Municípios continuam contratando
Devido à situação inédita que estamos vivendo, muitos serviços tiveram sua lógica repensada em todos os setores. Desde janeiro desse ano, o Ministério da Economia substituiu o uso do Sistema do Caged pelo Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) para parte das empresas. Os dados do emprego formal no País ficam por conta do Novo Caged, que é composto por informações captadas dos sistemas eSocial, Caged e Empregador Web.
A Secretaria de Trabalho também deixou de divulgar o emprego por classe CNAE e adotou a classificação utilizada pelo IBGE em suas pesquisas, agrupando em cinco categorias: Comércio, Serviços, Indústria Geral, Construção Civil e Agricultura. Até o momento, isso impossibilita a extração dos dados da cadeia privada da saúde como divulgamos nos últimos anos.
Portanto, na nova versão do Relatório do Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde, a análise do setor privado se restringe aos grupamentos de setores econômicos disponíveis no Novo Caged. As mudanças não impactaram o setor público.
No mês de abril, todos os segmentos econômicos apresentaram saldos negativos. A maior queda foi registrada no de Serviços, com redução de 362 mil vagas formais. Nessa nova metodologia, o setor de saúde privado está contido dentro de um conjunto maior chamado “Saúde humana e serviços sociais”. Nesta categoria, o saldo foi de 2.369 vagas a menos.
O boletim mostra que em abril deste ano havia 436,3 mil pessoas empregadas nos municípios analisados, um crescimento de 23,1% no período de 3 meses. A maior variação ocorreu nos municípios analisados da região Sul, com um crescimento de 54,1%. Na região Norte se observou o menor crescimento, com 7,0%.
Já na análise dos Estados, 353,5 mil era o número de trabalhadores com empregos formais no setor de saúde pública, queda de 0,6% quando comparado a janeiro deste ano. A maior queda foi na região Nordeste, com 4,8% no período de três meses. Mesmo com a redução, a região continua sendo a de maior número de funcionários estaduais na saúde, com 109,2 mil, embora o Sudeste seja mais populoso. A região com maior crescimento foi a Centro-Oeste, com 1,7%, seguida do Sudeste, com 1,5% a mais na comparação trimestral.
No âmbito federal, o número de empregados na saúde foi de 240,3 mil em abril de 2020, apresentando uma redução de 0,8% em relação a janeiro deste ano. As regiões Sul e Norte foram as únicas que apresentaram crescimento no emprego público federal em saúde nesse período, com 5,8% e 2,4%, respectivamente.
Vale lembrar que os empregos em saúde nesse período podem estar subestimados, já que Estados e municípios têm recorrido à contratação de entidades privadas para gestão de serviços públicos de saúde como de hospitais de campanha, por exemplo. Além disso, o nosso levantamento conta dados de 200 municípios, cuja população representa 52,4% da população nacional.
A nova edição do boletim ainda mostra que houve queda no emprego como um todo em todas as regiões. Sudeste e Sul apresentaram as maiores reduções, com destaque negativo para os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Veja mais no gráfico abaixo e acesse aqui a íntegra da publicação.
Traremos mais dados do emprego no Brasil nos próximos dias. Não perca.