O total de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares diminuiu para todas as operadoras de planos de saúde, exceto as medicinas de grupo. De acordo com a última edição da NAB, o total de vínculos das operadoras de Medicina de Grupo apresentou alta de 2,7% na comparação entre os meses de março de 2017 e março de 2016. Com isso, essas empresas passaram a atender 17,6 milhões de beneficiários, 467 mil a mais do que no período anterior.
No período analisado, a NAB constatou queda de 2% no total de beneficiários, considerando todo o conjunto do mercado de operadoras de planos de saúde (seguradoras, medicinas de grupo, autogestões, cooperativas e filantrópicas). O que significa menos 978,2 mil vínculos. A retração foi fortemente puxada pelo resultado das seguradoras especializadas em saúde, que perderam 438 mil beneficiários, representando uma queda de 6,3% no período analisado.
Mesmo com a queda, as cooperativas ainda atendem a maior fatia dos beneficiários de planos médico-hospitalares: são 17,7 milhões de beneficiários. As medicinas de grupo respondem por 17,6 milhões de vínculos. As seguradoras especializadas em saúde atendem 6,5 milhões de beneficiários; as autogestões, 4,8 milhões; e as filantrópicas, 997 mil.
Um dos assuntos que mais discutimos são as maneiras de diminuir os custos do sistema de saúde sem diminuir a qualidade. Nesse sentido, o estudo “Quality and Safety in Health Care, Part VII - Lower Costs and Higher Quality”, publicado na 11º edição do Boletim Científico com o título "Qualidade e Segurança em saúde - Custos mais baixos e maior qualidade", elenca uma lista de medidas que podem gerar bons resultados.
Dentre elas, as principais são:
1.Ter melhores diretrizes clínicas – as decisões tomadas pelos médicos devem ser feitas de acordo com as melhores evidências científicas conhecidas;
2.Ter mais pesquisa de comparação de efetividade entre tecnologias (ATS);
3.Desenvolver um “sistema de aprendizagem em saúde” – uma nova informação em saúde deve ser rapidamente aprendida por pacientes e médicos e todos devem ter acesso a ela; e,
4.Reduzir erros e fraudes.
Se você se interessa por esse tema, não pode perder o “Seminário Incorporação de Tecnologias na Saúde Suplementar”, que iremos realizar no dia 31 de maio, a partir das 8h, no Hotel Hilton Rio de Janeiro (Av. Atlântica, 1020), para debater critérios de custo-efetividade na adoção de novas tecnologias. Confira a programação completa e inscreva-se gratuitamente, mas atenção, as vagas são limitadas!
Ontem, aqui no blog, falamos sobre a importância da adoção de novas tecnologias como um dos principais fatores de expansão de custos do setor. Especialmente porque faltam critérios de custo-efetividade para sua adoção e estudos de ATS. Hoje, contudo, temos um exemplo prático de como essas novas tecnologias podem ser benéficas para a saúde suplementar: os aplicativos de dispositivos móveis voltados à saúde.
O uso da tecnologia e o número de usuários que utilizam de dispositivos móveis para agendamento de consultas e exames médicos online, via aplicativos, só cresce no Brasil e no mundo. Mas como isso é importante para a saúde suplementar? Um dos benefícios é oferecer mais a agilidade aos usuários de planos de saúde, facilitando a relação dos beneficiários com a operadora. Há também aplicativos que podem ser empregadas para a auxiliar o paciente a ter mais cuidado com a própria saúde. Assunto que também já abordamos por aqui.
Todas essas possibilidades e funções acabam favorecendo não só o beneficiário de planos, mas sim toda a cadeia de saúde. As novas tecnologias oferecem inúmeras oportunidades para aprimorar os processos de atenção à saúde e, inclusive, garantir mais qualidade de vida às pessoas. Só precisamos aprender a separar aquelas que realmente são custo-efetivas das demais.
Ontem, apresentamos aqui no Blog, o avanço do número no total de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos. Aumento que correspondente a mais de 2 milhões de brasileiros, de acordo com a última edição da NAB. Hoje, apresentaremos os estados do País que não tiveram alta entre março de 2016 a março de 2017.
Das unidades federativas que apresentaram recuo no número de beneficiários, o Distrito Federal é responsável pela maior perda. A capital federal recuou 4%, o significa que 32.484 vínculos de planos odontológicos foram rompidos.
O Acre, vem logo em seguida. Apesar da perda ser de apenas 694 beneficiários de planos odontológicos, a taxa de queda é de 5,6%. É interessante perceber que o estado segue no rumo oposto aos demais, já que nos planos de saúde médico-hospitalares registrou aumento ao invés de perda, como a maioria.
Todos os outros estados tiveram avanço no número total de vínculos exclusivamente odontológicos.
Os planos exclusivamente odontológicos cresceram 7,7% entre março de 2017 e o mesmo mês do ano passado. Com o avanço, registrado na última edição da NAB, 22,5 milhões de brasileiros estão cobertos por planos odontológicos. Em março do ano passado esse número era de 20,5 milhões de beneficiários.
A região Nordeste do Brasil teve alta de 10,7% e segue sendo a região que, proporcionalmente, mais avança em usuários de planos exclusivamente odontológicos. O crescimento significa o acréscimo de 407 mil novos beneficiários. O Estado do Pernambuco se destacou com 126 mil novos vínculos, o maior aumento, em números absolutos, da região Nordeste. Contudo, o Estado do Maranhão, onde foram registrados 31,2 mil novos vínculos, apresentou o maior impulso: alta de 22,1%.
A região Norte do país também registrou avanço acima da média nacional. O crescimento de 8,1% corresponde a 78 mil novos beneficiários. Desse número, 65 mil se concentram no Pará e Amazonas. O Acre foi o único estado da região que registrou queda. Entre março de 2017 e o mesmo mês do ano anterior, o total de beneficiários no Estado recuou 5,6%, o que representa o rompimento de 694 vínculos.
O Sudeste foi a região que mais cresceu em números absolutos. Puxado pelo Estado de São Paulo, com 690 mil novos vínculos, a região somou 821 mil novos beneficiários em relação a março do ano passado. As regiões Sul e Centro-Oeste registraram o menor crescimento no período, avanço de 4,8% e 2,8% respectivamente.
Nos próximos dias apresentaremos os resultados dos Estados que mais se destacaram.
Semana passada falamos, aqui no Blog, sobre o total de beneficiários de planos médico-hospitalares que apresentou recuo de 2% no mês de março. Contudo, o resultado não foi negativo para todos os estados do País. Sete dos 27 entes federativos registraram mais vínculos do que no mesmo período do ano passado.
Dividindo o País nas cinco grandes regiões, o Norte foi a única a registrar aumento no total de vínculos. Resultado que se deve, principalmente, ao mercado de planos de saúde no Amazonas, onde foram firmados 32,3 mil novos vínculos entre março de 2017 e 2016, ou seja, um acréscimo de 6,3%.
Além do Amazonas, também na região Norte, outros 2 estados apresentaram crescimento: o Acre com 1,7 mil novos vínculos, ou seja, uma alta de 3,6%; e, o Tocantins, que cresceu 1,7%, o que equivale a 1,9 mil novos beneficiários de planos de saúde.
Fora da região Norte, o melhor resultado foi registado no Nordeste, onde no estado do Ceará firmou 29,1 mil novos vínculos, uma alta de 2,3%. O Piauí, com um crescimento de 1,4% ou 3,9 mil beneficiários de planos de saúde, e a Paraíba, que registrou alta de 0,7% ou 2,9 mil novos vínculos, também tiveram resultados positivos.
Ainda apresentou aumento no total de beneficiários o estado de Santa Catarina, na região Sul, com 14.711 mil novos vínculos firmados. Crescimento de 1%.
Nos próximos dias iremos apresentar os resultados dos planos exclusivamente odontológicos.
Quarta-feira passada (12/4), aqui no Blog, mostramos como são empregados os recursos advindos das contraprestações que os beneficiários pagam aos planos de saúde: De cada R$ 100, R$ 86,17 são gastos assistenciais com serviços médicos, R$ 11,23 são destinados para o pagamento de despesas administrativas (como tributos) e apenas R$ 2,60 ficam de resultado. Sendo que o valor médio das mensalidades dos planos em setembro de 2016 (o dado mais recente disponível) foi de R$201,63.
O que pretendemos ao mostrar esses números? Fazer uma defesa do setor? Longe disso, apenas jogar luz sobre os números e fomentar o debate sobre a sustentabilidade do setor as medidas que precisam ser tomadas para garanti-la. Principalmente frente ao constante aumento dos gastos assistenciais em patamares superiores aos dos reajustes das mensalidades (definidos pela ANS) ao longo de grandes períodos de tempo.
Mas apenas esses números podem não deixar clara a situação em que o setor se encontra hoje, então resolvemos fazer um exercício simples de projeção desses recursos para setembro de 2017. Não estamos projetando que estes serão os resultados do próximo período, é bom deixar claro, apenas tentando ilustrar a atual situação do setor e os desafios que precisam ser enfrentados para garantir sua sustentabilidade.
Para tanto, vamos considerar que o reajuste permitido pela ANS fosse idêntico ao do ano anterior: 13,57%. O que é bastante improvável. Com esse reajuste, a mensalidade média subiria para R$ 228,99.
Vamos aceitar, também, que a sinistralidade (o porcentual da contraprestação destinado para gastos assistenciais), até para facilitar o cálculo, do período seja de 85%. Portanto, inferior aos 86,17% registrados em setembro de 2016. Então, de cada mensalidade de R$228,99, R$ 194,64 seriam destinados ao pagamento de despesas assistenciais.
Contudo, ainda temos que considerar a variação dos custos médico-hospitalares, aferida pelo VCMH/IESS, que deve ter encerrado o ano entre 18% e 20%, como já apontamos aqui. Para esse exercício, vamos, então, considerar uma taxa de aumento dos custos médico-hospitalares de 18%. Vale destacar, a última vez que o VCMH apresentou uma variação inferior a este patamar foi em julho de 2015. Isso significa que os gastos assistenciais subiriam para R$ 229,68. Portanto, mais do que a operadora recebe dos beneficiários.
Além disso, há as despesas administrativas, que vamos manter congeladas em R$ 22,64. O que significaria que as operadoras não gastariam um centavo a mais com tributos (apesar do aumento de receita pelo reajuste das mensalidades) ou com o reajuste de salário de seus funcionários, entre outros fatores. Apenas, novamente, para simplificar o exercício proposto.
Qual seria então, o resultado dessa conta? Qual seria o resultado das operadoras?
Bem, de acordo com esses números, a cada R$ 100 recebidos, as operadoras gastariam R$ 9,89 com despesas administrativas, R$ 100,30 com despesas assistenciais e teriam um resultado negativo de R$ 10,19.
O que, obviamente, demonstra um risco à sustentabilidade do setor.
Há quase 16 milhões de beneficiários de planos de saúde que podem deduzir seus gastos com o plano na declaração do Imposto de Renda (IR). Você é um deles?
Atenção: você só pode deduzir os gastos com os planos de saúde realizados em 2016. Portanto, se você é um dos 9,4 milhões de beneficiários de planos individuais ou familiar ou um dos 6,5 milhões de beneficiários de planos coletivos por adesão (aqueles feitos por meio de entidade de classe) que mantiveram vínculos com operadora de plano de saúde ao longo do ano passado, você tem esse direito.
Sim, direito. É importante destacar que não há desoneração fiscal ou benesse do governo para subsidiar o setor. A dedução é um direito previsto no Código Tributário Brasileiro e garantido por lei, como bem explicou nosso diretor executivo, Luiz Augusto Carneiro, no artigo “O fim do mito da desoneração fiscal da saúde suplementar”, já apresentado aqui no Blog.
Vale lembrar, para exercer o direito a dedução, é preciso optar por fazer a declaração completa, e não a simplificada. Falta menos de um mês até o termino do prazo para a entrega da declaração IR. Se você ainda não declarou, aproveite essa dica. Se já declarou e não sabia disso, não se preocupe. Ainda há tempo para enviar a declaração retificadora.
A região Nordeste do Brasil foi aquela em que o total de planos de saúde exclusivamente odontológicos mais cresceu entre fevereiro de 2017 e o mesmo mês do ano passado. A alta de 9,3% significa um acréscimo de 359,9 mil novos beneficiários, de acordo com os dados da última NAB.
Dos quase 360 mil novos vínculos do Nordeste, mais da metade (56,2%) se concentram apenas em dois estados: Ceará, que adicionou 90,1 mil vínculos a sua base (alta de 12,3%); e Pernambuco, que registrou 112,3 mil novos beneficiários (alta de 14,8%).
Apesar do avanço expressivo, acima da média nacional (6,8%), o Nordeste não foi a região com o maior número de novos vínculos desse tipo. Esse “título” cabe ao Sudeste, onde foram adicionados 630,1 mil novos beneficiários a base regional. O impulso de 5,3% é inferior ao crescimento médio registrado no País ao longo do período analisado, mas a região concentra, sozinha, 12,6 milhões de vínculos com planos exclusivamente odontológicos, ou 56,5% dos 22,3 milhões de vínculos do País. Do avanço registrado na região, São Paulo responde por mais de 90%. O Estado somou 572,6 mil novos beneficiários a sua base. Um impulso de 8,2%.
A região Norte teve 67,6 mil novos vínculos. O que equivale a alta de 6,9%, também levemente acima da média nacional. Já o Sul e o Centro-Oeste apresentaram desenvolvimento mais modesto comparados as demais regiões.
No Sul, a alta foi de 3,9%. O que equivale a 83,7 mil novos vínculos. Já no Centro-Oeste o avanço foi de 1,8% ou 28,5 mil novos beneficiários.
A cirurgia bariátrica, como já temos apontado há algum tempo, não pode ser somente estética, já que há uma série de riscos relacionados ao procedimento.
Contudo, ao longo da última década, a quantidade de cirurgias desse tipo aumentou significativamente e já ultrapassa a marca de 88 mil cirurgias por ano apenas no Brasil. Como também já mostramos aqui no Blog.
O estudo "Aggressive clinical approach to obesity improves metabolic and clinical outcomes and can prevent bariatric surgery: a single center experience", publicado na última edição do Boletim Científico com o título “Abordagem clínica agressiva à obesidade melhora os resultados metabólicos e clínicos e pode prevenir a cirurgia bariátrica: uma experiência única no centro”, indica que esse aumento é resultado, principalmente, de intervenções clínicas mal sucedidas na perda de peso.
Os resultados do trabalho indicam, ainda, que 93% das cirurgias bariátricas poderiam ser evitadas se as intervenções clínicas fossem bem feitas. O que não acontece, segundo os pesquisadores, por seis motivos: os medicamentos anti obesidade são tipicamente administrados como monoterapia, mesmo sabendo que nenhum dos medicamentos disponíveis hoje no mercado pode conseguir mais do que 10% da meta de perda de peso; a farmacoterapia não é efetivamente combinada a outras intervenções, como a psicoterapia, vigilância e dieta intensiva; curta duração da farmacoterapia; falta de estratégias para manutenção de perda de peso; mal entendimento da complexa fisiopatológica da obesidade; e sub prescrição dos medicamentos contra a obesidade (o estudo aponta que apenas 2% dos pacientes com IMC superior a 30kg/m² receberam medicação contra obesidade).
Para corrigir essa situação e reduzir o total de cirurgias bariátricas – que, novamente, constituem um tratamento efetivo contra obesidade, mas que deve ser empregado apenas como última alternativa –, os pesquisadores sugeriram uma abordagem mais “agressiva”, corrigindo as falhas usualmente detectadas na abordagem clínica. Os resultados, após dois anos de acompanhamento com pacientes que apresentavam obesidade entre moderada e severa, mostram melhoras significativas, como a perda de 20% da massa corporal por quase três quartos (74,4%) dos pacientes. O que indica que a abordagem clínica intensiva proposta neste trabalho para o tratamento da obesidade pode ser uma alternativa eficaz à cirurgia bariátrica.
Se você se interessa pelo assunto, não deixe de ler, também, o Estudo Especial “Evolução da obesidade no Brasil” e o TD 59 – “Impactos da cirurgia bariátrica”.