Saúde mental e doenças crônicas
Nos últimos tempos, temos falado bastante sobre saúde mental. Um movimento, inclusive, em linha com o comportamento dos brasileiros (especialmente os beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares), que têm buscado, cada vez mais, serviços de psiquiatras, psicólogos e terapeutas ocupacionais, como apontamos na Análise Especial do Mapa Assistencial e já comentamos aqui.
Os transtornos mentais não são exclusividade do Brasil. Na verdade, são apontadas pelos relatórios de Mercer Marsh, Willis Tower Watson e Aon Hewitt – comentados aqui – como um dos principais impulsionadores de custos de saúde no mundo nos próximos cinco anos.
Agora, o estudo “Mental Health: Trends & Future Outlook”, recém-publicado pelo National Institute for Health Care Management (NIHCM), dá mais evidências de que a saúde mental merece tanta atenção quanto a física. Pela ótica financeira, talvez até mais.
De acordo com o levantamento, que leva em conta a população dos Estados Unidos, 1 a cada 5 adultos apresenta transtornos mentais. Sendo que a taxa tende a aumentar, já que na faixa etária de 18 anos a 25 anos, a proporção é de 1 a cada 4 adultos.
Além dos custos associados ao tratamento destas questões, o estudo aponta que a multimorbidade de transtornos mentais e doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) é bastante comum. Nos EUA, metade dos adultos com transtornos mentais apresenta pelo menos quatro DCNTs. As mais comuns são: hipertensão, diabetes (tipo 2), doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral (AVC).
Ainda de acordo com o estudo, o tratamento dessas pessoas costuma ser de 2 a 3 vezes mais caro do que o de pacientes com as mesmas doenças crônicas, mas sem questões de saúde mental.
Vale lembrar, as doenças crônicas já são um dos principais fatores de custos para o setor de saúde como um todo (público e privado), como destacamos na análise especial “Caracterização dos beneficiários de alto custo assistencial – Um estudo de caso”. Ademais, com a mudança de perfil demográfico pela qual o Brasil está passando, é natural que aumente a prevalência de doenças crônicas. Segundo o Ministério da Saúde, 69,3% dos idosos brasileiros sofrem de pelo menos uma doença crônica e 29,8%, tem duas ou mais. Na ordem, os cinco diagnósticos mais frequentes são hipertensão, dores na coluna, artrite, depressão e diabetes – saiba mais.
Nesse sentido, programas de promoção da saúde se fazem cada vez mais importantes. E nunca é tarde para começar.