Como prometemos, hoje vamos analisar melhor os resultados do estudo especial “Evolução da obesidade no Brasil” publicado na última sexta-feira (1°/7), aqui no blog.
O trabalho destaca que o total de brasileiros com Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 30 kg/m², e portanto considerados obesos, subiu de 11,8%, em 2006, para 17,9% em 2014. Sendo que a prevalência da doença é de apenas 8,5% para os brasileiros com idade entre 18 e 25 anos, mas tende a subir com o aumento da idade, chegando a 23,1% para aqueles que têm entre 55 anos e 64 anos.
O estudo também avaliou o avanço da obesidade nas capitais brasileiras e no Distrito Federal, e revelou que Campo Grande (MS) apresenta a maior prevalência da doença: 21,8%. Cuiabá (MT) e Belém (PA) aparecem logo em seguida, com 21,5% e 21,1% de sua população adulta apresentando IMC superior a 30 kg/m². Já Florianópolis (SC) é a capital com a menor proporção de obesos, apenas 14,3%. O vídeo a seguir apresenta a evolução da prevalência de obesidade nas capitais desde 2006 até 2014.O Distrito Federal foi o único local em que houve retração da prevalência de obesidade entre 2006 e 2014, contudo, a proporção de obesos voltou a crescer nos anos seguintes.
O documento analisou também a evolução da obesidade entre os beneficiários de planos de saúde e apontou alguns resultados que demandam mais reflexão. Por exemplo: de modo geral, a prevalência de obesidade é ligeiramente maior entre as mulheres (18,2%) do que entre os homens (17,6%); contudo, entre os beneficiários de planos de saúde, a proporção de homens obesos (18,5%) é maior do que a de mulheres (15,5%).
Há, ainda, outros dados interessantes. De acordo com números da OMS, o Brasil é o quarto país da América do Sul com a maior prevalência de obesos, atrás de Chile (27,8%), Uruguai (26,7%) e Argentina (26,3%). De acordo com a OMS, a prevalência de obesos no Brasil é de 20%. Também com base nos dados da OMS, as Ilhas Cook, na Oceania, são o país com a maior prevalência de obesos no mundo: 50,8%. Já na Índia, a população obesa é de apenas 4,9%.
A obesidade é considerada uma epidemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e está relacionada a problemas como hipertensão, intolerância à glicose, elevados níveis de lipídios (colesterol, hipertrigliceridemia isolada, tricliceris etc.), doenças cardiovasculares (como o acidente vascular cerebral), diabetes, osteoartrite e alguns tipos de câncer (endometrial, de mama e cólon). A obesidade pode, ainda, ser agravada por interações multifatoriais como o metabolismo, o meio de convívio, o estilo de vida e a genética.
A doença exige atenção cada vez maior e seu tratamento deve passar por uma reeducação além de poder envolver a utilização de drogas moderadoras de apetite, por exemplo, antes de chegar a realização da cirurgia bariátrica. Um recurso efetivo para combater a doença, mas como última opção, não como primeira. Mas isso já é assunto para um próximo post.