Mais capacidade para fazer o novo
“Um debate como esse ajuda a criar visões de longo prazo que vai além do tempo político. Precisamos entender que toda solução deve estar baseada em seu impacto na vida das pessoas e das comunidades. Só assim iremos avançar na qualidade da assistência”, comentou Marcelo D'Agostino, Senior Advisor de Sistemas de Informação e Saúde Digital na OPAS / OMS no webinar “A Transformação Digital da Saúde no Brasil”, realizado pelo Wilson Center Brazil Institute em parceria com o IESS.
Ao mesmo tempo em que gerou demandas urgentes no setor de Saúde no Brasil e no mundo, a pandemia de Covid-19 acelerou o uso de novas tecnologias, incluindo a telessaúde, inteligência artificial e a análise de dados em larga escala. Existe, portanto, um enorme potencial para aproveitar novas soluções para expandir o acesso de pacientes à saúde, melhorar os resultados e reduzir os custos dos serviços de saúde.
E foi exatamente essa a ideia do painel que contou com a moderação de José Cechin, nosso superintendente executivo. Além de D'Agostino, também participaram Ricardo Zúñiga, Diretor Interino do Brazil Institute; Jacson Venâncio de Barros, diretor do Departamento de Informática do SUS - DATASUS no Ministério da Saúde; Adriana Ventura, Deputada Federal (NOVO - SP); Jac Fressatto, inventor do Robô Laura, fundador e presidente do Instituto Laura Fressatto; e Joel Velasco, vice-presidente sênior de Relações Internacionais do UnitedHealth Group.
O debate ainda abordou as oportunidades de ampliação da digitalização da saúde e de inteligência artificial no Brasil, experiências de sucesso, desafios do futuro no que diz respeito à infraestrutura, formação dos profissionais, mentalidade das instituições, arcabouço regulatório, possibilidade de integração entre os sistemas público e privado, segurança de dados e outros importantes temas.
Segundo Adriana Ventura, que atua com temas de saúde no Congresso Nacional, foram feitos mais de 100 mil procedimentos por meio de Telessaúde no Brasil esse ano. “É importante que se supere as resistências por meio do diálogo. Só assim conseguiremos construir um arcabouço regulatório forte”, apontou. Que foi prontamente complementada por Cechin. “A necessidade move as pessoas e o sistema. Mas ainda temos muito espaço para melhorar e ampliar”, disse.
“Mais do que barreiras estruturais, temos também fortes mudanças de hábitos. Conseguiremos ampliar o acesso e a qualidade depois que essa cultura estiver enraizada e as pessoas perceberem seu valor”, apontou Jacson Venâncio de Barros, que tem a tarefa de garantir a continuidade das ações de informatização e modernização do SUS, de acordo com as orientações e diretrizes definidas pelo Ministério da Saúde.
O que está em consonância com a visão de Jac Fressatto. Segundo ele, sua ferramenta de Inteligência Artificial, o Robô Laura, tem igual performance em cidades de diferentes regiões e especificidades. “A tecnologia é potencializadora, não substitutiva”, comentou. “Ela não compensa a falta de infraestrutura e a competência dos profissionais de todas as esferas do atendimento, mas permite maior velocidade nos processos e a nossa capacidade de fazer o novo”, conclui.
Um dos nossos pilares fundamentais é exatamente ampliar o debate e promover o diálogo. Continuaremos nessa missão. Inclusive nosso recente webinar sobre Telessaúde aponta algumas importantes direções nesse tema. Acesse aqui.
A íntegra do webinar “A Transformação Digital da Saúde no Brasil” pode ser vista abaixo.
https://www.youtube.com/watch?v=aS_895dr1gQ