Cerca de dois anos e meio depois do início da pandemia da Covid-19, o mundo conquistou avanços importantes, o principal deles, a descoberta da vacina. No entanto, ainda permanecem os desafios ao sistema de saúde e à comunidade científica para resolver algumas questões, como por exemplo, os casos pós infecção da doença, que, segundo estudos, podem se estender até 24 meses.
O assunto foi tratado em webinar promovido pelo IESS com a presença de especialistas – relembre. Durante o encontro, Mirelle Oliveira Saes, professora de Anatomia Humana da FURG e coordenadora do estudo SulCovid, lembrou que o Coronavírus é muito agressivo, altamente transmissível (três vezes mais que um vírus de gripe), muito mais grave e letal. Além disso, não está restrito ao sistema respiratório, cujas consequências podem se estender até 24 meses após a infecção.
“As células do sistema nervoso têm grande capacidade de infecção. Hoje encontramos artigos e muitos estudos relatando a permanência de sintomas residuais após 12 meses ou até 24 meses da infecção, conforme mostra um estudo dinamarquês”, afirma Mirelle, reforçando que há casos de pessoas com sintomas de longa duração, entre eles perda de memória e de atenção.
Estudo IESS
Durante o webinar “Efeitos da Pandemia: Desafios de Serviços de Saúde Pós-Covid-19”, o IESS apresentou a Análise Especial Pós-Covid-19, que traça o registro de sintomas a longo prazo, após a infecção pela Covid-19.
Entre outras informações, os dados revelam que existem 55 doenças associadas ao Coronavírus. Dentre elas, as cinco mais comuns são a fadiga (58%), dor de cabeça (44%), distúrbio de atenção (27%), queda de cabelo (25%) e dispneia (24%). Além de evidenciar os sintomas mais registrados após a recuperação, o estudo também destaca a importância da reabilitação após a recuperação dos pacientes.
A pandemia de coronavírus levou milhares de pessoas a trabalharem remotamente para impedir a propagação da doença. Os consumidores também mudaram seu comportamento de compra realizando em maior quantidade via online. Assim, a pandemia ajudou a acelerar o desenvolvimento da infraestrutura digital em muitos setores. O setor de saúde suplementar não foi uma exceção.
Na era digital, muitos hospitais e prestadores de cuidados buscaram ativamente inovações para serviços sem contato e processos operacionais para melhorar a produtividade e a agilidade organizacional. Alterações que surtiram efeitos positivos e podem ser observadas na recente pesquisa de opinião do IESS/Vox Populi, com beneficiários e não beneficiários de planos de saúde no Brasil, durante esse período.
Um artigo publicado na primeira edição de 2022 do Boletim Científico do IESS também cita a celeridade da saúde digital durante a pandemia de Covid-19. O informativo mostra que os serviços de saúde nos EUA, por exemplo, deram um grande passo – cerca de 10 anos –, em desenvolvimento durante a pandemia.
Para além do escopo tradicional da telemedicina, em atividade desde a década de 1990 e amplamente praticada durante a pandemia, o estudo aborda o surgimento de oportunidades e desafios para instituições de saúde, formuladores de políticas e consumidores em relação à implementação de serviços sem contato na era pós-COVID-19. Entre as novidades estão as aplicações de tecnologias avançadas de informação e comunicação, como inteligência artificial, big data, impressão 3D, realidade virtual e aumentada, sensores, robôs inteligentes, drones, dentre outros.
Os resultados do artigo indicavam, na era pós-COVID-19, o surgimento de um “novo normal” de serviços de saúde híbridos. Porém, embora alguns dos serviços sem contato praticados durante a pandemia possam ser revertidos para os tradicionais serviços presenciais, percebe-se que as grandes inovações em saúde, que se mostraram eficazes durante o período mais crítico da pandemia, podem continuar a serem aplicadas ou até avançadas para o período pós-pandemia, devido à aceleração dos desenvolvimentos tecnológicos.
A pandemia de Covid-19 impôs uma série de mudanças de ordem social e, principalmente, no âmbito da saúde. O mundo teve de se adaptar à nova realidade das relações pessoais, reforçando a importância do cuidado com o bem-estar da população. Medidas de higiene e distanciamento foram adotadas, novos modelos de trabalhos entraram em vigor e alguns impactos ainda serão sentidos pelos próximos anos. Por isso, o foco do XI Prêmio IESS é o indivíduo no centro das ações de saúde. O tema foi detalhado em um webinar com mediação de José Cechin, superintendente executivo do IESS – relembre .
O Prêmio IESS sempre premiou trabalhos que proponham soluções para o desenvolvimento da saúde suplementar. Nesta edição, a comissão julgadora vai avaliar, entre outros requisitos, temas envolvendo as mudanças na saúde causadas pelo coronavírus. Na categoria Economia, os trabalhos classificados podem tratar dos “impactos econômico-financeiros relacionados à pandemia de Covid-19”, por exemplo.
Já os projetos na área Jurídica, podem trazer análises sobre a “judicialização relacionada à pandemia de COVID-19”. O tema, inclusive, tem sido trabalhado pelo IESS nas Jornadas Jurídicas – saiba mais. Na categoria Promoção da Saúde, Qualidade de Vida e Gestão de Saúde, os trabalhos inscritos podem trazer “aspectos relacionados à pandemia de Covid-19”. No regulamento do XI Prêmio IESS você pode conferir todos os temas para a qualificação dos trabalhos. Clique aqui para acessar.
As inscrições para o XI Prêmio IESS são gratuitas e vão até 29 de outubro. Cada candidato pode aplicar apenas um trabalho – saiba como. Os vencedores de cada categoria receberão R$ 15 mil para os primeiros colocados e R$ 10 mil para aqueles que ocuparem a segunda posição. Assim como na edição anterior, os orientadores dos trabalhos vencedores também serão compensados financeiramente com R$ 3 mil.
A pandemia de Covid-19 gerou mudança no perfil de utilização dos planos de saúde. A pesquisa Vox Populi, realizada a pedido do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) e divulgada em abril de 2021, mostra que os beneficiários realizaram mais exames diagnósticos e menos consultas médicas nos 12 meses anteriores à entrevista, invertendo a tendência apresentada nas edições anteriores.
Enquanto em 2015, 2017 e 2019, a maior frequência de utilização dos planos era para consultas médicas, na edição 2021 o volume mais alto foi de exames diagnósticos. Isso reforça um cuidado em relação à contaminação por Covid-19 e ainda maior escolha por parte de pacientes de adiarem cirurgias eletivas em função do risco da pandemia. Na edição deste ano, 88% dos entrevistados realizaram exames, contra 78% da anterior. O percentual daqueles que tiveram consultas caiu de 86% em 2019 para 71% neste ano.
Em abril deste ano, o Vox Populi ouviu 3,2 mil pessoas (1,6 mil beneficiários e 1,6 mil não beneficiários) em oito regiões metropolitanas do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre, Brasília e Manaus). A íntegra da pesquisa você confere AQUI.
A última edição do Boletim Científico do IESS já está disponível e um tema em particular esteve presente em trabalhos destacados pela publicação: a Covid-19. Foco dos profissionais de saúde desde o começo de 2020, as consequências do novo Coronavírus tiveram impacto nos portadores de algumas doenças. Por essa razão, pesquisadores, médicos e cientistas focaram seus estudos em entender de que forma a pandemia influenciou determinados quadros clínicos.
Na primeira parte do material, dedicado aos temas que envolvem economia e saúde, um estudo é dedicado à redução do número de pacientes com Síndrome Coronariana Aguda (SCA) suspeita e confirmada durante os primeiros meses da pandemia. Os autores fizeram a análise de uma rede brasileira de hospitais privados com 16 unidades.
No levantamento, constatou-se que, a média de pacientes com suspeita de sintomas da SCA nos primeiros três meses da pandemia (março a maio de 2020), reduziu 42,1% em comparação aos 12 meses anteriores. Diminuiu 46,6% quando esses três meses iniciais foram comparados aos mesmos meses de 2019. O estudo ainda apontou que, neste intervalo, houve redução de 39,6% em relação a janeiro e fevereiro de 2020. A queda nos números indica que há possibilidades de pacientes graves não terem procurado os serviços de emergência devido ao isolamento social, o que pode ter resultado em óbito em ambiente doméstico.
Outro destaque sobre a Covid-19 apontado no Boletim Científico diz respeito à alta da mortalidade da doença para aqueles pacientes hospitalizados portadores de diabetes. A pesquisa refere-se aos dados de um plano de saúde brasileiro com dados compreendidos entre março e dezembro de 2020. Do total de pacientes internados com Covid-19, 12,4% eram diabéticos e a taxa de mortalidade para esse grupo ficou em 28,4%. O percentual de óbitos daqueles que não possuíam a comorbidade ficou em 18%. O estudo conclui que o diabetes aumenta o risco de mortes intra-hospitalar de pacientes com Covid-19.
Para acessar o Boletim Científico do IESS completo com esse e outros trabalhos, clique AQUI.
Pesquisa do Vox Populi realizada a pedido do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) mostra que 92% dos beneficiários de planos de saúde avaliaram como “muito bom” e “bom” o atendimento recebido para casos de Covid-19. Os dados refletem entrevistas realizadas em abril deste ano com 3,2 mil pessoas (1,6 mil beneficiários e 1,6 mil não beneficiários) em oito regiões metropolitanas do país. É a primeira pesquisa que levanta informações sobre atendimentos no período da pandemia.
O resultado é uma média dos números observados em todas as regiões metropolitanas pesquisadas. “A rapidez no atendimento e nos exames diagnósticos são as principais justificativas para a satisfação”, aponta José Cechin, superintendente executivo do IESS. “Vale lembrar que a maioria dos beneficiários afirma que o seu plano de saúde disponibilizou atendimento virtual, o tipo de atendimento mais citado e utilizado pelos entrevistados”, acrescenta. Entre os entrevistados, o atendimento recebido foi excelente, com 92% de avaliação positiva.
A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos porcentuais (p.p.) para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.
Já está disponível a edição 29 do Boletim Científico do IESS com uma síntese de publicações científicas veiculadas no 1º semestre de 2021. Essa é a primeira edição do ano e traz artigos relacionados à saúde suplementar que obtiveram destaque em periódicos acadêmicos no Brasil e no mundo com temas ligados à tecnologia, economia e gestão.
O propósito do Boletim Científico é trazer mais clareza a pesquisas e estudos de forma a torná-los mais acessíveis. A linguagem, mais objetiva, busca uma aproximação maior com o cotidiano dos leitores.
O conteúdo é dividido em dois macrotemas. A primeira parte é dedicada aos estudos que relacionam a saúde com economia. Nesta seção, você encontra pesquisas sobre a redução do número de pacientes com síndrome coronariana aguda durante os primeiros meses da pandemia de Covid-19, a previsão de eficácia do prestador de atenção primária, a análise de pesquisa nacional sobre usuários de planos de saúde e programas alemães sobre a segunda opinião médica.
Na segunda parte, dedicada integralmente à saúde, os temas dos estudos são: mortalidade mais alta por Covid-19 em pacientes diabéticos, as mudanças no padrão de uso dos serviços de saúde no Brasil e a promoção de hábitos alimentares saudáveis.
Para acessar o Boletim Científico na íntegra, clique AQUI.
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29º Boletim Científico
A segunda edição do Boletim Científico IESS de 202...Sempre atento em trazer novas discussões sobre Saúde Suplementar no país, o IESS promoveu webinar para falar sobre Atenção Primária à Saúde (APS) especialmente em um cenário em que a pandemia de Covid-19 alterou a rotina de muitas operadoras. O objetivo da transmissão foi trazer tendências observadas em APS dentro desse contexto e qual o papel que ela terá nos pacientes que se recuperaram da doença.
A APS reassumiu um papel importante na coordenação de cuidados, propondo uma atenção personalizada de atendimento. Uma equipe multidisciplinar é responsável por orientar e avaliar o paciente, evitando consultas, exames e a presença desnecessária em Pronto Socorro. O objetivo é focar na prevenção e, com isso, aumentar a qualidade de vida.
Participaram do encontro Renata Maria de Oliveira Costa, diretora do departamento de Saúde da Família da Secretaria de Atenção Primária em Saúde do Ministério da Saúde, Patrícia Pena, Diretora Técnica de Saúde do PASA (Vale) e Alberto Ogata, Pesquisador do Centro de Pesquisa em Administração em Saúde da FGV EAESP e Doutor em Saúde Coletiva. A mediação foi de José Cechin, superintendente executivo do IESS.
Ogata destacou que, nos Estados Unidos, 35% das consultas ambulatoriais são feitas na atenção primária, o que mostra que existe um grande espaço para avançar com esse modelo de atendimento. Para Renata, a pandemia revelou fragilidades nos sistemas de saúde em todo o mundo e os países que tradicionalmente trabalhavam com atenção primária conseguiram superar melhor esse momento. Ela acredita que, entretanto, os resultados são percebidos a longo prazo.
Já para Patrícia, a atenção primária é tudo de melhor que pode acontecer para o paciente. “O desafio é fazer essa mudança cultural em que os trabalhadores ou pacientes deixem de ser apenas empregados expostos a riscos e passem a ser vistos como alguém com melhor capacidade de produção quando se está bem assistido”. Ela pontua que a Covid fez com que as empresas olhassem para os funcionários com mais atenção, principalmente por conta dos grupos de risco, um cuidado individualizado que é parte da APS.
Assista na íntegra abaixo: