPIs e outras ações.
Agora, mais do que nunca, o corpo e a mente pedem uma atenção redobrada. O atual cenário tem gerado, além dos graves problemas da contaminação pelo vírus, diversas inquietações, que se manifestam de diferentes formas.
Mas como lidar com esse tema? Quais práticas os gestores e os profissionais podem aplicar nas empresas para incentivar os colaboradores a manterem esse equilíbrio tão importante?
Esse é o tema do nosso webinar “Promoção de Saúde nas Empresas - Boas práticas durante a pandemia”, que acontece na próxima quinta-feira (19), às 16h. Veja aqui os detalhes e saiba como participar - https://www.iess.org.br/eventos
As inscrições para o X Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar e também para a exibição de pôsteres de trabalhos científicos (inclusive de nível universitário) já estão abertas. Para este ano, a iniciativa passa a contar com ISSN, o que significa que a apresentação de estudos pode ser inserida no Currículo Lattes dos pesquisadores.
O espaço inaugurado há dois anos é uma oportunidade para pesquisadores apresentarem seus trabalhos na cerimônia de entrega do Prêmio, que acontecerá em dezembro, em São Paulo. A ação busca dar maior visibilidade para pesquisadores e trabalhos de graduação – que não concorrem aos prêmios principais – visando fomentar a produção entre as diferentes esferas do universo acadêmico.
Para apresentar um pouco desse importante iniciativa, entrevistamos Sarah Ramalho Rodrigues, que expôs seu “Estudo de preenchimento e utilização de campo CID-10 relacionados à diabetes, hipoglicemia e intoxicação por hipoglicemiantes na saúde suplementar do Brasil” na cerimônia de premiação em 2018.
Com graduação em Farmácia, Sarah fez Mestrado Profissional Interprofissional Interunidades e nos contou um pouco sobre seu trabalho desenvolvido na Universidade de São Paulo (USP). Veja abaixo.
Se pretende inscrever um pôster, veja aqui algumas dicas, leia o regulamento e faça sua inscrição por meio do formulário.
Blog do IESS - Como você vê a pesquisa acadêmica com foco em saúde suplementar no Brasil hoje?
Embora ela seja muito necessária, ainda é limitada a alguns espaços. O acesso aos dados ainda é difícil. Eu consegui porque trabalhei em uma empresa da área, diretamente relacionada com a análise de faturamento de contas médicas. E mesmo assim com uma série de requisitos para obter acesso. Ou seja, não são todos os pesquisadores que conseguem permissão para analisar esse tipo de informação.
Acredito que a pesquisa e produção deve se ampliar daqui pra frente, até mesmo por ser um segmento ainda carente de regulação para algumas questões.
Blog do IESS - Seu trabalho pesquisa a padronização e utilização de CID’s de eventos adversos relacionados a diabetes, hipoglicemia e intoxicação por hipoglicemiantes a partir da análise dos registros de contas médicas. Quais os resultados?
Contatamos algo que está bem no centro do debate hoje em dia em função da pandemia ed Coronavírus que é a subnotificação. O preenchimento ainda é muito falho por diversos motivos. O registro de dados de pacientes é um assunto de grande debate no setor e, agora, mais do que nunca. Como lidar com os dados de saúde? Como eles serão utilizados? O que se amplifica tendo em vista a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que tem gerado movimentação em diversos setores.
E o debate é ainda maior, envolve desde a forma como é feito o pagamento do médico, a auditoria dessa conta e seus impactos. Há, por exemplo, campos de preenchimento não obrigatórios e o profissional nem sempre preenche. Isso é diferente em alguns outros países.
A própria característica da prática médica no Brasil é diferente de outros lugares no mundo.
Concluímos que se pode utilizar a base de dados de faturamento para a realização de monitoramento de eventos adversos, mas que há uma subnotificação grave no preenchimento e relato dos dados.
Blog do IESS - Você planeja avançar nessa pesquisa? Quais os próximos passos?
A ideia é expandir para uma base maior de contas médicas, como a do SUS. Mas, para isso, também é preciso uma melhor participação do setor como um todo, da indústria, por exemplo.A maior colaboração dos demais envolvidos na estrutura do sistema de saúde eleva as discussões. Fazer todos esses players conversarem ainda é um grande desafio para o setor como um todo.Esse cenário de pandemia pode servir como um momento de reflexão para o segmento.
Prevê-se que a prevalência de insuficiência cardíaca aumentará em 46% até 2030, afetando mais de 8 milhões de homens e mulheres acima de 18 anos. Para quem ainda nunca ouviu falar, é uma doença crônica de longo prazo, embora possa, às vezes, se desenvolver repentinamente.
Esse mal pode afetar apenas um lado do coração – direito ou esquerdo. Mas na prática, mesmo que se desenvolva em somente um dos lados, ambos acabam sendo afetados com o passar do tempo. Se o órgão tem problemas, o corpo todo padece e o fôlego pode acabar até mesmo em uma caminhada intensa. Isso acontece todos os dias com aproximadamente 6 milhões de brasileiros com insuficiência cardíaca.
Exatamente pela importância do tema, o trabalho “Análise do desempenho da taxa de reinternação hospitalar em 30 dias para pacientes com insuficiência cardíaca e sobrevida a longo prazo”, destaque da 23º edição do Boletim Científico apresentou dados sobre essa doença que gera uma taxa de reinternação de 20% a 25% dos pacientes por qualquer causa dentro de um mês.
Além de maiores taxas de readmissão, os pacientes com insuficiência cardíaca têm um risco substancial de mortalidade, com quase um terço dos pacientes morrendo no primeiro ano. Segundo o estudo, a insuficiência cardíaca é o principal diagnóstico para cerca de 1 milhão de beneficiários por ano no Medicare, sistema de seguros de saúde gerido pelo governo dos Estados Unidos da América e destinado às pessoas de idade igual ou maior que 65 anos ou que tenham certos critérios de rendimento. Para o cálculo de taxa de reinternação, o Medicare utiliza taxas de readmissão padronizadas para risco de 30 dias para quantificar a qualidade do serviço prestado.
Os dados de 2005 a 2013 foram coletados da base do Get With The Guidelines (GWTG) e analisados juntamente com os dados do Medicare. Também foi calculado, durante um intervalo de 3 anos, a taxa de mortalidade (do período da alta hospitalar até o óbito).
O estudo analisou, então, a taxa global de reinternação e de mortalidade desses pacientes. O trabalho mostra a necessidade de utilização de medidas mais significativas e centradas no paciente para o incentivo do atendimento adequado aos pacientes com insuficiência cardíaca.
Confira o trabalho na íntegra na 23º edição do Boletim Científico.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 em cada 11 pessoas no mundo tem diabetes. A situação preocupa. Em 2014, a estatística apontava para 422 milhões de diabéticos, um avanço considerável em relação aos 108 milhões de 1980. Já o Ministério da Saúde aponta que entre 2006 e 2016 houve um aumento de 60% no diagnóstico da doença no Brasil.
Por aqui, estudo divulgado esse ano pela universidade britânica King’s College, em parceria com a Universidade de Gottingen, da Alemanha, os custos da diabetes no Brasil vão dobrar até 2030, atingindo os US$ 97 bilhões, nas estimativas mais conservadoras, ou ainda US$ 123 bilhões (R$ 406 bilhões), em um pior cenário. O trabalho vai em linha com a nossa “Projeção das despesas assistenciais da saúde suplementar”, que mostra que as operadoras de planos de saúde devem gastar R$ 383,5 bilhões com assistência de seus beneficiários em 2030, um avanço de 157,3% em relação ao registrado em 2017.
Com essa preocupação, o trabalho “Association between supplementary private health insurance and visits to physician offices versus hospital outpatient departments among adults with diabetes in the universal public insurance system” (Relação entre a posse de um seguro privado de saúde e visitas a consultórios médicos e ambulatórios hospitalares entre adultos com diabetes no sistema público de saúde), publicado na 22º edição do Boletim Científico, mostrou a utilização dos serviços médicos na Coréia do Sul.
Naquele país, todos os cidadãos (exceto aqueles com baixa renda, que recebem um auxílio) são cobertos pelo Seguro Nacional de Saúde (NHI). No entanto, devido à alta carga de custos pessoais causada pela baixa cobertura do NHI e pelo aumento da demanda por serviços de qualidade, muitas pessoas estão adquirindo um seguro de saúde suplementar privado (ou supplementary private health insurance – SPHI).
O estudo utilizou dados de 2011 do Korea Health Panel – uma amostra nacionalmente representativa de indivíduos e com 6.379 consultas selecionadas de atendimento de diabetes. Com isso, concluiu-se que os pacientes com seguro privado tinham 1,7 vez mais chances de escolher hospitais para atendimento médico ambulatorial em comparação com pacientes sem o SPHI.
A maioria dos pacientes com diabetes, exceto aqueles com casos graves ou complicações, podem ser tratados em consultórios médicos, o que maximiza a eficiência dos recursos de saúde. No entanto, o trabalho mostra que muitos segurados são mais propensos a usar os serviços hospitalares porque o seguro específico para esse serviço alivia o peso dos custos do atendimento.
Quer conferir esses e outros trabalhos? Veja a 22º edição do Boletim Científico na íntegra.
O câncer colorretal está entre os mais incidentes no mundo. Em 2018, estima-se que o câncer colorretal será o segundo tumor mais comum entre mulheres no Brasil, com 18.980 casos detectados, atrás apenas do câncer de mama. Já entre os homens, é a terceira causa de câncer mais comum, com cerca de 17.300 casos, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Exatamente por conta dos números da doença e com a finalidade de conscientizar e alertar a população, o mês de setembro foi escolhido para diferentes campanhas de prevenção do câncer do intestino, além de informar sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer colorretal e estimular hábitos de vida mais saudáveis que colaboram na prevenção desta doença. O câncer colorretal pode ser evitado em 90% dos casos.
Entre os fatores do estilo de vida modificáveis, destaca-se a inatividade física, que potencializa o surgimento da doença. A falta de atividade física também está diretamente relacionada com o risco de obesidade, que é outro fator de risco para o câncer colorretal. Dados do estudo “Global Burden of Disease” revelam que a inatividade física é o segundo maior fator de risco à saúde ao qual a população brasileira está exposta.
Foi por isso que o trabalho “Mortalidade e anos de vida perdidos pelo câncer colorretal atribuível à inatividade física no Brasil (1990-2015): conclusões do estudo de carga global de doença” publicado na 22º edição do Boletim Científico buscou estimar a mortalidade por todas as causas, por causas específicas e os anos de vida perdidos por morte prematura devido ao câncer colorretal atribuível à inatividade física no Brasil.
Um outro objetivo foi analisar a tendência temporal dessas estimativas ao longo de 25 anos (1990 a 2015) em comparação com as estimativas globais e de acordo com a situação socioeconômica dos Estados brasileiros. Para tanto, a medida utilizada neste artigo foi anos de vida ajustados por incapacidade (ou sua sigla em inglês “Disability Adjusted Life years - DALYs”).
Ao longo de 25 anos, a população brasileira mostrou resultados mais preocupantes do que em todo o mundo. No período analisado, a mortalidade por câncer colorretal atribuível a inatividade física aumentou no Brasil (0,6%) e diminuiu em todo o mundo (-0,8%).
Os sintomas do câncer colorretal na maioria das vezes surgem nos estágios mais avançados da doença com mudanças repentinas dos hábitos intestinais, como diarreia, constipação e fezes com sangue e escuras, além de dor abdominal, anemia, fraqueza e perda de peso.
É importante que pessoas sem histórico de câncer colorretal na família procurem o coloproctologista a partir dos 50 anos. Se houver casos na família, esse acompanhamento deve ter início 10 anos antes da idade do diagnóstico familiar.
Vale ressaltar que hábitos mais saudáveis entre toda a população impacta diretamente na incidência e prevalência de diferentes doenças. Além disso, o diagnóstico precoce aumenta a chance de cura ao detectar a doença no início, evitando um tratamento mais agressivo, reduzindo o tempo e os custos. Isso significa ganho de segurança e qualidade de vida para o paciente e de eficiência para o sistema de saúde.
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Ao mesmo tempo em que se avançam os tratamentos para doenças desafiadoras em todo o mundo, como o câncer, e se aumenta a longevidade da população em âmbito global, aumenta-se também os problemas em decorrência de hábitos ruins de saúde. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que epidemia de sobrepeso e obesidade já afeta 39% da população adulta e 18% das crianças e adolescentes entre 5 e 18 anos.
Ainda segundo a OMS, a obesidade e o sobrepeso estão associados ao aumento do risco de 14 tipos de câncer, como o câncer de mama (pós-menopausa), cólon, reto, útero, vesícula biliar, rim, fígado, mieloma múltiplo, esôfago, ovário, pâncreas, próstata, estômago e tireoide.
Exatamente pela preocupação com relação ao tema que o trabalho “A crescente carga de câncer atribuível ao alto índice de massa corporal no Brasil” publicado na 22º edição do Boletim Científico buscou verificar se a redução do IMC elevado poderia reduzir a incidência de câncer no País, além de apresentar projeções da incidência de cânceres potencialmente evitáveis devido ao alto IMC para o ano de 2025. As estimativas de incidência de câncer tiveram como base os dados do GLOBOCAN - da OMS – e do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
A pesquisa mostrou que aproximadamente 15 mil casos de câncer por ano no Brasil (ou 3,8% do total) poderiam ser evitados com a redução do excesso de peso e da obesidade. Para 2025, a publicação projeta mais de 29 mil novos casos (ou 4,6% do total de novos casos) atribuíveis ao IMC elevado. Descobriu-se que 15.465 (3,8%) de todos os novos casos de câncer diagnosticados no Brasil em 2012 foram atribuíveis ao IMC elevado, com uma carga maior em mulheres, com 5,2%, do que em homens, com 2,6%.
Já os tipos de câncer mais comuns atribuíveis ao sobrepeso foram mama, colo de útero e cólon para mulheres e cólon, próstata e fígado entre os homens. As maiores frações atribuíveis populacionais (PAFs) para todos os cânceres estão mais concentradas nos Estados mais ricos do país, como da região Sul, que apresentou 1,5% entre os homens e 3,4% para as mulheres e no Sudeste, com 1,5% entre eles e 3,3% para elas. Estimou-se, ainda, que os casos de câncer atribuíveis ao alto índice de massa corporal irão chegar aos 29.490 em 2025, o que representará 4,6% de todos os cânceres no país. A estimativa ainda aponta maior incidência entre mulheres, com 18.837 do total, ou 6,2%, do que nos homens, com 3,2%, atingindo os 10.653.
Má alimentação, pouca atividade física e sedentarismo são fatores determinantes para excesso de peso e obesidade, em conjunto com outros hábitos de vida e consumo. Portanto, é cada vez mais clara a necessidade de políticas e ações voltadas para maior conscientização da população sobre as consequências do estilo de vida. Logo, o trabalho fornece informações cruciais para a criação de ferramentas para apoiar a criação de programas e políticas para prevenção do câncer no Brasil.
Não deixe de conferir a 22º edição do Boletim Científico na íntegra.
Já virou lugar comum falar sobre a necessidade de se buscar e cultivar bons hábitos de saúde. Até porque os dados sobre a situação do brasileiro são alarmantes. Como apontamos, a cada 6 beneficiários de planos de saúde, 1 é obeso. De acordo com o Vigitel Saúde Suplementar, em 2016, 17,7% dos brasileiros com plano de saúde eram obesos, ou seja, apresentaram índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30kg/m².
A média do brasileiro é ainda pior. Dados do Ministério da Saúde mostram que 18,9% da população acima de 18 anos nas capitais brasileiras é obesa. O percentual é 60,2% maior que o obtido na primeira vez que o trabalho foi realizado, em 2006, quando essa parcela era de 11,8%.
Em todo o mundo, a obesidade é uma das principais causas de morte e está relacionada a uma variedade de comorbidades. Além disso, a obesidade pode resultar em até 30% mais gastos com saúde do que em pacientes não obesos. Embora exista uma ampla literatura médico-econômica sobre os custos da obesidade, há poucas descrições na literatura sobre a utilização específica de recursos do Pronto-Socorro (PS).
Sendo assim, o trabalho “Obesity and emergency care in the French CONSTANCES cohort” (Obesidade e atendimento de emergência numa coorte populacional) publicado na 22º edição do Boletim Científico avaliou e comparou as taxas de visitas de emergência da população obesa (Índice de Massa Corporal - IMC ≥ 30kg/m²) em relação aos participantes com peso normal, levando em consideração comorbidades e situações socioeconômicas.
Utilizou-se uma coorte epidemiológica francesa denominada “CONSTANCES”, uma amostra aleatoriamente selecionada de adultos franceses. Foram incluídos 21.035 participantes com peso normal e 5.003 obesos. O estudo concluiu que os participantes obesos visitaram o pronto-socorro com mais frequência do que os participantes com peso normal com uma taxa de 30,5% contra 26,7% entre os homens e 30,3% ante 24,4% entre as mulheres.
Portanto, pode-se, de fato, apontar uma relação direta entre a obesidade e a utilização de recursos de cuidados de emergência, aumentando ainda mais em casos de obesidade severa. Sendo assim, esse aumento da população obesa no Brasil de 60,2% em 12 anos impacta diretamente nos desafios dos setores de saúde, que já buscam alternativas para lidar com a maior longevidade e, consequentemente, aumento de comorbidades da população, entre outros fatores.
Má alimentação, pouca atividade física e sedentarismo são fatores determinantes para excesso de peso e obesidade, em conjunto com outros hábitos de vida e consumo. Portanto, é cada vez mais clara a necessidade de políticas e ações voltadas para maior conscientização de diferentes populações sobre as consequências do estilo de vida.
Confira a última edição do Boletim Científico na íntegra.