Na última quinta-feira (7), realizamos o Seminário "Qualidade e Eficiência na Saúde" que contou com a participação de palestrantes de renome nacional e internacional, além de debate com formadores de opinião e tomadores de decisões na área da saúde. Um dos destaques do evento foi a palestra “Mensuração e Melhoria da Qualidade Assistencial na Saúde” com a Doutora em Medicina Preventiva Ana Maria Malik, da Fundação Getúlio Vargas.
Segundo a professora, um dos entraves na promoção da saúde brasileira é a falta de diálogo e do alinhamento de interesses entre os diferentes agentes do setor. “Nem todos os stakeholders que atuam na área tem os mesmos objetivos em prol da saúde. Ainda falta diálogo e envolvimento em comum de líderes políticos e comunitários, usuários dos serviços e seus defensores, prestadores, reguladores, representantes dos trabalhadores da saúde e os demais elos da cadeia”, aponta Malik.
Ana Maria apontou como o avanço no diálogo entre estes diferentes agentes podem garantir a promoção e prevenção da saúde. Não é simples coincidência que tivemos entre os vencedores do VII Prêmio IESS um trabalho que mostra a experiência em atenção primária na saúde suplementar na cidade de Belo Horizonte. “Já falamos em atenção primária há alguns anos. Estas ações, como do trabalho premiado, mostram que algumas medidas estão sendo tomadas. Não adianta apenas falar da atenção primária, precisamos colocar em prática e fazer redes efetivas de saúde”, aponta Ana Maria. “É prevenção e promoção da Saúde que precisamos. Não apenas lidar com a doença”, continua.
“A cada vez que leio um novo trabalho sobre o tema, fico cada vez mais surpresa com a quantidade de desperdícios em toda a cadeia da saúde suplementar. No Brasil, usa-se os diferentes recursos de modo exagerado ou com pouca efetividade”, comenta ao citar outro tema latente nas preocupações do IESS, sobre os excessos e as fraudes na saúde brasileira
Segundo a especialista, não dá para optar: objetivos em saúde estão juntos com objetivos da qualidade. E isto passa por uma série de fatores, como melhorar o acesso e a qualidade dos serviços para diferentes populações, diminuir a mortalidade relacionada a evento adverso prevenível, aumentar acesso ao diagnóstico e tratamento precoce de câncer, garantir continuidade dos cuidados em saúde e outras etapas.
A professora ainda afirma que muitas mudanças e atitudes inovadoras existem também dentro do Brasil para a melhoria da qualidade assistencial, mas ainda há muito receio por parte dos gestores em toda a cadeia para compartilhar estes resultados. “Acredito que o Brasil pode, sabe e tem experiências com sucesso efetivo. É necessário aprender e conseguir replicar estas estratégias”, conclui.
Continuaremos a repercutir o Seminário "Qualidade e Eficiência na Saúde" nos próximos dias. Fique por dentro.
Amanhã (26/10), a partir das 13h50, iremos debater alguns dos assuntos mais críticos para o futuro da saúde suplementar no Seminário IESS, durante o Healthcare Innovation Show (HIS), no São Paulo Expo.
Se você se interessa por questões como envelhecimento da força de trabalho, uso de Big Data na Saúde, terapias de precisão e desospitalização, não perca essa chance de conversar com alguns dos maiores especialistas, nacionais e internacionais, no assunto. Aproveite o desconto especial do IESS para fazer sua inscrição. Mas atenção restam pouquíssimas vagas.
Se você não vai conseguir participar desse debate único, pode acompanhar nossa cobertura nas mídias sociais (Facebook). E Não deixe de ler, aqui no Blog, nossa avaliação do debate na quinta-feira.
Confira a programação completa:
13h50 – Envelhecimento da força de trabalho
Vonda Wright, diretora Médica da UPMC Lemieux Sports Complex
14h20 – Uso do Big Data e das informações para promover cuidados integrados
Márcio Landi, diretor de Finanças e Inteligência de Mercado da Orizon
Daniel Greca, diretor de Healthcare da KPMG
Luiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do IESS
Fernanda Mussolino, diretora da Moka Info
15h35 – Intervalo
16h15 - Terapia de precisão na era da imuno-oncologia
Dr. Stephen Stefani, oncologista e preceptor da Residência Médica do Hospital do Câncer Mãe de Deus (HCMD)
16h45 – Desospitalização: cuidados integrados do paciente para uma assistência qualificada e sustentável
Euro Palomba, CEO da Global Care Health Solutions
Mauro Figueiredo, CEO da DaVita Health International
Roberto Tolomei, CEO da Dealmed Condo-Hospitals
Nicolas Toth Jr., diretor geral da Healthways Brasil & América Latina
Ana Maria Malik, coordenadora do Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da FGV-EAESP/GVsaúde
Divulgamos ontem o destaque na área de “Economia&Gestão” do 19º Boletim Científico que trata as consequências das repetidas e prolongadas hospitalizações de idosos no bem-estar do paciente e no sistema de saúde. Hoje, falaremos mais sobre o destaque da seção “Saúde&Tecnologia” da edição recente do boletim que também aborda um tema semelhante: os excessos na saúde.
O trabalho “Evidence for overuse of medical services around the world” (Evidência de uso excessivo de serviços médicos em todo o mundo) analisa os problemas e consequências destes excessos por meio de cinco revisões sistemáticas, pesquisa e revisão de literatura científica. O estudo aponta que o uso excessivo de serviços médicos é generalizado em todo o mundo e há fortes indícios de continuará a aumentar. Este abuso aparece para diversos setores e vão desde o uso de medicamentos até exames como ultrassonografia, endoscopia, colonoscopia e outros. Segundo o artigo, o consumo global de antibióticos cresceu 36% entre 2000 e 2010, principalmente nas economias emergentes como Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul (que representaram 76% desse aumento). Só na Coréia do Sul, o abuso de realizações de ultrassonografia causou aumento de 15 vezes na incidência de câncer de tireoide.
Só nos EUA, as estimativas mais conservadoras na medição direta de serviços individuais apontam que de 6% a 8% do total de gastos com cuidados de saúde são com cuidados desnecessários. Já os estudos de variação geográfica indicam que a proporção de gastos do Medicare (sistema de seguros de saúde gerido pelo governo para a população idosa) com o uso excessivo é mais próxima de 29%. Em 2013, US$ 270 bilhões em cuidados poderiam ser definidos como uso excessivo nos EUA. O trabalho aponta ainda que, em todo o mundo, o uso excessivo de serviços saúde pode responder por 89% dos atendimentos em todo o mundo.
Ou seja, além de gerar prejuízos e ameaçar a sustentabilidade dos setores de saúde, esses excessos podem causar danos e complicações aos pacientes (física, psicológica e financeiramente). Sendo assim, há um grande desafio pela frente: identificar e medir o uso excessivo com evidências sólidas para diferentes populações e serviços. Assim, existe uma necessidade clara de uma agenda de pesquisa para desenvolver essas evidências e, portanto, os médicos e os decisores políticos devem entender o uso excessivo e agir para reduzir isto.
Acabamos de divulgar a 19º edição do “Boletim Científico IESS”, voltado para pesquisadores acadêmicos e gestores da área de saúde. A nova publicação traz os principais estudos científicos, nacionais e internacionais, publicados no terceiro bimestre deste ano sobre saúde, tecnologia, economia e gestão no setor de saúde suplementar.
O objetivo é apresentar atualizações, casos e ferramentas para auxiliar pesquisadores e gestores da saúde suplementar sobre os principais estudos publicados no bimestre. A nova edição traz estudos sobre hospitalização em idosos, avaliação de tecnologias em saúde de hospitais brasileiros e uso dos serviços de plano de saúde odontológico na Austrália, entre outros.
Entre eles, os destaques são “Hospitalização em idosos: associação com multimorbidade, atenção básica e plano de saúde”, que mostra as consequências negativas das repetidas hospitalizações em pacientes com esse perfil, na seção de Economia&Gestão; e, em Saúde&Tecnologia, o estudo “Evidência de uso excessivo de serviços médicos em todo o mundo”, aponta os efeitos negativos que o uso indiscriminado de certos serviços de saúde podem causar.
Nos próximos dias, aqui no blog, vamos publicar posts analisando esses e outros destaques dessa edição.
Um dos temas mais comuns no debate de saúde brasileiro é o impacto do envelhecimento da população sobre o sistema de saúde, como já apontamos aqui. Este ciclo de mudança demográfica pelo qual o País passa, caracteriza-se como uma grande possibilidade de evolução na saúde suplementar, alertando sobre as necessidades dos idosos hoje e do futuro, além das oportunidades de educação e promoção da saúde.
Este também é o tema do trabalho vencedor do 1º lugar na categoria “Economia” do VI Prêmio IESS: "Idosos da Região Sudeste: fatores que influenciam a posse de plano de saúde privado e implicações para as políticas públicas", de Rosana Vieira das Neves. Fundamental neste momento de mudanças, o trabalho analisa os fatores que mais influenciam a probabilidade de pessoas com 60 anos ou mais terem plano de saúde e destaca que a presença de morbidades entre idosos é o fator que mais aumenta a chance de idosos possuírem planos de saúde. Além disso, a pesquisa mostra que idosos com renda mensal domiciliar per capita superior a quatro salários mínimos têm entre 65% e 52% de chance de possuírem plano privado.
Conversamos com Rosana sobre seu trabalho e o processo de envelhecimento nacional. Confira e não deixe de inscrever gratuitamente, até 15 de outubro, seu trabalho de conclusão de curso de pós-graduação (especialização, MBA, mestrado ou doutorado) com foco em saúde suplementar nas áreas de Economia, Direito e Promoção de Saúde, Qualidade de Vida e Gestão em Saúde. Veja o regulamento completo.
Os dois melhores de cada categoria receberão prêmios de R$ 10 mil e R$ 5 mil, respectivamente, além de certificados, que serão entregues em cerimônia de premiação em dezembro deste ano.
BLOG DO IESS – O que te levou a este tema?
Rosana Vieira das Neves – O acelerado processo de transição demográfica brasileiro gerará um novo perfil de demandas para os sistemas de saúde, com impactos na maior utilização dos serviços de saúde.
BLOG – Como seu trabalho se situa entre as necessidades de alternativas e mudança de postura com esta mudança demográfica?
Rosana – Na saúde suplementar, é necessário rever a regulamentação para ofertar alternativas de permanência dos idosos nos planos de saúde após a aposentadoria, seja pela participação do empregador ou pela oferta de planos individuais. Os preços elevados para idosos são fatores que podem impossibilitar a permanência destes nos planos de saúde. A coparticipação financeira pode arrefecer os preços. Por este motivo, a renda (e a boa condição socioeconômica) são fundamentais para manutenção do plano na velhice.
BLOG – Como avalia as políticas públicas para os idosos existentes hoje?
Rosana – As políticas públicas voltadas para idosos devem considerar também que o conjunto de pessoas que envelhecerão e estarão em situação de extrema vulnerabilidade. A idade avançada traz consigo maior necessidade em saúde. Justamente no momento de inatividade, quando a renda cai, e pode ser ainda menor frente à baixa escolaridade dos idosos.
Com o cenário do envelhecimento populacional, é importante estabelecer metas na implementação das políticas públicas para melhorar a saúde do idoso; adotar medidas preventivas para minimizar os fatores de risco (tabagismo, sedentarismo, consumo de álcool e alimentação não saudável) para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis; dar o tratamento adequado à pessoa idosa de acordo com sua classificação de risco; e promover educação em gerontologia, conforme preconiza a PNSPI (Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa).
BLOG – Como avalia a recepção do Prêmio IESS na sua área de atuação?
Rosana – Sem dúvida o Prêmio IESS é um diferencial no currículo e valoriza o trabalho realizado, despertando a curiosidade dos pares. Ao participar da cerimônia de premiação, tomei conhecimento de diversas pesquisas que despertaram meu interesse, e que, talvez, não tomasse conhecimento pesquisando em sites de busca acadêmicos.
A pesquisa “Efficiency and optimal size of hospitals: results of a systematic search” (“Eficiência e tamanho ótimo dos hospitais: resultados de uma pesquisa sistemática”), publicada no 18º Boletim Científico, analisa a relação entre o tamanho dos hospitais, seus custos e resultados clínicos, numa tentativa de determinar o tamanho produtivo ótimo dos hospitais com base em sua eficiência.
O estudo fez uma revisão sistemática de 45 anos de pesquisas em publicações de revistas cientificas, levando em conta a eficiência de escala e o tamanho ótimo no setor hospitalar para identificar lacunas e propor observações para o futuro.
Os resultados da análise apoiam a política de expansão de hospitais maiores e a restruturação e fechamento de pequenos. A maioria das pesquisas feitas nos Estados Unidos e Reino Unido relata constatações consistentes de economia de escala para hospitais com 200 a 300 leitos.
Outras questões a se levar em conta na busca por mais eficiência nos hospitais são os eventos adversos e a transparência. Questões que já abordamos aqui no Blog.
Você acredita que o plano de saúde deveria cobrar mais barato de quem tem hábitos de vida saudáveis? No total, 837 pessoas responderam nossa última enquete nas redes sociais e a resposta da maioria (62,8%) foi “Sim”.
O resultado foi similar ao encontrado na pesquisa IESS/Ibope, que que revelou que 74% dos brasileiros acreditam que quem tem hábitos saudáveis deveria pagar mensalidades de plano de saúde mais baratas.
Claro, nossa enquete é apenas uma ferramenta de interação, que não tem o mesmo peso de uma pesquisa com metodologia bem desenhada como a pesquisa IESS/Ibope. Dos 837 votos únicos (consideramos apenas um voto por usuário, independentemente de quantas vezes você votou) 526 votaram “Sim” e 311 (37,2%), “Não”.
Obrigado a todos que participaram! Nos próximos dias, iremos apresentar um post com nossa analise sobre o tema.
O Grupo de Economia da Infraestrutura & Soluções Ambientais, da FGV, irá promover, nesta quinta-feira (20/4), das 11h às 12h30, o debate "Planos de saúde: desafios para uma boa regulação". O encontro visa debater como o setor da saúde suplementar pode adotar melhores práticas visando o aperfeiçoamento dos serviços, um debate que consideramos fundamental para o aperfeiçoamento do setor.
O evento acontece na Sala FGV Nove de Julho da Fundação Getúlio Vargas, localizada na Av. Nove de Julho, 2029, Bela Vista, em São Paulo.
Se você também se interessa por este assunto, aproveite e inscreva-se agora para participar do debate.
O evento será transmitido online no YouTube.
Se você não pode acompanhar o Seminário Internacional "Indicadores de qualidade e segurança do paciente na prestação de serviços na saúde", que realizamos em 26 de outubro no Hotel Renaissance, em São Paulo, mas gostaria de ver as palestras do evento, essa é sua chance.
Além de fotos, palestras e dos estudos divulgado na ocasião, agora acrescentamos os vídeos com as apresentações dos palestrantes e os debates à página do evento. Se preferir, você também pode acessar diretamente pela lista abaixo:
Abertura – Luiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do IESS
Se você não pode acompanhar o Seminário "Tecnologia na Saúde Suplementar", que realizamos durante o Hospital Innovation Show, em 31 de agosto, essa é sua chance.
Além de fotos e palestras, agora acrescentamos os vídeos com as apresentações dos palestrantes e os debates à página do evento. Se preferir, você também pode acessar diretamente pela lista abaixo:
Debate 1 – Como as novas tecnologias impactam os custos da saúde no Brasil
Debate 2 – O uso de novas tecnologias para tornar a gestão da saúde mais eficiente
Debate 3 – Análise de boas práticas internacionais na adoção de novas tecnologias em saúde