Acelera o ritmo de queda do número de cesáreas entre as beneficiárias de planos de saúde. Os dados fazem parte da publicação “Análise da assistência à saúde da mulher na saúde suplementar brasileira entre 2014 e 2019”, que acabamos de publicar. De acordo com o estudo, houve queda de 12% na taxa de cesarianas e aumento de 5,6% na quantidade de partos normais no período analisado.
Segundo estudo de 2018 da Universidade de Gante, na Bélgica, publicado na revista Lancet, a América Latina é a região com maior número de cesáreas no mundo, com 44,3% dos nascimentos, e o Brasil é o segundo país que mais realiza esta cirurgia, atrás apenas da República Dominicana.
Claro que a decisão sobre o tipo de procedimento adotado no parto deve ser avaliada caso a caso pela mãe e a equipe médica de sua confiança. Entretanto, a saúde suplementar tem avançado em iniciativas que buscam melhorar a qualidade assistencial durante a gestação, o parto e o período neonatal. E esse debate tem avançado no que diz respeito aos novos modelos de remuneração dos obstetras, resgate do papel essencial das enfermeiras nos partos de baixo risco e mudança de mentalidade em toda a cadeia.
No intervalo analisado em nosso estudo, o número de cesarianas foi de 466 mil em 2014 para 410 mil em 2019, uma queda de 12%. No mesmo período, o número de partos normais avançou de 78 mil para 82 mil, crescimento de 5,6%. Vale lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera aceitável que 15% dos partos sejam feitos por cesárea. Contudo, os partos desse tipo respondem por 55% do total no país. Embora em queda, o número de cesáreas ainda é muito expressivo. O que reforça uma necessidade premente de campanhas de conscientização sobre os riscos e vantagens de cada procedimento.
Em 2015, a ANS instituiu o programa “Parto Adequado”, que busca reduzir o percentual de cesarianas desnecessárias. Nessa época, a taxa de partos normais no conjunto dos hospitais participantes era de cerca de 20%. Em sua terceira fase, a iniciativa evitou 20 mil cesarianas desnecessárias desde o lançamento.
A “Análise da assistência à saúde da mulher na saúde suplementar brasileira entre 2014 e 2019” também traz dados relativos ao câncer, partos e métodos contraceptivos.
Acesse aqui na íntegra. Seguiremos abordando os números da publicação.
Por conta da celebração do Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna e do Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher na última semana, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) reforçou suas ações do Movimento Parto Adequado, que já falamos por aqui em outras situações.
Importante medida para a ampliação da saúde de mães e bebês, a entidade busca aumentar a participação das operadoras de planos de saúde na ampliação desse procedimento, redução das taxas de mortes durante a gestação, o parto e o puerpério, garantindo, portanto, melhor promoção da saúde das mulheres.
Dentro das estratégias do programa – que falamos um pouco melhor aqui, lançou-se um Painel de Indicadores de Atenção Materna e Neonatal, que traz uma série de indicadores sobre o tema. Por meio dele, é possível verificar características da atenção prestada pelas operadoras de planos de saúde e por hospitais e maternidades privados. Pode ser acessado aqui.
Neste mesmo esforço, a ANS desenvolveu, em conjunto com o Hospital Israelita Albert Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), uma ferramenta que orienta práticas para redução da mortalidade materna, o Escore de Alerta Precoce para Detecção de Condições Ameaçadoras da Vida Materna para auxiliar na identificação das práticas assistenciais e nas oportunidades de melhorias da atenção materna e neonatal. Conheça aqui.
Vale lembrar, o risco de morte materna pós-parto é três vezes maior em cesarianas do que em outras modalidades, como apontam alguns estudos já analisados aqui no blog, principalmente em decorrência de hemorragia e complicações na anestesia.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), todos os dias cerca de 830 mulheres morrem por causas evitáveis relacionadas ao parto e à gestação no mundo. Os países em desenvolvimento possuem 99% dos casos de mortalidade materna. Por outro lado, esse procedimento é indicado quando se constata, por exemplo, que o cordão umbilical está enrolado no pescoço do bebê e diversos outros partos de risco.
Já mostramos também dados da prevalência da cesárea no Brasil por meio do Boletim Científico. Veja aqui. A OMS recomenda que apenas 15% dos partos sejam feitos por cesárea. Contudo, os partos desse tipo respondem por 55% do total no Brasil.
Defendemos que cada caso deve ser analisado separadamente e a decisão tem que ser tomada em conjunto pela paciente e seu médico de confiança.
No final do mês de novembro, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) lançou uma campanha para evitar a antecipação dos partos no fim de ano. Em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), “A hora do bebê: Pelo direito de nascer no tempo certo” busca incentivar o parto normal e conscientizar as futuras mães e toda a rede de atenção obstétrica sobre os riscos da realização de cesáreas sem indicação clínica.
A campanha vem em boa hora. Segundo os dados da ANS, há a redução de cesarianas no final do ano em função da antecipação dos nascimentos que ocorreriam na época das festas. No último ano, a média de cesarianas na semana de 24 a 31 de dezembro foi 20% menor do que a média semanal do ano. Já em 2016, houve diminuição de aproximadamente 40% no número de cesáreas realizadas no período de 24 a 31 de dezembro, comparado com a média semanal de cesarianas.
A agência reforça que há evidências científicas de que bebês nascidos de cesarianas são internados em UTI neonatal com mais frequência e o risco de morte da mãe e de complicações para o recém-nascido aumentam quando não há indicação clínica para essa modalidade de parto. Isso acontece porque, quando realizado antes das 39 semanas de gestação, pode não haver a maturação pulmonar do bebê.
Os responsáveis pelo programa Parto Adequado, da Agência Nacional de Saúde Suplementar, apontam que há uma cultura muito grande de agendamento de cesarianas por motivos não clínicos, o que aumenta ainda mais no período de festas de fim de ano e férias. Já falamos sobre o programa aqui que busca incentivar ainda mais o parto normal na rede particular de saúde. Já mostramos também que o risco de morte materna pós-parto é três vezes maior em cesarianas quando comparado a outras modalidades de parto. A publicação “Cesariana e mortalidade materna pós-parto: um estudo de caso-controle de base populacional no Brasil” aponta que os principais riscos relacionados ao procedimento são mortes por hemorragia pós-parto e complicações na anestesia.
As diferentes ações buscam mudar o paradigma entre pacientes, profissionais de saúde e instituições com a revisão de diferentes protocolos. É importante reforçar que o debate do tema nas diferentes esferas é fundamental para que todos tenham condições de adotar as práticas mais seguras na redução de riscos tanto ao longo da gravidez, no parto ou logo após o nascimento da criança.
Claro que cada caso tem suas especificidades e o que deve prevalecer é a decisão tomada entre a mãe e o médico, sempre visando a segurança ao longo de todo o período. Veja a matéria da Agência Brasil sobre o tema.
Importante medida para a ampliação da saúde de mães e bebês, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) busca incentivar ainda mais o parto normal na rede particular de saúde. Por meio do programa Parto Adequado, a entidade quer aumentar a participação das operadoras de planos de saúde na promoção desse procedimento.
Com 127 hospitais e 62 das operadoras engajados no projeto, o órgão visa orientar médicos e gestantes sobre a escolha do modelo ideal de parto e reduzir as taxas de cesárias em toda a rede.
Desde o ano passado, quando foi implementada a segunda fase do programa, o número de partos normais cresceu 6,3% entre as mulheres dos 127 hospitais participantes do projeto. O percentual para esse tipo de procedimento já chega aos 47% nessas entidades.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cesárea seria o método mais indicado para cerca de 15% dos partos. No entanto, novas publicações apontam que um patamar entre 20% e 25% pode ser razoável, como mostra a matéria publicada pela Agência Brasil.
Como já mostramos, o risco de morte materna pós-parto é três vezes maior em cesarianas quando comparado a outras modalidades de parto. A publicação “Cesariana e mortalidade materna pós-parto: um estudo de caso-controle de base populacional no Brasil” aponta que os principais riscos relacionados ao procedimento são mortes por hemorragia pós-parto e complicações na anestesia.
O programa Parto Adequado visa, portanto, mudar o paradigma entre os profissionais de saúde com uma revisão dos protocolos para aumentar a confiança no parto normal já que, muitas vezes, o próprio sistema de saúde impulsiona a preferência pela cesárea. Importante dizer que cada caso tem suas particularidades e que prevalecer a decisão tomada entre a gestante e o médico, sempre visando a segurança do bebê e da mãe.