Por que o setor saúde está contratando?
Acabamos de divulgar a nova edição da NAB e o resultado aponta mais uma redução no total de beneficiários de planos médico-hospitalares. Foram 106,4 mil vínculos rompidos nos 12 meses encerrados em setembro deste ano – confira nossa análise. O que reduz o total de beneficiários a 47,1 milhões.
Mesmo com mais este recuo, a saúde (tanto pública quanto suplementar) continua contratando. Ainda estamos apurando os números de setembro, mas de acordo com o Relatório de Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde, o setor superou a marca de 5 milhões de vagas formais em agosto.
Olhando apenas para esses números, as contratações podem parecer incongruentes. Entretanto, há alguns fatores que justificam facilmente esse comportamento. O principal deles é o aumento pela demanda de serviços de saúde.
Apenas entre 2018 e 2017, o total de procedimentos cresceu 5,4%, totalizando 1,4 bilhão de exames, consultas, terapias, internações e outros procedimentos ambulatoriais (OSA). Claro, junto com a procura por estes serviços, subiu a despesa assistencial das Operadoras de Planos de Saúde (OPS), que em 2018 passou os R$ 160 bilhões. Os números constam na análise especial que fizemos do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar.
Ou seja, o impulso no total de postos de trabalho formal no setor está associado ao aumento na procura por serviços assistenciais, ainda que menos pessoas contem com o plano de saúde – o 3° maior desejo da população, de acordo com a pesquisa IESS/Ibope.
O lado positivo é que o nível de contratação deve continuar avançando no setor. Mesmo que o total de vínculos com planos de saúde não apresente um crescimento expressivo nos próximos meses. Até porque, com o envelhecimento da população pelo qual o Brasil está passando, a tendência é que a busca por serviços de saúde continue avançando – entenda.