Na última semana, divulgamos a mais recente edição da NAB, que mostra os números de beneficiários de planos de saúde entre os meses de novembro de 2016 e o mesmo mês de 2017. Como uma tendência ao longo do último ano do boletim, o mercado de planos exclusivamente odontológicos segue como destaque positivo na saúde suplementar brasileira.
Os dados mostram que, no período de 12 meses, houve um crescimento de 1,5 milhão no total de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos em todo o país, representando uma variação de 6,9%. Já na variação de três meses, entre agosto e novembro de 2017, o aumento foi de 2,1%. Ou seja, aproximadamente 500 mil novos vínculos deste tipo de plano.
Repetindo a performance recente, a região Nordeste segue como destaque positivo entre os planos exclusivamente odontológicos. No período de 12 meses encerrados em novembro de 2017, a região foi a que apresentou maior crescimento proporcional, com a entrada de mais de 500 mil novos beneficiários, representando alta de 12,4%.
Já em números absolutos, a região Sudeste apresentou aumento de quase 800 mil beneficiários. Nessa região o destaque é o Estado de São Paulo, que apresentou aumento de 615.832 beneficiários no mesmo período, alta de 8,2% no período de 12 meses encerrado em novembro de 2017. Em todo o país, apenas Espírito Santo e Distrito Federal apresentaram queda no período analisado. No entanto, a variação é pouco relevante – 0,1% em ambos os casos, ou seja, 500 vínculos a menos em cada caso.
Como já apontamos, apesar de ter superado o 23 milhões de beneficiários no país, o segmento de planos exclusivamente odontológicos ainda conta com menos da metade do total de vínculos médico-hospitalares com uma taxa de cobertura de 11,1% no território nacional. Ou seja, ainda há muito espaço e margem para amadurecimento deste setor, que conta com custos mais “atraentes” do que o de planos médico-hospitalares e maior facilidade de acesso por parte da população.
Os números completos estão na última edição da NAB. Confira.
O total de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares recuou 1,1% nos 12 meses encerrados em novembro de 2017, encerrando o período com 47,3 milhões de vínculos de acordo com a Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), que acabamos de divulgar. Os números foram fortemente influenciados pela redução de postos de trabalho formal em novembro: saldo negativo de 12,3 mil de acordo com dados do Ministério do Trabalho. No período de 12 meses, foram encerrados 178,5 mil empregos formais.
Com a perda de mais de três milhões de beneficiários nos últimos anos, o setor de saúde suplementar deve demorar a se recuperar, e esse movimento só terá início com a retomada do crescimento de empregos com carteira assinada, especialmente nos grandes centros urbanos. Contudo, em novembro do ano passado, os planos coletivos empresariais (contratados pelas empresas) representavam 66,8% do total de vínculos médico-hospitalares no País.
Apesar dos resultados negativos, a última NAB aponta que o Sul do País viu o total de vínculos com planos médico-hospitalares ter uma leve variação positiva de 0,2%, com aumento de 13,8 mil beneficiários nos 12 meses encerrados em novembro de 2017. No mesmo período, a região registrou aumento de 15,2 mil postos de trabalho formal, com destaque para contratações nos setores de comércio e serviços. O que comprova a relevância da geração de postos formais para o reaquecimento do mercado de saúde suplementar.
Nos próximos dias iremos analisar os demais números da NAB. Acompanhe.
Temos divulgado periodicamente sobre o crescimento do número de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos no Brasil. Este aumento mostra que o brasileiro tem se preocupado cada vez mais com sua saúde bucal, mas ainda há muito o que melhorar neste aspecto, como já dissemos aqui. Apenas 11% da população brasileira tem acesso aos planos exclusivamente odontológicos, ou seja, ainda há um grande campo para expansão.
Neste mesmo tema, o artigo “Dental insurance, service use and health outcomes in Australia: a systematic review” (Plano de saúde odontológico, uso dos serviços e seus desfechos de saúde na Austrália: revisão sistemática da literatura), publicado na 19º edição do Boletim Científico verificou a qualidade da saúde bucal dos beneficiários por meio de revisão de 36 publicações. A análise do caso australiano pode auxiliar nas tomadas de decisão no âmbito brasileiro por se tratar de sistemas semelhantes.
Naquele país, o Seguro de Saúde Privado (Private Health Insurance - PHI) desempenha um papel fundamental no financiamento do atendimento odontológico no sistema de saúde. Entre 2012 e 2013, 12% de todos os gastos com serviços odontológicos foram de indivíduos com seguro privado. Bem como no caso nacional, a cobertura odontológica normalmente é fornecida em conjunto com a cobertura médico-hospitalar, porém, também é ofertado planos exclusivamente odontológicos. O seguro odontológico privado tem sido associado a níveis mais elevados de acesso aos cuidados dentários, com maior periodicidade no check-up e padrão dos serviços.
Como já esperado, a evidência consolidada mostrou que adultos que possuem planos odontológicos também tem mais acesso ao dentista. Segundo o estudo, os beneficiários destes planos possuem melhor gerenciamento no tratamento das doenças bucais e de resultados eficazes. No entanto, os autores não chegaram a resultados sólidos quando relacionados a saúde bucal dos pacientes. Fica, deste modo, o questionamento sobre a saúde bucal no caso brasileiro. Nosso TD 66 aponta que a população que não adere a um plano odontológico está mais propensa a descuidar da higiene bucal. O trabalho aponta que 4,2% das pessoas sem plano odontológico afirmaram escovar os dentes só uma vez ao dia, quase o dobro do grupo beneficiário de plano, representando 2,4%. Ainda nesta comparação da saúde bucal entre os dois grupos, a pesquisa aponta que 3,9% dos beneficiários apresentam perda total dos dentes, já para aqueles sem planos odontológicos o número é quase 10 pontos porcentuais maior: 13,4%
Os desafios para a saúde bucal ainda são vários no nosso caso. O debate e adesão aos planos tem aumentado, mas ainda há muito o que se avançar na conscientização e a adesão aos diferentes programas e serviços para a promoção de saúde bucal.
Conforme divulgamos recentemente, a nova edição da NAB aponta que o número de beneficiários de planos médico-hospitalares começou a apresentar sinais de reação no cenário nacional. Apesar de a pesquisa apontar rompimento de 624,6 mil vínculos com planos médico-hospitalares entre setembro de 2017 e o mesmo mês do ano passado, caiu o ritmo da retração. Para se ter uma ideia, no período analisado, houve queda de 1,3% no total de beneficiários contra 3,3% em outubro de 2016.
Os sinais desta reação podem ser vistos pelos números por Estado. Nos 12 meses encerrados em setembro de 2017, mais de um terço dos Estados brasileiros apresentou crescimento no número de beneficiários. Goiás, Ceará, Piauí, Sergipe, Acre, Amazonas, Tocantins, Paraná e Santa Catarina, são os estados que apresentaram crescimento. Destaque na região Norte, o Amazonas foi o Estado com o maior crescimento proporcional: aumento de 37,7 mil de beneficiários, ou seja, 7,5% em setembro de 2017 comparado com o mesmo mês do ano passado.
Além do Amazonas, outros dois estados do Norte apresentaram crescimento expressivo do total de beneficiários de planos médico-hospitalares nos 12 meses encerrados em setembro deste ano. No Acre, foram firmados 1,2 mil novos vínculos. O que representa um crescimento de 3%. Já no Tocantins, apesar de o crescimento ter sido proporcionalmente menor, 1,2%, o número de novos beneficiários foi ligeiramente maior: 1,4 mil.
Nos próximos dias, vamos apresentar os números das demais regiões de acordo os números da última edição da NAB nos próximos dias. Não perca.
A coparticipação em planos de saúde é uma das saídas que defendemos para trazer o beneficiário mais para perto da gestão do benefício e seus custos. Como já apontamos em diversas vezes aqui no Blog, por exemplo, ao apresentarmos os planos de saúde com poupança e franquia anual.
O assunto também é o foco do trabalho “Efeito da coparticipação no número de consultas médicas eletivas em modelos dinâmicos de contagem”, de Wescley de Freitas Barbosa, vencedor do 2º lugar na categoria Economia do VI Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar.
Confira, a seguir, nossa conversa com Barbosa e não deixe de inscrever gratuitamente, até 31 de outubro, seu trabalho de conclusão de curso de pós-graduação (especialização, MBA, mestrado ou doutorado) com foco em saúde suplementar nas áreas de Economia, Direito e Promoção de Saúde, Qualidade de Vida e Gestão em Saúde. Veja o regulamento completo.
Os dois melhores de cada categoria receberão prêmios de R$ 10 mil e R$ 5 mil, respectivamente, além de certificados, que serão entregues em cerimônia de premiação em dezembro deste ano.
Blog do IESS - O que te motivou a pesquisar este tema?
Wescley de Freitas Barbosa - A pesquisa teve como objetivo compreender os fatores que influenciam a quantidade de consultas médicas eletivas realizadas e assim contribuir para subsidiar as tomadas de decisões e a gestão do setor, pois a diferença na utilização entre serviços pode refletir em diversos fatores além dos custos como, por exemplo, o perfil dos usuários que as compõem. Ao identificarmos de forma mais precisa o efeito da taxa de coparticipação permitimos o melhor planejamento o que, em média, proporciona ganhos de eficiência para o setor e de satisfação para os usuários.
Blog - Você acredita que explorar a coparticipação nos planos de saúde seja uma alternativa para garantir a sustentabilidade do setor?
Barbosa – Acredito que a taxa de coparticipação torna os usuários cientes dos custos da utilização das consultas médicas e proporciona, consequentemente, ganhos de eficiência. Mais opções de planos com coparticipação poderiam colaborar para a sustentabilidade da saúde.
Blog - Como conheceu e como foi a participação no Prêmio IESS?
Barbosa - Conheci o prêmio IESS por meio da leitura de seus trabalhos técnicos-científicos. Passei a acompanhar suas publicações nas redes sociais e, posteriormente, fiquei sabendo da existência da premiação, que enxergo como uma grande oportunidade de visibilidade.
Blog - Em sua opinião, qual a importância do Prêmio no incentivo à pesquisa nacional?
Barbosa - Sem dúvida é de extrema importância tanto para promoção de novas pesquisas quanto para divulgação e reconhecimento das já existentes. Avalio que a participação de membros de organizações nacionais e internacionais no evento demonstra que a visibilidade dada aos trabalhos premiados é muito significativa.
Acabamos de publicar a nova edição do boletim Saúde Suplementar em Números, que mostra o crescimento de 1,8% no total de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares com 59 anos ou mais ao longo dos 12 meses encerrados em junho deste ano.
Por outro lado, no mesmo período, o total de vínculos com pessoas de até 18 anos recuou 2,4%; o grupo de beneficiários com idade entre 19 anos e 23 anos diminuiu 4,5%; e o de beneficiários com idade entre 24 anos e 28 anos caiu 6,3%.
Nos próximos dias, iremos analisar os dados aqui no Blog.
O estudo “Low-value medical services in the safety-net population” (“Serviços médicos de baixo valor para a saúde na população vulnerável”) publicado no 18º Boletim Científico, comparou o uso de serviços de saúde de alto e baixo valor por pessoas sem seguro de saúde, beneficiários do seguro público para pessoas de baixa renda (Medicaid) e pacientes com seguro saúde privado nos Estados Unidos.
Para os autores, os gastos em serviços médicos que geram baixo valor para a saúde podem consistir em custos desnecessários, sendo mais adequado priorizar os serviços que geram alto valor, especialmente quando se tem poucos recursos à disposição para financiar o setor. Portanto, sugerem que o governo e as empresas de seguridade privada devem dar mais atenção ao uso excessivo de serviços de baixo valor, tentar buscar o controle dos gastos e a melhoria da assistência médica.
Se você se interessa por estudos como esse, acompanhe, bimestralmente, o Boletim Científico IESS, que traz um resumo dos mais importantes estudos, nacionais e internacionais, com foco na saúde.
A pesquisa de “Avaliação dos Planos de Saúde” IESS/Ibope apresenta distintas características de beneficiários e não beneficiários de planos de saúde em relação aos cuidados da saúde, além de destacar a satisfação dos beneficiários com os planos de saúde médico-hospitalares e outras informações.
Um dos dados apontados na pesquisa é de que beneficiários de planos de saúde possuem hábitos mais saudáveis e tendem a cuidar melhor de sua saúde com a realização de consultas e exames com maior frequência do que os demais brasileiros, conforme mostramos aqui no blog.
Ainda sobre esta questão, um dos dados mais surpreendentes da pesquisa diz respeito à saúde do homem. No grupo de beneficiários de planos de saúde, o percentual de homens que realizaram exames de próstata se manteve estável – 61% na pesquisa anterior (2015) e 62% na pesquisa atual, de 2017. Chama a atenção, entretanto, a diminuição da porcentagem de entrevistados, do grupo de não beneficiários, que dizem realizar exames de próstata: enquanto a pesquisa de 2015 apontou que 51% dos homens realizaram esses exames, os números recentes mostraram incidência de 38% dos respondentes, uma queda de 13 pontos porcentuais.
A pesquisa IESS/Ibope aponta que cerca de 42% dos beneficiários afirmaram usar o serviço de saúde para acompanhamento, por rotina ou prevenção, enquanto que essa frequência entre os não beneficiários foi de 25% em 2017. Pelos beneficiários terem uma frequência maior de exames de rotina ou prevenção, eles consequentemente apresentarão maior prevalência de exames de próstata. Segundo levantamento realizado pela SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) 51% dos homens com mais de 45 anos não foram ao médico recentemente. Já dados do Ministério da Saúde mostram que as consultas ao urologista são de 3 milhões anualmente, enquanto ao ginecologista chega a 20 milhões.
É importante lembrar que a realização de exames e consultas é fundamental para a prevenção de doenças e, ao mesmo tempo, contribui para a sustentabilidade do setor. Ações de prevenção e promoção da saúde ajudam a identificar enfermidades no seu estágio inicial e reduzem a necessidade de procedimentos mais complexos e emergenciais, muito mais caros e de maior risco para o paciente.
Acabamos de divulgar a Análise Especial “Caracterização dos beneficiários de alto custo assistencial - Um estudo de caso”. O trabalho inédito mostra que aproximadamente dois terços (66,5%) dos gastos assistenciais da operadora analisada são consumidos no atendimento de apenas 5% dos beneficiários de um plano de saúde.
O estudo foi feito com base nos gastos de uma operadora de autogestão com 76,1 mil beneficiários em 2015 e aponta alguns fatores para as principais despesas com a assistência neste grupo, como o envelhecimento, a prevalência de doenças crônicas e a frequência de internação de pacientes com multimorbidade.
Apesar dos números do estudo não corresponderem à totalidade do mercado de saúde suplementar, eles apontam para algumas preocupações necessárias. Falaremos melhor disso, aqui no blog, nos próximos dias. Não perca!
Temos apresentado, aqui no Blog, os níveis de satisfação dos beneficiários com seus planos médico-hospitalares em algumas das principais capitais do País (São Paulo, Recife, Porto Alegre e Rio de Janeiro), de acordo com a pesquisa IESS/Ibope. Hoje é a vez de Belo Horizonte.
Recife é a capital brasileira onde a satisfação dos beneficiários com os planos de saúde mais aumentou,: foram 15 pontos porcentuais (p.p.) entre os anos de 2015 e 2017, mas a capital mineira não fica muito atrás.
Em Belo Horizonte, 84% dos beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares declaram estar satisfeitos ou muito satisfeitos com seu plano, o mesmo porcentual registrado na capital pernambucana. Em relação ao resultado de 2015, houve um avanço de 14 p.p., já que antes 70% dos beneficiários locais se declaravam satisfeitos ou muito satisfeitos. Vale lembrar, a média nacional é de 80%.
Respaldando o ótimo resultado, 88% dos beneficiários belo-horizontinos afirmam que recomendariam (“com certeza” ou “provavelmente”) o plano que possuem para um amigo ou parente, resultado 10 p.p. superior ao da pesquisa anterior; e 91% declaram a intenção de (“com certeza” ou “provavelmente”) manter o plano atual, proporção 8 p.p. acima da encontrada em 2015.